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Cap. 2 – Vibração Livre em Sistemas 1 GDL 2.1 Introdução • Vibração Livre: oscila sob perturbação inicial. Ex: pêndulo de um relógio • 1 GDL: coordenada (x) é suficiente para especificar a posição da massa a qualquer tempo. • Não há dissipação de energia: sistema não amortecido. 2.1 Introdução • Sistema massa-mola: mais simples possível. • Vários sistemas práticos podem ser idealizados como 1 GDL. Ex: oscilações de um pêndulo, mecanismo came seguidor; 2.1 Introdução 2.1 Introdução 2.1 Introdução 2.2 Vibração Livre de um Sistema de Translação Não Amortecido 2.2.1 Equação do Movimento pela 2ª Lei de Newton • Procedimento de obtenção da Equação: 1. Selecionar uma coordenada para descrever a posição da massa 2. Determinar a configuração de equilíbrio estático do sistema. 3. Fazer o Diagrama de Corpo Livre da massa. 4. Aplicar a 2ª Lei de Newton: 2.2 Vibração Livre de um Sistema de Translação Não Amortecido 2ª Lei de Newton: “A taxa de variação da quantidade de movimento linear é igual à força que age sabre a massa ou corpo” Se a massa é constante: 2.2 Vibração Livre de um Sistema de Translação Não Amortecido • Para movimento rotacional, a 2ª Lei de Newton resulta: • é o momento resultante e e são o deslocamento angular e aceleração angular resultantes. 2.2 Vibração Livre de um Sistema de Translação Não Amortecido • Aplicando a equação (2.1) à massa da figura 2.1: ou: 2.2 Vibração Livre de um Sistema de Translação Não Amortecido 2.2.2 Equação do movimento por outros métodos Princípio de D’Alembert: As equações de movimento podem ser reescritas como: (2.4a) e (2.4b) podem ser equações de equilíbrio se e forem tratados como uma força ou momento (de inércia). O equilíbrio (2.4) é conhecido como equilíbrio dinâmico. 2.2 Vibração Livre de um Sistema de Translação Não Amortecido A aplicação desse princípio resulta na equação: 2.2 Vibração Livre de um Sistema de Translação Não Amortecido Princípio dos deslocamentos virtuais “Se um sistema que está em equilíbrio sob ação de um conjunto de forças for submetido a um deslocamento virtual, então o trabalho virtual total realizado pelas forças será zero.” 2.2 Vibração Livre de um Sistema de Translação Não Amortecido • Trabalho virtual realizado pela força da mola: • Trabalho virtual realizado pela força de inércia: • Quando o trabalho virtual total realizado por todas as forças iguala-se a zero, temos: • Como dx é diferente de zero, temos: 2.2 Vibração Livre de um Sistema de Translação Não Amortecido • Princípio da Conservação de Energia • Sistema é conservativo se nenhuma energia for perdida devido a atrito ou membros não elásticos que dissipam energia. • Se nenhum trabalho é realizado sobre o sistema por forças externas, então a energia total do sistema permanece constante. • Sistema vibratório: Energia potencial (U) + Cinética(T) • T armazenada na massa em virtude da velocidade • U armazenada na mola em virtude da deformação 2.2 Vibração Livre de um Sistema de Translação Não Amortecido • T + U = Constante • Ou: • Substituindo (2.7) e (2.8) em (2.6): 2.2 Vibração Livre de um Sistema de Translação Não Amortecido 2.2.3 Equação do sistema massa-mola na vertical • Posição de equilíbrio estático Força da mola = Força gravitacional 2.2 Vibração Livre de um Sistema de Translação Não Amortecido • Se a massa sofre uma deflexão até +x, a força da mola é: • Aplicando a 2ª Lei de Newton: • Como kdst = W, obtemos: 2.2 Vibração Livre de um Sistema de Translação Não Amortecido Obs: A equação 2.10 poderia ser obtida através do princípio de D’Alembert, dos deslocamentos virtuais ou conservação da energia. Supondo a conservação da energia, T permanece igual, mas U deve ser obtida considerando o peso da massa. • Força da mola em equilíbrio estático é mg; • Se a mola sofre uma deflexão, a energia potencial é: 2.2 Vibração Livre de um Sistema de Translação Não Amortecido • A energia potencial líquida em relação à posição de equilíbrio estático é: U = energia potencial da mola + mudança na energia potencial resultante da mudança na elevação da massa m = 2.2 Vibração Livre de um Sistema de Translação Não Amortecido 2.2.4 Solução • A solução da equação 2.3 pode ser encontrada admitindo-se que: • C e s constantes a determinar • Substituindo (2.11) em (2.3): 2.2 Vibração Livre de um Sistema de Translação Não Amortecido • Como C não pode ser zero, então: • E, por consequência: • Onde: e 2.2 Vibração Livre de um Sistema de Translação Não Amortecido • A solução geral da equação (2.3) fica: • Usando as identidades: • Pode-se reescrever (2.15) como: • C1 e C2 ou A1 e A2 podem ser definidas pelas condições iniciais do sistema. 2.2 Vibração Livre de um Sistema de Translação Não Amortecido • Especificando o valor do deslocamento e da velocidade em t=0, temos: • A solução da equação (2.3) sujeita às condições iniciais de (2.17) fica: 2.2 Vibração Livre de um Sistema de Translação Não Amortecido 2.2.5 Movimento Harmônico • As equações 2.15, 2.16 e 2.18 são funções harmônicas. • Movimento é simétrico em relação à posição de equilíbrio da massa. • Posição de equilíbrio: velocidade máxima, aceleração zero • Deslocamentos extremos: velocidade zero, aceleração máxima. 