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Resumo Geral + Epidemiologia


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SAÚDE PÚBLICA II – AULA 1 – REVISÃO PAULA SABBAG XLIX 
HND e níveis de prevenção 
- HND: conjunto de processos interativos, desde as primeiras forças que criam o estímulo patológico no meio 
ambiente, ou em qualquer outro lugar, passando pela resposta do homem ao estímulo, até as alterações que levam a 
um defeito, invalidez, recuperação ou morte – pré patogênico + patogênico 
- Períodos de patogênese: patogênese precoce (sem sinais clínicos); doença precoce discernível (diagnóstico clínico e 
primeiros sintomas); doença avançada (forma clínica máxima da doença); convalescência (desfecho da enfermidade) 
- Níveis de prevenção: 
- Prevenção primária: promoção da saúde e proteção específica; antecede a ocorrência da doença (prevenção) 
- Prevenção secundária: identificar anomalias e diminuir a prevalescência da doença (realização de exames) 
- Prevenção terciária: doença se torna sintomática (ajustar o paciente a uma nova condição); reabilitação 
- Prevenção quaternária: evitar exames, tratamentos desnecessários 
Atenção primária a saúde – SUS 
SUS: modelo público de ações e serviços de saúde, orientado por um conjunto de princípios e diretrizes válidos para 
todo o território nacional. Foi criado pela constituição de 1988, antes o atendimento público era de responsabilidade 
do INAMPS e era restrito aos empregados que contribuíam com a previdência social 
- Universalidade/Integralidade/Equidade 
- Antecedentes históricos: movimento pela reforma sanitária e 8ª conferência nacional de saúde 
- Lei 8080: dispõe sobre as condições para a promoção, proteção e recuperação da saúde, a organização e o 
funcionamento dos serviços correspondentes e dá outras providências 
Políticas públicas de saúde – histórico 
- 1978: Conferência de Alma Ata: “saúde para todos no ano 2000” 
- 1986: 8ª CNS – consagra princípios do SUS (universalidade, integralidade, assistência e equidade) 
- 1988: constituição federal e criação do SUS 
- 8.080/90: Lei orgânica da saúde 
Níveis de atenção 
- Princípios éticos: universalidade (acesso a saúde pública para todos) e equidade (privilégio dos mais necessitados) 
- Princípios operativos: descentralização política, regionalização e hierarquização 
- Relatório de Dawson: territórios, populações adscritas, rede, porta de entrada 
- Nível primário: atenção uniforme a todos, porta de entrada 
- Baixa tecnologia (equipamentos) e alta complexidade (conhecimento) 
- Exames básicos – consultórios, centros de saúde 
- Nível secundário: casos encaminhados da atenção primária 
- Maior tecnologia e média complexidade 
- Áreas especializadas – GO, psiquiatria, pediatria, oftalmo, ... 
- Nível terciário: patologias não solucionadas na atenção secundária 
- Doenças raras 
- Equipamentos de alta tecnologia 
- Neurologia, cirurgias especificas, nefrologia, oncologia, ... 
Estratégia saúde da família 
- Sair do modelo tradicional: conversão da atuação das equipes nos âmbitos individuais, familiares e coletivo 
- Características do processo de trabalho da SF: 
- Interdisciplinaridade: integrar áreas técnicas e profissionais de diferente formação 
- Vinculação: participação das famílias na sociedade 
- Competência cultural: valorização de diversos saberes e práticas 
- Participação social: participação da comunidade com as ações realizadas 
- Intersetorialidade: integra projetos sociais e setores afim 
- Fortalecimento da gestão local 
- Princípios da estratégia de saúde da família: Adscrição de clientela; Territorialização; Diagnóstico da situação de 
saúde da população; Planejamento baseado na realidade local 
Sistemas de informações 
- Vantagens: ampla cobertura, abrangência nacional, dados informatizados, grande número de informações 
diversificadas, informação para cada município 
 
