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Resumo de Administrativo ATOS ADM

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Direito Administrativo - 3º Bimestre
Distinção entre ato e fato:
Ato: envolve conduta humana.
Fato: acontecimento natural que independe da vontade do homem ou apenas depende dela indiretamente. 
Fato jurídico: fato que encontrar previsão na norma.
Fato administrativo: gera conseqüências/efeitos jurídicos no direito administrativo. Ex: morte de um funcionário, decurso do tempo acarreta prescrição administrativa.
Fato de administração: é um fato jurídico, quando o fato não produz qualquer efeito jurídico no direito administrativo, pode trazer conseqüências para outros campos do direito menos no administrativo.
Exemplo: Acidente aéreo resultou em 5 vitimas fatais, ANAC esta investigando a causa do acidente. Fato administrativo pois a ANAC está investigando
	Ato da administração
	Ato administrativo
	É gênero, todo ato praticado no exercício da função administrativa
	Uma das espécies, abrange determinada categoria de atos praticados no exercício da função administrativa, a administração deve estar em supremacia
Atos:
Atos de direito privado: A administração pratica atos em equivalência com particular (situação de igualdade), não é ato administrativo. Ex: contratos de compra e venda comum (até 4.000 pode ser oral), locação regido pela lei do inquilinato
Contratos administrativos, são bilaterais (não são administrativos propriamente ditos) em que a administração está em posição de supremacia em relação ao particular.
Atos materiais da administração, é a mera execução. Ex: demolição de um prédio, apreensão de mercadoria.
Atos de conhecimento, opinião, juízo ou valor. Ex: atestado, certidões, pareceres, comprovação de idoneidade moral.
Atos políticos sujeitos a regime jurídico constitucional, são editados pelo governo e não administração em sentido estrito.
Os atos normativos da administração pois são gerais e abstratos. Ex: regulamentos, regimentos, instruções, portarias etc. 
Atos administrativos propriamente ditos
Conceito: segundo Maria Sylvia ato administrativo propriamente dito pode ser conceituado como a manifestação de vontade do Estado ou de quem lhe faça as vezes, sujeito a regime jurídico de direito público, que produz efeitos jurídicos imediatos, submetendo-se a lei e ao controle do poder judiciário.
Explicação: 
O ato precisa ser uma declaração de vontade, se o ato for apenas mecânico e sem vontade será um ato material. 
Estado em sentido lato, pelo executivo além do legislativo e judiciário em suas funções atípicas, "quem lhe faça as vezes" pessoas que desempenham determinadas atividades em nome do Estado.
Sob regime jurídico de direito público: direito público administrativo constitucional.
Todo ato produz efeitos imediatos, que são os seguintes: aquisição, transformação ou extinção de direitos (ATE). Ex: dirigir veiculo automotor por preenchimento dos requisitos (adquire o direito), cassação da carteira (extinção), carteira provisória que passa a ser definitiva (transformação).
Sujeitam-se a leis (todo ato é editado com base na lei), o judiciário controla os atos administrativos (mediante provocação).
Os atos administrativos fazem coisa julgada? Não, sendo a jurisdição una, nenhuma lesão ou ameaça de direito é afastada da apreciação do judiciário.
Atributos do ato: (cai na prova) atributos são qualidades (características) que os atos possuem.
Autoexecutoriedade: a administração expede seus atos e decisões e os executa, independentemente de prévia autorização do poder judiciário.Se divide em: Podem ser aplicados meios diretos e indiretos.
	Exigibilidade
	Executoriedade
	meios indiretos de coerção
	Meios diretos de coerção.
	Deve estar definida na lei
	Podem ser utilizados independente de previsão legal para atender situação emergente que ponha em risco a segurança, saúde ou interesse da coletividade
	Ex: multa.
	Ex: dissolução de reunião que ponha em risco a segurança de pessoas e coisas, interdição de uma fábrica que polui meio ambiente.
Tipicidade: o ato administrativo deve corresponder a figuras definidas previamente pela lei como aptas a produzir determinados resultados (para cada finalidade que a administração pretende alcançar existe um ato definido em lei). 
Trata-se de decorrência do principio da legalidade.
A tipicidade só existe com relação aos atos unilaterais; não existe nos contratos pois com relação a eles há a necessidade de aceitação do particular e também nada impede que as partes convencionem um contrato inominado. Ex: calamidade pública.
Imperatividade: é o atributo pelo qual os atos administrativos se impõem a terceiros independentemente de sua concordância, é o que Renato Alessi chama de "poder extroverso" (é sinônimo de imperatividade, significa imposição da vontade do Estado independente de aceitação do particular).