2.2 Vibração Livre de um Sistema de Translação Não Amortecido • Sistema massa mola é denominado oscilador harmônico. • wn = frequência natural do sistema • A equação (2.16) pode ser representada usando A1 = A cos f A2 = A sen f (2.19) 2.2 Vibração Livre de um Sistema de Translação Não Amortecido • A e f podem ser expressas em termos de A1 e A2 como: • (2.19) em (2.16): 2.2 Vibração Livre de um Sistema de Translação Não Amortecido • Usando: • A equação (2.16) pode ser expressa como: Onde: 2.2 Vibração Livre de um Sistema de Translação Não Amortecido • Representação gráfica da oscilação harmônica 2.2 Vibração Livre de um Sistema de Translação Não Amortecido 2.2 Vibração Livre de um Sistema de Translação Não Amortecido • Sendo um vetor de magnitude A, que faz um ângulo wn – f com o eixo vertical (x), então a equação (2.21) é a projeção do vetor sobre o eixo (x); • A1 e A2 da equação (2.16) são as componentes retangulares ao longo de dois eixos ortogonais que fazem ângulos f e –(p/2 - f) em relação ao vetor . 2.2 Vibração Livre de um Sistema de Translação Não Amortecido • Aspectos do sistema massa-mola: 1. Se o sistema está na posição vertical, a frequência natural circular é: A constante elástica da mola k é: 2.2 Vibração Livre de um Sistema de Translação Não Amortecido • Mas: • Então: • A frequência natural, em ciclos por segundo e o período natural são: 2.2 Vibração Livre de um Sistema de Translação Não Amortecido 2. A velocidade e a aceleração são: 3. Se o deslocamento inicial x0 = zero, então: Se a velocidade = zero, então: 2.2 Vibração Livre de um Sistema de Translação Não Amortecido 4. A resposta do sistema com um grau de liberdade pode ser representada no plano deslocamento- velocidade: espaço de estado ou plano de fase. Considerando o deslocamento: ou Então: Ou: 2.2 Vibração Livre de um Sistema de Translação Não Amortecido • Elevando (2.34) e (2.35) ao quadrado: ou (2.36) 2.2 Vibração Livre de um Sistema de Translação Não Amortecido Exemplo 2.1: Resposta harmônica de uma caixa d’água. A coluna da caixa d’água mostrada na figura (a) tem 300 ft de altura e é feitade concreto reforçado com uma seção transversal tubular de 8 ft de diâmetro interno e 10 ft de diâmetro externo. A caixa d’água pesa 6 x 105 lb quando está cheia. Desprezando a massa da coluna e admitindo que o módulo de Young do concreto reforçado seja 4 x 106 psi, determine: 2.2 Vibração Livre de um Sistema de Translação Não Amortecido a. A frequência natural e o período natural de vibração transversal da caixa d’água; b. A resposta de vibração da caixa d’água resultante de um deslocamento transversal inicial de 10 in; c. Os valores máximos de velocidade e aceleração experimentados pela caixa d’água. 2.2 Vibração Livre de um Sistema de Translação Não Amortecido 2.2 Vibração Livre de um Sistema de Translação Não Amortecido Solução Considerando: A caixa d’água uma massa pontual; A coluna com seção transversal uniforme; A massa da coluna desprezível; O sistema pode ser modelado como uma viga em balanço com uma carga concentrada (peso) na extremidade livre, como mostra a figura (b). 2.2 Vibração Livre de um Sistema de Translação Não Amortecido a. A deflexão transversal da viga, d, devido à carga P é dada por , onde l é o comprimento, E é o módulo de Young, e I é o momento de inércia de área da seção transversal da viga. A rigidez da viga (coluna do reservatório) é dada por: 2.2 Vibração Livre de um Sistema de Translação Não Amortecido Neste caso, l = 3600 in, E = 4 x 106 psi. Assim: E: A frequência natural da caixa d’água na direção transversal fica: 2.2 Vibração Livre de um Sistema de Translação Não Amortecido O período natural é dado por: b. Usando = 10 in e considerando = 0, a resposta fica, de (2.23): A amplitude fica: 2.2 Vibração Livre de um Sistema de Translação Não Amortecido E o ângulo de fase é: Assim: 2.2 Vibração Livre de um Sistema de Translação Não Amortecido c. A velocidade pode ser determinada diferenciando-se (E.1): Por consequência: A aceleração da caixa d’água pode ser determinada diferenciando-se (E.2): 2.2 Vibração Livre de um Sistema de Translação Não Amortecido O valor máximo da aceleração é dado por: Exemplo 2.2: Resposta de vibração livre devido a impacto. Uma viga em balanço suporta uma massa M na extremidade livre como mostrado na figura. A massa m cai de uma altura h sobre a massa M e adere a ela sem ricochetear. Determine a vibração transversal resultante da viga. 2.2 Vibração Livre de um Sistema de Translação Não Amortecido Solução Quando a massa m cai de uma altura h, atinge a massa M com velocidade . Como a massa m adere à M sem ricochetear, podemos usar o princípio da quantidade de movimento para encontrar a velocidade da massa combinada (M + m) imediatamente após o impacto: 2.2 Vibração Livre de um Sistema de Translação Não Amortecido Ou: A nova posição de equilíbrio estático da viga está (M + m) está localizada a uma distância de mg/k abaixo da posição de equilíbrio estático da massa original (M) – figura 2.11c. Neste caso: 2.2 Vibração Livre de um Sistema de Translação Não Amortecido A vibração livre da viga será em torno da sua nova posição de equilíbrio estático. Assim, as condições iniciais ficam: Da equação 2.21, podemos obter a vibração livre resultante da viga: 2.2 Vibração Livre de um Sistema de Translação Não Amortecido Onde: E e são dados pela equação (E.2). 2.2 Vibração Livre de um Sistema de Translação Não Amortecido Exemplo 2.3: Módulo de Young pela medição da frequência natural Constata-se que uma viga simplesmente apoiada com seção transversal quadrada de 5 mm x 5 mm e comprimento de 1 m, que suporta uma massa de 2,3 kg em seu ponto médio tem uma frequência natural de vibração transversal de 30 rad/s. Determine o módulo de Young da viga. 2.2 Vibração Livre de um Sistema de Translação Não Amortecido Solução Desprezando o peso próprio da viga, a frequência natural transversal é: Onde: = módulo de Young; = comprimento; = momento de inércia de área da seção transversal: 2.2 Vibração Livre de um Sistema de Translação Não Amortecido Com kg, m e rad/s, as equações (E.1) e (E.2) dão: Ou: 2.2 Vibração Livre de um Sistema de Translação Não Amortecido Exemplo 2.4: Frequência natural da caçamba de um caminhão de bombeiros A caçamba de um caminhão de bombeiros está localizada na extremidade de uma lança telescópica, como mostrado na figura. A caçamba mais o bombeiro pesam 2000 N. Determine a frequência natural de vibração da caçamba no sentido vertical. 