SAÚDE PÚBLICA II – AULA 2 – INTRODUÇÃO À EPIDEMIOLOGIA 
Epidemiologia: 
Epidemiologia é a ciência das epidemias, propõe-se a estudar quantitativamente a distribuição dos fenômenos de 
saúde/doença, e seus fatores condicionantes e determinantes, nas populações humanas. 
A epidemiologia, portanto, é um campo da ciência que trata dos vários fatores genéticos, sociais ou ambientais e 
condições derivados de exposição microbiológica, tóxica, traumática, etc. que determinam a ocorrência e a 
distribuição de saúde, doença, defeito, incapacidade e morte entre os grupos de indivíduos. 
O estudo do processo saúde-doença através do método epidemiológico possui uma dimensão de determinação social, 
e como se sabe, as sociedades estão sujeitas a leis próprias, cuja explicação ultrapassa as possibilidades do método 
clínico. 
Entendem-se determinantes sociais de saúde como as condições de vida e trabalho dos indivíduos e de grupos da 
população, que estão relacionadas com sua situação de saúde. Cabe à epidemiologia descritiva a avaliação da 
frequência ou distribuição das enfermidades e à epidemiologia analítica o estudo dos fatores (causais) que explicam 
tal distribuição, relacionando uma determinada situação de saúde, ou seja, as desigualdades dos níveis de saúde entre 
grupos populacionais, com a eficácia das intervenções realizadas no âmbito da saúde pública, ou mesmo identificando 
suas causas no modo como tais iniquidades são produzidas, na forma como a sociedade se organiza e desenvolve. 
Estudos ecológicos: 
- Inquéritos tipo corte-transversal (seccionais): Os estudos seccionais ou estudos de corte transversal ou estudo de 
prevalência observam simultaneamente, em um mesmo momento histórico, o fator causal e o efeito de um 
determinado agravo ou patologia, não se prestando por isso à pesquisa de etiologia, revelando apenas medidas de 
associação entre o agravo e a condição atribuída, úteis para identificar grupos (fatores) de risco, gerar hipótese e 
descrever a prevalência de doenças. 
- Estudos de caso-controle: O estudo de caso-controle é um estudo retrospectivo onde se procura verificar a 
frequência de um determinado agravo na presença ou ausência de um determinado fator 
condicionante/determinante (exposição) distinguindo-se do estudo de coorte pelo fato de que as pessoas foram 
escolhidas por estar doentes. Ou seja, no estudo de caso-controle o pesquisador investiga a exposição a determinados 
fatores no passado por pessoas que possuem determinada doença e pessoas saudáveis. 
- Estudos de coorte: Os estudos de coorte são capazes de abordar hipóteses etiológicas produzindo estimativas de 
incidência. O termo coorte tem origem no império romano e designava unidades do exército que possuíam 
equipamentos e uniformes homogêneos. A técnica de elaboração de uma coorte propõe como sequência lógica da 
pesquisa a anteposição das possíveis causas e a posterior busca de seus efeitos ou danos. 
 
