Baixe o app para aproveitar ainda mais
Prévia do material em texto
ESCOAMENTOS EM CONDUTOS LIVRES • Ocorrência de condutos livres: • Canais Naturais – Rios – Estuários • Canais Artificiais – Condutos fechados: Circulares, Retangulares, Ovais... – Condutos abertos (escavados): Semi-circulares, Retangulares, Trapezoidais, Triangulares, etc. ESCOAMENTOS EM CONDUTOS LIVRES • Um conduto livre tem como característica principal que a superfície do fluído é livre, sobre a qual atua a pressão atmosférica. • Rios, canais, calhas e drenos são condutos livres de seção aberta. • Tubos são condutos livres apenas quando funcionam parcialmente cheios, como é o caso das galerias pluviais e redes de esgoto. ESCOAMENTOS EM CONDUTOS LIVRES • Apesar da diferença entre o escoamento livre e forçado, os princípios básicos que regem os escoamentos livres são os mesmos daqueles que regem os escamentos forçados. As equações fundamentais são as mesmas: – Equação da continuidade; – Equação da continuidade de movimento; – Equação de energia ESCOAMENTOS EM CONDUTOS LIVRES • Aqueduto Romano no Mediterrâneo, do séc III d.c. ESCOAMENTOS EM CONDUTOS LIVRES • Canal do Panamá (Fonte: Uol) ESCOAMENTOS EM CONDUTOS LIVRES • Canal do Panamá (Fonte: Wikipedia) • Rio Tietê São Paulo, 1998 • Obra de canalização do Ribeirão Anhumas. Campinas, SP. • Fonte: http://www.fec.unicamp.br/~ec517/anhuma s.htm Canal Pereira Barreto (SP) • Canal navegável, com 9.600 m de extensão que interliga o lago da barragem da Usina Hidrelétrica de Três Irmãos, no rio Tietê, ao rio São José dos Dourados, afluente da margem esquerda do rio Paraná e ao reservatório de Ilha Solteira, propiciando a operação de geração de energia integrada. ESCOAMENTOS EM CONDUTOS LIVRES ESCOAMENTOS EM CONDUTOS LIVRES • Seção ou área molhada (Am): seção transversal perpendicular à direção de escoamento que é ocupada pelo líquido. • Perímetro molhado (Pm): comprimento da linha de contorno relativo ao contato do líquido com o conduto. • Largura superficial (B): Largura da superfície líquida em contato com a atmosfera. • Profundidade (y0): É a distância do ponto mais profundo da seção do canal e a linha da superfície livre. • Raio Hidráulico (Rh): É a razão entre a área molhada e o perímetro molhado. • Profundidade hidráulica (yh): Razão entre a área molhada (A) e a largura superficial (B). ESCOAMENTOS EM CONDUTOS LIVRES • Seção transversal de um canal ESCOAMENTOS EM CONDUTOS LIVRES ESCOAMENTOS EM CONDUTOS LIVRES ESCOAMENTOS EM CONDUTOS LIVRES ESCOAMENTOS EM CONDUTOS LIVRES • Exemplo: Calcular a seção, o perímetro molhado e o raio hidráulico para o canal trapezoidal a seguir (talude = 1 : 0,58; b = 1; h = 2) • Resposta • A = h(b + m.h) => A = 2(1+ 0,58.2) = 4,32m2 • P = b + 2.h(1+ m2)^1/2 => P = 1+2x2 (1+0,58^2)^0,5 = 5,62m • R = A/P => R = 4,32/5,62 = 0,77 m. ESCOAMENTOS EM CONDUTOS LIVRES • A distribuição de velocidades não é uniforme na seção transversal de condutos livres devido ao atrito do líquido com o ar e com as paredes do conduto. • As velocidades aumentam da margem para o centro e do fundo para a superfície. ESCOAMENTOS EM CONDUTOS LIVRES • Isótacas: Linhas de igual velocidade Canais artificiais Canais naturais ESCOAMENTOS EM CONDUTOS LIVRES ESCOAMENTOS EM CONDUTOS LIVRES • Equação da Continuidade: em cada seção transversal de um escoamento permanente, o valor da sua vazão (Q) é igual ao valor da área (A) ocupada pelo fluxo, multiplicado pelo valor da sua velocidade média (v) nessa seção: Q (m³/s) = A (m²) x v (m/s) ESCOAMENTOS EM CONDUTOS LIVRES ESCOAMENTOS EM CONDUTOS LIVRES ESCOAMENTOS EM CONDUTOS LIVRES • Os canais possuem declividade de fundo para garantir o escoamento da vazão desejada na velocidade desejada. • Os conceitos relativos à linha piezométrica e a linha de energia são aplicados aos condutos livres de maneira similar aos condutos forçados. ESCOAMENTOS EM CONDUTOS LIVRES • Linhas piezométrica e de carga: ESCOAMENTOS EM CONDUTOS LIVRES ESCOAMENTOS EM CONDUTOS LIVRES ESCOAMENTOS EM CONDUTOS LIVRES • Linhas piezométrica e de carga: – Quanto maior a inclinação de fundo Io, maior a velocidade, menor a energia potencial e maior a energia cinética. – Regime de escoamento permanente uniforme é quando a linha de energia é paralela a linha d’água e ao perfil longitudinal do fundo do canal. – Na transição entre diferentes inclinações, o regime de escoamento é permanente, pois a vazão é constante, mas é variado, pois a vazão permanece constante e a inclinação da linha de água é diferente de Io. ESCOAMENTOS EM CONDUTOS LIVRES ESCOAMENTOS EM CONDUTOS LIVRES • PORTO, R. Hidráulica Básica. Capítulo 7, pgs 221 a 236. Problema 7.1 • Classificar os seguintes escoamentos: – Sarjeta durante uma chuva – Escoamento em um vale após ruptura de uma barragem – Escoamento com vazão constante em canal com seção que amplia na direção do fluxo ESCOAMENTOS EM CONDUTOS LIVRES • Escoamento Permanente Uniforme – O escoamento ou regime é permanente se a velocidade local em um ponto qualquer da corrente permanecer inalterado no tempo, em módulo e direção. Por conseguinte, a profundidade, a área molhada, o perímetro molhado e, etc, tem valor constante ao longo do canal, bem como a vazão é constante. – Nestas condições a linha energética total, a superfície do líquido e o fundo do canal possuem a mesma declividade, ou seja, J = I. ESCOAMENTOS EM CONDUTOS LIVRES • Escoamento Permanente Uniforme: • Regime permanente é quando a vazão é constante no tempo. • Regime uniforme é quando o perfil de velocidades é constante no espaço. ESCOAMENTOS EM CONDUTOS LIVRES • PORTO, R. Hidráulica Básica. Capítulo 7, pgs 221 a 236. Problema 7.1 • Classificar os seguintes escoamentos: – Sarjeta durante uma chuva – Escoamento em um vale após ruptura de uma barragem – Escoamento com vazão constante em canal com seção que amplia na direção do fluxo NÚMERO DE FROUDE CANAIS Canais naturais Canais artificiais Tubulações de esgoto e drenagem pluvial CANAIS • Canais Naturais – A superfície livre pode variar no espaço e no tempo, conseqüentemente os parâmetros hidráulicos (profundidade, largura, declividade, etc.) também podem variar; – Apresentam grande variabilidade na forma e rugosidade das paredes. CANAIS • Canais Artificiais – Canal é prismático: a seção do conduto é constante ao longo de toda a sua extensão. – Canais prismáticos reto: Escoamento permanente e uniforme: características Hidráulicas constantes ao longo do espaço e do tempo. CANAIS A solução de problemas hidráulicos envolvendo canais é mais difícil do que aqueles relativos aos condutos forçados. Nos condutos forçados, a rugosidade das paredes é bem definida pelo processo industrial e pelos materiais utilizados, o mesmo não ocorrendo com os canais naturais e os escavados em terra, onde a incerteza na escolha do coeficiente de rugosidade é muito maior do que nas tubulações. Quanto aos parâmetros geométricos, nos condutos forçados as seções são basicamente circulares, enquanto os canais apresentam as mais variadas formas. CANAIS • As atividades humanas ou os processos hidrológicos definem as vazões a serem transportadas por obras hidraulicas. • Dada a necessidade de transportar determinada vazão, como dimensionarum canal? • Como calcular a velocidade em um canal? • Qual a relação entre geometria, rugosidade, inclinação e velocidade? ESCOAMENTOS EM CONDUTOS LIVRES • Forças atuantes no escoamento piezométrica e de carga: EQUAÇÃO DE RESISTêNCIA CANAIS CANAIS • Mas e esse coeficiente de atrito C? • Precisamos de alguem que “modele” os materiais disponiveis para permitir um dimensionamento adequado! • Manning! • C = (Rh^(1/6))/n – n = rugosidade de Manning HIDRÁULICA • Séc. XVII - Surge a Hidrodinâmica (Newton, Euler, Pascal, Boyle, Leibnitz, Bernoulli) • Séc. XVIII - Grandes progressos da Hidráulica, com base na experimentação - França e Itália (Pitot, Chézy, Venturi) • Séc. XIX - Hidráulicos Práticos: Introdução dos conceitos de velocidade, turbulência e PERDA DE CARGA (Reynolds, Hazen e Poiseuille, Bresse, Weisbach e Darcy) • Séc. XX - Mecânica dos Fluidos (Karman, Nikuradse, Moody, Colebrook, etc.) HIDRÁULICA • Evolução das aplicações da Hidráulica – 3750 a.C – coletores de esgoto na cidade de Nipur (Babilônia); – 691 a.C – primeiro sistema público de abastecimento de água (aqueduto de Jerwan – Assíria); – 450 a.C – drenagem (Grécia); – 250 a.C – parafuso de Arquimedes. – 150 a.C – aquedutos romanos; – 120 a.C – bomba de pistão (HERO); – 1600 – prensa hidráulica (S.Stevin) – Holanda; HIDRÁULICA • Evolução das aplicações da Hidráulica – 1643 – barômetro (E. Torricelli) – Itália; – 1654 – compressor de ar (O. von Gueriche) – Alemanha; – 1664 – tubo de fºfº (J. Jordan) – França; – 1680 – bomba centrífuga (J. Jordan) – França; – 1775 – bacia sanitária (J Brabah) – Inglaterra; – 1846 – manilha cerâmica (Francis) – Inglaterra; – 1867 – tubo de concreto armado (J. Monier) – França; – 1913 – tubo de cimento amianto (A. Mazza) – Itália. CANAIS • Robert Manning: Engenheiro irlandês nascido na Normandia, França, muito conhecido por criação da “fórmula de Manning”. Nascido no ano seguinte ao da batalha de Waterloo, na qual seu pai tinha tomado parte. Mudou para Waterford, Irlanda (1826) onde trabalhou como um contador. Vinte anos depois, durante um ano de muita fome em seu país, conseguiu trabalho na Arterial Drainage Division of the Irish Office of Public Works. Depois de trabalhar durante alguns meses como um desenhista, foi nomeado engenheiro assistente de Samuel Roberts. Dois anos depois (1948) tornou-se district engineer, por sete anos, período em que estudou Traité d'Hydraulique de Aubisson des Voissons, e desenvolveu um grande interesse em hidráulica. CANAIS • Robert Manning: Trabalhou (1855-1869) para o Marquês de Downshire, supervisionou a construção do Dundrum Bay Harbor, na Irlanda, e projetou o sistema de água para Belfast. Depois da morte do Marquês (1869) voltou como assistente do engenheiro principal do Office of Public Works, onde se tornou engenheiro principal (1874) e ficou no cargo até se aposentar (1891). No Office foi responsável pela execução de vários trabalhos de drenagem, de navegação e projetos de portos. Também foi presidente do Instituition of Civil Engineers of Ireland. Apresentou ao ICEI (1889), o paper On o a flow of water in open channels e pipes, no qual apresentava a que viria a ser consagrada como a Expressão de Manning para estudos de escoamentos livres CANAIS • Robert Manning: • Chezy: Q = C.A.((Rh.Io)^(1/2)) • C = (Rh^(1/6))/n – n = rugosidade de Manning • V = (1/n) R2/3 I1/2 • Chezy-Manning: Q = (1/n).A.(Rh^(2/3)).(Io^(1/2)) CANAIS • PORTO, R. Hidráulica Básica. Capítulo 8, pgs 237 a 274. Exemplo 8.2 • Determinar a altura da linha de água em uma galeria pluvial de concreto (n=0,013) de diâmetro 0,8m e declividade de fundo Io=0,004m/m. A vazão é 600L/s e o regime permanente uniforme. CANAIS CANAIS • PORTO, R. Hidráulica Básica. Capítulo 8, pgs 237 a 274. Exemplo 8.2 • Determinar a altura da linha de água em uma galeria pluvial de concreto (n=0,013) de diâmetro 0,8m e declividade de fundo Io=0,004m/m. A vazão é 600L/s e o regime permanente uniforme. CANAIS • Tem-se um canal trapezoidal, executado em concreto não muito liso, com declividade i=0,04%. Determinar qual é a capacidade de vazão em regime uniforme quando a profundidade é igual a 1,90 m. • b=10m e taludes 1:1 CANAIS • Chezy-Manning: – Q = (1/n).A.(Rh^(2/3)).(Io^(1/2)) CANAIS • Na parte central de um canal uniforme muito longo, a leitura do nível d´água em duas réguas limnimétricas dispostas ao longo do trecho e distantes de 1 km indicou as cotas 710,40m e 710,00m. Numa medição de descarga feita com molinete determinou-se a vazão de 123 m³/s. Qual deve ser o Coef. de Manning aplicável a esta seção? • B=18m, y=4m e b=10m CANAIS ARTIFICIAIS • Para escoar uma vazão de 50 m³/s, em região com topografia propícia para um canal com declividade de 0,8%, propõem-se dimensionar um canal retangular de máxima eficiência hidráulica (B=2y), revestido em concreto liso (n=0,015). • Qual a seção desse canal? CANAIS • Chezy-Manning: – Q = (1/n).A.(Rh^(2/3)).(Io^(1/2))
Compartilhar