2.2 Vibração Livre de um Sistema de Translação Não Amortecido Dados: Módulo de Young do material: E = 2,1x1011 N/m2; Comprimentos: l1 = l2 = l3 = 3 m; Áreas de seções transversais: A1 = 20 cm2, A2 = 10 cm2, A3 = 5 cm2. Solução Para determinar a frequência natural, é necessário calcular a rigidez equivalente da lança (a massa é desprezível). Consideraremos que a lança só se deforma na direção axial. A força em qualquer seção transversal O1 O2 é igual à carga axial aplicada na extremidade (figura b). 2.2 Vibração Livre de um Sistema de Translação Não Amortecido A rigidez axial é dada por: Onde kbi é a rigidez do i-ésimo segmento: 2.2 Vibração Livre de um Sistema de Translação Não Amortecido Pelos dados conhecidos ( , , ), temos: 2.2 Vibração Livre de um Sistema de Translação Não Amortecido Assim, a equação (E.1) fica: Ou: A rigidez de lança telescópica no sentido vertical, k, pode ser obtida: 2.2 Vibração Livre de um Sistema de Translação Não Amortecido • A frequência natural de vibração da caçamba no sentido vertical é: 2.2 Vibração Livre de um Sistema de Translação Não Amortecido Exemplo 2.5: Frequência natural de sistema de polias Determine a frequência natural do sistema mostrado na figura. Considere que as polias não têm atrito e têm massa desprezível. 2.2 Vibração Livre de um Sistema de Translação Não Amortecido Solução Para determinar a frequência natural, calcula-se a rigidez equivalente e resolve-se como um sistema com um GDL. Como as polias não têm atrito ou massa, a tensão no cabo é o peso W da massa m. Da figura b, considerando equilíbrio estático, vemos que a força que age na polia 1 é 2W para cima; e a força que age na polia 2 é 2W para baixo. 2.2 Vibração Livre de um Sistema de Translação Não Amortecido O centro da polia 1 (ponto A) move-se para cima por uma distância 2W/k1; O centro da polia 2 (ponto B) move-se para baixo por uma distância 2W/k2. O movimento total da massa m (ponto O) fica: 2.2 Vibração Livre de um Sistema de Translação Não Amortecido Para calcular a constante equivalente de rigidez: 2.2 Vibração Livre de um Sistema de Translação Não Amortecido Se m for deslocada até uma distância x em relação à posição de equilíbrio estático, então: E a frequência natural fica: 2.2 Vibração Livre de um Sistema de Translação Não Amortecido 2.3 Vibração Livre de um Sistema torcional não amortecido • Vibração por torção: Corpo rígido oscila em relação a um eixo de referência específico. • Deslocamento: medido em coordenada angular. • Momento restaurador pode ser resultante da torção de um componente elástico ou de um momento desbalanceado de uma força ou conjugado. 2.3 Vibração Livre de um Sistema torcional não amortecido 2.3 Vibração Livre de um Sistema torcional não amortecido • J0 = momento de inércia de massa polar. • q = rotação angular ou ângulo de torção. • Pela teoria da torção de eixos circulares: 2.3 Vibração Livre de um Sistema torcional não amortecido 2.3.1 Equação de movimento • Considerando a figura e a 2ª Lei de Newton, temos: •A frequência natural circular é: 2.3 Vibração Livre de um Sistema torcional não amortecido • Período em segundos, e frequência de vibração em ciclos por segundo: 2.3 Vibração Livre de um Sistema torcional não amortecido • Observações: 1. Se a seção transversal do eixo não é circular, deve-se usar uma constante elástica torcional apropriada. 2. Momento de inércia polar de massa de um disco: 3. A mola de torção-inércia mostrada é denominada pêndulo de torção. 2.3 Vibração Livre de um Sistema torcional não amortecido 2.3.2 Solução 2.3 Vibração Livre de um Sistema torcional não amortecido • Exemplo 2.6: Frequência natural de pêndulo composto 2.3 Vibração Livre de um Sistema torcional não amortecido Exemplo 2.6 - Qualquer corpo rígido articulado em um ponto que não seja seu centro de massa oscilará em relação ao ponto de articulação sob sua própria força gravitacional. Tal sistema é conhecido como pêndulo composto. 2.3 Vibração Livre de um Sistema torcional não amortecido Exemplo 2.6: Solução O corpo rígido oscila no plano xy; A coordenada q pode ser usada para descrever seu movimento; Distância OG = d; Momento de inércia de massa, em relação ao eixo z: J0; 2.3 Vibração Livre de um Sistema torcional não amortecido • Exemplo 2.6: Solução Para um deslocamento q, o torque restaurador é (Wd sen q), e a equação do movimento é: Considerando pequenos deslocamentos (senq é aproximadamente q e cosq é aproximadamente 1), a equação do movimento fica: 2.3 Vibração Livre de um Sistema torcional não amortecido • A frequência natural do pêndulo composto é: • Considerando a frequência natural do pêndulo simples: wn = (g/l)1/2, é possível determinar o comprimento do pêndulo simples equivalente: 2.3 Vibração Livre de um Sistema torcional não amortecido • Se J0 for substituído por mk02, onde k0 é o raio de giração do corpo em relação a O: • Considerando o raio de giração ao redor de G: 2.3 Vibração Livre de um Sistema torcional não amortecido • A equação (E.6) fica: • Se a linha OG for estendida até o ponto A, de modo que: 2.3 Vibração Livre de um Sistema torcional não amortecido • A equação (E.8) fica: • Pela equação (E.5), wn é dada por: • Essa equação mostra que, quer o corpo seja articulado em relação a O ou a A, sua frequência natural é a mesma. O ponto A é denominado centro de percussão. 