Conceitos importantes: 
- Surto: Denomina-se surto epidêmico ou apenas surto, uma ocorrência epidêmica restrita a um espaço extremamente 
delimitado: colégio, quartel, bairro, etc 
- Epidemia: Uma epidemia irá acontecer quando existir a ocorrência de surtos em várias regiões. A epidemia a nível 
municipal é aquela que ocorre quando diversos bairros apresentam certa doença, a nível estadual ocorre quando 
diversas cidades registram casos e a nível nacional, quando a doença ocorre em diferentes regiões do país. (1,96 desvio 
padrão + média) 
- Pandemia: A pandemia, em uma escala de gravidade, é o pior dos cenários. Ela acontece quando uma epidemia se 
estende a níveis mundiais, ou seja, se espalha por diversas regiões do planeta. 
- Endemia: A endemia não está relacionada a uma questão quantitativa. É uma doença que se manifesta com 
frequência e somente em determinada região, de causa local. A Febre Amarela, por exemplo, é considerada uma 
doença endêmica da região norte do Brasil. 
*Infectividade: éo nome que se dá à capacidade que tem certos organismos de penetrar e de se desenvolver ou de 
se multiplicar no novo hospedeiro, ocasionando infecção. Nesse caso, o agente etiológico é também chamado de 
agente infeccioso. Há agentes dotados de alta infectividade que facilmente se transmite às pessoas suscetíveis. Tome-
se como exemplo o vírus da gripe. Já os fungos em geral caracterizam-se por sua baixa infectividade 
 - Patogenicidade: É a qualidade que tem o agente infeccioso de uma vez instalado no organismo do homem e 
de outros animais, produzir sintomas em maior ou menor proporção dentre os hospedeiros infectados. Há agentes 
dotados de alta patogenicidade, como é o caso do vírus do sarampo. 
 - Virulência: É a capacidade de um bioagente produzir casos graves ou fatais. Alta virulência indica uma grande 
proporção de casos fatais ou graves. É o que acontece na raiva, por exemplo; todo caso é fatal. Já o vírus do sarampo, 
apesar de alta infectividade e de alta patogenicidade, é de baixa virulência. São raros os óbitos por sarampo em nosso 
meio urbano. Os que ocorrem são devidos a fatores intercorrentes, como, por exemplo, a desnutrição do suscetível. 
A virulência está associada às propriedades bioquímicas do agente relacionada à produção de toxinas, e a sua 
capacidade de multiplicação no organismo parasitado, o que o torna metabolicamente exigente, com prejuízo do 
parasitado. Na prática, a virulência de um determinado bioagente pode ser avaliada através dos coeficientes de 
letalidade e de gravidade. 
- Período de Incubação: é o intervalo de tempo que decorre desde a penetração do agente etiológico no hospedeiro 
(indivíduo já está infectado), até o aparecimento dos sinais e sintomas da doença, variando de acordo com a doença 
considerada. 
- Período de Transmissibilidade: é aquele em que o indivíduo é capaz de transmitir a doença quer esteja ou não com 
sintomas. 
 
 
SAÚDE PÚBLICA II – AULA 3 – INDICADORES DE SAÚDE 
Endemia/ nível endêmico: níveis de incidência normal = número de casos de determinada doença esperado para 
aquela população naquele local e naquele tempo 
Epidemia: É a ocorrência em uma comunidade ou região de casos de natureza semelhante, claramente excessiva em 
relação ao esperado. Aumento brusco; temporário, que ultrapassa 1,96 do desvio padrão da média 
Pandemia -> Epidemia que atinge o mundo todo 
*Local que não há nenhum caso de doença, e de repente surge alguém com essa doença, é uma epidemia 
porque foge do esperado. 
- Indicadores de saúde: demográficos; socioeconômicos; mortalidade; morbidade e fatores de risco (relação/ divisão) 
- Número absoluto: número sozinho 
- Número relativo: divisão 
1.Indicadores da política sanitária: medem distribuição dos recursos, o grau de participação da comunidade na 
obtenção da saúde 
2.Indicadores sociais e econômicos: taxa de crescimento da população, produto nacional bruto (PNB) ou produto 
interno bruto (PIB), distribuição de recursos e gastos com saúde, condições de trabalho, índice de analfabetismo de 
adultos, condições de habitação 
3.Indicadores da prestação de atenção à saúde: relacionados a disponibilidade, acessibilidade econômica e cultural, 
utilização de serviços e indicadores de qualidade de assistência 
4.Indicadores da cobertura da atenção primária de saúde: nível de alfabetismo, disponibilidade de sistemas adequados 
de água e esgoto, acesso das mães e crianças a atenção básica, cobertura vacinal local 
5.Indicadores de estado de saúde: percentagem de recém-nascidos com baixo peso ao nascer, taxas de mortalidade 
perinatal e infantil 
- Medidas de morbidade 
 - Coeficiente de incidência 
 - Coeficiente de prevalência 
- Medidas de mortalidade 
 - Coeficiente geral de mortalidade 
 - Coeficiente de mortalidade infantil 
 - Outros 
- Medidas de gravidade 
 - Letalidade 
- Distribuição proporcional 
*Sua utilidade é para monitorar situações de saúde-doença e 
propor ações que modifiquem essa situação 
 
 
 
