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ZOOLOGIA VERTEBRADOS - BÁSICO

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CLASSE REPTILIA
Principais Adaptações
Os répteis são da primeira classe de animais que conseguiram conquistar definitivamente o meio terrestre, e para isso, sofreram as seguintes adaptações:
Impermeabilização da pele (carapaças, escamas e placas córneas) - é o espessamento da queratina, e com isso os problemas de perda de água acabaram, possibilitando a total conquista do ambiente terrestre (quentes e desérticos).
Respiração pulmonar - permite que permaneçam no ambiente terrestre. Todos os répteis possuem esse tipo de respiração.
Fisiologia mais complexa - esqueleto mais forte, sistema muscular mais complexo e sistema nervoso central melhor desenvolvido. Possibilita um melhor equilíbrio para que esse animal tenha melhor sustentação no ambiente terrestre.
Excreção urinária concentrada - agora é excretado principalmente ácido úrico (em forma de cristais insolúveis, assim, não perdendo tanta água, já que esses cristais não são solúveis em água).
Reprodução inteligente - fecundação interna (podendo ocorrer em ambiente aquático e terrestre), desenvolvimento direto (não se passa por estágios intermediários de desenvolvimento, já saem do ovo praticamente na forma adulta) e ovos com casca e anexos embrionários (mecanismos mais eficientes de proteção do embrião).
Principais Características
1. Ovo Amniótico: principal inovação evolutiva que permitiu aos répteis conquistarem definitivamente o ambiente terrestre, já que foi possível melhor proteção do embrião (presença de líquido amniótico que protege o embrião contra impactos).
 
Entre a casca e a cavidade, há uma membrana chamada Córion, que envolve o embrião e o saco vitelínico. 
Âmnio - bolsa que envolve e protege o embrião;
Alantóide - bolsa ligada ao intestino que armazena excretas;
Saco vitelínico - bolsa ligada ao intestino que envolve a gema e digere seus componentes (nutrição);
2. Habitat e Distribuição Geográfica
Animais ectotérmicos que necessitam fontes de calor (tendo que controlar cuidadosamente sua temperatura), por isso encontrados principalmente em regiões tropicais e desérticas. Sua temperatura corporal deve estar geralmente entre 30ºC e 40ºC. Seu aquecimento corporal se deve diretamente pelo raio solar ou por condução.
4. Hábitos
Tartarugas e Crocodilos são na maioria aquáticos, e Lagartos e Serpentes são na maioria terrestres e arborícolas. São predominantemente carnívoros, embora algumas tartarugas e lagartos possam ser herbívoros.
5. Revestimento
Pele composta por epiderme e derme, não mucosa (pouquíssimas glândulas superficiais). 
Geralmente com escamas de origem epidérmica, em filas transversais, compostas por queratina.
Escamas que não podem ser removidas individualmente e que são substituídas regularmente, permitindo o crescimento e eliminando o desgaste. Nos quelônios, há carapaças compostas por ossos dérmicos recobertos por escudos queratinosos.
 
6. Esqueleto
Totalmente ósseo, crânio com côndilo occipital (como Atlas nos anfíbios) limitado ventralmente por um palato, separando as passagens respiratórios e digestivas (permitindo que o animal possa comer e respirar ao mesmo tempo). O crescimento ósseo não termina com maturidade sexual.
7. Apêndices
- Ausentes (alguns ainda apresentam patas vestigiais);
- 2 pares de patas;
- 5 dedos terminados em garras córneas que protegem as pontas dos dedos principalmente em meios ásperos;
Sistemática e Filogenia
Os répteis são classificados em relação à sua anatomia do crânio, em especial na região temporal, pelas fenestras temporais, que ficam por cima e atrás das órbitas, e são divididos em: Anapsida (fenestra ausente), Euryapsida (1 fenestra localizada abaixo), Synapsida (1 fenestra localizada acima) e Diapsida (2 fenestras, uma abaixo e uma acima).
Cotilossauros - considerado o réptil mais primitivo (verdadeiro), do Carbonífero Superior. Acredita-se que as tartarugas sejam os répteis atuais mais semelhantes à eles. O mais conhecido é o Hylonomus.
 
A irradiação adaptativa dos répteis no final da era Paleozóica se deu principalmente pela grande irradiação dos insetos (alimento abundante). Duas características ajudaram para isso acontecer: evolução do mecanismo mandibular adaptado para alimentação dos insetos e evolução da estrutura corpórea, ou seja, locomoção mais eficiente.
Houve uma grande onda de extinção por conta de uma mudança climática (frio e seco), então eles voltam a se diversificar entre 200 e 65 milhões de anos atrás. Os dinossauros foi o grupo mais bem sucedido.
Classificação Atual
Subclasse Anapsida - Sem abertura atrás dos olhos.
Ordem Chelonia (tartarugas, cágados e jabutis)
Subclasse Diapsida - Duas aberturas atrás dos olhos.
Superordem Lepidossauria
 Ordem Squamata
 Subordem Sauria (Lacertilia) - Lagartos
 Subordem Serpentes (Ophidia) - Serpentes
 Subordem Amphisbenia - Cobra de duas cabeças
 Ordem Sphenodonta
 Rhynchocephalia - Tuatara
Superordem Archossauria
 Ordem Crocodilia
 Crocodilianos
Sistema Circulatório 
1- Répteis em geral 2- Crocodilianos
Ocorre a respiração do animal, e nela ele absorve principalmente o O2. Os pulmões absorvem este O2 através de seus capilares e expulsam CO2.
O sangue dos pulmões agora percorrem as veias pulmonares como sangue arterial (rico em O2 e pobre em CO2) e vão até o átrio esquerdo. No átrio esquerdo ele desce ao ventrículo esquerdo e sobe para a parte de cima do septo (que serve para separar o sangue) e se mistura com sangue venoso (rico em CO2 e pobre em O2).
Esse sangue misturado (possui a mesma quantidade de O2 E CO2) segue dois caminhos: vai para artéria pulmonar, assim seguindo para os pulmões, e vai para a artéria aorta, assim se espalhando por todos os capilares do corpo, irrigando todos os tecidos e órgãos.
Nos capilares do corpo, o O2 se torna reagente da respiração celular, assim produzindo o CO2, e é aí que o sangue venoso faz o caminho para a veia cava e segue para o átrio direito e depois para o ventrículo direito, misturando-se com o sangue arterial.
*No caso dos crocodilianos, a diferença é que não há tanta mistura de sangue, pois o septo segue até o final dos ventrículos. A pouca mistura de sangue acontece no forâmen de Panizza que serve também para que eles possam manter atividade metabólica durante a apnéia.
ORDEM CHELONIA (TESTUDINES)
Tartarugas, cágados e jabutis
Presença do casco, répteis antigos e que quase não tiveram mudanças. Fósseis mais antigos datam na era Triássica.
Habitam a Antártida (zonas tropicais).
SUBORDEM CRYPTODIRA (tartarugas e jabutis) - conseguem alojar sua cabeça apenas a colocando para dentro graças à uma curvatura em sua coluna vertebral.
Tartarugas Marinhas - patas semelhantes a remos, casco achatado e curto na região anterior (sem alojamento da cabeça).
Tartarugas de Água Doce - patas anteriores com espalmadas, casco achatado e são semi-aquáticas.
Jabutis - patas robustas, casco arredondado, terrestres.
SUBORDEM PLEURODIRA (cágados) - conseguem apenas alojar sua cabeça colocando seu pescoço e a cabeça para os lados.
Patas anteriores espalmadas, casco achatado e são semi-aquáticas. 
Tegumento e Proteção
Carapaça (dorsal) e plastrão (ventral - soltos/articulados), ossos dérmicos recobertos por escudos queratinosos, desalinhamento das suturas entre os escudos e ossos (cria uma maior resistência).
 
 
Calcificação incorporando costelas, vértebras e porções da cintura pélvica;
Pouco movimento no esqueleto axial;
Cinturas pélvica e peitoral reduzidas em relação à caixa torácica;
A incorporação das costelas à derme acontecem ainda durante o desenvolvimento embrionário;
No casco, há número e disposição das placas que variam de acordo com espécie. Este tipo de arranjo é muito eficiente
na identificação e classificação do animal.
 
Na maioria as carapaças e plastrões são rígidos. Malacochersus - carapaça e plastrão moles (se escondem em rochas);
Em várias linhagens eles fecham o corpo dentro do casco;
Sustentação e Locomoção
Presença de 2 pares de membros. Nadadeiras apenas em quelônios marinhos.
Membranas interdigitais com movimentos independente dos dedos apenas em cágados.
Robustos e verticais com dedos reduzidos apenas em jabutis.
 