2.3 Vibração Livre de um Sistema torcional não amortecido • Centro de percussão - aplicações práticas: Martelo: centro de percussão na cabeça e centro de rotação no cabo: impacto não causa reação no cabo; Taco de beisebol: se a bola bater no centro de percussão e o centro de rotação estiver nas mãos, o jogador não sente reação perpendicular. Se a bola bater perto das mãos, o jogador sente dor nas mãos; 2.3 Vibração Livre de um Sistema torcional não amortecido Ensaio de materiais Izod: a deformação e o encurvamento do pêndulo são minimizados se o centro de percussão estiver localizado perto da borda de impacto; Rodas de um automóvel dianteiras e traseiras são o centro de percussão e oscilação, os passageiros não sentem a reação de um impacto. 2.3 Vibração Livre de um Sistema torcional não amortecido 2.4 Condições de Estabilidade 2.4 Condições de Estabilidade • Força da mola em cada mola = kl.senq • Força total da mola = 2kl.senq • Força da gravidade: W = mg • Momento em relação à O devido à : • Equação de movimento da barra: 2.4 Condições de Estabilidade • Para pequenas oscilações: • E: • A solução da equação acima depende do sinal de (12kl2 – 3Wl)/2ml2 2.4 Condições de Estabilidade • Caso 1: (12kl2 – 3Wl)/2ml2 > 0 Oscilações estáveis; Onde A1 e A2 são constantes 2.4 Condições de Estabilidade • Caso 2: (12kl2 – 3Wl)/2ml2 = 0 Para as condições iniciais e : • Deslocamento angular varia linearmente a uma velocidade constante . Se = 0, ocorre equilíbrio estático e o pêndulo permanece em sua posição original. 2.4 Condições de Estabilidade • Caso 3: (12kl2 – 3Wl)/2ml2 < 0 Definimos e a solução fica: Onde B1 e B2 são constantes. Considerando condições iniciais: • q(t) aumenta exponencialmente com o tempo (movimento instável). 2.4 Condições de Estabilidade • Razão física para instabilidade: Momento restaurador da mola (2kl2q), que tenta trazer o sistema para a posição de equilíbrio, é menor que o momento do peso [- W(l/2)q], que tenta afastar a massa da posição de equilíbrio. 2.5 Método de Energia de Rayleigh • Método da Energia para determinar as frequências naturais dos sistemas com 1 GDL. • Princípio da conservação da Energia: T1 + U1 = T2 + U2 1 e 2 denotam instantes de tempo. Se, em 1, a massa passa por sua posição de equilíbrio estático, então U1 = 0. Se, em 2, a massa está no deslocamento máximo, então T2 = 0 2.5 Método de Energia de Rayleigh Assim: T1 + 0 = 0 + U2 Se o sistema está em movimento harmônico, T1 e U2 denotam T e U máximos. Assim: Tmáx = Umáx • Método da Energia de Rayleigh dá a frequência natural do sistema diretamente. 2.5 Método de Energia de Rayleigh Exemplo 2.7: Manômetro para motor a diesel 2.5 Método de Energia de Rayleigh Exemplo 2.9: Efeito da massa da coluna sobre a da caixa d’água Determine a frequência natural de vibração transversal da caixa d’água considerada no exemplo 2.1 incluindo a massa da coluna. 2.5 Método de Energia de Rayleigh Solução: Para incluirmos a massa da coluna, determinamos a massa equivalente da coluna na extremidade livre usando a equivalência de energia cinética e um modelo com um grau de liberdade para determinar a frequência natural de vibração. A coluna do reservatório é considerada como uma viga em balanço fixa em uma extremidade (solo) que suporta uma massa M (reservatório de água) na outra extremidade. 2.5 Método de Energia de Rayleigh 2.5 Método de Energia de Rayleigh A deflexão estática de uma viga em balanço sob uma carga concentrada em uma extremidade é dada por: 2.5 Método de Energia de Rayleigh A máxima energia cinética da viga é dada por: Onde m é massa total e (m/l) é a massa por unidade de comprimento. A equação (E.1) pode ser usada para expressar a variação de velocidade , como: 2.5 Método de Energia de Rayleigh (E.2) torna-se: Se meq denotar a massa equivalente da viga em balanço (caixa d’água) na extremidade livre, sua energia cinética máxima pode ser expressa como: 2.5 Método de Energia de Rayleigh De (E.4) e (E.5), obtemos: Assim, a massa total que age na extremidade da viga em balanço é dada por: Onde M é a massa do reservatório de água. A frequência natural de vibração transversal da caixa d’água é dada por: 2.6 Vibração Livre com amortecimento viscoso 2.6.1 Equação do movimento • A força de amortecimento viscoso é proporcional à velocidade: • c é a constante de amortecimento; • O sinal negativo indica que a força é no sentido contrário da velocidade. 2.6 Vibração Livre com amortecimento viscoso 2.6 Vibração Livre com amortecimento viscoso • Aplicando a 2ª Lei de Newton: 2.6 Vibração Livre com amortecimento viscoso 2.6.2 Solução • Supondo um solução: C e s são constantes indeterminadas; • (2.60) em (2.59): 2.6 Vibração Livre com amortecimento viscoso • As raízes são: • Essas raízes dão duas soluções para a equação (2.59): • A solução geral fica: • C1 e C2 são constantes arbitrárias a serem determinadas. 2.6 Vibração Livre com amortecimento viscoso Constante de amortecimento crítico e o fator de amortecimento • O amortecimento crítico é aquele para o qual: Ou: 2.6 Vibração Livrecom amortecimento viscoso • O fator de amortecimento é a razão entre o amortecimento e o cc: • De (2.66) e (2.65): • E: • A solução fica: 2.6 Vibração Livre com amortecimento viscoso • O comportamento da equação (2.69) depende da magnitude do amortecimento: Caso 1: Sistema sub-amortecido ( < 0) 2.6 Vibração Livre com amortecimento viscoso • A solução fica: 2.6 Vibração Livre com amortecimento viscoso • Onde (C1’,C2’), (X,f) e (X0,f0) dependem das condições iniciais. 2.6 Vibração Livre com amortecimento viscoso • Supondo: e , então: • E: 2.6 Vibração Livre com amortecimento viscoso • As constantes (X,f) e (X0,f0) podem ser expressas como: 2.6 Vibração Livre com amortecimento viscoso • O movimento descrito por (2.72) é um movimento harmônico amortecido de frequência angular ; • Por causa do fator , a amplitude diminui exponencialmente com o tempo; • Frequência de vibração amortecida: 2.6 Vibração Livre com amortecimento viscoso • O caso sub-amortecido é o mais importante pois é o único que resulta em movimento oscilatório. 