 
Situação da doença 
Risco de adoecer 
 
Mortes 
Risco de morrer 
 
 
Gravidade 
 
Grupos mais atingidos 
Razão/ proporção: 
- É um tipo de medida matemática, onde o numerador de uma fração é um subconjunto do denominador dessa fração, 
isto é, o numerador está contido no denominador. 
- Divisão do que eu quero estudar, dividido pela população total 
- Ex.: Indicador proporcional de mortalidade para adolescentes -> óbito total de adolescentes X100 / óbito 
total 
- Ex.: Indicador de óbito de menores de 1 ano -> óbito < 1 ano X100 / óbito total 
- Indicador de Swarop e Uemura (ISU): 
- Ex.: Indicador de óbito de pessoas > 50 anos -> óbito > 50 anos X100 / óbito total 
Taxa/ coeficiente: 
- É a relação entre o número de eventos que de fato aconteceram (eventos reais) e o número de eventos que poderiam 
acontecer. 
Numerador = número de casos detectados 
Denominador = tamanho da população sob risco 
 - Ex.: Coeficiente de mortalidade geral de Mogi das Cruzes em 2016 -> óbito total X10 n / população de Mogi 
 - Ex.: Coeficiente de mortalidade por tuberculose -> óbito por tuberculose X10 n / população de Mogi em 2016 
 - Ex.: Coeficiente de mortalidade por câncer de próstata -> óbito por câncer de próstata X10 n / população 
masculina de Mogi em 2016 
 - Ex.: Coeficiente de mortalidade infantil menor de 1 ano -> óbito < 1 ano X1000 / nascidos vivos 
- Indicadores de mortalidade infantil, neonatal ou pós-neonatal são multiplicados por 1000 
 
Curva de Nelson Moraes 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
SAÚDE PÚBLICA II – AULA 4 – PROCESSO ENDÊMICO EPIDÊMICO 
Morbidade 
- Morbidade Referida: percebida pelo indivíduo e relatada por ele. Está diretamente associada a percepção 
que o indivíduo tem sobre saúde e doença. 
- Morbidade observada: diagnosticada por um examinador independente, em geral um profissional de saúde 
Incidência: número de casos novos de uma dada doença, complicações ou agravos e reflete a dinâmica com que casos 
novos aparecem no grupo populacional, num determinado período de tempo 
Prevalência: casos existentes, num determinado instante no tempo, independentemente de quando se iniciaram 
- A prevalência depende da duração da doença e da incidência! 
- A prevalência e a incidência estão relacionadas à duração da doença. 
- A melhoria no tratamento médico de uma afecção crônica, fazendo prolongar a vida, mas sem curar a doença, 
aumenta o número de casos na população, elevando a prevalência 
Incidência 
A incidência de uma doença, em um determinado local e período, é o número de casos novos da doença que iniciaram 
no mesmo local e período. Traz a ideia de intensidade com que acontece uma doença numa população, mede a 
frequência ou probabilidade de ocorrência de casos novos de doença na população. Alta incidência significa alto risco 
coletivo de adoecer 
- Uma determinada doença pode ser caracterizada como: 
 - Presente em nível endêmico 
 - Presente em nível epidêmico 
 - Presente em casos esporádicos 
 - Inexistente 
Endemia 
É a ocorrência coletiva de uma determinada doença, que no decorrer de um largo período histórico, acomete 
sistematicamente grupos humanos distribuídos em espaços delimitados e caracterizado mantendo a sua incidência 
constante, permitindo as variações sazonais (durante o ano). 
Qualquer doença espacialmente localizada, temporalmente ilimitada, habitualmente presente entre os membros de 
uma população e cujo nível de incidência se situe sistematicamente nos limites de uma faixa endêmica que foi 
previamente convencionada para uma população e época determinada.Scanned by CamScanner
Coeficiente Mensal Médio 
No exemplo dado, o coeficiente mensal médio de incidência esperado para os meses de janeiro dos anos vindouros é 
igual a média aritmética dos coeficientes de incidência calculados para todos os meses de janeiro dos anos anteriores, 
desde 1960- 1969 
 CM Jan = 0,13/100000 habitantes 
Desvio Padrão 
Define-se como desvio padrão para o período t do ano como sendo o desvio padrão St, calculado a partir das 
frequências brutas ou trabalhadas, observadas no mesmo período do ano, numa série de anos imediatamente 
anteriores, e que, espera-se sejam repetidos nos mesmos meses, anos vindouros 
S Jan = 0,05 
Frequência Máxima Esperada 
A frequência média do desvio padrão e, agora, a frequência máxima esperada são calculadas para um determinado 
período de tempo devidamente especificado, um mês, uma semana ou um dia, tomados como partes unitárias, 
inseridas num intervalo mais abrangente: ano, por exemplo. Com p% de probabilidade para um período t do ano, 
(Fmáx. P%), como sendo igual à soma da frequência média mensal, Fméd., com z vezes o desvio padrão esperado, St 
Fmáx.97,5% = Fméd.t+ 1,96 St 
Coeficiente de Incidência Máxima Mensal Esperada 
O coeficiente de incidência mensal máximo esperado com 97,5% de probabilidade para a meningite meningocócica, 
nos meses de janeiro futuros, a partir de 1970 será: 
C.I. máx97,5% t = CI méd jan+ 1,96 S jan 
C.I. máx97,5%jan = 0,228/ 100000 hab 
Frequência Mínima Esperada 
Para efeito de cálculo, a frequência mínima esperada com 97,5% de probabilidade, referente a um determinado 
período t do ano, Fmin97,5%t , é igual à frequência média para o período considerado, F méd, da qual se subtrai 1,96 
vezes o desvio padrão que foi calculado para o mesmo período St 
Fmin.97,5% = Fméd.t - 1,96 St 
Coeficiente de Incidência Mensal Mínima Esperada 
C.I. min97,5% t = C.I.méd.jan - 1,96 Sjan 
C.I. min97,5%t = 0,13 – ( 1,96X 0,05) / 100000 hab 
C.I. min97,5% = 0,032/100000 hab 
Intervalo de Frequência Esperado 
Intervalo mensal de incidência esperado com 95% de probabilidade, para um determinado mês do ano, como sendo 
o intervalo delimitado pelos coeficientes de incidências mensais mínimo e máximo, inclusive, esperados para o mesmo 
mês e que inclua 95% dos coeficientes que virão a ser observados 
- Como determinar se uma doença é endêmica? 
 - Frequência média -> se considerarmos um período t do ano (mês ou ano), a frequência dessa doença será 
próxima à média das frequências acontecidas nos anos anteriores no mesmo período. 
 