Pés com membranas interdigitais para nadar e dedos com garras para sair do rio e cavar para enterrar os ovos (água doce);
Dedos com garras e patas troncudas e fortes para sustentar um corpo pesado (terrestre);
Membros transformados em remos para natação (marinho);
Anatomia Interna Quelônios
 
Sistema Digestório
Existem lâminas córneas ao invés de dentes, afiadas e cortantes, funcionando como tesoura, mandíbula forte. Boca - Esôfago - Estômago - Intestino delgado - Intestino Grosso - Reto - Cloaca.
As glândulas anexas presentes são as salivares, do fígado e do pâncreas.
Sistema Respiratório
Fossas nasais - Laringe cartilaginosa (capazes de emitir som durante cópula) - Glote - Traquéia - Brônquios - Pulmões - Quase bronquíolos - Quase Alvéolos
Movimento de respiração:
* Sem movimentação na caixa torácica por causa do casco, para isso, há movimentação muscular. Presença de lâmina diafragmática que mantém os órgãos sustentados.
Transverso Abdominal - vísceras forçadas para cima, contra o pulmão;
Membrana limitante caudal/posterior - fecha a abertura posterior da cavidade visceral;
Peitoral - puxa a cintura escapular;
Serrátil - a cintura escapular volta ao lugar;
Oblíquo abdominal - puxa a membrana limitante;
Expiração: Transverso e Membrana reduz o volume da cavidade visceral, o peitoral ajuda a cintura escapular a reduzir o volume do pulmão.
Inspiração: Serrátil e o Oblíquo Abdominal fazem a cintura voltar ao lugar aumentando o volume, e as vísceras se acomodam ocorrendo a expansão dos pulmões.
Sistema Circulatório
O coração possui 2 átrios e 1 ventrículo, porém, este ventrículo é separado por septos. Nessa separação, se formam três cavidades chamadas cavum venosum, cavum pulmonale e cavum arteriosum. 
Esses septos serão importantes para a posterior evolução circulatória do coração, que terá esse septo cada vez maior, separando a cavidade e evitando a mistura do sangue arterial com venoso.
Sistema Excretor
Dois rins metanéfricos situam-se na parte posterior dorsal da cavidade do corpo. Presença da bexiga urinária.
A urina é isotônica ou diluída para evitar que seja mais concentrada que o plasma sanguíneo (para não ter perda de água). Também eliminam uréia. No caso de tartarugas marinhas (alimento e ambiente salgado), se tem mais concentração que o normal, e para isso, adquirem o mecanismo de um ducto nos capilares que excretam o sal para fora do corpo através das glândulas lacrimais modificadas. 
Sistema Reprodutor
Dióicos, e as gônadas são acima dos rins. 
Fêmeas: ovários - ovidutos - cloaca
Machos: testículos - epidídimo - canal deferente - pênis extensível (quando não ereto, repousa ventro medialmente no proctedeum) - sulco seminal.
Dimorfismo sexual só após atingir maturidade (fêmea 3 anos e macho 4/5 anos). O
dimorfismo pode ser em relação ao tamanho e forma do plastrão, da cauda ou das garras.
Ovíparos, colocam seus ovos em “covas” extremamente calculadas para a quantidade de
ovos, escavadas pelas fêmeas. Temperatura e umidade interferem na determinação do sexo. Se o grau do ninho for mais alto, será fêmea, se for mais baixo, será macho.
ORDEM SQUAMATA
SUBORDEM SERPENTES
Adaptáveis, habitam todos os tipos de regiões. Grande elasticidade bucal graças à união de duas mandíbulas inferiores na parte anterior por ligamento elástico.
Boidae (píton, jibóia) - não venenosa, estão entre as maiores serpentes do mundo;
Colubridae (falsa-coral, cobra-cipó, muçurana, caninana) - venenosa mas não peçonhenta, grande diversidade de habitats, modos de reprodução e alimentação;
Elapidae (coral verdadeira, najas) - venenosa e peçonhenta, praticamente cosmopolitas (pode ser encontrado em qualquer lugar);
Viperidae (víbora, cerastes, víbora de chifre, cascavel, suurucucu), família com as serpentes de veneno mais potente;
Habitam todos os tipos de regiões (mar, rio, terra), encontradas em climas quentes e também em temperados ou frios.
Tegumento e Proteção
A pele é composta por epiderme e derme. Fileiras de escamas epidérmicas em filas
transversais e longitudinais, lisas ou carenadas. Poucas glândulas mucosas.
As escamas são produzidas pela epiderme, compostas por queratina. Não podem ser
removidas individualmente e são substituídas regularmente, permitindo o crescimento e eliminando o desgaste (muda - troca de pele). A pele é substituída de uma vez só, porém, os outros grupos de répteis as soltam em pedaços. Pele elástica e dilatável para permitir alimentação de animais maiores.
Córnea protegida por uma escama modificada transparente. Não possuem ouvido externo ou
membrana timpânica.
*Escama carenada (telha, dobra): serpentes peçonhentas, exceto coral.
*Fecaloma (fezes endurecidas): são causadas geralmente por alimentação de penas, unhas, cabelo, etc.
Sustentação e Locomoção
Numerosas vértebras (geralmente 300) curtas e largas, cintura pélvica e escapular (vestígio em pítons e jibóias).
Locomoção:
Ondulatória horizontal: serpentes rápidas
 2. Retilínea: serpentes lentas
 3. Sanfona: extensão e retração do corpo em um ou mais pontos de atrito com o solo. Ajuda ao rastejar por túneis, ou trepar
 4. Alças laterais: locomoção encontrada em víboras, é uma adaptação para movimentação rápida sobre superfícies lisas sem obstáculos (areia, terra muito dura). Velocidade significativa.
Crânio e órgãos mais significativos:
No crânio das serpentes existe um osso chamado quadrato, que permite a abertura de até 180º da mandíbula. Conhecido também como crânio cinético.
Dentição:
Voltados para trás, permitindo à serpente segurar sua presa enquanto engole. Podendo ser:
Áglifa (a= ausência / glifa = sulco) - caninana, jibóia, sucuri, pítons
Não peçonhentas, não possuem presas e sem sulcos. 
Proteróglifas (protero = dianteiro) - coral verdadeira, serpentes marinhas, naja
Presas anteriores sulcadas e maxilas imóveis (o que permite inocular veneno).
Solenóglifas (soleno = canal) - cascavel, jararaca, surucucu
Presas anteriores dotadas de um canal central por onde passa o veneno, estando em um maxilar bem móvel.
Opistóglifas (ophisto = atrás) - falsa coral, cobra-cipó, muçurana
Presas localizadas na região posterior da maxila, sulcadas. Porém, pela localização, não causa acidentes graves.
 
Fossetas Loreais: 
Em ambos os lados da cabeça (entre as narinas e os olhos) a fosseta loreal, órgão que tem comunicação com o cérebro, assim dando função de detecção de calor. Essas serpentes geralmente são venenosas e peçonhentas. Possuem também receptores de luz infravermelho.
Fossetas Labiais:
Órgãos termorreceptores, sensíveis à variações de temperatura. Ajudam na localização das presas e a direcionar o bote.
* Na alimentação, os dentes servem apenas para segurar as presas, e é nessa etapa em que o veneno age com uma ação digestiva. Língua alongada e bífida, que tem como função recolher partículas que são levadas ao órgão de Jacobson (função olfativa e gustativa).
Anatomia Interna Serpente
* Pulmão direito desenvolvido, mas o esquerdo é atrofiado ou ausente.
* Os rins, ovários e testículos são sobrepostos por conta do trato digestório tomar muito espaço.
Sistema Digestório
Todos são carnívoros. Alguns comem artrópodes.
A especialização alimentar pode ser por constricção (se enrola na presa, usando a língua para identificar o lado certo para
ingerir o animal, já que se tem que engolir pelo sentido em que crescem os pelos e penas) ou por veneno (peçonha inoculada na presa).
Digestão já começa na boca com as glândulas secretoras de suco digestivo (algumas serpentes tem esse suco tão ácido que podem ser dissolvidos até ossos, chifres e cascos). A presa é levada para o estômago através de movimentos peristálticos, e ali a digestão é completada.
A temperatura é altamente influenciadora na velocidade da digestão, a média para uma boa digestão é de 25º, ele aumenta com o aumento da temperatura, possivelmente devido a um aumento de secreção gástrica. Caso a temperatura seja muito baixa, a digestão fica extremamente lenta, e caso ela seja muito alta, causa regurgitação no animal.
O alimento não digerido (pelos, unhas, dentes, etc) juntamente a urina são expelidos.
 