A imperatividade existe apenas naqueles atos que impõem obrigações; quando se trata de ato que confere direitos solicitados pelo administrados ou de atos apenas enunciativos, esse atributo inexiste. Ex: uma multa é imperativa (há ônus e sanção ao administrado) mas licença para direito de dirigir automotor (CNH) não é imperativa (apenas admite determinada situação como verdadeira).
É esse atributo que distingue os atos do direito público e do direito privado, um ato do direto privado não pode ser imposto coercitivamente pois não tem atributo da imperatividade. 
Presunção de legitimidade e de veracidade dos atos administrativos: embora se fale em presunção de legitimidade ou de veracidade como se fossem expressões sinônimas, em realidade, as duas podem ser desdobradas por abrangerem situações diferentes, a presunção de legitimidade diz respeito a conformidade do ato com a lei; em decorrência desse atributo, presumem-se que os atos foram editados observando o principio da legalidade. A presunção de veracidade diz respeito aos fatos; em decorrência desse atributo, presumem-se verdadeiros os fatos alegados pela administração.
Efeitos que decorrem da presunção de veracidade (só dela):
Enquanto não decretada a invalidade do ato pela própria administração (de oficio ou por provocação) ou pelo judiciário (por provocação) ele produzirá efeitos da mesma forma que o ato válido, devendo ser cumprido, salvo se o ato for manifestamente ilegal. 
O judiciário não pode apreciar ex officio a validade do ato; para isso ele depende de provocação do administrado
A presunção de veracidade inverte o ônus da prova (o administrado precisa provar o fato, a realidade); é errado afirmar que a presunção de legitimidade produza esse efeito, uma vez que, quando se trata de confronto entre o ato e a lei não há matéria de fato a ser produzida. 
Como provar a veracidade: pede-se determinados atos da administração mas não administrativos, por meio de atestado, certidão, parecer.
	
Elementos: também são chamados como requisitos dos atos. Se um deles não estiver presentes o ato é inexistente.
1. Sujeito ou Competência (sinônimos): conjunto de atribuições das pessoas jurídicas, órgãos e agentes fixada pelo direito positivo. Mostra a prerrogativa que a administração tem de editar um ato dada pela norma, o ato somente pode ser editado por quem tem competência para tanto.
A competência deve ser específica do sujeito, do contrário o ato será inválido. Ex: um agente de trânsito no município de SBC substitui outro em SA, sem autorização, é diferente se o superior hierárquico determina a substituição.
É necessária a capacidade civil do agente para a validade do ato, nesse caso o ato pode ser nulo ou anulável. 
Pode ser observada sob três prismas: Competência do ente (pessoa jurídica), de cada órgão e dos agentes.
Regras que se aplicam a competência:
A competência é sempre dada pela lei (ou norma);
A competência é inderrogável, seja pelo próprio agente, órgão ou pelo ente;
A competência pode ser objeto de delegação ou de avocação, desde que não seja exclusiva (o superior transfere ao subordinado certas atribuições, avocação ocorre quando o superior chama para si atribuições de subordinado).2. Objeto ou Conteúdo: efeito jurídico imediato que o ato produz. Ex: demissão do servidor desidioso (a perda do vínculo, desligamento), desapropriação (perda da propriedade), multa (é a sanção pecuniária).
Maria Sylvia: 
Objeto lícito: deve estar em consonância com a lei
Possível: Realizável no mundo dos fatos e do direito
Certo: definido quanto ao destinatário, aos efeitos, ao tempo e ao lugar.
Moral: Deve estar em conformidade com a ética, a boa-fé, os bons costumes, a honestidade, justiça, lealdade.
Classificação de Maria Sylvia: 
Objeto natural:é o efeito jurídico que o ato produz, sem necessidade de expressa menção; ele decorre da própria natureza do ato, tal como definido na lei. 
Objeto acidental: é o efeito jurídico que o ato produz em decorrência de cláusulas acessórias, acrescidas ao ato pelo sujeito que o pratica; ele traz alguma alteração no objeto natural; compreende o termo, o modo/ encargo e a condição. 
Termo: indica-se o dia em que inicia ou termina a eficácia do ato. Ex: data da demissão.
Modo/encargo: é o ônus/obrigação imposto o destinatário do ato. Ex: concede alvará se fizer isolamento acústico ao estabelecimento em área residencial.
Condição: é a cláusula que subordina o efeito do ato a evento futuro e incerto; pode ser:
 suspensiva, quando suspende o inicio da eficácia do ato
resolutiva que quando verificada faz cessar a produção de efeitos jurídicos do ato.
3. Forma: Forma pode ser escrita, oral, gestual, por sinal gráfico, luminoso e sonoro. Ex: placa de transito, semáforo. 
	Estrita ou restrita: 
	Ampla:
	Forma é a exteriorização do ato, é o modo pelo qual a declaração de vontade da administração se exteriorizam
Pode ter a forma escrita ou oral: de decreto, portaria, resolução etc.