 
*Epidemia: 
- Explosiva: Alta velocidade de progressão - Fonte comum: Transmissão indireta por veículos 
- Lenta: Baixa velocidade de progresso - Fonte pontual: Existência de foco circunscrito 
 - Progressiva: Existência de transmissão direta - Fonte persistente: Existence de foco continuado 
 
Endemia é uma doença cuja incidência se situa sempre dentro dos limites da faixa endêmica previamente determinada 
para a população correspondente. 
Epidemia é a situação em que a incidência de uma doença em uma população ultrapassa o limite endêmico superior 
(ou limiar epidêmico). 
Surto: Epidemia em um espaço limitado (escola, creche, quartel, condomínio, bairro). Ex.: surto de diarreia entre 
participantes de uma festa de casamento. 
Pandemia: epidemia distribuída num espaço geográfico amplo, acometendo vários países ou mesmo continentes. Ex.: 
cólera, dengue. 
Epidemia por Fonte Comum: Epidemia onde não há transmissão de pessoa a pessoa; os indivíduos adquirem a doença 
se contaminando em uma fonte de infecção comum a todos os casos. Ex: cólera. 
Epidemia Progressiva ou Propagada: a progressão é mais lenta, sugerindo uma exposição simultânea ao agente 
etiológico, denotando em geral uma transmissão pessoa a pessoa ou por vetor. 
 