*Diferença entre veneno e peçonha:
Veneno: É a substância que faz mal, que entra em contato com o animal por ingestão, inalado ou injetado e pode causar morte. Na maioria das vezes o veneno age por via oral, absorvida pelo trato digestório. Não age na corrente sanguínea.
Peçonha: É uma proteína altamente complexa que é inoculada na corrente sanguínea da presa através de mecanismo de defesa/ataque do animal (ferrão, dente, etc). Age na corrente sanguínea.
* Praticamente todas as serpentes possuem veneno (mesmo as não peçonhentas).
*Ação Fisiopatológica da peçonha
Proteolítica - destrói as proteínas (jararaca, surucucu)
Coagulante - coagula o sangue (jararaca, surucucu)
Neurotóxica - atinge o sistema nervoso (surucucu, cascavel, coral verdadeira)
Hemolítica - destrói as hemáceas (cascavel)
* As serpentes peçonhentas possuem uma glândula secretora de veneno localizada atrás e abaixo dos olhos, são glândulas salivares modificadas durante a evolução.
* Dentes afiados e com canal de veneno antes da ponta do dente.
Sistema Respiratório
Respiração pulmonar pela contração dos músculos entre as costelas. A inspiração é ativa (contração muscular), e a expiração é passiva (relaxamento muscular).
A traquéia geralmente termina em frente ao coração e se divide em dois brônquios principais. Na maioria das serpentes o brônquio esquerdo é vestigial. O tamanho e a capacidade funcional do pulmão depende da espécie. Pode ser completo em algumas cobras da água (utilizado para fins de hidrostática). O brônquio direito termina em um pulmão direito funcional.
Atrás da língua se localiza a glote (se abre para a traquéia), nos répteis ela está sempre fechada, formando uma fenda vertical. A cartilagem que a divide no meio ajuda no som quando o ar saem dos seus pulmões, fazendo-as vibrar. Elas são capazes de prolongar a glote enquanto elas comem, permitindo que comam e respirem ao mesmo tempo.
 
Sistema Excretor
Dois rins metanéfricos, ausência de bexiga urinária.
Excretam ácido úrico, mas possuem uma grande concentração.
A urina (em forma pastosa ou de urato - na maioria das vezes -, já que há uma grande absorção de água) sai juntamente com as fezes (geralmente pastosa) pela cloaca.
Sistema Nervoso
Cérebro desenvolvido na parte das fossetas.
Presença de “botões” gustativos na língua e órgãos olfativos na cavidade nasal.
Sistema Reprodutor
Dióicos.
Presença de hemipênis dos lados da base de cauda. Na cópula eles são projetados para fora, porém apenas um deles é usado. O líquido seminal escorre por um sulco até a cloaca da fêmea. Na maioria das vezes esse hemipênis é ornamentado (para aderência na fêmea).
Dimorfismo sexual: quando se tem a cauda mais grossa, é macho. Com a cauda mais fina é fêmea.
Cópula: só ocorre em indivíduos da mesma espécie. As fêmeas liberam substâncias químicas específicas para atrair o macho, as cloacas se encostam e o hemipênis infla dentro da fêmea. O casal fica vulnerável aos predadores nesse período de alguns minutos até 72 horas. O esperma pode ser guardado pela fêmea por anos, ou fecundar os ovos logo após o acasalamento.
*Ovíparos são animais que colocam ovos. Ovovivíparos são animais que retém os ovos dentro do corpo. Vivíparos são animais que o embrião cresce dentro do corpo da fêmea.
Podem ser vivíparos ou ovovivíparos. Os vivíparos tem tempo entre a fecundação e o nascimento de 60 a 200 dias (dependendo da espécie). A quantidade de filhotes por parto varia de 1 a 50. Assim que nascem, imediatamente se afastam da mãe e dos irmãos em busca de comida e água. Os ovovivíparos tem postura de 15 minutos de duração. Algumas espécies colocam os ovos logo após a fecundação, e são necessários de 3 a 4 meses para o filhote completar sua formação. Outras espécies colocam os ovos 3 ou 4 meses depois da fecundação, com os filhotes já formados. A quantidade de ovos por postura pode variar de 1 a 100, são depositados em local abrigado do sol, casca resistente e flexível, geralmente branca. A grande maioria das espécies abandona os ovos logo após a postura, e quando os ovos eclodem, os filhotes os rompem com um pequeno dente que logo depois é perdido.
Os filhotes variam de acordo com a espécie, maioria nasce com cerca de 20 cm. O nascimento geralmente ocorre na segunda metade da época de chuvas. A sobrevivência depende da sorte, pois a proteção da mãe é rara (varia de espécie para espécie). Sua forma e cores pode ser diferente da forma adulta, ou não. Caso seja, conforme a serpente cresce e faz a troca de pele, vão lentamente adquirindo a aparência de sua espécie adulta.
SUBORDEM LACERTILIA
Tegumento e Proteção
Epiderme seca, com poucas glândulas. 
Escamas: camadas mais grossas de tecido epidérmico e dérmico formados por dobras durante a embriogênese. Podem ser lisas, rugosas ou quilhadas. A camada mais externa possui ornamentação microscópica. Possuem também escamas com órgãos sensoriais (mecanorreceptores).
Presença de cromatóforos (termorregulação e defesa). A mudança fisiológica da cor é comum.
A camada córnea é uma camada da derme que impede o crescimento do animal, e por isso, é necessário o rompimento periódico dessa camada (ecdise).
Tímpano externo aberto, evidente.
Olhos com pálpebras móveis, visão diurna boa (presença de cones e bastonetes).
Sustentação e Locomoção
Presença de 4 membros (em alguns podendo ser reduzidos ou ausentes), com garras e unhas (locomoção).
 
* Patas saem lateralmente no corpo
As patas são o peso e o centro da gravidade nos lagartos. Sua base de apoio é quadrangular (com todas as patas no substrato). Com os membros posteriores longos, os anteriores curtos, e a coluna vertebral pré-sacral curta, há articulação robusta entre a pelve e a coluna, mudando o centro da gravidade (isso os torna bípedes dinâmicos).
Os membros posteriores são mais longos e robustos (maior propulsão), e a velocidade geralmente está relacionada ao comprimento. 
Algumas espécies possuem lamelas digitais, essas, muito complexas e fortes para suportar o peso do animal.
 
Urotomia: mecanismo da quebra de cauda. Em alguns lagartos as vértebras caudais não são ossificadas no centro.
Autotomia: quebra facilitada. Quebra por planos de fratura nas vértebras e pelo arranjo dos músculos e tecido conjuntivo. Há regeneração de bastão gelatinoso. Pode-se perder e regenerar várias vezes. 
Pseudoautotomia: quebra entre as vértebras sem espontaneidade. Não ocorre regeneração.
Sistema Digestório
Podem ser carnívoros, herbívoros ou onívoros.
Maxila e mandíbula com dentes pequenos.
Alguns podem usar a língua bifurcada protáctil e com substância pegajosa na alimentação.
Apenas duas espécies apresentam glândula de veneno. O Monstro-de-Gila (glândula presente no tecido das mandíbulas) e o Dragão de Komodo (inocula o veneno depois da mordida entre seus dentes serrilhados).
Sistema Respiratório
Respiração pulmonar (nos lagartos ápodes o pulmão esquerdo é atrofiado e o direito mais longo).
O ar entra pelas narinas, passa sobre o palato duro e vai da glote para a laringe, que é formada por três cartilagens
(contém cordas vocais pares). A laringe se liga à traquéia tubular (reforçada por anéis cartilagem), que se estende até a parte anterior do tórax para se dividir em dois brônquios curtos. Os pulmões se dividem por septos internos, possuem capilares.
Para alguns o ar é ventilado através de um bombeamento bucal (músculos da garganta que forçam a entrada do ar nos pulmões).
Alguns machos possuem bolsa gular na parede da laringe que pode ser inflada.
Sistema Excretor
Rins metanéfricos.
Excreção de ácido úrico.
Podem ou não apresentar bexiga urinária.
Uratos saem com as fezes pela cloaca.
Sistema Nervoso
Ventralmente entre as bases dos hemisférios cerebrais, estão os tratos ópticos e nervos ópticos, seguidos pelo infundíbulo e pela hipófise.
Há “botões” gustativos na língua e órgãos olfativos na cavidade nasal.
Olhos com glândulas lacrimais para manter a córnea úmida.
Olhos grandes que apresentam pálpebras superior, inferior e membrana nictitante. Muitas vezes possuem apenas a percepção de movimento, mas geralmente possuem visão apurada. 
Lagartos e tuataras possuem uma área semitransparente que é sensível à luz no topo do crânio (terceiro olho), cuja função é relacionada com o fotoperíodo.
Sistema Reprodutor
Presença do hemipênis nos lados da base da cauda. Na cópula são projetados para fora, mas apenas um é usado. O líquido seminal escorre pelo sulco até a cloaca da fêmea. Geralmente ornamentados.
Alguns apresentam dimorfismo sexual, poros pré-anais na região cloacal e presença de bulbos hemipeniais nos machos.
Nos machos há a espermatogênese nos testículos, porém a maturação final dos espermatozóides ocorre no oviduto da fêmea. Oogênese nos ovários, onde os óvulos recebem o vitelo. Ovidutos com glândulas produtoras de albume e casca do ovo.
Viviparidade ou Oviparidade: a casca é coriácea ou calcárea para proteção mecânica, evita a perda de água, e permite passagem de gases respiratórios. Tempo de incubação demora entre 35 a 90 dias, podendo colocar de 1 a 60 ovos por postura (varia de espécie para espécie).
 