Considera-se cada ato isoladamente
Haverá nulidade se a lei exige forme escrita e o ato é praticado verbalmente
	Forma é a exteriorização do ato e também as formalidade que precedem e sucedem o ato, desde que prevista em lei para sua validade
A lei prevê as formalidades necessárias
Considera-se o ato dentro de um procedimento
Haverá nulidade se a lei exige processo administrativo e ele não é observado (por exemplo, processo disciplinar para a demissão de um funcionário)
	A inobservância da forma e também do procedimento produzem o mesmo resultado, a ilicitude do ato.
Exemplo: Ato de demissão do servidor desidioso se dá por uma decisão por escrito e o processo administrativo disciplinar, que possui diversas fases: instauração, instrução , defesa, decisão. Observando o procedimento todo, trata-se da forma em sentido amplo, olhando apenas para cada ato isolado, trata-se da forma em sentido estrito
Maria Sylvia distingue as formas essenciais da não essenciais: 
Essenciais: quando a lei determina que a forma deve ser de tal modo.
Não essenciais: a lei dá liberdade para a administração praticar o ato do modo como achar melhor. 
4. Finalidade efeito mediato que o ato produz, a finalidade vem como conseqüência do objeto. É o resultado último que a administração quer alcançar. Ex: na desapropriação, é a transferência da propriedade para o poder público.
A Maria Sylvia distingue entre finalidade em:
	Sentido Amplo
	Sentido restrito
	A finalidade corresponde a concepção de um resultado de interesse público. Ato administrativo tem sempre uma finalidade pública
	A finalidade é o resultado específico que cada ato deve produzir, conforme definido explicita ou implicitamente em lei. 
	Motivo
	Finalidade
	Antecede a prática do ato, aos fatos e circunstâncias que levam a administração a praticar o ato. Ex: interdição de farmácia é vender medicamento controlados sem receita.
	Sucede a prática do ato, corresponde a algo que a administração quer alcançar com a sua edição. Ex: finalidade da multa é o caráter educativo.
5. Motivo: são as razões de fato e de direito (são as circunstâncias fáticas) que levam a administração a praticar o ato. O motivo difere da motivação uma vez que esta é a exteriorização dos motivos feita por escrito. Ex: Multa (ter ultrapassado a velocidade), tombamento (o bem tem algum valor).
Discricionariedade e vinculação
Discricionariedade possibilidade que a administração tem de escolher a melhor solução para resolver o caso concreto. Em regra, a discricionariedade está prevista na lei. 
Ex: demissão do servidor desidioso (feito por comissão/diretor, desligamento dos quadros da administração, por escrito com publicação no D.O, a finalidade é a vacância do cargo, mas o motivo é dado pelas circunstancias fática, várias condutas podem ser enquadradas como desídia, há discricionariedade).
Vinculação a administração pública tem sua atuação previamente determinada pela lei, não possibilitando ao administrador liberdade de escolha uma vez que a solução é predefinida pela lei e pelo ordenamento. 
Ex: aposentadoria compulsória (feito pelo diretor, para desligamento do servidor, por escrito com publicação no D.O, completado 70 anos, vacância do cargo)
Observação: Ato será vinculado se todos os elementos forem vinculados, e será discricionário se houver escolha em apenas um dos elementos.
Quais elementos do ato podem ser vinculados e quais podem ser discricionários:
Sujeito ou competência: Diz a Maria Sylvia que o elemento sujeito é sempre vinculado, somente pode editar o ato aquele a quem a lei conferiu a competência. 
Finalidade
Finalidade em sentido estrito: sempre vinculado nos atos administrativos. Deve-se observar a finalidade específica prevista na lei, que não pode ser contrariada. 
Finalidade em sentido amplo: pode ser discricionária. Para proteger o interesse público há varias formas, há escolha para a melhor solução. Ex: autorização para fazer reunião em praça pública será outorgada segundo a autoridade competente entenda que ela possa ou não ofender a ordem pública. 
Forma: vinculado se a lei não der opção ao administrador sobre como o ato deve ser exteriorização (Ex: chefe do executivo só pode se manifestar por decreto, um processo administrativo é sempre instaurado por portaria) eventualmente a lei dá escolha (ciência de determinado ato, quando a lei permita, pode ser dada por meio de publicação ou de notificação direta)
Motivo: pode ser discricionário ou vinculado.
Vinculado: a lei utiliza conceitos precisos que não dão margem de qualquer apreciação subjetiva. Ex: aposentar o servidor com 70 anos de idade.
