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RESPONSABILIDADE PENAL: CONCEITO E APLICAÇÕES De acordo com o Código Penal Brasileiro, o delito é resultado de uma ação ou omissão considerada criminosa, ou seja, um fato socialmente nocivo e injusto. É uma ação antijurídica, típica, culpável e punível. Um indivíduo adulto e mentalmente são é imputável e responsável por suas ações, devendo responder por elas, de acordo com as leis vigentes. Do ponto de vista jurídico, a responsabilidade pressupõe no agente, a ação ou omissão, a capacidade de entender o caráter criminoso do fato e a capacidade de determinar-se de acordo com este entendimento. É possível então definir-se a responsabilidade como a existência dos pressupostos psíquicos pelos quais alguém é chamado a responder penalmente pelo crime que praticou. Neste aspecto, dois conceitos importantes são o de responsabilidade e imputabilidade, significando esta a condição psíquica da punibilidade, enquanto aquela designaria a obrigação de responder penalmente ou de sofrer a pena por um fato determinado, pressuposta a imputabilidade. Ao cometer um delito, um indivíduo considerado responsável será submetido a uma pena. Ao inimputável será aplicada uma medida de segurança. Cabe ao perito informar se o indivíduo é mentalmente desenvolvido e mentalmente são. Para averiguar a a capacidade e responsabilidade existem 3 métodos: a) Critério Biológico: para a inimputabilidade, basta a presença de um problema mental representado por uma doença, ou pelo desenvolvimento mental incompleto ou retardado. b) Critério Psicológico: para esse critério, pouco importa se o indivíduo apresenta ou não deficiência mental. Basta se mostrar incapacitado para entender o caráter ilícito do fato ou determinar-se de acordo com esse entendimento. Cabe ao magistrado verificar tal fator. c) Critério Biopsicológico: resulta da fusão dos dois anteriores. Diante da presunção relativa de imputabilidade, conjuga os trabalhos do perito e do magistrado, analisando se, ao tempo da conduta, o agente era capaz de entender o caráter ilícito do fato e determinar-se de acordo com esse entendimento. Este é o método adotado pelo Código Penal, em seu art26. A avaliação pericial A avaliação pericial de um crime será de natureza retrospectiva, procurando identificar o funcionamento mental do autor do delito no momento que este ocorreu. É composta pelos seguintes itens: Identificação: nome completo do acusado, sexo, cor, data de nascimento, naturalidade, nome dos genitores, estado civil, grau de instrução, profissão, procedência. 2. História Criminal, composta por três aspectos: - Denúncia: acusação que consta contra periciando, presente no processo criminal. - Elementos colhidos nos autos: boletim de ocorrência policial e outras informações adicionais sobre fatos ocorridos na denúncia, depoimento da vítima e de testemunhas, outras perícias realizadas que constem no processo, etc. - Versão do acusado aos peritos: relato dos fatos. É importante destacar que neste item o perito não tem compromisso com a verdade, apenas descrevendo aquilo que é narrado na perspectiva do periciando. 3. Anamnese: composta por itens básicos, como história da doença atual (se houver), antecedentes pessoais, familiares e psicossociais. 4. Exame físico e neurológico. 5. Exames complementares, quando forem necessários. 6. Exame psiquiátrico: Examinarão os peritos as diversas funções psíquicas, no momento da avaliação: atitude geral e apresentação, fala e linguagem, pensamento e juízo de realidade, consciência, atenção, orientação, memória, senso, percepção, inteligência, humor, afetividade e vontade. É nesta etapa que podem ser encontradas alterações psicopatológicas indicativas de doença mental ou desenvolvimento mental retardado. 7. Conclusões: Neste item os peritos irão estabelecer se o periciando apresenta uma doença mental ou não.Os peritos irão fundamentar o diagnóstico psiquiátrico, com base no destaque das principais alterações psicopatológicas apontadas no exame psiquiátrico, avaliar a influência da doença mental na capacidade de entendimento e determinação à época do delito, e finalmente estabelecer se há um nexo de causalidade entre a doença e o delito cometido (critério biopsicológico). 8. Resposta aos quesitos: Responderão os peritos aos quesitos do ministério público e da defesa, a respeito da sanidade mental do periciando, utilizando preferencialmente respostas objetivas, do tipo sim ou não. A questão da responsabilidade penal dos indivíduos com transtornos mentais é desafiadora para a justiça criminal, a psiquiatria e a sociedade. A avaliação da responsabilidade penal é de extrema importância, para que se possa ajustar, em cada caso, a aplicação de medidas de segurança e de sanções penais e correcionais adequadas.
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