SUBORDEM AMPHISBAENIA (Cobra-de-duas-cabeças)
São os répteis menos conhecidos, com muitas semelhanças tanto com lagartos quanto com serpentes, e por isso se encaixaram em sua própria subordem. Dentro dessa ordem existem apenas três famílias:
Costumam ser encontrados na América do Sul, não costumam existir em regiões frias.
Elas são muitas vezes chamadas de “cobra-de-duas-cabeças” por possuírem uma cauda tão grossa quanto a sua cabeça, que pode facilmente ser confundida com ela. Essa é uma técnica de defesa, já que elas a levantam (mais que a própria cabeça) para confundir o predador, que achando que é a cabeça, ataca a sua cauda, assim dando a oportunidade dela atacar o predador. A cauda é forte e curta, ápodes. O corpo é coberto por escamas longitudinais e transversais de coloração que varia entre branco a bege-escuro. Forte musculatura.
São de hábito subterrâneo, e por isso possuem uma cabeça especializada para escavação e visão pouco evoluída (olhos pequenos). Só andam no substrato quando há chuva. Costumam viver em solo úmido (em meio a folhagem morta e húmus). Habitam cerrados e campos.
* Sua alimentação é de pequenos invertebrados. Sistemas digestório, circulatório, respiratório, etc. são iguais aos outros répteis.
Sistema Reprodutor
Ovíparos, a postura costuma ocorrer apenas uma vez por ano, com dois ou três ovos em média. Não possuem cuidado parental, a cubagem dos ovos costuma ser feito pela folhagem do meio.
ORDEM SPHENODONTIA (Tuataras)
Tuatara é uma palavra Maori que significa dorso espinhudo. São os únicos sobreviventes dessa ordem. Existem apenas duas espécies dentro da única família Sphenodontidae, a Sphenedon guntheri e a S. punctatus.
 
Fósseis de Rhynchocephalianos são répteis de pequeno e médio porte que eram muito comuns no mundo muito antes do primeiro dinossauro aparecer. Com o tempo eles foram desaparecendo, praticamente extintos, exceto pela pequena população na Nova Zelândia.
O que difere as Tuataras dos Lagartos:
Eles não possuem ouvido externo;
Apresentam uma extensão de suas costelas, em forma de gancho;
Os machos não possuem pênis;
Possuem duas fileiras de dentes fundidos nas mandíbulas e não implantados em alvéolos. Possuem também uma espécie de bico formado pelos incisivos superiores salientes. A mandíbula superior está rigidamente ligada ao crânio, ao contrário das ligações móveis dos Squamata.
 
Presença do “terceiro-olho”, que diferente dos lagartos, possui lentes, retina e uma conexão nervosa junto ao cérebro, porém, é completamente coberta por uma escama opaca, assim tornando-se disfuncional. 
Hábitos: 
Os tuataras são de hábito noturno, durante o dia se não estão aquecendo o corpo no sol na entrada de buracos, estão escondidos dentro deles. Uma característica peculiar é que sempre terá apenas uma tuatara por buraco. O número de tuataras que podem ser encontradas de noite, depende muito da temperatura do ambiente (em épocas muito frias eles não aparecem).
A atividade máxima deles acontece com temperaturas entre 17ºC a 20ºC (baixo para um réptil), a partir daí, sua atividade decai até tornarem-se praticamente inativos. 
Outra variação climática que afetam os tuataras é a ausência de água, já que eles podem ficar facilmente desidratados. Não existem muitos lagos ou rios nas ilhas em que vivem, por isso depois de períodos de seca eles ficam ativos em noites chuvosas, onde são facilmente encontrados banhando-se em poças.
Sistema Reprodutor:
Ovíparos, dióicos.
Sua maturidade sexual é a partir de 10 ou 20 anos. A fêmea pode colocar entre 5 a 18 ovos a cada 4 anos. Os acasalamentos costumam ocorrer no verão até o início do outono, porém, a fêmea guarda o esperma no corpo durante aproximadamente 10 meses até fecundar os ovos, que serão postos na primavera seguinte (postura ocorre em outubro ou dezembro). 
O macho não possui pênis, a cópula ocorre com a união de ambas as cloacas.
ORDEM CROCODYLIA (Crocodilos e Jacarés)
Os crocodilianos são descendentes da linhagem Archossauria, que deu origem à grande irradiação de dinossauros e aves. São praticamente imutáveis por quase 200 milhões de anos.
São atualmente representados por apenas 3 famílias: 
Alligatoridae (jacarés e alligatores) - focinho e cabeça largos, apenas dentes superiores ficam aparentes, achados no Novo Mundo.
Crocodylidae (crocodilos) - focinho mais estreito e pontiagudo, dentes inferiores e superiores aparentes, ampla distribuição.
Gavialidae (gaviais) - focinho muito comprido e muito estreito, encontrados geralmente na Índia e em Burma.
 
 
 
O formato da cabeça, dentes e mandíbulas são de acordo com a alimentação específica de cada um;
Os dentes são cônicos e maciços, situados em alvéolos. Estão em constante troca;
Olhos grandes e laterais, possuindo pálpebras superiores e inferiores, e além delas, a membrana nictante, que tem como função realizar a limpeza do olho desse animal. Ela encontra-se atrás das pálpebras;
A pequena abertura do ouvido situa-se atrás dos olhos, por baixo de uma dobra de pele;
Tegumento e Proteção
Pele coriácea, com escamas córneas retangulares na maior parte do tronco e cauda. Os animais mais adultos tem as escamas dérmicas transformadas em placas dérmicas ósseas chamadas osteodermos, que ficam por baixo das escamas dorsais.
*No aligator da América Central ocorre a presença de dois pares de glândulas de almíscar na parte inferior da cabeça, dentro da boca e um par dentro da cloaca. Elas exalam um aroma com cheiro parecido ao chocolate.
Sustentação e Locomoção
Ossos do crânio geralmente rugosos em adultos velhos. Possui o osso quadrante, mas que agora é fixo ao crânio. Ventralmente no crânio há o longo palato duro, sobre o qual estão as passagens respiratórias.
Coluna
vertebral com 5 tipos de vértebras: 9 cervicais, 10 torácicas, 5 lombares, 2 sacras e cerca de 39 caudais. Nas vértebras cervicais existem costelas curtas e livres. As vértebras torácicas e o esterno estão unidos por costelas torácicas com prolongamentos cartilaginosos ventrais, e entre o esterno e os ossos púbicos há 7 pares de costelas abdominais em forma de V, unidas em uma série longitudinal por meio de ligamentos.
 
*A cauda tem funções de propulsão (na água) e de defesa.
Anatomia Interna Crocodilianos
Sistema Digestório
A grande boca pode se abrir largamente, possuindo dentes grandes e fortes, usados tanto para ataque, quanto para defesa. Na alimentação, os usam para segurar e chicotear a presa para matar e despedaçar. 
Uma língua achatada situa-se no assoalho da cavidade bucal, mas não é protrátil. Na margem posterior da língua há uma dobra transversal oposta a uma língua similar do palato. Quando comprimidas uma contra a outra, essas dobras isolam a cavidade bucal da faringe permitindo-o que abra sua boca embaixo da água sem que ela entre em seus pulmões.
 
*Eles não são caçadores ou coletores, eles ficam à espreita (técnica funcional, apenas olhos e narinas ficam à vista, camuflados na natureza. Ataque certeiro e rápido) esperando algo comestível (peixes, tartarugas, sapos, pássaros e mamíferos) nadar ou passar por perto para aí sim, dar o bote. Uma das técnicas para a alimentação é o chicoteamento, e a volta de 360º sobre seu próprio eixo para quebrar os ossos da presa.
Sistema Respiratório
Narinas - passa sobre palato duro para as coanas (atrás do véu) - glote - laringe (3 cartilagens) - traquéia tubular (reforçada por anéis de cartilagem) - brônquios - pulmões.
Entrada de ar parecida com a dos lagartos.
A possibilidade de ficar embaixo d’água por mais de uma hora, se dá pelo baixo metabolismo do seu coração adaptado, que, já que é um animal de sangue frio, possui um metabolismo lento, assim usando menos oxigênio e podendo segurar a respiração por muito mais tempo. E além disso, seu coração possui um vaso sanguíneo que permite que o sangue seja parcialmente desviado dos pulmões enquanto ele está submerso, uma válvula que ajuda nesse mesmo processo, e finalmente, outros tecidos moles desviam o fluxo de sangue.
Sistema Circulatório
 
