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Breve história do Brasil 2

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PERÍODO MILITAR NO BRASIL (64-84) - Breve história do Brasil - Em 1974, teve a criação do Instituto Nacional de assistência médica da Previdência Social (INAMPS), que existia no lugar do SUS e só prestava atendimento médico aos contribuintes da previdência social (carteira assinada). Então, quem não tinha condições de pagar pelo INAMPS ou não trabalhava, acabava sendo marginalizado ou tratado em instituições filantrópicas; muitas vezes de caráter religioso. Gradativamente foi crescente a mercantilização da saúde: a saúde virou um bem a ser comprado. Com essa de “saúde como bem estar a ser comprado” houve muita desassistência a saúde, ou seja, indivíduos fora do mercado de trabalho que não tinham condições de “comprar a saúde como bem estar” e assim acabavam sem assistência. Com essa falta de assistência na saúde começou a haver um declínio econômico pelos inúmeros indicadores sócio-econômicos e insatisfações com os anos de chumbo: desemprego, repressão, mortalidade, marginalização e exclusão de classes sociais. No meio dessa desassistência a saúde, houve uma mobilização social tomada por grande insatisfação e revolta, no qual a questão saúde era predominante, passando a ser um ponto de destaque entre todas as reivindicações populares; reivindicações essas que acarretaram em experiências com padres da teologia da libertação que acabaram se envolvendo nas assistências em saúde, promovendo a possibilidades da clientela mais excluída ser assistida, e os profissionais de saúde começaram a manifestar e se articular, mostrando possibilidades de fazer ações com maior acuidade; E também os Intelectuais acadêmicos das faculdades de medicina social, preventiva e comunitária começaram a se manifestar ao participar de palestras, encontros, escrever, atuar
Em 1986, Sergio Arouca foi uma importante pessoa dentro do movimento sanitário (médico preventivo) na qual se usou pela primeira vez o termo “movimento sanitário” para nomear a mobilização social de pessoas que estavam reivindicando por um novo sistema de atenção a saúde 
O MOVIMENTO SANITÁRIO - O movimento sanitário foi inspirado no movimento italiano de reforma sanitária, que propunha uma política de saúde com caráter universal, de uma concepção ampliada de saúde (não semente no quesito físico, mas a saúde inter-relacionada com outras condições sociais) que se expressasse em termos de direito social, de componente de cidadania. Então, começou-se a pensar que para o indivíduo ter saúde é necessário uma conjunção de fatores que inclui questões politicas, sociais e subjetivas (além do físico)
O movimento sanitário tinha o foco na tentativa de “erradicar as desigualdades sociais” envolvendo uma participação social que tinha como objetivo a “garantia do direito universal à saúde e construção de um sistema único e público”. Mas por traz desse clamor da saúde como direito universal, tinha a questão da redemocratização e a necessidade da participação social dentro da politica. Diante disso começaram a ter encontros de saúde, manifestações que envolviam usuários e partidos políticos. Então o movimento sanitário foi um movimento reivindicatório e político (de fazer política, discussões, embates e conquistar poder, poder de decisão)
Conferência de alma-ata (OMS, 78): durante a conferencia de Alma-ata foi feito um relatório que se priorizasse a atenção primária a saúde para a população carente
O CONCEITO DE SAÚDE - Conceito ampliado de saúde: é entender a saúde como um direito que é a resultante das condições de alimentação, moradia, educação, renda, meio ambiente, transporte, emprego, liberdade, acesso e posse da terra e aos serviços de saúde. Esse modelo é proposto para entender toda alteração dos determinantes sociais, que são implicados no processo de saúde\doença do sujeito
O sistema mais ampliado envolve a necessidade de se pensar em intervenção inter-setorial. 
Se contrapondo ao conceito a. de saúde: Conceito negativo: ausência de doença; Conceito positivo: estado de bem estar físico, mental e social
SAÚDE COLETIVA x SAÚDE PÚBLICA (diferenciação)
Saúde pública – A S. pública dava assistência em saúde para as pessoas (cuidado do público em geral) no período do governo militar. A saúde pública prestada no período militar era institucionalizada\fragmentada e por isso passou a se pensar em outras formas de oferecer assistência para as pessoas; que passou a se chamar SAÚDE COLETIVA 
Saúde coletiva – A saúde coletiva veio junto com o movimento sanitário que propõe mudanças na forma de cuidar, de caráter social, composto da integração das ciências sociais com as politicas de saúde pública. A saúde coletiva identifica variáveis de cunho social, econômico e ambiental que possam acarretar no desenvolvimento de cenárias de epidemia em determinada região. Então, a saúde coletiva foi uma proposta radical de substituir a saúde pública. Mas hoje se usa “saúde publica” de modo genérico. Ela tb possui aplicações dentro da iniciativa privada 
POLÍTICA DE SAÚDE COMO POLÍTICA SOCIAL - Se falarmos saúde enquanto direito universal (dever do estado para proteger o cidadão), ela tem de ser uma politica social, já que envolve ações para minimizar as desigualdades. Então, a saúde esta dentre as politicas sociais. 