2.6 Vibração Livre com amortecimento viscoso 2.6 Vibração Livre com amortecimento viscoso Caso 2: Sistema criticamente amortecido • As raízes s1 e s2 são iguais: • A solução de (2.59) fica: 2.6 Vibração Livre com amortecimento viscoso Aplicando as condições iniciais e : E a solução torna-se: O movimento é aperiódico. 2.6 Vibração Livre com amortecimento viscoso 2.6 Vibração Livre com amortecimento viscoso Caso 3: Sistema superamortecido As raízes são reais e distintas, com s2<< s1: A solução fica: 2.6 Vibração Livre com amortecimento viscoso • Para as condições iniciais e ,, as constantes ficam: O movimento é aperiódico e diminui exponencialmente com o tempo. 2.6 Vibração Livre com amortecimento viscoso • Aspectos desses sistemas: 1. A natureza das raízes s1 e s2 com a variação do amortecimento c ou z pode ser mostrada em um plano complexo: - Se z = 0, as raízes são imaginárias; - Se 0 < z < 1, as raízes são conjugadas complexas; - Se z > 1, as raízes são reais. 2.6 Vibração Livre com amortecimento viscoso 2. Um sistema criticamente amortecido tem o menor amortecimento requerido para movimento aperiódico: a massa retorna à posição de repouso no menor tempo possível. Utilizado em armas de fogo. 3. A resposta livre de um sistema com 1 GDL pode ser representada em plano de fase ou espaço de estado. 2.6 Vibração Livre com amortecimento viscoso 2.6 Vibração Livre com amortecimento viscoso 2.6.3 Decremento logarítmico • Representa a taxa de redução da amplitude de uma vibração livre amortecida; • É definido como o logaritmo natural da razão entre duas amplitudes sucessivas. Supondo um sistema sub-amortecido, da equação 2.70: 2.6 Vibração Livre com amortecimento viscoso • Mas , onde é o período de vibração amortecida. Então: • A equação (2.83) fica: • O decremento logarítmico pode ser obtido de (2.84): 2.6 Vibração Livre com amortecimento viscoso • Para amortecimento pequeno: • O decremento logarítmico adimensional e é outra forma do fator de amortecimento adimensional z. • Relacionando d com z, verifica-se que as curvas, para z até 0,3, são difíceis de distinguir: 2.6 Vibração Livre com amortecimento viscoso 2.6 Vibração Livre com amortecimento viscoso • Uma vez conhecido d, z pode ser determinado, resolvendo (2.85): • Usando (2.86): • Se d não for conhecido, e possível obtê-lo medindo dois deslocamentos consecutivos. 2.6 Vibração Livre com amortecimento viscoso • É possível obter z experimentalmente também. Se xm e xm+1 são duas amplitudes correspondentes aos tempos tm e tm+1 = t1 + mtd, obtemos: • Mas, para dois ciclos consecutivos: 2.6 Vibração Livre com amortecimento viscoso • A equação (2.89) torna-se: • De (2.91) e (2.85): Que pode ser substituído na equação (2.87) ou (2.88) para obter z. 2.6 Vibração Livre com amortecimento viscoso 2.6.4 Energia dissipada em amortecimento viscoso • A taxa de variação de energia é: O sinal negativo denota dissipação de energia; 2.6 Vibração Livre com amortecimento viscoso • Supondo um movimento harmônico simples: A energia dissipada em um ciclo é: A energia de dissipação é proporcional ao quadrado da amplitude; A energia de dissipação não é constante, pois é função de wd. 2.6 Vibração Livre com amortecimento viscoso • A equação é válida mesmo quando há uma mola em paralelo. 2.6 Vibração Livre com amortecimento viscoso • Considerando uma mola de rigidez k: • Como o movimento é harmônico simples: • A equação (2.95) fica: 2.6 Vibração Livre com amortecimento viscoso A energia dissipada em um ciclo é: • Esse resultado é esperado pois a força de mola não realiza trabalho durante um ciclo completo 2.6 Vibração Livre com amortecimento viscoso • Pode-se calcular a fração da energia que é dissipada em um ciclo: A energia total do sistema W pode ser expressa como a máxima energia potencial ou a máxima energia cinética . As duas serão aproximadamente iguais para pequenos amortecimentos. Assim: 2.6 Vibração Livre com amortecimento viscoso • A quantidade DW/W é denominada quantidade de amortecimento específico e é útil para comparar materiais de engenharia. • Outra quantidade que pode ser usada para essa comparação é o coeficiente de perda: 2.6 Vibração Livre com amortecimento viscoso 2.6.5 Sistemas torcionais com amortecimento viscoso • Os métodos apresentados podem ser estendidos para sistemas torcionais com amortecimento viscoso; • Considerando a figura ao lado, o torque de amortecimento viscoso é: 2.6 Vibração Livre com amortecimento viscoso • A equação do movimento fica: • Onde J0 é o momento de inércia de massa do disco, kt é a constante elástica do sistema e q é o deslocamento angular do disco. • A solução da equação (2.102) é análoga à solução para sistemas com coordenadas lineares. 2.6 Vibração Livre com amortecimento viscoso • Para um sistema sub-amortecido: Onde: E: ct é a constante torcional de amortecimento. 2.6 Vibração Livre com amortecimento viscoso Exemplo 2.10 Wb = 5000 N kbase = 5 x 106 cbase = 10000 Ns/m wmartelo = 1000 N h = 2 m r = 0,4 Resposta da bigorna? 2.6 Vibração Livre com amortecimento viscoso • Solução Utiliza-se o princípio da conservação da quantidade de movimento e a definição de coeficiente de restituição para determinar a velocidade inicial da bigorna; Considerando: vt1 e vt2 = velocidades do pilão imediatamente antes e imediatamente depois do impacto; va1 e va2 = velocidades da bigorna antes e depois do impacto. 