Discricionário: quando a lei não define o motivo e o deixa a critério da Administração (Ex: na exoneração de ofício de ocupante de cargo de comissão). A lei define o motivo mas emprega conceitos jurídicos indeterminados. (Ex: punir o servidor em caso de "falta grave", sem definir o que ela consiste)
Objeto: 
Vinculado: quando a lei estabelecer apenas um objeto para atingir determinado fim. Ex: dirigir veículo sem possuir a CNH, a lei prevê como única penalidade possível a aplicação de multa e apreensão do veículo
Discricionário: Pode escolher o efeito que é dado ao administrado. Quando a lei diz que para a mesma infração, a administração pode punir o funcionário com as penas de suspensão OU de multa. 
Legalidade e mérito do ato administrativo: Legalidade é vinculação, Mérito é discricionariedade.
Ato vinculado somente cabe a administração editar o ato em consonância com a lei. Tem um único aspecto, a legalidade.
Aspecto da legalidade: Administração pode rever seus ato sem provocação, também pode provocar o judiciário para apreciar a ilegalidade do ato.
Ato discricionário dois aspectos:
Legalidade (administração e o judiciário observam a legalidade do ato)
Mérito significa oportunidade e conveniência, cabe somente a administração 
O mérito:
Doutrina clássica é EXCLUSIVO da administração pública.
Doutrina moderna: entende que é possível que o judiciário controle a escolha da administração, principalmente quando se trata de direitos sociais: Saúde, moradia, educação etc. 
Ex.1: escolha da administração negou o fornecimento do medicamento "X", o judiciárioconcedeu uma tutela antecipada para oferecer o medicamento, com base no direito a vida e a saúde.
Ex.2: região no município não tinha escola, o prefeito decidiu fazer uma praça em terreno público. O Ministério Público questionou a escolha da administração e que, como a comunidade carecia de creche, a administração deveria ter feito a escola. 
Teorias que limitam o controle do ato administrativo discricionário pelo poder judiciário.
Teoria do Desvio de poder ou desvio de finalidade: autoridade usa do poder discricionário para atingir fim diferente daquele que a lei fixou. Quando isso ocorre, fica o poder judiciário autorizado a decretar a nulidade do ato, já que a administração fez uso indevido da discricionariedade ao desviar-se dos fins de interesse público definidos na lei.
Ex: desapropriação de inimigo político, desviando da finalidade da lei de desapropriação. 
Teoria dos motivos determinantes ou vinculantes: quando a administração indica os motivos que a levaram a praticar o ato, este ato somente será valido se os motivos forem verdadeiros. 
Para apreciar esse aspecto, o judiciário terá que examinar os motivos, ou seja, os pressupostos de fato e as provas de sua ocorrência 
Utiliza-se a motivação, onde constará por escrito os motivos. 
Ex: para a exoneração de cargo de confiança o prefeito dá como motivo a extinção do cargo e logo em seguida tenta nomear nova pessoa para aquele mesmo cargo de confiança, o ato precedente vincula o ato posterior.
Teoria dos conceitos jurídicos indeterminados: referidos conceitos são vagos, fluidos, imprecisos, com vários significados, podem gerar discricionariedade para administração, seu enquadramento será solucionado no caso concreto. 
Ex: interesse público, ordem pública, falta grave, desídia etc.
Razoabilidade e moralidade: 
Razoabilidade: ligada a uma valoração subjetiva que tem que ser feita dentro do razoável, ou seja, em consonância com aquilo que, para o senso comum, seria aceitável perante a lei .
Moralidade: está ligada a ética, honestidade, aos bons costumes, a justiça a lealdade, a boa fé.
Classificação dos atos administrativos:
Quanto as prerrogativas com que atua a administração: posição em que se encontra a administração.
Atos de império: são aqueles praticados pela administração com todas as prerrogativas e privilégios de autoridade. São impostos unilateral e coercitivamente pela administração ao particular independentemente de autorização judicial, regidos pelo direito administrativo; os particulares não podem praticar atos semelhantes. 
Ex: multa, fechamento de fábrica poluidora, interdição de estabelecimento comercial (ATOS DE PODER)
Atos de gestão: são os atos praticados pela administração em situação de igualdade com os particulares, para a conservação e desenvolvimento do patrimônio público e para a gestão de seus serviços; aplica-se a ambos o direito privado. 
Ex: contrato de locação regido pela lei do inquilinato, contrato de compra e venda comum, comodato etc.
Quanto a função da vontade os atos administrativos classificam-se em: ver se há vontade ou não.
1ª Espécie: Atos administrativos propriamente ditos, nestes atos há uma declaração de vontade da administração voltada para a obtenção de determinados efeitos jurídicos (adquirir, transformar e extinguir direitos) definidos em lei. 
Ex: demissão, tombamento, desapropriação etc.