Sistema Excretor
Dois rins metanéfricos achatados e lobulares que situam-se na parte posterior dorsal. Um ureter vai de cada um, para trás, até o lado da cloaca.
Ausência de bexiga urinária.
Excretam ácido úrico.
O Crocodilo-estuarino vive em água salgada, e por isso possui glândulas secretoras de sal na região da boca, ela ajuda a excretar parte do sal que esse animal ingere.
Sistema Nervoso
Come e lacrimeja por conta das glândulas lacrimais que são pressionadas quando se alimenta, mas a função é manter a córnea úmida fora da água.
Possui botões gustativos na língua e órgãos olfativos na cavidade nasal. Ouvidos característicos de vertebrados terrestres.
Sistema Reprodutor
As características (gônadas e ductos) nos jovens dos dois sexos são muito parecidas.
Nos machos adultos: dois testículos situam-se perto dos bordos mediano-ventrais dos rins, um ducto deferente e cada um vai para trás para entrar na cloaca na frente do ureter, unindo-se com o pênis mediano no assoalho ventral da cloaca.
Nas fêmeas adultas: dois ovários encontram-se em posição semelhante, perto dos rins. Perto da parte anterior de cada rim situa-se um funil aberto de um oviduto e este vai para trás até a cloaca.
Ovíparos, a maturidade sexual chega por volta dos 10 anos de idade.
Os óvulos formam-se nos ovários e passam para dentro dos funis, nos ovidutos cada um é fecundado e envolvido por albumina, membranas da casca e uma casca antes da ovipostura.
O acasalamento ocorre na água.
A fêmea tem cuidado parental, constrói o ninho com folhagens, geralmente na areia (para o calor do sol chocar os ovos). Eles vocalizam (piam) durante o nascimento para influenciar os outros a nascerem também, assim a mãe percebe quando algum ovo não quer eclodir.
A postura é de 20 a 50 ovos, os filhotes nascem perfeitamente formados depois de 7 a 8 semanas, geralmente com 20 ou 25cm, e passam a se desenvolver rapidamente. Tempos depois, o crescimento fica lento.
A definição de sexo depende da temperatura. Em anos mais frios, a ninhada será praticamente de fêmeas, e em anos mais quentes, a ninhada será praticamente de machos.
Metabolismo
Animais ectotérmicos, fonte de energia externa.
Mecanismos de termorregulação
Comportamentais: postura, forma do corpo e procura de abrigo
Anatômicos: grande massa corporal
Fisiológicos: circulação, respiração e coloração
As trocas de energia podem ser por condução (contato de uma superfície com o animal), por convecção (movimento de gás ou líquido que tira o calor de uma região), radiação (raios infravermelhos - troca de calor durante repouso) ou evaporação (sudorese).
CLASSE AVES
Maiores: Avestruz da África e Condor da América
Menores: Beija-flor de Helena
Classificação
Sublcasse Archaeornithes
 Archeopteryx
Subclasse Neornithes (aves com esterno bem desenvolvido e normalmente com quilha)
Superordem Paleognathae (aves com palato primitivo dos arcossauros)
Ratitas (esterno sem quilha)
Tinamídeos (esterno com quilha)
Superordem Neognathae (aves com palato flexível)
Demais aves
Evolução
Aves e crocodilianos originaram-se de uma linhagem de répteis extintos (os Archossauros), que também originou os dinossauros.
As evidências são: presença de escama, crânio com 1 côndilo occipital, ovos com os mesmos anexos embrionários e excreção de ácido úrico.
Período Triássico (aparecimento dos primeiros mamíferos verdadeiros)
Período Jurássico (aparecimento das primeiras aves)
Período Cretáceo (extinção de aves arcaicas e aparecimento de verdadeiras aves voadoras -1ª irradiação- maioria de aves aquáticas) *Mas se há dúvida dessa origem, provavelmente se originaram no início do Período Terciário (Eoceno).
O registro fóssil de aves começa com o Archaeopteryx em sedimentos no Jurássico, na Alemanha. Possuía penas rêmiges típicas de aves voadoras.
Os Archaepteryx eram pouco maiores que uma pomba e possuíam uma longa cauda que percorria pela coluna vertebral como os répteis. Além de dentes, dedos individualizados com garras, e como característica marcante, penas do corpo e penas de vôo assimétricas. 
Evidências que sugerem que ele podia voar:
Proporção corporal é semelhante ao das aves voadoras atuais;
Possuem penas rêmiges com assimetria, como os das aves voadoras atuais;
Possui esterno retangular para acomodar músculos de vôo;
Possui fúrcula grande (osso da sorte);
* Na era Cenozóica haviam aves muito diversificadas (período terciário inferior - 2ª irradiação). Poucas famílias aquáticas, a maioria era de terrícolas.
Apesar das espécies atuais serem bem conhecidas, ainda existem controvérsias sobre a história evolutiva deste grupo. Aceitava-se até recentemente o Archaeopteryx como o registro mais antigo atribuído à uma ave. Esse fóssil data do final do Período Jurássico, contudo, um novo estudo sugeriu que o Archaeopteryx não deve ser classificado como ave, e sim como um Deinonicossauro (um grupo de dinossauros não avianos que foram extintos no final do Cretáceo).
Dessa forma, os possíveis candidatos a ancestrais das aves devem ser os gêneros ainda muito pouco conhecidos, sendo eles os Epidexipteryx, Jeholornis e Sapeornis.
Principais Características
1. Adaptações para vôo:
Endotermia; 
Desenvolvimento das penas;
 Desenvolvimento ossos pneumatizados (ossos leves com cavidades aéreas, mas rígidos); 
Perda, atrofia ou fusão de ossos e órgãos; 
Desenvolvimento de sistema de sacos aéreos (pulmões rígidos associados a uma série de sacos que se estendem para o tórax, permitindo que o órgão seja continuamente ventilado por ar fresco, tanto na inspiração como na expiração); 
Postura
de ovos; 
Presença de quilha (expansão do esterno na qual se prendem os músculos que movimentam as asas); 
Ausência de bexiga urinária; 
Ausência de dentes; 
Corpo leve e aerodinâmico; 
Anatomia das asas (permite o vôo por reduzir a resistência do ar, que passa na parte de baixo rapidamente e provoca uma força para cima que mantém a ave suspensa);
2. Origem do vôo em aves:
Surgiu de forma independente por 3 vezes ao longo da evolução: em morcegos, pterosauros e aves (archaeopteryx). As hipóteses são:
Arborícola: das árvores para o ar/solo.
Teoria tradicionalmente mais aceita. O ancestral seria arborícola e o vôo aconteceria das árvores para o ar. Neste caso considera-se que o Archaeopteryx seria um escalador arborícola, saltador e planador, com limitado poder de vôo batido. Alguns terópodes eram semelhantes à esquilos (garras para escalada, cauda para equilíbrio na hora de saltar de galho em galho - estruturas selecionadas para aumento da área para o planeio). 
Essa teoria dominou por muito tempo, até passar a ser contestada pelas seguintes perguntas: por que a evolução de bipedalismo em arborícolas? Como pousariam eretos em outros galhos? Por que nos locais onde os fósseis de Archaeopteryx foram encontrados não tinham árvores? E por esses motivos, a teoria cursorial ganhou força e passou a ser considerada a mais plausível para a explicação da origem do vôo.
Cursorial: do solo para o ar.
Teoria onde se diz que as aves corriam rapidamente até conseguirem levantar vôo, e só assim, desenvolver hábitos de escalada e planagem.
3. Aspecto Externo:
Cabeça distinta do corpo, agora possuindo pescoço longo e flexível.
Boca se transforma em bico, com mandíbulas se pretuberando para a frente.
2 narinas no maxilar superior.
Olhos grandes e laterais (pálpebras superior e inferior, e membrana nictante).
Abertura do ouvido.
Membros anteriores prendem-se no alto do dorso, e ficam dobradas em “z” quando repousadas.
Membros posteriores são musculosos, canela com tendões e revestidas com córneas.
4 artelhos com escamas e garras córneas;
Cauda curta com penas caudais;
4. Tegumento:
A pele é mole e flexível, presa frouxamente à musculatura subjacente. 
Sem glândulas, apenas uma, com exceção da uropigial acima da base da cauda que secreta uma substância oleosa para impermeabilizar as penas e evitar que o bico fique quebradiço.
5. Penas:
Revestimento leve e flexível, resistente e com inúmeros espaços aéreos (isolantes). As penas das asas e cauda formam importantes superfícies de sustentação da ave no vôo, e por esse motivo, devido ao intenso desgaste que sofrem, as aves são muito cuidadas na sua manutenção.
Como as penas crescem: As penas são feitas de células queratinosas (betaqueratinas). O crescimento da pena começa com o placódeo (engrossamento da epiderme a partir de uma condensação de células da derme). Depois o placódeo forma um único tubo alongado, que é o germe da pena. A proliferação de células num anel em torno do germe da pena cria o folículo (o que gera a pena em si). Na base deste folículo (no seu colarinho), continua a produção de queratinócitos, que forçam as células mais velhas a irem para cima, acabando por criar toda a pena tubular.
A camada mais externa da epiderme se transforma na bainha da pena (estrutura temporária que protege a pena em desenvolvimento). A camada interna da epiderme se divide numa série de compartimentos longitudinais, chamados saliências das barbas. Os queratinócitos de dentro das saliências das barbas crescem mais tarde e se transformam nas barbas da pena. À medida que o crescimento se concretiza, a pena emerge de sua bainha superficial. Em seguida, desenrola-se para chegar à sua forma laminar. Quando ela atinge esse estágio, o colarinho do folículo forma o cálamo, um tubo simples na base da pena. Numa pena penácea, as saliências da barba crescem em forma helicoidal em torno do colarinho até se fundirem para formar a saliência da raque. Saliências posteriores das barbas se fundem com as saliências da raque. Em uma pena plumulácea a saliência da barba não cresce em forma helicoidal e uma simples raque se forma na base da pena.
 