2.6 Vibração Livre com amortecimento viscoso • Pelo princípio da conservação da quantidade de movimento: va1 = 0 (bigorna em repouso antes do impacto) Para determinar vt1, T1 = U1: 2.6 Vibração Livre com amortecimento viscoso (E.1) fica: Coeficiente de restituição (r): 2.6 Vibração Livre com amortecimento viscoso • A solução de (E.3) e (E.5) dá: Assim, as condições iniciais da bigorna ficam: Fator de amortecimento: 2.6 Vibração Livre com amortecimento viscoso • Frequências naturais amortecida e não amortecida: • A resposta da bigorna, da equação (2.72) fica: 2.6 Vibração Livre com amortecimento viscoso Exemplo 2.11: Amortecedor de choque para uma motocicleta Oprojeto de um absorvedor de choque subamortecido para uma motocicleta de 200 kg de massa (figura a seguir) deve atender às seguintes especificações: quando o amortecedor estiver sujeito a uma velocidade vertical inicial devido a uma saliência na estrada, a curva deslocamento-tempo resultante deve ser como a indicada na figura. 2.6 Vibração Livre com amortecimento viscoso 2.6 Vibração Livre com amortecimento viscoso Determine as constantes de rigidez e amortecimento necessárias para o amortecedor se o período de vibração amortecida for de 2 s e a amplitude x1 tiver de ser reduzida a um quarto em um meio-ciclo (isto é: x1,5 = x1/4). Determine também a velocidade inicial mínima que resulta em um deslocamento máximo de 250 mm. 2.6 Vibração Livre com amortecimento viscoso Abordagem: usamos a equação para o decremento logarítmico em termos de fator de amortecimento, equação para o período de vibração amortecida, tempo correspondente ao deslocamento máximo para um sistema subamortecido e envelope que passa pelos pontos máximos de um sistema subamortecido. 2.6 Vibração Livre com amortecimento viscoso Solução: Visto que x1,5 = x1/4, x2 = x1,5/4 = x1/16. Por consequência, o decremento logarítmico torna-se: Pelo qual o valor de z pode ser determinado como z = 0,4037. 2.6 Vibração Livre com amortecimento viscoso O período de vibração amortecida é dado como 2 s. Por consequência: 2.6 Vibração Livre com amortecimento viscoso A constante de amortecimento viscoso pode ser obtida por: Assim, a constante de amortecimento é dada por: E a rigidez por: 2.6 Vibração Livre com amortecimento viscoso O deslocamento da massa atingirá seu valor máximo no tempo t1, dado por (ver problema 2.86): Isso dá: Ou: 2.6 Vibração Livre com amortecimento viscoso O envelope que passa pelos pontos de máximo é dado por: Já que x = 250 mm, a equação (E.2) dá, em t1: Ou: 2.6 Vibração Livre com amortecimento viscoso A velocidade da massa pode ser obtida diferenciando o deslocamento: Como: Quando t = 0, (E.3) fica: 2.6 Vibração Livre com amortecimento viscoso Exemplo 2.12: Análise de um canhão O diagrama esquemático de um canhão de grande porte é mostrado na figura. Quando a arma é disparada, gases sob alta pressão aceleram o projétil no interior do cano até uma velocidade muito alta. A força de reação empurra o cano do canhão no sentido contrário ao do projétil. Visto que é desejável que o canhão volte à posição de repouso no menor tempo possível sem oscilação, ele é forçado a fazer uma translação para trás contra um sistema mola-amortecedor criticamente amortecido denominado mecanismo de recuo. 2.6 Vibração Livre com amortecimento viscoso 2.6 Vibração Livre com amortecimento viscoso Em um caso particular, o cano do canhão e o mecanismo de recuo têm uma massa de 500 kg com uma mola de recuo de rigidez 10.000 N/m. O recuo do canhão após um disparo é 0,4 m. determine: 1) O coeficiente de amortecimento crítico do amortecedor; 2) A velocidade inicial de recuo do canhão, e 3) O tempo que leva para o canhão retornar à posição a 0,1 m de sua posição inicial. 2.6 Vibração Livre com amortecimento viscoso Solução: 1. A frequência natural não amortecida do sistema é: e o amortecimento crítico do amortecedor (equação 2.65) é: 2.6 Vibração Livre com amortecimento viscoso 2. A resposta de um sistema criticamente amortecido é dada pela equação (2.78): Onde e . O tempo no qual alcança um valor máximo pode ser obtido fazendo . A diferenciação da equação (E.1) dá: 2.6 Vibração Livre com amortecimento viscoso Por consequência, dá: Nesse caso, ; por consequência, (E.2) resulta em . Visto que o valor máximo de ou a distância de recuo é dada como m, temos: 2.6 Vibração Livre com amortecimento viscoso Ou: 3. Se t2 denotar o tempo que leva para o canhão voltar a uma posição a 0,1 m em relação à sua posição inicial, temos: A solução de (E.3) dá t2 = 0,8258 s. 2.7 Vibração livre com amortecimento de Coulomb • Em muitos sistemas mecânicos são usados amortecedores Coulomb ou de atrito seco; Esse amortecimento pode aparecer em sistemas quando dois componentes deslizam em uma estrutura vibratória; Nesse tipo de amortecimento, a força requerida para produzir deslizamento é proporcional à força normal. 2.7 Vibração livre com amortecimento de Coulomb • A força de atrito é dada por: (2.106) N é a força normal e m é o coeficiente de atrito; O valor de m depende dos materiais em contato e da condição das superfícies. 2.7 Vibração livre com amortecimento de Coulomb Metal sobre metal (com lubrificação): m = 0,1 Metal sobre metal (sem lubrificação): m = 0,3 Borracha sobre metal: m = 1,0 • O amortecimento Coulomb às vezes é denominado amortecimento constante, pois a força de amortecimento independe da velocidade. 2.7 Vibração livre com amortecimento de Coulomb 2.7.1 Equação do movimento 2.7 Vibração livre com amortecimento de Coulomb • O sentido da força de atrito varia com o sentido da velocidade. Assim, é necessário considerar dois casos: Caso 1: dx/dt é positiva (x positivo ou negativo): A massa se movimenta da esquerda para a direita. Da 2ª Lei de Newton: (2.107) 2.7 Vibração livre com amortecimento de Coulomb • Sendo: (2.108) • A solução pode ser obtida substituindo (2.108) em (2.107); • Onde wn é a frequência natural, A1 e A2 são constantes que dependem das condições iniciais. 