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EXMO SR. DR. JUIZ DE DIREITO DA VARA CÍVEL DA COMARCA DA CAPITAL/RJ
JOÃO DA SILVA, brasileiro, casado, motorista, RG nº... , inscrito no CPF/MF sob o nº..., residente e domiciliado na Rua Maria Eugênia, nº 00, bairro Pavuna, cidade de Rio de Janeiro/RJ, CEP nº 00.000-000., vem a V.Exa, por seu advogado infra-assinada (Doc. X), com endereço profissional na Rua Mercúrio, nº 00, bairro Pavuna, cidade de Rio de Janeiro/RJ, CEP nº 00.000-000 , para os efeitos do art. 39, I, do CPC, propor,
AÇÃO DE OBRIGAÇÃO DE FAZER C/C COM RESSARCIMENTO DE DANOS E DANO MORAL
Com pedido de TUTELA ANTECIPADA.
Em face de UNIMED, inscrita no CNPJ nº0000000, com endereço comercial localizado na Rua do Ouvidor , n° 161, Centro, Rio de Janeiro, CEP.: 42.163.881/0001-01 pelos fatos e fundamentos que passa a sumariar.
DA GRATUIDADE DE JUSTIÇA
Nossa Constituição assegura às pessoas o acesso ao Judiciário, senão vejamos: 
“CF/88 – Art. 5º - LXXIV - o Estado prestará assistência jurídica integral e gratuita aos que comprovarem insuficiência de recursos”.
Neste caminho a Lei 1.060/50 garante a assistência judiciária à parte processual, verbis:
“Art. 4º. A parte gozará dos benefícios da assistência judiciária, mediante simples afirmação, na própria petição inicial, de que não está em condições de pagar à custa do processo e os honorários de advogado, sem prejuízo próprio ou de sua família”.
Verifica-se, pois, do cotejo dos dispositivos legais acima transcritos, com a declaração de hipossuficiência financeira, que a promovente tem direito e requer os benefícios da JUSTIÇA GRATUITA, pois não possui condições para, sem o prejuízo de sua manutenção e de sua família, arcar com as custas do processo.
DA TUTELA ANTECIPADA
Em sede de tutela antecipada pretende o Autor que o procedimento cirúrgico seja realizado o mais rápido possível, a fim de evitar maiores prejuízos e complicações ao estado de saúde de João
DA AUDIÊNCIA DE CONCILIAÇÃO
	Em virtude de seu debilitado estado de saúde, o autor requer que NÃO exista designação de audiência de conciliação, em função do princípio de celeridade processual.
DOS FATOS
JOÃO DA SILVA realizou em 13/09/2015 uma cirurgia, tendo em vista que sofreu um acidente que gerou graves problemas de coluna. Nessa cirurgia, foi necessário o uso de próteses e materiais específicos para o caso de José.
Após o período de repouso e a recuperação da cirurgia, José, caminhando pelas ruas de seu bairro, tropeça e cai. Sentindo fortes dores, ele vai ao hospital, onde é informado que sua prótese foi deslocada de lugar e que estava pressionando o seu esôfago. O acidente de José trouxe diversas consequências ao quadro dele, que passou a ter dificuldades para se alimentar e enjoos constantes. 
Nessa situação, João procurou um médico que avalia sua situação e informou a necessidade de realização de outra cirurgia para a correção do problema e a consequente troca da prótese. Além disso, o médico explicitou que para a cirurgia havia a necessidade de materiais específicos (marca e tamanho), sem os quais o procedimento não poderia ser realizado com sucesso.
Após o ocorrido, o autor tentou contato por e-mail e telefone com o plano de saúde, pleiteando o material designado pelo médico e a autorização para a realização do procedimento cirúrgico. Durando um longo mês, João não obteve nenhuma resposta ou justificativa da Unimed, que todas as vezes prometeu entrar em contado novamente e não o fez.
João da Silva tem 63 anos e tornou-se totalmente dependente diante dessa situação. Seu estado clínico tem se agravado dia após dia, com dores e enjoos cada vez mais intensos. Após diversas tentativas, a Unimed recusou a liberação para o procedimento cirúrgico sob a justificativa de que o cliente poderia conviver com a prótese fora do lugar e que o procedimento não era de natureza essencial.