SAÚDE PÚBLICA II – AULA 5 – TIPOS DE ESTUDOS EPIDEMIOLOGICOS 
Epidemiologia 
• Estudo sobre a população 
• Políticas públicas de saúde 
• SUS: sistema público, único de saúde 
❖ Criado em 1988 
✓ Lei 8080/90 -> Princípios do SUS 
✓ Lei 8142/90 
❖ Constituição: Lei Magna do país 
❖ Saúde é direito de todos e dever do estado 
❖ Princípios do SUS: 
✓ Universalidade -> Todos tem direito à saúde 
✓ Equidade -> Priorizar quem tem mais necessidade 
✓ Integralidade -> Tratamento integral 
❖ Descentralizado -> Conselhos de Saúde 8142/90 (participação popular) 
✓ Conselho Municipal, Conselho Estadual, Conselho Federal 
✓ Deliberativo e paritário 
✓ 50% usuários, 50% profissionais da saúde, representantes dos gestores e representantes da 
atenção privada 
• Processo saúde-doença: fatores determinantes e que condicionam 
❖ Doença: 
✓ Período Pré-patogênico (antes da doença) 
✓ Patogênico (com a doença) 
• Níveis de prevenção: 
❖ Prevenção primária: (Pré-patogênico) 
✓ Promoção da saúde: mais amplo, melhorar os fatores que condicionam (nível educacional, 
água tratada, esgoto) 
✓ Proteção específica: proteção específica de uma doença 
❖ Prevenção secundária: (Patogênico) 
✓ Diagnóstico precoce (ex.: feiras da saúde), tratamento imediato 
✓ Limitação da incapacidade da doença na pessoa 
❖ Prevenção terciária: (Patogênico) 
✓ Reabilitação 
❖ Prevenção quaternária: (Patogênico) 
✓ Evitar exames, tratamentos desnecessários 
• Níveis de atenção: 
❖ Primário: UBS 
✓ USF: equipe (1 médico, 1 enfermeiro, 1 auxiliar de enfermagem, 1 cirurgião dentista e 1 
assistente de saúde bucal 4 a 6, ACS – morar pelo menos há 2 anos na comunidade, saber ler 
e escrever), família é o foco, território (população adscrita) – genograma e ecomapa, vínculo 
✓ UBS: foco é o indivíduo, qualquer indivíduo pode ser atendido 
❖ Secundário: Especialidades 
❖ Terciário: Hospitais 
• NASF: Núcleos de Apoio à Saúde da Família 
Indicadores de saúde 
- Morbidade: doença 
- Mortalidade 
• Razão/ proporção -> Oo que eu quero estudar, dividido pela população total 
❖ Com quem? Onde? Quando? 
❖ Óbito / óbito 
✓ Idade – Ex.: n° óbitos > 80 anos na USF em 2016 / total de óbitos na USF em 2016 
✓ Causa – Ex.: n° de óbitos por CP na USF em 2016 / total de óbitos na USF em 2016 
❖ Indicador de Swarop e Uemura (ISU): 
✓ Ex.: Indicador de óbito de pessoas > 50 anos -> óbito > 50 anos X100 / óbito total 
❖ Curva de Nelson de Moraes 
• Coeficiente/ taxa -> Divisão do número de casos detectados, dividido pelo tamanho da população sob risco 
❖ CMG: coeficiente de mortalidade geral 
✓ Ex.: óbito total X10 n / população de Mogi 
❖ CME: coeficiente de mortalidade específico 
✓ Idade - Ex.: n° de óbitos > 80 anos na USF em 2016 X10 n / população > 80 anos na USF em 
2016 
✓ Causa – Ex.: n° de óbitos por CP na USF em 2016 X10 n / população total na USF em 2016 
✓ Letalidade (indica gravidade/ risco) – Ex.: n° de óbitos por CP na USF em 2016 / população 
total na USF em 2016 / casos de CP na USF em 2016 
✓ Idade + Causa – Ex.: CM > 80 anos por CP na USF em 2016 -> n° de óbitos > 80 anos por CP na 
USF em 2016 X10 n / população > 80 anos na USF em 2016 
❖ CMI: coeficiente de mortalidade infantil 
✓ Ex.: n° de óbitos de 0 a < 1 ano na USF em 2016 / nascidos vivos na USF em 2016 
➢ CMNP (cm neonatal precoce): 0 dias – 7 dias 
➢ CMNT (cm neonatal tardia): 7 dias – 28 dias 
➢ CMPN (cm pós neonatal): 28 dias – 1 ano 
❖ CMM: coeficiente de mortalidade materna 
✓ Ex.: n° de óbitos de gestantes ou parto ou puerpério (0 a 42 dias pós-parto) na USF em 2016 / 
nascidos vivos na USF em 2016 
 