As penas se desenvolvem de uma elevação epidérmica que recobre um centro dermal nutritivo. Entretanto, em vez de ocorrer achatamento como nas escamas, os botões germinativos das penas enrolam-se em cilindros e penetram no folículo à partir do qual está crescendo.
 Durante o desenvolvimento de pigmentos vermelho, laranja e amarelo (lipocromos) e preto, marrom, marrom-amarelo e cinza (melanina) são adicionados à células epidérmicas. Conforme a pena aumenta e aproxima-se o final do seu crescimento, a tenra raque e as barbas são transformadas em estruturas duras pelo depósito de queratina. Quando o crescimento termina, a bainha se rompe e é retirada por alisamento com o bico, e aí a pena se distende em sua forma completa.
Estrutura das penas:
Cálamo: ponta oca que fica enterrada na pele da ave;
Ráquis: parte central (eixo da pena);
Barbas: ramos das penas, presos à raque;
Bárbulas: pequenas ramificações das barbas;
Onde as penas se encontram:
As penas podem se distribuir em regiões conhecidas como pterilas. As áreas da pele onde não se observam as penas são conhecidas como aptérias. Em algumas espécie (pinguins) não se observam aptérias. As penas são usualmente trocadas uma vez por ano, com a muda, que pode variar entre as famílias.
Tipos de penas:
Tetrizes (penas de contorno);
Rectrizes (penas caudais); 
Rêmiges (penas de vôo).
Fitoplumas: são as penas “degeneradas”, que se parecem com pêlos. Apresentam uma delgada raque com um tufo de curtas barbas na extremidade. Elas são os “pêlos” de uma ave depenada. Possui a função de percepção de estímulos mecânicos leves, já que possuem terminações nervosas no cálamo.
Pluma-de-pó (pulverulentas): barbas nas extremidades dessas penas semelhantes a plumas se desintegram à medida que crescem, formando um pó fino que impermeabiliza as penas. O pó é distribuído quando as aves as alisam.
Mudas: processo gradual e ordenado, o modo que nunca se formam áreas nuas. A muda nunca ocorre em períodos críticos (já que se tem elevado investimento metabólico), como por exemplo quando migram ou quando estão em condições adversas (escassez de alimento ou secas), ou durante a reprodução.
Estrutura das asas:
 
 
As asas funcionam como aerófilo e propulsão para a frente. Existem penas rêmiges:
Primárias: inseridas nos ossos da mão (propulsão e movimento para a frente)
Secundárias: inseridas nos ossos do antebraço (ascensão ou sustentação)
O formato e tamanho da asa e dos segmentos esqueléticos (braço, antebraço e mão) influenciam as características de vôo:
Mão e antebraço proporcionais - Vôos potentes e planejados (Fragata)
Mão maior que restante dos ossos - Vôos potentes (Beija-flor)
Antebraço maior que todos os ossos - Vôos planadores (Albatroz)
6. Natação:
Nenhuma ave se tornou totalmente aquática, mas algumas ordens são especializadas para a natação (metade delas mergulham e nadam em baixo d’água). Pés com membranas interdigitais ou lobos. Possuindo 3 ou 4 artelhos. 
Corpo largo (aumenta a estabilidade); plumagem densa (aumenta a flutuabilidade e é isolante térmico); grande glândula uropigial (impermeabilização da plumagem).
A transição de uma ave nadadora de superfície para uma de sub-superfície ocorreu de 2 formas:
Especialização maior dos membros posteriores já adaptados para a natação (pés propulsores).
Modificação da asa para usá-la como nadadeira embaixo d’água (asas propulsoras).
Outras modificações importantes foram: 
- Redução na flutuabilidade (menor volume de sacos aéreos, menos ossos pneumáticos, e o fato de expelir ar da plumagem antes de mergulhar).
- Redução da circulação periférica, do ritmo cardíaco e da taxa metabólica enquanto submersos.
- Músculos com capacidade para altas taxas de dióxido de carbono, conseguindo acumular energia de metabolismo anaeróbio (podendo alcançar
mergulhos de até 15 minutos).
7. Versatilidade em relação à sedimentos:
Podem andar em várias profundidades e em vários tipos de sedimentos. Patas de vários tamanhos e formas, podendo caminhar em lama mole, neve, areia, vegetação flutuante, etc.
8. Esqueleto:
Esqueleto leve e delicado quando comparado ao da maioria dos mamíferos. Há ossos pneumáticos (ossos com cavidades para diminuir o peso e com estrutura de reforços que fornecem resistência).
 
Pescoço com cerca de 16 vértebras cervicais, cada uma com superfícies com forma de sela, permitindo assim movimentos livres durante a alimentação. 
As vértebras do tronco são unidas de forma rente entre si. As do tórax apresentam articulações laterais com as costelas e as outras estão fundidas em um sólido sinsacro ao qual se prende a pelve, que contribui para a formação do corpo compacto da ave, importante para a aerodinâmica, o controle das asas e da cauda, e para a transmissão de forças ao corpo.
 