Referidos atos podem ou não ter imperatividade:
Atos administrativos propriamente ditos COM imperatividade: são aqueles atos impostos pela administração independentemente da manifestação de vontade do particular. São os atos do poder de polícia. 
Atos administrativos propriamente ditos SEM imperatividade (também chamados de atos negociais): referidos atos são unilaterais e os seus efeitos estão previamente definidos na lei e são queridos (há vontade) pela administração e pelo administrado. 
Ex: licença, autorização, nomeação, exoneração a pedido do servidor.
	Autorização - ato discricionário, unilateral, precário, em que a Administração garante o uso privativo de determinado bem público, ou, ainda, o exercício de alguma atividade material (exemplo: porte de arma). Cuidado: existe autorização de serviço público, e nesse caso será ato VINCULADO. Em síntese, são três os tipos de autorização.
A permissão tem dois tipos: de uso privativo de bem público (ato discricionário, precário, unilateral) e de prestação de serviços públicos (CONTRATO DE ADESÃO, isso mesmo, contrato administrativo). Perceba que a permissão de uso privativo, tratando-se de conceito, não se diferencia da autorização. A doutrina, no entanto, a título de distinção, defende que na autorização o interesse preponderante é do particular, enquanto na permissão, da Administração, sendo, então, que nos dois casos existe o pressuposto de interesse público. 
Cuidado: existe ainda a permissão condicionada, é aquela em que a Administração fixa prazo, não sendo, portanto, revogável a qualquer tempo, isto é, PRECÁRIA.
*Negócios jurídicos: são acordos de vontade firmados entre a administração e os administrados, portanto, são bilaterais, representados pelos contratos, já que são acordos de vontade os seus efeitos são queridos por ambas as partes e podem ser por elas modificados (em especial os contrato inominados)
NÃO são atos administrativos propriamente ditos.
2ª Espécie: Mero ato administrativo: nestes atos há um juízo emitido pela administração ou um ato de opinião ou de conhecimento. 
Ex: certidões, atestados, pareceres, vistorias etc. 
NÃO são atos administrativos propriamente ditos.
Quanto a formação da vontade os administrativos podem ser: entender a quantidade de órgãos.
1ª Espécie: Atos simples - são os que decorrem da manifestação de vontade de um único órgão, seja ele singular ou colegiado. 
Ex: exoneração de servidor por diretor, deliberação de um conselho.
2ª Espécie: atos complexo - são os que resultam da manifestação de vontade de dois ou mais órgãos, sejam eles singulares ou colegiados, cuja vontade se funde para formar um ato único. 
Ex: decreto assinado pelo chefe do executivo e pelo ministro de Estado. 
3ª Espécie: atos compostos - resultam da manifestação de vontade de dois ou mais órgãos, em que a vontade de um é instrumental em relação a de outro, sendo um ato principal e outro acessório. Difere-se, portanto, do ato complexo, pois, enquanto neste há um só ato, no ato composto tem-se dois atos. 
Ex: a nomeação do procurador geral da república feita pelo chefe do executivo federal (ato principal) depende de previa aprovação pelo senado federal (ato acessório).
Quantos aos destinatários do ato: Quem é atingido pelo ato.
Gerais: Por meio desses atos a administração atinge todas as pessoas que se encontram na mesma situação; são os atos normativos praticados pela administração, como os regulamentos, portarias, instruções, resoluções, regimentos etc.
Por serem atos gerais NÃO são administrativos propriamente ditos.
Individuais: são aqueles que produzem efeitos jurídicos no caso concreto (aquisição, transformação ou extinção de direitos). 
Ex: demissão, licença, autorização, multa, tombamento etc.
Como produzem efeitos concretos e específicos são atos administrativos propriamente ditos
Quanto aos efeitos do ato:
Constitutivo: aquele pelo qual administração cria, modifica ou extingue um direito ou uma situação do administrado. 
Ex: autorização, revogação, permissão.
Todos os atos DISCRICIONÁRIOS são atos constitutivos.
Declaratório: é aquele em que a administração apenas reconhece um direito que já existia antes do ato. 
Ex: licença, isenção, anulação, homologação etc.
Todos os atos VINCULADOS são declaratórios.
Enunciativo: aquele pelo qual a administração apenas atesta ou reconhece determinada situação de fato ou de direito. 
Ex: atestados, certidões, pareceres, vistorias etc.
NÃO são atos administrativos propriamente ditos pois não há vontade.
Quanto a exeqüibilidade os atos podem ser: como o ato se concretiza e é executado.
Perfeito: é aqueleque está em condições de produzir efeitos jurídicos, porque já completou todo seu ciclo de formação. 
Ex: exoneração por escrito e publicação na imprensa oficial.
Válido: diz respeito a conformidade do ato com a lei.