 
Tipos de estudos epidemiológicos 
Epidemiologia é a ciência da saúde coletiva que estuda a relação de causa-efeito, ou saúde-doença. Para este fim 
existem diversos tipos de estudos epidemiológicos de uma população, cada estudo éindicado para um tipo de 
hipótese levantada pelo pesquisador. As hipóteses podem ser, entre outras, relação entre exposição ao fator de risco 
e a doença, ou doença sobre óbitos, ou também a eficácia de determinado medicamento para uma determinada 
doença. 
Os tipos de estudo podem ser: 
• Qualitativos: utiliza conceitos, comportamentos, percepções, informações das pessoas (coleta de dados: 
observações, entrevistas e leituras); refere-se a estudos profundos, subjetivos; usados em larga escala nas ciências 
sociais. 
• Quantitativos: são objetivos na busca para explicação dos fenômenos, ênfase numérica; maior aplicação na área da 
saúde. 
• Estudo de Caso: O estudo de caso é um tipo de estudo descritivo básico, cujos relatos são cuidadosos e 
detalhados de um único ou poucos pacientes. Pode ser feito por mais de um profissional. Além disso, pode ser 
expandido para uma série de casos, sugerindo até a emergência de novas doenças ou epidemias. – Ex.: Relato de 
manifestações clínicas de uma doença X (rara). 
• Investigação Experimental em laboratório: É um estudo de curta duração feito, geralmente, com animais, 
sendo ideal quando não é possível realizar em humanos, por questões éticas. O laboratório é o local ideal para estudos 
experimentais, pois pode-se controlar as variáveis, reduzindo, portanto, o grau de subjetividade na aferição dos dados. 
Vale ressaltar que o transporte do resultado para seres humanos deve ter cautela, já que se trata de um estudo feito 
com diversas espécies que não a espécie humana. 
 • Pesquisa Populacional ou Epidemiológica 
• Descritiva: Nas pesquisas descritivas, procura-se estudar a distribuição das doenças num 
determinado local, realizando a formulação de hipóteses. São usadas, dessa forma, algumas variáveis que 
podem auxiliar o estudo, tais como: indivíduo (quem?), o local (onde?) e o tempo (quando?). A obtenção 
dos dados para o estudo pode ser feita de duas formas, através das fontes primária e secundária, cujas 
informações são coletadas num determinado momento especificamente e a partir de uma base ou 
registro de dados, respectivamente, a fim de se obter as informações desejadas. 
• Analítica: Nas pesquisas analíticas, a elucidação dos determinantes da doença e teste de novos 
resultados e hipóteses formuladas a partir de estudos descritivos é feito. 
• Estudos Observacionais: 
-> Estudos Ecológicos: Descreve as diferenças entre as populações num determinado 
espaço de tempo ou num mesmo tempo; compara as frequências da doença entre os 
diferentes grupos num determinado espaço de tempo; Informações desejadas são retiradas 
de registros de dados coletados rotineiramente como fonte de dados oficiais (OMS, registros 
nacionais...); São rápidos e de baixo custo, já que dispensam amostragens, entrevistas, fichas 
ou exames clínicos. 
-> Estudos Transversais ou de Prevalência: Usados em saúde pública para avaliar e 
planejar programas de controle de doenças; medem a prevalência da doença; muito difundida 
em epidemiologia; Dados levantados num determinado ponto no tempo, especificamente 
para a obtenção de informações desejadas de grandes populações; São fáceis e econômicos, 
com duração de tempo relativamente curta. 
-> Estudo de Caso-controle: O investigador parte de indivíduos com e sem doença e 
busca no passado a presença/ausência do fator de exposição (causa); analisa os possíveis 
fatores associados à doença em questão; Melhor estudo para doenças raras; É rápido e barato. 
 