Não há região lombar evidente.
As quatro vértebras caudais livres e o pigóstilo (5 ou 6 vértebras fundidas) comprimido e terminal servem para os movimentos das penas da cauda.
O tórax ósseo protege os órgãos internos e fornece suporte rígido para o mecanismo de vôo, mas é capaz de ligeira expansão e contração para a respiração. Consiste nas vértebras dorsalmente, nas costelas achatadas lateralmente e no esterno ventralmente, com uma quilha mediana onde se prendem os músculos peitorais do vôo.
A cintura peitoral consiste em:
Escápula em forma de espada;
Coracóide que liga o esterno e a escápula;
Clavícula pendurada verticalmente da escápula;
Esses três ossos se encontram dorsalmente em cada lado para formar um canal circular como roldana para o tendão do músculo pequeno peitoral que levanta a asa.
A cintura pélvica é uma sela larga e fina unida ao sinsacro, mas largamente aberta ventralmente permitindo a passagem fácil dos grandes ovos na fêmea. Cada perna consiste no fêmur arredondado, no longo tíbio-tarso, no tarso-metatarso fundido no joelho ou rótula. Presença de quatro artelhos, três para frente e um para trás, cada um com vários ossos.
9. Sistema Muscular:
Os músculos da mandíbula e pescoço proporcionam algumas especializações:
Hábitos alimentares
Uso do bico
Mobilidade do pescoço
A musculatura dorsal é reduzida (por conta da fusão da maioria das vértebras do tronco). Os músculos abdominais são pouco desenvolvidos. Músculos extrínsecos das aves são muito desenvolvidos.
O grande peitoral
Depressor, sua contração move a asa para baixo;
Representa até ⅕ do peso da ave;
Se origina no esterno e na fúrcula e insere-se na face inferior do úmero;
O pequeno peitoral
Move a asa para cima;
Se insere na face superior do úmero;
Músculo deltóide e grande dorsal;
Os músculos do fêmur são usados para correr e para empoleirar. As pernas e pés possuem poucos músculos, uma adaptação que garante formas aerodinâmicas e previne a perda de calor destas partes desprovidas de penas. Os artelhos são movidos por tendões ligados a músculos nos segmentos superiores das pernas.
10. Locomoção:
A transformação dos membros anteriores em asas descartou qualquer possibilidade de seu uso na captura de presas. Assim, as aves concentraram seus mecanismos predatórios nos pés e bicos. 
As aves são especializadas em duas ou mais formas de locomoção: 
Marcha bípede ou natação com os membros posteriores
Vôo com os membros anteriores
Saltar:
Se locomovem por uma sucessão de pulos com os pés movendo-se juntos (locomoção podal). Locomoção encontrada principalmente em aves arborícolas que se empoleiram.
Empoleirar e escalar:
Empoleirar (pés anisodáctilos - B). 
Escalar e empoleirar em superfícies verticais (pés zigodáctilos - D).
Podem escalar e troncos de árvores ou outras superfícies verticais usando os pés, caudas ou bico (há exceção, como a cigana jovem da América do Sul que usa os membros anteriores). 
Nadar na superfície:
Nenhuma é totalmente aquática. Possuem corpo largo para aumento da estabilidade, possuem plumagem densa para aumento da flutuabilidade e terem isolante térmico, maiores glândulas uropigiais para melhor impermeabilização da plumagem e lobos ou membranas interdigitais nos pés. (pés - C)
Mergulhar:
A transição ocorreu de duas formas:
Especialização dos membros posteriores já adaptados (pés propulsores);
Modificação da asa para usá-la como nadadeira (asas propulsoras); (pés - C)
Andar sobre sedimentos:
Andam em várias profundidades (diferentes cumprimentos de patas) e em vários sedimentos (lama mole, neve, areia, vegetação flutuante, etc) (pés - F) 
11. Nutrição e Digestão
Bico córneo, podendo ter vários formatos, adaptados pelo estilo de vida do animal (ex: mais delgados em aves que fazem a captura de sua presa em buracos e mais robusta e alongados nos que cavam madeira). A superfície exterior do bico é coberta por uma fina bainha de esporões córneos com queratina (rhamphotheca).
Devido à essas adaptações que as aves conseguiram colonizar todas as partes do globo.
Aves eurifágicas são onívoras e aves etenófagas são especialistas (comedoras-restritas).
12. Respiração
As narinas do bico ligam-se às coanas (abertura no céu da boca) acima da cavidade bucal, que leva o ar das narinas à traquéia quando estão com o bico fechado.
Glote no assoalho da faringe que abre-se em uma traquéia longa e flexível, reforçada por arcos cartilaginosos parcialmente calcificados.
Os cantos e gritos das aves são produzidos por ar forçado através de membranas nas paredes das siringes (dilatação da traquéia), que vibram podendo variar a tensão. 
Um par de brônquios, que segue um para cada pulmão. Se ramificam intensamente formando os capilares aéreos (onde ocorre a hematose), que se abrem em canais maiores, formando os parabrônquios, que seguem para esses sacos aéreos (nove).
Os sacos aéreos são expansões membranosas que ocupam espaços entre as vísceras e também as cavidades dos ossos pneumáticos, servindo para refrigeração do corpo (mantém a homeotermia, refrigerando o corpo durante o vôo quando o metabolismo aumenta muito) e para diminuir o peso do animal).
Movimento respiratório: Por não possuírem diafragma, os movimentos respiratórios são por músculos que promovem a contração e movimento do esterno, sentido ventro-cranial e lateral nas costelas. Na inspiração o volume aumenta e a pressão diminui, fazendo com que o ar entre nos pulmões. Na expiração o volume diminui e a pressão aumenta, fazendo com que o ar saia dos pulmões. Movimentos torácicos e abdominais.
Narinas → traquéia → brônquios → sacos aéreos posteriores → pulmões → sacos aéreos anteriores → boca
13. Circulação
Grandes pulmões com grande área de trocas gasosas, dessa forma, podem manter seus tecidos ricamente oxigenados (condição essa, necessária para manutenção da taxa metabólica elevada). Eles obtém O2 do ar atmosférico, que é muito mais rico nesse gás que a água.
Duas aurículas (no lugar de átrios) de paredes finas e dois ventrículos distintos de paredes grossas, separando completamente os sangues arterial e venoso. Fator esse importante para manter a temperatura do corpo regulada.
Durante a respiração o ar entra nos pulmões, formando o sangue arterial, e são levados pela veia pulmonar até a aurícula e ventrículo esquerdo → de lá o sangue é levado através da artéria aorta para os capilares do corpo → é utilizado o O2, fazendo com que seja transportado através da veia cava o sangue agora venoso até a aurícula e ventrículo direito → sangue percorre novamente para os pulmões através da artéria pulmonar.
Homeotermia: animais cujos tecidos são bem nutridos (ricos em O2) em função da eficiência de seus sistemas circulatórios e respiratórios, que mantém alta taxa metabólica (muita produção de calor). Possuem balanço térmico positivo (geram mais calor do que perdem). 
14. Excreção
Rins metanéfricos, de cada rim sai
um ureter que se abre na cloaca.
Ausência de bexiga urinária, excreta é branca e rica em ácido úrico.
As aves marinhas possuem muito sal em sua corrente sanguínea, e por esse motivo, poderiam se prejudicar caso esse sal fosse eliminado apenas pelos rins, pois assim, perderiam muita água, então essas aves possuem a glândula de sal para fazer esse tipo de excreção. O sal é levado através de capilares para tubos do interior dessa glândula, passando por células especiais para um canal coletor, e então, é eliminada em forma de líquido.
15. Nervoso
12 pares de nervos cranianos.
Encéfalo apresenta cerebelo bem desenvolvido, pois necessitam de muito equilíbrio para o vôo e outras atividades de coordenação.
Lobos olfativos pequenos e lobos ópticos bem desenvolvidos.
16. Órgãos de sentido
VISÃO: 
Mais fotorreceptores por unidade de retina, visão de cores em espécies diurnas é precisa, a retina contém muitos cones com gotículas de óleo que tornam as imagens muito mais nítidas.
Acomodação do foco rápida (necessária para mudanças de visão de perto, e longe).
Pecten é uma estrutura de vasos sanguíneos que promove a nutrição da retina.
AUDIÇÃO:
Bem desenvolvida, tendo 10x mais células ciliadas por unidade de comprimento coclear e os mamíferos.
Anatomia do aparelho auditivo externo leva ao tímpano desse, um osso (columella auris) que transmite ondas sonoras através da cavidade do ouvido médio até a janela oval do ouvido interno.
OLFATO E GUSTAÇÃO:
Ambos são pouco desenvolvidos, mas tendo exceções em pica-paus, kiwi e urubu-de-cabeça-vermelha.
Epitélio olfativo geralmente é restrito e confinado a superfície da concha superior.
Reconhecimento do alimento é feito pela visão.
VOO:
Existem duas formas: batendo asas, ou planando.
Batimento contínuo → aves de asas curtas, batidas rápidas e pontes das rêmiges primárias.
Batimento alternado com voo planar → aves com mais de 140g alternam o batimento/planeio para ganhar altitude, podendo bater asas e depois fechá-las bem junto ao corpo assumindo forma aerodinâmica (pica-pau) ou mantê-las abertas (cuco).
 
