DIREITO DO TRABALHO INTRODUÇÃO TRABALHO I

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DIREITO DO TRABALHO
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TRABALHO:
Etmologicamente: do latim tripalium. A palavra trabalho decorre de algo desagradável: dor, castigo, sofrimento, tortura.
Por isso era como forma de castigo. Nobres, senhores feudais ou vencedores NÃO trabalhavam porque era considerado castigo.
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1. TRABALHO
1.1. CONCEITO: toda energia física ou intelectual empregada pelo homem, com finalidade produtiva.
Trabalho pressupõe ação, emissão de energia, desprendimento de energia humana, física e mental, com o objetivo de atingir algum resultado.
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1.2. Conceito de Direito do Trabalho:
“complexo de princípios, regras e institutos jurídicos que regulam a relação empregatícia de trabalho e outras relações normativamente especificadas, englobando, também, os institutos, regras e princípios jurídicos concernentes às relações coletivas entre trabalhadores e tomadores de serviços, em especial de suas associações coletivas.” (MGD)
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“É um sistema jurídico permeado por institutos, valores, e princípios dirigidos aos trabalhadores subordinados e assemelhados, aos empregadores, empresas coligadas, tomadores de serviço, para tutela do contrato mínimo de trabalho, das obrigações decorrentes das relações de trabalho, das medidas que visam à proteção da sociedade trabalhadora, sempre norteadas pelos princípios constitucionais, principalmente o da dignidade da pessoa humana. 
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Também é recheado de normas destinadas aos sindicatos e associações representativas; à atenuação e forma de solução dos conflitos individuais, coletivos e difusos, existentes entre capital e trabalho; à estabilização da economia social e à melhoria da condição social de todos os relacionados”. VBC.
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1.3. Características:
a) função de melhoria das condições de vida e trabalho dos empregados subordinados na relação de emprego, ou seja, o tal ramo surge voltado para um dos sujeitos da relação: o empregado;
b) tratamento diferenciado entre os componentes da relação de emprego para busca de isonomia, priorizando-se o empregado;
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c) Tendência a abranger outras formas de trabalho onde o trabalhador se assemelha à condição de subordinado (ex: trabalhador avulso);
d) Interferência estatal na ordem jurídica privada, a fim de se estabelecer uma justiça social, limitando-se a autonomia da vontade das partes por meio de normas de ordem pública irrenunciáveis;
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e) Incentivo à autorregulação das condições de trabalho por meio da negociação coletiva.
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2.FUNDAMENTOS:
O ramo laboral surge como reação ao cenário que se mostrou na Revolução Industrial. É uma reação da classe trabalhadora ocorrida no século XIX contra a utilização sem limites do trabalho humano.
Necessitava-se de um novo sistema legislativo protecionista, intervencionista, em que o Estado deixasse a sua apatia, inercia e assumisse um papel paternalista, objetivando impedir a exploração do homem pelo homem.
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Assim, nasce o Direito do Trabalho com função tutelar, econômica, politica, coordenadora e social.
a) Tutelar: proteger o trabalhador de clausulas abusivas na pactuação do contrato de trabalho.
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b) Econômico: democratizar acesso as riquezas.
c) Coordenadora ou pacificadora: busca harmonizar os conflitos entre o capital e o trabalho.
d) Politica: toda medida estatal coletiva atinge a população e tem interesse público.
e) Social: visa a melhoria do trabalhador e da sociedade como o todo.
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f) Conservadora: em face da imperatividade de suas regras e indisponibilidade do direito, o Estado sufocaria a ação dos trabalhadores e empregadores, congelando-os, impedindo os avanços do Direito do Trabalho.
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3. Divisão (JARP)
3.1. Direito Individual do Trabalho:
Conjunto de princípios e normas atinentes à relação de interesse individual entre empregador e empregado.
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3.2. Direito Coletivo do Trabalho:
Conjunto de princípios e normas atinentes à organização e atuação das representações coletivas de empregadores e empregados e à relação de interesse coletivo estabelecida por meio delas (interesse do grupo).
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3.3. Direito Administrativo do Trabalho:
conjunto de princípios e normas atinentes à relação entre empregador e empregado, de um lado, e o Poder Público, de outro, este no exercício do controle da observância das normas de ordem pública dos outros dois subramos da divisão interna, e da atividade sancionadora de suas transgressões.
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4. Natureza Jurídica: cinco correntes.
 1.Ramo do direito privado: construído sobre o contrato de trabalho;
2.Ramo do direito público: intervenção estatal como expressão de interesse público;
 3.Direito social: novo gênero no Direito. Por amparar os hipossuficientes, em face de seu caráter protetivo e social (Cesarino Jr.)
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4. Direito misto: direito tanto público quanto privado cujas normas coexistem sem divergências.
5. Direito unitário: fusão entre normas de direito público e direito privado, construindo algo novo, inseparável. Para esta corrente não é há só a coexistência entre as normas de direito público e privado, mas a fusão entre estas normas.
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Majoritária: direito privado; fenômeno atual de aproximação dos direitos privado e público, tanto que a base do direito do trabalho hoje se encontra na Constituição da República.