2.7 Vibração livre com amortecimento de Coulomb Caso 2: dx/dt é negativa (x positivo ou negativo): A massa se movimenta da direita para a esquerda. Da figura, a equação do movimento fica: (2.109) A solução é dada por: (2.110) • Onde A3 e A4 dependem das condições iniciais. 2.7 Vibração livre com amortecimento de Coulomb • O termo mN/k, que aparece em (2.108) e (2.110), é uma constante que representa o deslocamento virtual da mola sob a força mN, se ela fosse submetida a uma força estática; • Essas equações indicam que o movimento é harmônico a cada meio ciclo, e a posição muda de mN/k para –(mN/k) a cada meio ciclo. 2.7 Vibração livre com amortecimento de Coulomb 2.7 Vibração livre com amortecimento de Coulomb 2.7.2 Solução As equações (2.107) e (2.109) podem ser expressas como uma única equação (N = mg): (2.111) Onde sgn(y) é a função signum, cujo valor é: 1 para y > 0; -1 para y < 0; 0 para y = 0. 2.7 Vibração livre com amortecimento de Coulomb Não existe solução analítica simples para a equação (2.111). Esta pode ser resolvida por métodos numéricos. Mas ela pode ser resolvida analiticamente se dividir o eixo dos tempos em segmentos separados por (intervalos de tempo com direções de movimento diferentes). 2.7 Vibração livre com amortecimento de Coulomb • Considerando as condições iniciais: (2.112) Como x = x0 em t = 0, o movimento começa da direita para a esquerda; x0, x1, x2,... são as amplitudes de meios-ciclos sucessivos; 2.7 Vibração livre com amortecimento de Coulomb De (2.110) e (2.112): (2.110) torna-se: (2.113) • Essa equação só é válida para meio ciclo, onde: 2.7 Vibração livre com amortecimento de Coulomb • Quando , a massa está à esquerda e seu deslocamento em relação ao equilíbrio é: • O movimento começou com deslocamento x = x0 e, em meio ciclo, x tornou-se: - [x0 – (2mN/k)], então a redução da magnitude de x no tempo p/wn é 2mN/k. 2.7 Vibração livre com amortecimento de Coulomb • No segundo meio ciclo, a massa se movimenta da esquerda para a direita, portanto deve-se usar a equação (2.108); •As condições iniciais desse meio ciclo são: x(t = 0) = valor de x em t = p/wn na equação (2.113) = 2.7 Vibração livre com amortecimento de Coulomb • As constantes de (2.108) ficam: • A equação (2.108) fica: (2.114) Essa equação é válida somente para o segundo meio ciclo, isto é, para . 2.7 Vibração livre com amortecimento de Coulomb No final desse meio ciclo, o valor de x é: na equação (2.113) = ; E: na equação (2.114) = 0. Estas se tornam as condições iniciais para o terceiro meio ciclo, e o procedimento pode continuar até o movimento parar. 2.7 Vibração livre com amortecimento de Coulomb • O movimento para quando , visto que a força de mola é menor que a força de atrito mN. O número de meios ciclos (r) até o movimento cessar é: (2.115) 2.7 Vibração livre com amortecimento de Coulomb • Características de um sistema com amortecimento Coulomb: A equação do movimento é não linear; A frequência natural do sistema permanece inalterada com a inclusão desse amortecimento; O movimento é periódico; O sistema entra em repouso após algum tempo; 2.7 Vibração livre com amortecimento de Coulomb A amplitude é reduzida linearmente; Em cada ciclo, a amplitude é reduzida de 4mN/k, de modo que as amplitudes no final de quaisquer dois meio-ciclos podem ser relacionadas por: (2.115) Como a amplitude é reduzida de 4mN/k em um ciclo, a inclinação das retas tracejadas da figura 2.34 é: 2.7 Vibração livre com amortecimento de Coulomb 2.7.3 Sistemas torcionais com amortecimento Coulomb • As equações para um sistema angular são semelhantes às equações (2.107): (2.117) (2.118) Onde T = torque de amortecimento constante (análogo à mN em sistemas de translação) 2.7 Vibração livre com amortecimento de Coulomb As soluções de (2.117) e (2.118) são análogas às de sistemas de translação: (2.119) (2.120) Onde q0 é o deslocamento angular inicial em t = 0 ( em t = 0). 2.7 Vibração livre com amortecimento de Coulomb O movimento cessa quando: (2.121) 2.7 Vibração livre com amortecimento de Coulomb Exemplo 2.13: Coeficiente de atrito em relação a posições medidas de massa Bloco de metal sobre superfície irregular, ligado a uma mola; x0 = 10 cm; 5 ciclos de oscilação (em 2 segundos); xf = 1 cm. Determine o coeficiente de atrito. 2.7 Vibração livre com amortecimento de Coulomb • Solução: Período: tn = 2/5 = 0,4 s Frequência: Redução da amplitude de oscilação por ciclo: Em 5 ciclos: Ou: 2.7 Vibração livre com amortecimento de Coulomb Exemplo 2.14: Polia sujeita a amortecimento Coulomb Um eixo de aço com 1 m de comprimento e 50 mm de diâmetro está fixado em uma extremidade e suporta uma polia de momento de inércia de massa de 25kg/m2 na outra extremidade. Um freio de lona exerce um torque de atrito constante de 400 N/m ao redor da circunferência da polia. Se a polia for deslocada de 6° e então solta, determine: (1) o número de ciclos antes de a polia atingir o repouso, (2) a posição final de acomodação da polia. 2.7 Vibração livre com amortecimento de Coulomb Solução: (1) O número de meio-ciclos que transcorrem antes de o movimento angular da polia cessar é dado pela equação (2.112): Onde q0 = deslocamento angular inicial = 6° = 0,10472 rad. 2.7 Vibração livre com amortecimento de Coulomb kt = constante elástica torcional do eixo dada por: E T = torque de atrito constante aplicado à polia = 400 N/m. 2.7 Vibração livre com amortecimento de Coulomb A equação (E.1) dá: Assim, o movimento cessa após 6 meio ciclos. 2.7 Vibração livre com amortecimento de Coulomb (2) O deslocamento angular após seis meio ciclos é dado pela equação (2.120): Assim, a polia para a 0,39734° em relação à posição de equilíbrio do mesmo lado do deslocamento inicial. 