Voo planado → térmico: aves grandes que usam correntes térmicas ascendentes, deixando as asas abertas e fazendo manobras para não saírem da bolha de ar quente.
Dinâmico → aves marinhas que possuem asas longas e estreitas, no mar as correntes de vento são desviadas para cima das ondas, então as aves aproveitam essas correntes para subirem e descerem.
Muitas aves só voam pequenas distâncias entre árvores, enquanto outras passam a maior parte do seu tempo de vida voando, mas os princípios gerais são os mesmos em todas as espécies. Quando uma ave bate sua asa para baixo, ela produz impulso para frente das penas de voo, e este impulso faz a decolagem, graças a forma aerófila das asas que força o ar de baixo para cima.
Navegação → são sensíveis a pequenas variações de pressão do ar, tal sensibilidade pode ser útil para o voo e pode servir na precisão de mudanças dos padrões climáticos (importante para a migração). Elas podem captar informações através de infrasom, produzido por movimento de ar em grande escala. Conseguem detectar campo magnético (algumas células produzem magnetita, que enviar informações para o cérebro sobre os pólos da Terra), e cera do bico dos pombos é um desses órgãos. 
Migração → causada por ausência ou escassez de alimento.
17. Reprodução
Machos: presença de dois testículos, vesícula seminal e em algumas espécies, pênis. Durante época reprodutiva os testículos aumentam e os espermatozóides desenvolvidos são armazenados nas vesículas seminais, para serem transferidos da cloaca do macho para o da fêmea.
Fêmeas: somente o ovário e oviduto esquerdos se desenvolvem. O ovário fica perto do rim, e perto fica o funil expansor (ou infundíbulo do oviduto), o ducto estende-se para trás até a cloaca. Em aves que não estão botando o ovário é pequeno, contendo óvulos pequenos, sendo o ducto também pequeno, mas na época da ovipostura ambos aumentam muito. Cada óvulo recebe uma cota completa de vitelo antes de ser liberado. O óvulo maduro escapa de seu folículo ovariano para a cavidade abdominal, é apanhado por movimentos ativos do funil e penetra no oviduto.
Acasalamento: maioria monogâmica (apenas um parceiro durante toda a vida). Machos fazem a corte (cantos, rituais nupciais).
Aves recém nascidas podem ser nidífugas (saem praticamente prontas dos ovos) ou podem ser nidícolas (sem penas e desamparados).
CLASSE MAMMALIA
Principais Características
Glândulas mamárias
Corpo total ou parcialmente coberto por pêlos
Presença de diafragma muscular
Dentição heterodonte
Origem
Synapsidas
 Surgem no final do Triássico, sofrem radiação no Jurássico (graças à extinção dos dinossauros) e originam-se quase todos os grupos modernos durante o Cretáceo.
Répteis mamaliformes → Pelycosauria e Therapsida
Pelycosauria: características reptilianas (côndilos occipitais únicos e postura reptiliana)
 características mamíferas (heterodontia simples em alguns casos)
Therapsida: vindos dos Pelycosauria carnívoros
Cynodonte: originaram os mamíferos atuais
Morganocudon foi o primeiro a apresentar características fundamentais aos mamíferos → única articulação na mandíbula e dentes com esmalte.
Evolução de synapsidas para mamíferos
Dentição se torna tricúspide (homo para heterodonte)
Dentes com raiz dupla
Estrutura da mandíbula aumentou no tamanho dos dentes e decréscimo no número de ossos pós-dentários.
Ouvido com 3 ossículos (aumento na capacidade auditiva)
Esqueleto pós-cranial (vértebras diferenciadas, modificação das duas primeiras vértebras - atlas/áxis)
Modificação da cintura pélvica (postura mais ereta, eficiência do movimento)
Tegumento
Pele mole e fina, possuindo derme e epiderme, sendo a derme mais espessa.
Locais sujeitos a muito atrito como a sola do pé tornam-se mais espessas e cornificadas por queratina.
Pelo
Nasce no folículo piloso que apesar de ser epidérmico, está inserido na camada dérmica.
Crescimento contínuo devido a proliferação das células no folículo.
A medida que a extremidade do pelo é empurrada para cima, as células são afastadas de suas fonte de nutrição e morrem, transformando-se em um tipo de proteína densa e fibrosa (queratina), que constitui também unhas, garras, cascos e penas.
Cada pelo compõe-se de uma raiz e uma haste.
A raiz é um bulbo mole, ela e parte da haste ficam sob a pele (o folículo).
No fundo dela projeta-se a papila, que contém uma artéria que nutre a raiz do pelo.
A parte exterior da haste do pelo é chamada cutícula, que consiste em uma camada de células achatadas, ditas escamas cuticulares. Sob a cutícula fica o córtex, camada de células de estrutura concêntrica. O pelo da maioria dos mamíferos tem um núcleo central (medula), formada por células em forma de caixa, dispostas frouxamente.
Existem alguns tipos diferentes de pelo, sendo eles:
→ Lanoso ou viliforme: isolante térmico, densos e macios.
→ De cobertura: protegem contra desgaste e fornecem coloração, são ásperos e longos.
→ Vibrissas: sensoriais que proporcionam um sentido tátil, seu movimento gera impulsos nas terminações nervosas que se ligam à áreas específicas do encéfalo.
→ Espinhos: defesa.
Glândulas
Sudoríparas: regulação de temperatura e eliminação de substâncias tóxicas. Se encontram na camada exterior da pele, mas se estendendo até a camada interna. Não são encontradas em espécies marinhas. Podem ser écrinas (secreção aquosa, restritas às solas dos pés e cauda preênsil - adesão -, na superfície do corpo apenas em primatas - resfriamento corporal -) ou apócrinas (secreção biológica, em humanos nas axilas e região pubiana e em ungulados espalhadas pelo corpo) . 
Odoríferas: utilizadas para comunicação e demarcação de território, aviso e defesa.
Sebáceas: secretam substâncias gordurosas para dentro do folículo piloso, que serve como camada de revestimento que torna a pele e os pelos macios e brilhantes.
Mamárias: produção
de leite para nutrição da cria. Estrutura com ramificações mais complexas que as demais glândulas. Nos machos seu desenvolvimento cessa antes da puberdade. Tornam-se ativas no final da gestação por ação da prolactina.
Apêndices Cefálicos
Cornos verdadeiros: estruturas ocas com epiderme queratinizada que reveste um cerne ósseo que se projeta do crânio. São permanentes, crescem continuamente e ocorre nos dois sexos.
Chifre: costuma-se ter em cervídeos. Quando maduro, são compostos de ossos. Quando o crescimento dos chifres se completa (antes da estação reprodutiva - outono) estes caem após essa estação reprodutiva. Novos brotos surgem meses depois, mais elaborados, e maiores.
Corno de rinoceronte: filamento queratinizado em forma de pelos, originados de papilas dérmicas.
Garras, unhas e cascos: são acúmulos de queratina que protegem a falange terminal dos dígitos. As garras permanentemente estendidas são condição primitiva, ao contrário de garras retráteis. As unhas de primatas são derivadas das garras, porém, mais simples. O Casco nos ungulados é a modificação da unha que cobre inteiramente a terceira falange e é utilizada para se manter de pé.
Esqueleto
Crânio com 2 côndilos occipitais e a mandíbula inferior é formada apenas pelo osso dentário, ligada diretamente ao resto do crânio (em outros vertebrados essa ligação é sempre indireta, existindo pelo menos outro osso para fazer a ligação), e presença de alvéolos dentários.
Crânio apresenta arcada zigomática, onde se alojam poderosos músculos que permitem movimentos de mastigação.
Tronco apresenta costelas ligadas ao esterno, formando a caixa torácica, que é muito eficiente nos movimentos respiratórios.
4 patas com 5 dedos.
Forma de contato da pata com o solo: 
Ungulados → apenas a ponta dos dedos
Digitígrados → apoiam apenas os dedos
Plantígrados → apoiam calcanhar, metapódio e os dedos no chão
Músculos
Em menor volume nas vértebras e costelas, e maior volume e mais desenvolvidos na cabeça, pescoço e pernas.
Digestão e Nutrição
Aparelho Bucal
Lábios finos e moles, gengiva carnosa
Dentição heterodonte (incisivos - cortar/morder , caninos - perfurar , pré-molares - partir/despedaçar , e molares - esmagar/triturar). Os dentes podem ser decídua (exceto no caso dos molares) ou permanentes. 
Carnívoros possuem dentes carniceiros, molares com as pontas afiadas.
Língua é presa nos ossos hióides, com lado superior áspero e cornificado com 4 tipos de papilas gustativas.
 2. Faringe
Superfície dorsal, abre-se nas coanas
Superfície ventral, glote - abertura respiratória
 3. Estômago
Pode ser simples, com uma câmara, ou pode ter 4, no caso dos ruminantes.
Grama ingerida na 1ª deglutição, passa pelo esôfago → chega ao rúmen onde ocorre quebra pelos microorganismos e transformadas em massa de alimento → sobem pelo esôfago por regurgitação para serem mastigadas novamente → descem pelo esôfago novamente na 2ª deglutição → retículo onde ocorre quebra de celulose → omasso onde a água e o alimento são absorvidos → abomaso → intestino
 4. Carnívoros
Vida mais ativa, dieta proteica, possuem tubo digestivo curto e o ceco (saco que oferece espaço adicional para o alimento volumoso enquanto se é processado lentamente, funcionando como uma câmara de fermentação. Se encontra na união do intestino delgado com o grosso) é pouco desenvolvido ou ausente.
Respiração
Pulmões de estrutura esponjosa com revestimento da pleura.
Presença do diafragma, que auxilia no processo de respiração e trabalha juntamente com os músculos intercostais.
Inspiração → diafragma contrai e desce, fazendo com que os músculos intercostais contraem e o esterno suba. Essas ações promovem aumento da cavidade torácica para que seja possível a entrada de ar nos pulmões.
Expiração → diafragma relaxa, deixando com que os músculos intercostais se acomodem na sua forma natural.
A hematose ocorre nos alvéolos pulmonares.
Em mamíferos aquáticos há presença de abas e válvulas que fecham as narinas externas.
Circulatório
coração → artéria pulmonar → pulmões → veias pulmonares → coração → artéria aorta → corpo → veia cava inferior e superior → ..
As focas reduzem sua frequência cardíaca quando estão em grandes profundidades. 
Nos cetáceos há colapso alveolar, que impede a troca gasosa, isso acontece para que o O2 saia da musculatura para ser usado no encéfalo e no coração.
Excreção
Excretam principalmente uréia de seus rins metanéfricos.
Essa excreção sai pela abertura independente do aparelho digestivo.
Nervoso
Paladar: identificação do alimento.
Olfato: mais importante, achar o alimento, identificar inimigos e comunicação.
Audição: bem desenvolvida.
Visão: sensitividade mais importante que acuidade, evoluído em animais noturnos.
Tato: nervos táteis ao longo do corpo.
Ecolocação: detecção de posição/distância através de ondas ultrassônicas.
Reprodução
Prototérios (monotremados)
Fazem postura de ovos, onde o filhote se desloca para uma bolsa onde termina seu desenvolvimento lambendo leite produzido pela mãe (não existem mamilos).
Metatérios (marsupiais)
Animais que não possuem placenta bem desenvolvida, e por isso, nascem prematuros. As crias nascem por um canal de nascimento central independente, que pode ou não se manter aberto. Desta forma, ao nascerem, eles ainda são levados para uma segunda bolsa (marsúpio) para terminarem seu desenvolvimento.
Eutérios (placentários)
Se desenvolvem quase completamente na placenta, que serve como proteção, nutrição e ajuda nas excretas do embrião. Há alimentação pelo leite somente após o nascimento.

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