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AULA 9

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Aula 09: A Dança no Contexto Escolar
Você sabia que, ao longo do tempo, a linguagem da dança tem lugar de destaque no campo das produções artísticas e na vida cotidiana de diferentes povos, em contextos e épocas distintos?
A expressão através da dança é uma necessidade do homem, desde tempos remotos, e caracteriza-se por ser um fato social. Diferentes temas e situações vividas pelo homem são reapresentados simbolicamente nas manifestações da dança.
A dança é uma das primeiras manifestações simbólicas do ser humano.
Mesmo com algumas transformações sofridas por influências sociais de diferentes épocas e contextos, muitas formas de manifestação da dança foram preservadas pelo homem. Elas continuam a fazer parte do repertório repertório artístico e cultural que temos acesso nos dias de hoje e são reapresentadas em forma de espetáculo, ritual, celebração etc.
Fato social
Segundo Porcher (1982, p.163), ao herdar as características de uma época, a dança “reflete os desejos, as alegrias, as esperanças, os receios, de um determinado período dessa época”.
Primeiras manifestações simbólicas
O homem primitivo expressava seus medos e louvores pelo movimento corporal e dançava evocando os deuses, preparando-se para rituais ou agradecendo suas conquistas na caça, na guerra, na colheita ou com outros fins.
No contexto social atual, a dança ganha novos e diversos fins, tais como: lazer, educação, terapia, ritual, celebração religiosa, manifestação popular, cerimonial, dentre outros.
Novos caminhos de conhecimento e criação
Como diz Klauss Vianna (2005, p.112), “a dança não significa reproduzir apenas formas. A forma pura é fria, estática, repetitiva. Dançar é muito mais aventurar-se na grande viagem do movimento que é a vida.”
Como manifestação artística no contexto educacional, a dança é um vasto campo a ser explorado como caminho de construção de conhecimento, de exercício de consciência corporal, de desenvolvimento da capacidade de criação, de imaginação e de expressão criadora.
Através da linguagem da dança, é possível compreender a estrutura e o funcionamento corporal, investigar as potencialidades do corpo em movimento situado no tempo e no espaço e criar caminhos para a construção da autoimagem e da percepção do outro, que são aspectos fundamentais para o crescimento individual e coletivo.
No contexto escolar, as manifestações da dança ganham variadas versões e são construídas a partir de diferentes propostas apresentadas pelos educadores. A atitude do educador e suas concepções em relação ao processo de ensino-aprendizagem da dança são essenciais para a definição do trabalho.
Definição do trabalho
Este pode ser construído de forma a facilitar a livre expressão, a atenção e a concentração, sem a perda do caráter lúdico e prazeroso da experiência do corpo em movimento que se expressa através da dança.
Entenda o surgimento das primeiras formas de ensino da dança.
As primeiras formas de ensinar dança surgiram na civilização ocidental, no final do século XII, nas cortes feudais, com a presença dos artistas trovadores que, com a intenção de divertir a corte, ensinavam os nobres feudais a dançar.
Em princípio, a dança é uma arte de tradição oral, transmitida de geração em geração, através da observação e imitação, numa dinâmica onde o professor/adulto transmite no fazer ao aluno/criança os gestos, passos e movimentos.
Dessa forma, muitas tradições dançadas foram repassadas e mantidas durante décadas, com o recurso da transmissão oral de técnicas e estéticas.
Tradição oral
O retorno ao tempo do reinado de Luís XIV nos revela que a tradição oral permanece no contexto das manifestações de dança popular, mas a profissão do “professor de dança” surge na corte. Nesse período, a dança clássica da corte e as artes do espetáculo são incentivadas. A dança codificada e com regras definidas, de acordo com o gosto dominante, passa a ser ensinada por mestres contratados para ensinar a nobreza (Strazzacappa, 2001).
No cenário atual, é possível observar que concepções da dança com técnicas fechadas foram preservadas até os dias de hoje. Porém, também, é possível constatar que transformações ocorreram nas formas de ensinar e aprender dança que refletem as influências da Dança Moderna e Contemporânea no campo da educação.