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-Conclusão: preservação da dignidade humana pela consideração do valor social do trabalho em ponderação com a livre iniciativa inerente ao sistema capitalista; contraponto entre o lucro e as pessoas.
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5. DENOMINAÇÃO:
DIREITO OPERÁRIO;
DIREITO INDUSTRIAL;
DIREITO CORPORATIVO;
DIREITO SINDICAL; 
DIREITO SOCIAL;
DIREITO DO TRABALHO: para maioria.
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Orlando Gomes apresenta outras definições de alguns autores: direito novo, direito de classe, novo direito e direito do futuro.
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2. EVOLUÇÃO NO ORDENAMENTO JURÍDICO:
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a) No mundo:
- fase pré-histórica: trabalho escravo, sem liberdade.
-Idade Média: trabalho de artesãos; Corporações de Ofício (extintas com a Revolução Francesa).
-Revolução Francesa: liberdade de contratação, afastamento do Estado, proibição de agremiações de trabalhadores (prevalecia lei do mercado. Sem intervenção do Estado).
- Revolução Industrial (Inglaterra, séc. XVIII) - raiz econômica: melhor retribuição e melhores condições; raiz social: conflito entre capital e trabalho.
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SEC XVIII:
 concentração do operariado nas fábricas;
primeiras reivindicações trabalhistas;
formação da consciência coletiva.
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 SEC XIX:
início da intervenção legislativa (1802, Inglaterra – proibição de trabalho noturno e redução de jornada para 12 horas para menores);
primeiros movimentos associativos;
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primeiras greves organizadas;
interesse participativo da Igreja Católica – Encíclica Rerum Novarum - “coisas novas” - de 1891;
reconhecimento legal dos sindicatos (1875).
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- SEC XX:
. efeitos da 1ª Guerra:
-Tratado de Versalhes – (1919) - instituiu a OIT – Organização Internacional do Trabalho.
- Criação da OIT (1919):
os países que integram a Organização das Nações Unidas são membros da OIT.
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Efeitos da 2ª Guerra:
-explosão tecnológica;
-transformações das grandes empresas;
-reformulação geoeconômica mundial.
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 No Brasil:
-Colonial: corporações profissionais e irmandades religiosas;
- Império: trabalho escravo;
- República Velha:
Constituição de 1891. Garantiu livre exercício de qualquer profissão. Liberdade de associação.
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Desde a Constituição brasileira de 1934, todas passaram a ter normas de direito do trabalho.
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1934:salário mínimo, jornada de oito horas, férias, repouso semanal, pluralismo sindical (autorização para criação, na mesma base territorial, de mais de um sindicato da mesma categoria profissional ou econômica ( Weimar).
1937: expressa a concepção política do Estado Novo.
Restrição ao movimento sindical.
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Enquadramento
de sindicatos em categorias definidas pelo Estado.
Proibição de mais de um sindicato dos trabalhadores na mesma categoria e base territorial.
Proibição da greve (considerada recurso anti-social e noçivo à economia).
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1946: conservou as mesmas diretrizes (não respaldou o direito coletivo do trabalho) – porém:
restabeleceu o direito de greve.
Acolheu princípios liberais na ordem política.
Inclusão da Justiça do Trabalho em órgão do Poder Judiciário.
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1967: exprimiu os objetivos dos governos militares. Introduziu o FGTS – Fundo de Garantia do tempo de Serviço (1966).
1988:valorizou o direito coletivo com a proibição da interferência do Poder Público na organização sindical.
Enumerou direitos individuais dos trabalhadores (art. 7º).
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Leis de organização sindical (1903 e 1907).
Leis trabalhistas e previdenciárias de ferroviários e bancários.
República Nova:
Revolução de 30 e criação da Previdência Social.
CLT: 1943.
Ditadura de 1964: greves no ABC.
Constituição de 1988.
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CLT: 1943. Integrou os trabalhadores no circulo de direitos mínimos e fundamentais para uma sobrevivência digna. Globalizou o conhecimento dos direitos trabalhistas para todos os interessados, principalmente empregados e empregadores.
Membros que participaram da elaboração foram: Arnaldo Sussekind, Dorval Lacerda, Segadas Vianna, Rego Monteiro e Oscar Saraiva.
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Tendências atuais do Direito do Trabalho:
Globalização.
 Flexibilização e Desregulamentação.
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GLOBALIZAÇÃO: é parte de um fenômeno formado pelo neoliberalismo, privatizações, multinacionais, dentre outros elementos que concernem à estrutura e atribuições do Estado e de sua organização política, suas relações internacionais e à ordem socioeconômica nacional e mundial.
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Flexibilização: manutenção da intervenção estatal nas relações trabalhistas estabelecendo as condições mínimas de trabalho, sem as quais não se pode conceber a vida do trabalhador com dignidade, mas, autorizando, em determinados casos, exceções ou regras menos rígidas, de forma que possibilite a manutenção da empresa e dos empregados.
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Desregulamentação: supressão de determinadas normas juridicas pertinentes à regulação das relações de trabalho. Total ausência do Estado na regulação das relações contratuais. Os próprios atores sociais estabelecem as regras aplicáveis.
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Tudo o que um sonho precisa para ser realizado é alguém que acredite que ele possa ser realizado.
Roberto Shinyashiki