Política social: ações permanentes ou temporárias relacionadas ao desenvolvimento, a reprodução e a transformação dos sistemas de proteção social (minimizar as desigualdades). Saúde é um dos direitos inerentes à condição de cidadania (Direitos sociais universais)
VIII CONFERÊNCIA NACIONAL DE SAÚDE 1986 - A VIII conferencia foi um Fórum democrático, com representatividade e um marco do movimento sanitário, no qual reuniu mais de 5 mil pessoas (representantes de usuários, trabalhadores, partidos políticos, movimentos sociais). Nessa conferência foi definido o que se buscaria na constituição de 88
Princípios: Ficou proposto que se pensasse no conceito ampliado da saúde (a saúde como direito social; reconhecimento da saúde como direitos de cidadania e um dever do estado) e não mais naquele conceito de saúde negativo e positivo idealizado; Também passou a se defender o sistema único de saúde, de acesso universal igualitário e descentralizado de saúde
“SAÚDE” NA CONSTITUIÇÃO CIDADÃ DE 88 - “A saúde é um direito de todos e dever do estado, garantido mediante politicas sociais e econômicas que visem a redução do risco de doenças e de outros agravos e ao acesso universal e igualitário as ações e aos serviços para sua promoção, proteção e recuperação”
O conceito de seguridade social inclui contribuintes e não-contribuintes (tem direitos de cidadão) - Reconhecimento de todas as pessoas.
O conceito de universalidade de cobertura 
E o princípio de que é dever do estado garantir a saúde pública social e econômica. Isso implica a articulação de politicas sociais e econômicas e resulta no reconhecimento de que a saúde é resultante de variáveis psicossociais (o reconhecimento da determinação social do processo saúde-doença)
A LEI ORGÂNICA DE SAÚDE (8080 - 8142) cria o SUS - A LOS é composta de duas leis complementares a constituição. A lei 8080 disciplina a descentralização político-administrativa do SUS, enfatizando seu aspecto de gestão e financiamento e regulamentando as condições para promoção, proteção, recuperação e funcionamento do SUS. 
As competências e a atribuição dos 3 níveis de governo – FEDERAL, ESTADUAL, MUNICIPAL (qual é a competência de cada um). 
A lei 8142 regulamenta a participação da comunidade, bem como as transferências intergovernamentais de recursos financeiros
Conceito de sistema - Elementos coexistentes lado a lado e que, convivendo dentro de um mesmo ordenamento, formam um conjunto articulado interdependente. Implica unidade (integração das ações articuladas entre si) e multiplicidade (variedade destas ações). Os sistemas são compostos de vários subsistemas e, por outro lado, integram um sistema maior 
Sistema único de saúde (SUS) - O sistema tem a questão de unidade, no sentido único; único porque tem a integração de açõese dentro dele tem a ideia de ações múltiplas. Ou seja, dentro do sistema único tem ações variadas que se articulam, se integram e são interligadas. São elementos coexistentes (lado a lado) que convivendo dentro de um mesmo ordenamento lógico formam um conjunto interdependente. 