A perfeição e validade não se confundem; a primeira diz respeito as etapas de formação do ato, exigidas por lei para que ele produza efeitos. O ato pode ter completado seu ciclo de formação, mas ser inválido ou vice versa.
Imperfeito: é ato que não está apto a produzir efeitos jurídicos, pois não completou o seu ciclo de formação. 
Ex: falta a publicação do ato na imprensa oficial.
Ato pendente: ato que está sujeito a condição ou termo para que comece a produzir efeitos. Distingue-se do ato imperfeito pois já completou seu ciclo de formação e está apto a produzir efeitos; no entanto, estes efeitos ficam suspensos até que ocorra a condição ou termo.
Ato consumado: ato que já exauriu seus efeitos, tornando-se definitivo, não podendo mais ser impugnado quer na via administrativa quer na via judicial. Tem coisa julgada formal e material.
Extinção dos atos: Celso Antônio Bandeira de Mello
Cumprimento de seus efeitos.
Desaparecimento do sujeito ou do objeto: para o Celso faz sentido dizer que o ato se extinguirá pelo desaparecimento do objeto (a coisa), já na Maria Sylvia o objeto é o efeito imediato (recaindo na primeira hipótese).
Renúncia: em que o próprio beneficiário do ato abre mão de uma vantagem que desfrutava.
Retirada: é gênero que abrange.
Revogação: retirada do ato por razões de conveniência e oportunidade. Somente se dá sobre ato válido.
Anulação ou Invalidação: retirada do ato por razões de ilegalidade. Se dá sobre ato ilegal.
Cassação: a retirada do ato se dá por culpa do administrado, e o destinatário descumpriu condições que deveriam permanecer atendidas a fim de poder continuar desfrutando da situação jurídica. 
Ex: cassação de licença para funcionamento de hotel por haver se convertido em casa de tolerância.
Caducidade: sobreveio norma jurídica que tornou inadmissível a situação antes permitida pelo direito e outorgada pelo ato precedente. 
Ex: caducidade de permissão para explorar parque de diversões em local que, em face da nova lei de zoneamento, tornou-se incompatível com aquele tipo de uso.
Contraposição: ato emitido com fundamento em competência diversa daquela que gerou o ato anterior, mas cujos efeitos são contrapostos aos daqueles.
Ex: exoneração de funcionário que tem efeitos contrapostos ao seu ato de nomeação. 
Anulação ou invalidação
Conceito: anulação ou invalidação é o desfazimento do ato por razões de ilegalidade, havendo ofensa ao principio da legalidade administrativa. 
Efeitos: Anulação produz efeitos ex tunc, ou seja, o ato anulatório produzirá efeitos retroativos à data do ato invalido como se este nunca tivesse existido. 
Natureza jurídica: indaga-se diante de uma ilegalidade é dever da administração invalidar o ato ilegal ou é apenas uma faculdade da administração proceder à invalidação. 
Os que defendem que é dever apontam para o principio da legalidade (vincula a administração). 
Os que entendem pela faculdade apóiam-se no principio da supremacia do interesse público sobre o particular, no principio da segurança jurídica e no principio da boa-fé (discricionária).
Para Di Pietro a administração tem em regra o dever de anular um ato ilegal; todavia, quando a anulação trouxer mais prejuízo que beneficio à coletividade a administração poderá manter o ato ilegal.
	Vícios dos atos privados
	Vícios dos atos administrativos (mais grave)
	Atingem apenas o interesses individuais
	Podem afetar interesses de terceiros ou até mesmo o interesse público. Ex: adjudicação, na licitação, a quem não seja o vencedor prejudica a este, aos demais licitantes e ao próprio interesse da administração na escolha da melhor proposta
	Vícios atingem basicamente 3 elementos: sujeito, objeto e forma.
	Vícios podem atingir os 5 elementos do ato: sujeito, objeto, finalidade, forma e motivo; Basta um elemento viciado para que o ato seja viciado
Vícios relativos ao sujeito: incompetência e incapacidade.
Incompetência: com três espécies:
Usurpação de função: é crime definido no art. 328 do CP que diz ser ilegal usurpar o exercício de função pública. A pessoa que pratica o ato não foi, por qualquer modo, investida no cargo, emprego ou função; ela se apossa por conta própria, do exercício de atribuições próprias de agente público, sem ter essa qualidade. 
Exige má-fé.
É inexistente.
Função de fato: a pessoa que pratica o ato está irregularmente investida no cargo, emprego ou função mas sua situação tem toda a aparência de legalidade. 
Ex: servidor que continua em exercício após a idade limite para aposentadoria compulsória. 
Excesso de poder: agente público excede os limites de sua competência. 
Ex: quando a autoridade impõe penalidade mais grave, que não é de sua atribuição; ou quando a autoridade policial se excede no uso da força para praticar ato de sua competência.