Diante do que ora relata, o Autor encontra-se em estado de saúde grave. Nesses termos esperam que lhes seja concedida a tutela jurisdiciona, para que os prejuízos sofridos sejam sanados, através da devida reparação.
DO DIREITO
	Inicialmente, é fundamental esclarecer que os contratos celebrados pelos planos de saúde são classificados pela legislação pertinente como contratos de consumo segundo o CDC (Código de Defesa do Consumidor - Lei 8.078/90), conforme Súmula 469 do STJ. Por essa ótica, o contratante/Autor é classificado como consumidor nos moldes dos art. 2° do CDC e a empresa de saúde/Requerida, o fornecedor pelo que dispõe o art. 3° do mesmo dispositivo. 
A recusa ao procedimento feita pelo requerido é infundada, tendo em vista que os planos de saúde não podem negar atendimento para tratamentos de doenças, com exceção do rol taxativo nos casos em que o artigo 10 da Lei 9656/98 sustenta, o que não figura no caso em tela. 
Art. 10. É instituído o plano-referência de assistência à saúde, com cobertura assistencial médico-ambulatorial e hospitalar, compreendendo partos e tratamentos, realizados exclusivamente no Brasil, com padrão de enfermaria, centro de terapia intensiva, ou similar, quando necessária à internação hospitalar, das doenças listadas na Classificação Estatística Internacional de Doenças e Problemas Relacionados com a Saúde, da Organização Mundial de Saúde, respeitadas as exigências mínimas estabelecidas no art. 12 desta Lei, exceto:
I - tratamento clínico ou cirúrgico experimental
II - procedimentos clínicos ou cirúrgicos para fins estéticos, bem como órteses e próteses para o mesmo fim
III - inseminação artificial
IV - tratamento de rejuvenescimento ou de emagrecimento com finalidade estética
V - fornecimento de medicamentos importados não nacionalizado
VI - fornecimento de medicamentos para o tratamento domiciliar
VII - fornecimento de próteses, órteses e seus acessórios não ligados ao ato cirúrgico
VIII - (Revogado conforme determinado na Medida Provisória nº 2.177-44, de 24.8.2001, DOU 27.8.2001, em vigor consoante o disposto na Emenda Constitucional nº 32, de 11.9.2001, DOU 12.9.2001)
IX - tratamentos ilícitos ou antiéticos, assim definidos sob o aspecto médico, ou não reconhecidos pelas autoridades competente
X - casos de cataclismos, guerras e comoções internas, quando declarado pela autoridade competente.
Analisando os artigos acima transcritos, observa-se que no inciso II, do artigo 10, está previsto que não cabe o procedimento cirúrgico, bem como próteses e órteses para fins estéticos, o que não se aplica no caso em análise. 
Do Dano Material
Conforme se verifica dos documentos anexos, o Autor tem se utilizado de medicação constante para o alívio dos sintomas e dores. Além disso, diante da sua situação, foi necessário a contratação de uma pessoa para a prestação de cuidados ao Autor, que não consegue locomover-se. Até o presente momentos os gastos com medicação e salário estão em aproximadamente R$10.000,00 (DEZ MIL REAIS), conforme comprovantes em anexo (Doc X).
Do Dano Moral
A conduta da ré no caso em tela infringe todas as regras básicas e princípios que regem não somente o Código de Defesa do Consumidor, mas todo o ordenamento jurídico pátrio, demonstrando claramente seu desrespeito e descaso para com os consumidores e as normas legais que os protegem.
Determina o Código de Defesa do Consumidor, em seu artigo 6º, ser direito básico deste, dentre outros, a proteção contra práticas e cláusulas abusivas ou impostas no fornecimento de produtos e serviços (inciso IV) e a efetiva prevenção e reparação de danos patrimoniais e morais que lhe forem impingidos (inciso VI).
Pelo evidente dano moral que está provocando a ré, é de se impor a devida e necessária condenação, data venia, com arbitramento de indenização ao autor, que vem sofrendo injustamente com os abusos e desmandos da empresa. 