O educador que constrói sua proposta de trabalho levando em consideração essas influências, amplia seu campo de ação e atua muito mais como um facilitador e mediador da experiência do aluno e de suas descobertas em relação à expressividade e livre criação.
Desta forma, este profissional está mais preocupado em possibilitar ao aluno sua aproximação e reflexão sobre a linguagem da dança como caminho para o conhecimento sobre si mesmo, sobre o outro e sobre a vida: “o que interessa como conteúdo da dança escolar são os elementos da linguagem criativa por meio do movimento” (Strazzacappa, 2001, p.47).
Conheça informações sobre a dança no contexto educacional brasileiro.
A música e a dança são linguagens marcantes da cultura brasileira e através das manifestações artísticas desse campo da arte somos reconhecidos e valorizados mundialmente. 
A dança e a música fazem parte do nosso dia a dia de diferentes formas: nas festas populares, nos rituais religiosos, nas atividades sociais, de lazer etc.
A ampliação das experiências com a linguagem da dança, que os alunos já trazem como experiência de vida para o contexto escolar, deve ser um objetivo central do trabalho pedagógico desenvolvido na escola.
Além do contato com os elementos básicos da dança e de suas diversas formas de manifestação, as aulas devem possibilitar que os alunos se expressem com o corpo, descobrindo suas potencialidades expressivas e criando formas simbólicas representadas no tempo e no espaço, através do corpo em movimento.
Em uma concepção de ensino-aprendizagem de dança, inspirada nas contribuições da Dança Moderna e Contemporânea, a função do professor é de mediar o processo de criação e produção do aluno, estimulando-o a pesquisar movimentos próprios.
A interferência do professor no processo de ensino-aprendizagem da dança deve favorecer a reinvenção do gesto, a busca da harmonia com o próprio corpo e a pesquisa de uma dança pessoal, e não a repetição do aluno de um vocabulário preestabelecido ou estereotipado. 
Para tal, é preciso investir na construção de uma relação professor/aluno que favoreça a investigação sobre a linguagem corporal e o conhecimento da estrutura desse corpo e de suas potencialidades e limites.
Professor  
Segundo Ruiz (2008, p.22), o papel do professor de dança nessa concepção é de instigar e mediar “a exploração da capacidade de transformação voluntária do gesto, dotando-o de uma dimensão artística e estética”.
O domínio da técnica não é o objetivo central da proposta, mas o caminho é o instrumento facilitador para que o aluno possa desenvolver a percepção de seu corpo no espaço e as possibilidades de movimento, de criação e de ritmos. 
De acordo com o pensamento de Klauss Vianna (2005, p.73), “a técnica na dança tem apenas uma finalidade; preparar o corpo para responder à exigência do espírito artístico.”
Esta concepção de ensino-aprendizagem da dança está distante das propostas mais tradicionais, nas quais a função do professor é a de reproduzir passos pré-definidos. Estes passos devem ser imitados pelos alunos, com ênfase no domínio da técnica e na repetição dos movimentos.
Propostas mais tradicionais
Na proposta tradicional, os movimentos próprios criados pelos alunos não são explorados nem valorizados. A eles cabe apenas copiar os movimentos reproduzidos pelo professor, procurando encaixar seu corpo e movimento de acordo com o modelo apresentado e codificado por ele.
Uma proposta pedagógica de dança na escola deve ser construída a partir da observação das características dos alunos, de seu desenvolvimento motor e suas habilidades pessoais.
Segundo os PCNs de Arte (2001, p.68), o planejamento do professor deve ter como objetivos “estimular a pesquisa consciente a fim de ampliaro repertório gestual, capacitar o corpo para o movimento, dar sentido e organização às suas potencialidades”. 
Além disso, deve “estimular o aluno a conhecer ritmos – corporais e externos -, explorar o espaço, inventar sequências de movimento, explorar sua imaginação, desenvolver seu sentido de forma e linha e estimular sua relação com os outros alunos buscando dar forma e sentido às suas pesquisas de movimento”.
Dessa forma, podem ser explorados e trabalhados as noções de espaço, tempo, peso, ritmo e fluência como elementos básicos da linguagem criativa da dança por meio do movimento corporal.

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