	Gênero: Abuso de poder
	Excesso de poder (espécie)
	Desvio de poder (espécie)
	O agente público exorbita se das atribuições
	O agente pratica o ato com finalidade diversa da que decorre implícita ou explicitamente da lei
	Pode configurar crime de abuso de autoridade desde que tipificada
	Pode configurar crime de abuso de autoridade;
Incapacidade: L.9784 de 1999 (Lei de processo administrativo no âmbito federal)  
Impedimento: 
tenha interesse direto ou indireto na matéria;
tenha participado ou venha a participar como perito, testemunha ou representante, ou se tais situações ocorrem quanto ao cônjuge, companheiro ou parente e afins até o 3º grau;
esteja litigando judicial ou administrativamente com o interessado ou respectivo cônjuge ou companheiro.
Suspeição: autoridade ou servidor que tenha amizade íntima ou inimizade notória com algum dos interessados ou com os respectivos cônjuges, companheiros, parentes e afins até o 3º grau.
	Impedimento
	Suspeição
	Presunção absoluta de INCAPACIDADE
	Gera uma presunção relativa de INCAPACIDADE
	Autoridade fica impedida de atuar no processo devendo obrigatoriamente comunicar o fato à autoridade competente, sob pena de incidir em falta grave
	Se o vício não for argüido pelo interessado no momento oportuno ele fica sanado.
	No direito processual:
	No Direito administrativo:
	O impedimento do juiz gera NULIDADE absoluta, a suspeição NULIDADE relativa.
	A suspeição e o impedimento são passiveis de convalidação por autoridade que não esteja na mesma situação de impedimento ou suspeição.
Vícios relativos ao objeto: ( Art. 2º §U, "c", da lei 4.717 de 1965) quando o resultado do ato importa em violação de lei, regulamento ou outro ato normativo. Alem do mais, o objeto precisa ser licito, possível, moral e determinado, haverá vício em relação ao objeto quando qualquer desses requisitos deixar de ser observado, o que ocorrerá quando: 
Objeto proibido por lei. Ex: município que desapropria bem imóvel da união. 
Objeto diverso do previsto na lei para o caso sobre o qual incide. Ex: autoridade aplica pena de suspensão, quando cabível a de repreensão.
Objeto impossível: os efeitos pretendidos são irrealizáveis de fato o de direito. Ex: nomeação de um servidor para cargo inexistente.
Objeto imoral. Ex: parecer emitido sob encomenda, apesar de contrario ao entendimento de quem o profere.
Objeto incerto em relação aos destinatários, às coisas, ao tempo e ao lugar. Ex: desapropriação de bem não definido com precisão
Vícios relativos a forma: o ato é ilegal por vício de forma quando a lei expressamente a exige ou quando a finalidade só possa ser alcançada por determinada forma. Ex: decreto é a forma de que se reveste o ato do chefe do poder executivo; o edital é a única forma possível de convocar os interessados para participarem de licitação na modalidade concorrência.
Vícios relativos ao motivo: 
Inexistência de motivo: quando a matéria de fato ou de direito,em que se fundamenta o ato, é materialmente inexistente. 
Ex: se a administração pune um funcionário mas este não praticou qualquer infração o motivo é inexistente;
Falsidade do motivo: quando o motivo é diverso daquele apontado no ato. 
Ex: se funcionário praticou infração diversa o motivo é falso.
Vícios relativos à finalidade: trata-se do desvio de poder ou desvio de finalidade que ocorre quando o agente pratica o ato visando fim diverso daquele previsto explicita ou implicitamente na regra de competência.
O agente desvia-se ou afasta-se da finalidade que deveria atingir para alcançar resultado diverso, não amparado pela lei.
Ex: desapropriar imóvel do inimigo político com o fim de prejudicá-lo, desviando-se da finalidade da lei de desapropriação. 
Consequências dos vícios:
Atos inexistentes: condutas criminosas ofensivas à direitos fundamentais da pessoa humana, direitos esses resguardados por princípios gerais de direito que formam o ordenamento jurídico do pais. Ex: usurpação e excesso de poder.
Atos nulos: são os que não podem ser convalidados (não podem ter o seu vício sanado): 
aqueles que a lei declare nulo 
Materialmente impossível a convalidação, pois se o mesmo conteúdo fosse novamente produzido seria reproduzida a invalidade anterior; é o que ocorre com os vício relativos ao objeto, à finalidade e ao motivo.(Mo/fi/o)
Anulação: são anuláveis os seguintes atos:
Aqueles que a lei assim o declarar.
Que podem ser (re)praticados sem vício; é o caso dos atos praticados por sujeito incompetente e com defeito de formalidade.