 
 
 
 
RP = RP = PE ÷ PNE -> RP = a/a+b ÷ c/c+d 
-> Estudo de Coorte: O investigador parte do fator de exposição (causa) para descrever 
a incidência e analisar associações entre causas e doenças. Fornece melhores informações 
sobre as causas de uma doença. São estudos longitudinais que permitem medir a incidência 
dos efeitos da exposição. São muito úteis para a determinação de fatores de risco associados. 
RR = IE ÷ INE 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
• Estudos Intervencionais ou Experimentais: 
-> Ensaio clínico: Tem como objetivo testar a eficácia de uma intervenção terapêutica ou 
preventiva sobre determinada doença. É difícil saber as causas da doença. A randomização 
possibilita diminuir a variação ocorrida por fatores externos que possam afetar a comparação. 
Duplamente-cega: quando investigadores e pacientes não sabem a que tipo de intervenção são 
submetidos. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
-> Ensaio de campo: Semelhante ao ensaio clínico, mas as populações estudadas não são 
pacientes e sim pessoas livres de doenças e presumivelmente sob risco. Os dados são coletados 
na população em geral. São mais caros e de maior duração de tempo. Também devem buscar a 
randomização. 
-> Ensaio de Comunidade: Envolve a intervenção em nível de comunidades, ao invés de 
indivíduos, apenas. Usado para avaliar a eficácia e efetividade de intervenções que busquem a 
prevenção primária através da modificação dos fatores de risco numa população. É conduzido 
dentro de um contexto socioeconômico de uma população naturalmente formada. Limitações: 
pequenos números de comunidades podem ser inclusos; difícil de isolar uma comunidade 
 
 
SAÚDE PÚBLICA II – AULA 6 – RISCO ATRIBUÍVEL 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
• Risco Relativo ou Razão de Risco (RR): 
 - Risco (proporção de incidência) no grupo exposto -> IE1 = a / a+b 
 - Risco no grupo de referência-> IE2 = c / c+d 
 - Risco Relativo (razão dos riscos) -> RR = -> IE1 / IE2 = (a / a+b) / (c / c+d) 
 
 • Razão de chances ou Odds Ratio (OR): 
 - Chance no grupo de expostos -> DE1 = a / b 
 - Chance no grupo de não expostos -> DE2 = c / d 
 - Odds Ratio (razão de chances) -> OR = a.d / b.c 
 OBS: OR = 1, a chance do doente ter sido expostos é igual a chance do não doente ter sido exposto 
 OR > 1, a chance do doente ter sido expostos é maior que a chance do não doente ter sido exposto 
 OR < 1, a chance do doente ter sido expostos é menor que a chance do não doente ter sido exposto 
 
• Diferença de Riscos ou Risco Atribuível (RA): 
 - O RA é a diferença entre a proporção de incidência do grupo de expostos em relação ao grupo não exposto 
 - RA = IE1 – IE2 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
SISTEMAS EVENTOS USOS 
SIM Óbito Estudos de mortalidade, vigilância de 
óbitos 
SINASC Nascido vivo Monitoramento da saúde da criança e 
da mulher 
SINAN Agravos sob notificação Acompanhamento dos agravos sob 
notificação, surtos, epidemia 
SIH Informação hospitalar Morbidade hospitalar, gestão 
hospitalar, custeio 
SIA Produção ambulatorial Acompanhamento da produção 
ambulatorial, gestão e custeio 
API Imunização Quantidade de doses aplicadas, 
coberturas e controle de estoque 
SIAB Situação de saúde produção/ 
marcador 
Acompanhamento da atenção básica 
SAÚDE PÚBLICA II – AULA 7 – PRESSÃO ARTERIAL SISTÊMICA 
Hipertensão arterial 
Condição clínica multifatorial caracterizada por elevação sustentada dos níveis pressóricos ≥ 140 e/ou 90 mmHg. 
Frequentemente se associa a distúrbios metabólicos, alterações funcionais e/ou estruturais de órgãos-alvo, sendo 
agravada pela presença de outros fatores de risco (FR), como dislipidemia, obesidade abdominal, intolerância à glicose 
e diabetes melito. 
PA = DÉBITO CARDÍACO (VS X FC) X RESISTÊNCIA PERIFÉRICA 
 
 
 
 
 
 
Impacto médico e social da HA: 
- 69% -> infarto agudo do miocárdio 
- 77% -> acidente vascular encefálico 
- 75% -> insuficiência cardíaca 
- 60% -> doença arterial periférica 
- responsável por 45% das mortes cardíacas e 51% das mortes por AVEFatores de Risco para PA 
- Idade (idosos) 
- Sexo e etnia 
- Excesso de peso e obesidade 
- Ingestão de sal 
- Ingestão de álcool 
- Sedentarismo 
- Fatores socioeconômicos 
- Genética