	Ressalve-se que a importância de uma sentença condenatória cujo quantum seja elevado traz benefícios não só ao caso concreto, mas a toda sociedade, na medida em que coibir a ré de reincidir a conduta lesiva em casos semelhantes, atuandoassim o dano moral no caráter punitivo-pedagógico que lhe deve ser conferido. . Nesse sentido, acolheu o Tribunal de Justiça a alegação de existência de dano moral, verbis:
CIVIL E CONSUMIDOR. AÇÃO DE OBRIGAÇÃO DE FAZER.PLANO DE SAÚDE. NEGATIVA DE AUTORIZAÇÃO DE PROCEDIMENTO CIRÚRGICO. RECUSA INJUSTIFICADA. DANOS MORAIS. 1. Na relação jurídica entre operadora de plano privado de saúde e respectivo membro-segurado, o ordenamento jurídico brasileiro impõe interpretação mais benéfica à parte que se apresenta vulnerável. Código de Defesa do Consumidor. 2. Comprovada a necessidade de submissão do beneficiário de plano de saúde a procedimento cirúrgico, deve o Plano de Saúde contratado oferecer cobertura completa para o tratamento. 3. A comprovada recusa injustificada do plano de saúde em assistir o beneficiário ultrapassa o mero inadimplemento contratual, ensejando a reparação civil da lesão perpetrada, a título de danos morais. Precedentes. 4. Mostra-se suficiente, para fins de reparação por dano moral, a ocorrência do fato descrito, sendo desnecessária a demonstração da dor espiritual experimentada, pois o dano opera-se in re ipsa. 5. A quantia arbitrada, a título de danos morais, deve remunerar os transtornos sofridos, bem como evitar equívocos dessa natureza. 6. Negou-se provimento ao apelo.
(TJ-DF - APC: 20140110580224 DF 0014173-69.2014.8.07.0001, Relator: FLAVIO ROSTIROLA, Data de Julgamento: 17/12/2014, 3ª Turma Cível, Data de Publicação: Publicado no DJE : 26/01/2015 . Pág.: 475)
Observe-se que o dano moral está configurado na medida em que o Autor teve sua liberação para procedimento cirúrgico negada sem justificativa plausível, permanecendo com sua saúde prejudicada. Ademais a parte Ré agiu com descaso e insensibilidade com seu José. 
DA INVERSÃO DO ÔNUS DA PROVA
	Partindo do pressuposto de ser o Consumidor a parte hipossuficiente nesta relação, e pelo fato de ser mais fácil para a Requerida fazer prova de suas alegações, devido a tecnologia e organização que possui, pugna-se, Vossa Excelência, pela aplicação do artigo 6º, VIII do Código de Defesa do Consumidor, o qual dispõe, “a facilitação da defesa de seus direitos, inclusive com a inversão do ônus da prova, a seu favor, no processo civil, quando, a critério do juiz, for verossímil a alegação ou quando for ele hipossuficiente, segundo as regras ordinárias de experiências”. 
DOS PEDIDOS
Diante de todo o exposto, requer a V.Exa.
Concessão de tutela antecipada para a realização do procedimento cirúrgico;
Concessão da gratuidade de justiça;
Citação das Rés para responder a presente sob pena de revelia;
Citação das testemunhas Carlos Alberto Ferreira, Dr. Claudio de Castro e Cleusa Dias
Seja concedida a inversão do ônus da prova;
Seja a Ré condenada ao ressarcimento pelo dano material no valor de R$ 10.000,00, devidamente corrigido, acrescidos os valores gastos nos meses subseqüentes, até que o problema seja solucionado;
Seja a Ré condenada ao pagamento de R$ 20.000,00 referente aos danos morais suportados pelo autor
 Protesta pela produção de todas as provas admitidas em Direito, dentre elas, prova documental, documental suplementar, testemunhal, depoimento pessoal, perícia técnica, entre outras.
Dá-se a causa o valor de R$ 30.000,00
Nestes termos,
Pede juntada.
Rio de Janeiro, 20 de janeiro de 2016.
ANA CLARA ARRUDA DE CARVALHO
(OAB/RJ n° 0000000)
JOÃO DA SILVA
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