E dentro do sistema único de saúde tem o sistema de saúde suplementar (plano de saúde)
Objetivo - Oferecer assistência a população baseando-se no modelo de promoção, proteção e recuperação da saúde 
PRINCÍPIOS DO SUS
Princípios éticos\doutrinários - diz respeito aos valores
1. UNIVERSALIDADE – É a garantia de acesso de toda e qualquer pessoa, a todo e qualquer serviço de saúde, seja ele publico ou contratado pelo poder público; independente do nível socioeconômico, cor, raça, religião, orientação sexual, situação de emprego
2. EQUIDADE – É a garantia de acesso de qualquer pessoa em igualdade de condição aos diferentes níveis de complexidade do sistema, de acordo com a necessidade do caso, a partir do reconhecimento das particularidades de cada comunidade e\ou indivíduo, em busca da diminuição das desigualdades sociais. É garantir que essa população excluída das informações e de acesso fácil, possa acessar os serviços de saúde 
3. INTEGRALIDADE – É no sentido de que cada pessoa é única, integrante de uma comunidade e por isto ela tem de ser vista como unidade na sua particularidade. Sendo assim, quando se pensa em ações de promoção, proteção e recuperação da saúde, não se pode vê-las de forma fragmentada e sim partir do pressuposto de um ser único (mente, corpo, físico e social) que demanda de ações integradas, que devem ser conjuntas e indissociáveis; formam um todo indivisível e não podem ser compartimentalizadas. As unidades prestadoras de serviço, com seus diversos graus de complexidade, formam também um todo indivisível configurando um sistema capaz de prestar assistência integral
Princípios organizacionais\operativos – diz respeito à prática 
REGIONALIZAÇÃO E HIERARQUIZAÇÃO: Diz respeito aos serviços dispostos em determinada área geográfica, organizados em níveis de complexidade crescente dos serviços. Ou seja, o acesso ao sistema de saúde se da pelo nível primário (hierarquização), alcançando níveis maiores de complexidade em decorrência da necessidade de saúde requisitada em determinada área de abrangência (regionalização)
DESCENTRALIZAÇÃO: é a redistribuição do poder decisório, ou seja, a divisão de responsabilidade quanto à gestão, ao financiamento e execução das ações em saúde de cada esfera de governo em termos federal, estadual e municipal. Em ultima instância ela é chamada de “Municipalização da saúde”, uma vez que se redistribui o poder que estava “centralizado no governo federal” para os municípios fazerem a gestão, distribuição do financiamento e execução de ações. Então, uma boa descentralização funciona como uma municipalização da gestão, financiamento e saúde, que possibilita mais acertos na questão da saúde, uma vez que o gestor municipal conhece melhor os seus problemas
União (ministério da saúde) – é responsável por coordenar os sistemas de saúde de alta complexidade; também é responsável por planejar e fiscalizar o SUS em todo pais. Ela deve investir 12 – 15% dos recursos arrecadados na área da saúde. 
O Estado (secretaria estadual) – É responsável por coordenar os hospitais de referência e gerenciar os locais de atendimentos complexos da região (alta e média complexidade). 12% de sua receita é investida nos municípios que fazem parte dele
Os Munícipios (secretaria municipal) – São responsáveis pela garantia dos serviços de atenção básica e prestação de serviços de baixa complexidade. 15% de sua receita tem de ser investida na saúde
RESOLUTIVIDADE – É capacidade do serviço em resolver o problema ao qual está designado. O serviço deve estar preparado para atender as necessidades dos que o procuram 
PARTICIPAÇÃO SOCIAL– É uma garantia constitucional para a educação, assistência social, saúde e meio ambiente. Na participação social a população exerce um papel deliberativo (tomada decisões) e fiscaliza a elaboração e implementação de políticas públicas de saúde, por meio de instâncias representativas (conselhos de saúde) 
A conferência nacional de saúde é a instância máxima de deliberação. 
Os conselhos de saúde devem ser paritários , ou seja, 50% devem ser usuários do serviço ser saúde, 25% trabalhadores e 25% gestores e tripartites, no sentido de que precisa ter no município, estado e na união (federal)
Problemas 
Os conselhos acabam sendo colonizados por interesses partidários, corporativos e de grupos, ou seja, por pessoas que sabem manejar melhor o poder e acabam abaixando a representatividade dos usuários 
Pouco interesse: exige tempo e disposição e as vezes acaba ficando quem tem pouca representatividade
Dificuldades impostas pela gestão: e o município não pode impedir para que o conselho municipal funcione. Mas acaba não disponibilizando recursos (transporte, computador, telefone)
Desigualdade em termos de argumentação entre representantes
Dentro das possibilidades de recuperação e melhoria dos conselhos de saúde, pode se pensar na necessidade de capacitação constante dos conselheiros; criação de possibilidade de comunicação entre distintas formas de linguagem (da mais simples à mais técnica) 
COMPLEMENTARIEDADE DO SETOR PRIVADO 
O SUS prevê essa possibilidade que possa existir um setor privado coexistente ao sistema público 
Dentro do sistema de saúde existem dois subsistemas: 
1. Público (SUS):
2. Privado: saúde suplementar (planos de saúde) e liberal classivo (particulares autônomos)
82,5% das famílias brasileiras ganham rendimento acima de 5 salários mínimos e possuem planos de saúde
E quando se tem um plano de saúde, se tem uma sobreposição de coberturas, ou seja, indivíduos com plano de saúde são assistidas por dois subsistemas (público e privado), uma vez que o SUS é universal para todos 
ANS é como órgão regulador 
O (não) ressarcimento ao SUS pelas operados

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