Convalidar: É o saneamento do ato administrativo em que se supre o vício existente em um ato ilegal, com efeitos retroativos (ex tunc) à data que este ato foi praticado. 
Segundo Maria Sylvia a convalidação é as vezes vinculada e outras vezes discricionária. Isso dependerá do caso concreto.
	Vício no
	Possibilidade de convalidação
	Observação
	Sujeito
	Admite-se a convalidação (ratificação). Ex: autoridade superior edita 2º ato (como multa) que retroage a data do primeiro.
	Desde que não se trate de competência exclusiva. 
	Forma
	É possível a convalidação
	Desde que a forma não seja essencial a validade do ato
	Motivo
	Nunca é possível a convalidação. Ex: perseguir e demitir funcionário público por motivo inexistente
	O motivo corresponde a uma situação de fato, ou ocorreu ou não ocorreu.
	Finalidade
	Não é possível a convalidação. Ex: prejudicar inimigo com desapropriação
	Não se pode corrigir um resultado que estava na intenção do agente
	Objeto
	Não pode ser objeto de convalidação
	Mas pode ocorrer a conversão 
Conversão: é a substituição de um ato por outro; a administração substitui um ato ilegal por outro ato legal, logo, a conversão produz efeitos com efeitos ex tunc. 
Ex: a administração firma contrato de concessão de uso de bem público sem realizar previa licitação. O objeto fica viciado por ausência dessa formalidade; no entanto, a administração poderá converter a concessão em permissão precária de uso de bem público, que não exige previa licitação. A conversão retroagirá à data do primeiro ato editado.
	Conversão
	Reforma
	Atinge o ato ilegal
	Afeta o ato valido e se faz por razoes de oportunidade e conveniência. 
	Retroage (Ex tunc)
	Produz efeitos para o futuro (ex nunc)
Reforma: afeta ato válido, sendo ato discricionário da administração, e se faz por razões de conveniência e oportunidade. Por incidir em ato válido produz efeitos ex nunc.
Ex: um segundo decreto editado pela administração de desapropriação que reforma um primeiro decreto de desapropriação (que já era válido), para abranger o imóvel inteiro.
Confirmação: Na confirmação a administração não corrige o vício do ato; ele o mantém tal como foi praticado. 
Somente é possível quando não causar prejuízo a terceiro, uma vez que estes, desde que prejudicados pela decisão, poderão impugná-la judicial ou administrativamente. 
Outra hipótese de confirmação é que ocorre em decorrência da prescrição do direito de anular o ato. Seria uma confirmação tácita, ou seja, uma confirmação pelo decurso do tempo.
	Confirmação
	Convalidação
	Administração não corrige o vício do ato; mantém o ato tal como foi praticado
	A administração corrige o vício do ato
	Somente é possível quando não causar prejuízo a terceiros.
Ocorre também em decorrência da prescrição do direito de anular.
	Possível quando não causar prejuízo a terceiros ou lesão ao interesse público.
Revogação: é o ato administrativo discricionário pelo qual a administração extingue um ato válido, por razões de conveniência e oportunidade.
Efeito EX NUNC: revogação deve preservar os efeitos decorridos do ato válido; 
Competência: Enquanto a anulação pode ser feita pelo judiciário e pela administração, a revogação somente pode ser feita pela administração pública, diante da oportunidade e conveniência que é própria do administrador público.
	
	Anulação
	Revogação
	Recai sobre:
	Ato invalido
	Ato válido
	Efeitos:
	Ex tunc (retroage a data do ato)
	Ex nunc (considera os efeitos até ali)
	Quem tem competência:
	Administração e judiciário
	Administração apenas.
Limitações ao poder de revogar: Não podem ser revogados os atos
Atos que geram direitos adquiridos, conforme sumula 473 STF
Atos vinculados, precisamente porque nestes não há os aspectos ligados a oportunidade e a conveniência. 
Atos que integram um procedimento pois a cada novo ato ocorre a preclusão com relação ao ato anterior.
Atos que exauriram seus efeitos (revogar pressupõe que o ato esteja produzindo efeitos), como a revogação não retroage, mas apenas impede que o ato continue a produzir efeitos, se o ato já se exauriu, não há mais que falar em revogação. 
A revogação não pode atingir os meros administrativos, como certidões, atestados, pareceres, vistorias etc, pois os efeitos deles decorrentes são estabelecidos pela lei (não são atos propriamente ditos)
A revogação não pode ser feita quando já se exauriu a competência relativamente ao objeto do ato administrativo; suponha-se que o interessado tenha recorrido de um ato administrativo e que este esteja sob a apreciação de autoridade superior; autoridade que praticou o ato deixou de ser competente para revogá-lo.
Dafne Sobral - Resumo de Administrativo - 3º Bimestre	Página 9

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