2.8 Vibração Livre com amortecimento por histerese 2.8 Vibração Livre com amortecimento por histerese • Força necessária para causar um deslocamento x(t): (2.122) Para movimento harmônico de frequência w e amplitude X: (3.123) 2.8 Vibração Livre com amortecimento por histerese De (2.122) e (2.123): (2.124) No gráfico F por x, a equação (2.124) representa um laço fechado (figura b, mostrada). 2.8 Vibração Livre com amortecimento por histerese A área do laço representa a energia dissipada em um ciclo, e é dada por: (2.125) O amortecimento causado pelo atrito entre dois planos internos que se deslizam à medida que um material se deforma é denominado amortecimento por histerese (ou sólido ou estrutural). 2.8 Vibração Livre com amortecimento por histerese • Esse amortecimento gera um laço de histerese que forma a curva tensão-deformação; • A perda de energia em um ciclo é igual à área do gráfico. • Pode-se então definir uma constante de amortecimento por histerese. 2.8 Vibração Livre com amortecimento por histerese 2.8 Vibração Livre com amortecimento por histerese • A similaridade entre as duas últimas figuras mostradas pode ser usada para a definição da constante de amortecimento por histerese. • Constatou-se experimentalmente que a perda de energia por ciclo independe da frequência e é proporcional ao quadrado da amplitude. 2.8 Vibração Livre com amortecimento por histerese • Para esse comportamento, o coeficiente de amortecimento é inversamente proporcional à frequência: (2.126) Onde: h = constante de amortecimento por histerese; De (2.125) e (2.126): (2.127) 2.8 Vibração Livre com amortecimento por histerese • Rigidez complexa: Considerando a mola e o amortecedor ligados em paralelo (figura), para movimento harmônico geral, x = Xeiwt, a força é dada por: (2.128) De maneira semelhante, para um amortecedor por histerese ligado em paralelo, a relação força- deslocamento fica: (2.129) 2.8 Vibração Livre com amortecimento por histerese Onde: (2.130) é denominada rigidez complexa do sistema e b = h/k é uma constante que indica uma medida adimensional de amortecimento. 2.8 Vibração Livre com amortecimento por histerese • Resposta do sistema Em termos de b, a perda de energia por ciclo é: (2.131) O movimento pode ser considerado aproximadamente harmônico (DW pequeno), e a diminuição na amplitude por ciclo pode ser determinada por equilíbrio de energia. 2.8 Vibração Livre com amortecimento por histerese 2.8 Vibração Livre com amortecimento por histerese • Considerando as energias nos pontos P e Q (separados por meio ciclo): (3.132) 2.8 Vibração Livre com amortecimento por histerese • Nos pontos Q e R: (2.133) Multiplicando (2.132) por (2.133): (2.134) 2.8 Vibração Livre com amortecimento por histerese O decremento logarítmico por histerese é definido como: (2.135) Como o movimento é considerado aproximadamente harmônico: (2.136) 2.8 Vibração Livre com amortecimento por histerese Fator de amortecimento equivalente: (2.137) A constante de amortecimento equivalente fica: (2.138) 2.8 Vibração Livre com amortecimento por histerese • Observe que o método para determinar um coeficiente de amortecimento equivalente só é valido para excitação harmônica. 2.8 Vibração Livre com amortecimento por histerese • Exemplo 2.15: estimativa de constante de amortecimento por histerese Medições experimentais resultam nos dados mostrados na figura; A partir desses dados, estime b e o decremento logarítmico d. 2.8 Vibração Livre com amortecimento por histerese 2.8 Vibração Livre com amortecimento por histerese• Solução: Iguala-se a energia dissipada em um ciclo (área do laço de histerese) a DW da equação (2.127). Cada quadrado da figura equivale a: 100 x 2 N.mm; Área total = ACB + ABDE + DFE = ͂½ (AB)(CG) + (AB)(AE) + ½ (DE)(FH) = ½ (1,25)(1,8) + (1,25)(8) + ½ (1,25)(1,8) = 12,25 quadrados 2.8 Vibração Livre com amortecimento por histerese • Essa área representa: 12,25 x 200/1000 = 2,5 N.m. De (2.127): Xmax = 0,008m Inclinação da curva força deflexão (pela reta OF): k = 400/8 = 50 N/mm; Então: 2.8 Vibração Livre com amortecimento por histerese • E: • Assim: 2.8 Vibração Livre com amortecimento por histerese Exemplo 2.16: Resposta de uma estrutura de ponte com amortecimento por histerese Uma estrutura de ponte é modelada como um sistema com um grau de liberdade com uma massa equivalente de 5 x 105 kg e uma rigidez equivalente de 25 x 106 N/m. Durante um teste de vibração livre, constatou-se que a razão entre amplitudes sucessivas era 1,04. Estime a constante de amortecimento estrutural (b) e a resposta de vibração livre aproximada da ponte. 2.8 Vibração Livre com amortecimento por histerese Solução: Usando a razão entre amplitudes sucessivas, a equação (2.135) dá o decremento logarítmico por histerese (d) como: Ou: 2.8 Vibração Livre com amortecimento por histerese O coeficiente de amortecimento viscoso equivalente pode ser determinado pela equação (2.138) como: Usando os valores conhecidos de rigidez equivalente (k) e da massa equivalente (m) da ponte, a equação (E.1) dá: 2.8 Vibração Livre com amortecimento por histerese A constante de amortecimento crítico equivalente da ponte pode ser calculada pela equação (2.65): Como ceq < cc, a ponte é subamortecida e, por consequência, sua resposta de vibração livre é dada pela equação (2.72): 2.8 Vibração Livre com amortecimento por histerese Onde: E e denotam o deslocamento inicial e velocidade inicial dados à ponte no início da vibração livre. Lista de Exercícios – 2017/02 Exercícios do RAO, 4ª edição em português, capítulo 2: 2.15; 2.62; 2.82; 2.91; 2.113; 2.124
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