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HENRI WALLON 2

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HENRI WALLON
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BIOGRAFIA
Nasceu em Paris, em 1879
Graduou-se em medicina e psicologia e filosofia.
Atuou como médico na Primeira Guerra Mundial (1914-1918), ajudando a cuidar de pessoas com distúrbios psiquiátricos. 
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1925: criou um laboratório de psicologia biológica da criança.
1929: Tornou-se professor da Universidade Sorbonne e vice-presidente do Grupo Francês de Educação Nova.
1962: Faleceu em Paris
BIOGRAFIA
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Ao longo de toda a vida, dedicou-se a conhecer a infância e os caminhos da inteligência nas crianças!!!
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Propôs a psicologia genética, o estudo integrado do desenvolvimento.
O homem é determinado pela fisiologia e pelo social.
Sujeito é fruto das suas disposições internas e das situações exteriores que encontra ao longo da sua existência
Tentativa de superar dicotomias e análises reducionistas
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“A existência do homem, ser indissociavelmente biológico e social, se dá entre as exigências do organismo e as da sociedade, entre os mundos contraditórios da matéria viva e da consciência”
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“Para constituir-se como ciência, a psicologia precisa dar um passo decisivo no sentido de unir o espírito e a matéria, o orgânico e o psíquico”
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PSICOLOGIA GENÉTICA
Estudo integrado do desenvolvimento.
Afetividade, motricidade e inteligência.
É preciso recorrer a conhecimentos da neurologia, psicopatologia, antropologia e psicologia animal.
A observação é o instrumento da psicologia genética.
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Observação permite o acesso à atividade da criança no seu contexto.
Só podemos entender as atitudes da criança se entendermos a trama do ambiente no qual está inserida.
Não existe observação totalmente objetiva.
PSICOLOGIA GENÉTICA
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Devemos compreender os comportamentos da criança no conjunto das suas possibilidades, sem a prévia censura lógica adulta.
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DESENVOLVIMENTO INFANTIL
Propôs 5 estágios.
Etapas são caracterizadas por um conjunto de necessidades e de interesses.
Sucedem-se em uma ordem necessária.
Cada etapa é preparação indispensável para o aparecimento das seguintes.
Cada faixa etária estabelece um tipo particular de interação entre o sujeito e o seu ambiente.
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Os fatores orgânicos são mais determinantes do desenvolvimento no início da nossa vida, mas posteriormente abre espaço ao meio social.
Fator social está presente desde a aquisição de habilidades motoras básicas, porém torna-se muito mais decisiva na aquisição de condutas psicológicas superiores.
DESENVOLVIMENTO INFANTIL
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O simples amadurecimento do SNC não garante o desenvolvimento de habilidades intelectuais mais complexas
Os conflitos são propulsores do desenvolvimento
O desenvolvimento é uma construção progressiva em que se sucedem fases com predominância alternadamente afetiva e cognitiva.
DESENVOLVIMENTO INFANTIL
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5 estágios propostos por Wallon:
Impulsivo-emocional
Sensório-motor e projetivo
Personalismo
Categorial
Adolescência
DESENVOLVIMENTO INFANTIL
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ESTÁGIO IMPULSIVO-EMOCIONAL
Primeiro ano de vida.
Predominância da afetividade.
Orienta as primeiras reações do bebê às pessoas, as quais intermediam sua relação com o mundo físico.
A exuberância das manifestações afetivas é diretamente proporcional à sua inaptidão para agir diretamente sobre o mundo exterior.
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ESTÁGIO SENSÓRIO-MOTOR E PROJETIVO
Até o terceiro ano de vida
Criança se volta à exploração sensório-motora do mundo físico
Marcos: aquisição da marcha, preensão, função simbólica e linguagem
O ato mental “projeta-se” em atos motores
O pensamento precisa do auxílio dos gestos para se exteriorizar.
Predominância das relações cognitivas com o meio.
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ESTÁGIO DO PERSONALISMO
3 aos 6 anos de idade.
Tarefa central: Formação da personalidade.
Construção da consciência de si por meio das interações sociais.
Interesse da criança volta-se para as pessoas novamente.
Predominância das relações afetivas.
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ESTÁGIO CATEGORIAL
Inicia-se por volta dos 6 anos.
Avanços no plano da inteligência.
Os progressos intelectuais dirigem o interesse para as coisas, para o conhecimento e conquista do mundo exterior.
Predominância do aspecto cognitivo.
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ESTÁGIO DA ADOLESCÊNCIA
A puberdade rompe a “tranquilidade afetiva” que caracterizou o estágio categorial.
Necessidade de uma nova definição da personalidade, desestruturados devido às mudanças corporais.
Traz à tona questões morais e existenciais.
Predominância da afetividade.
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Wallon atribui à emoção um papel fundamental no processo de desenvolvimento humano. 
Para ele,quando nasce uma criança, todo contato estabelecido com as pessoas que cuidam dela, são feitos via emoção.
 A criança é constituída de corpo e emoção, e não apenas cognição.
Baseou suas ideias em quatro elementos básicos que se comunicam o tempo todo: afetividade,
emoções, movimento e a formação do eu.
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AFETIVIDADE é um dos principais elementos do desenvolvimento humano. 
As emoções têm papel fundamental no desenvolvimento da pessoa. 
É por meio delas que o ser humano exterioriza seus desejos e suas vontades.
 
Em geral, são manifestações que expressam um universo importante e perceptível, mas pouco estimulado pelos modelos tradicionais de ensino.
 As transformações fisiológicas de uma criança (ou, nas palavras de Wallon, no seu sistema neurovegetativo) revelam traços importantes de caráter e personalidade. 
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A emoção é altamente orgânica, altera a respiração, os batimentos cardíacos e até o tônus muscular, tem momentos de tensão e distensão que ajudam o ser humano a se conhecer. 
A raiva, a alegria, o medo, a tristeza, a alegria e os sentimentos mais profundos ganham função relevante na relação da criança com o meio.
 A emoção causa impacto no outro e tende a se propagar no meio social.
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MOVIMENTO as emoções dependem fundamentalmente da organização dos espaços para se manifestarem. 
A motricidade, portanto, tem caráter pedagógico tanto pela qualidade do gesto e do movimento quanto por sua representação. 
A escola infelizmente insiste em imobilizar a criança numa carteira, limitando justamente a fluidez das emoções e do pensamento, tão necessária para o desenvolvimento completo da pessoa.
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INTELIGÊNCIA - o desenvolvimento da inteligência depende essencialmente de como cada um faz as diferenciações com a realidade exterior.
 
É na solução dos confrontos que a inteligência evolui.
 Wallon diz que o sincretismo (mistura de ideias num mesmo plano), é fator determinante para o desenvolvimento intelectual.
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O EU E O OUTRO - a construção do eu na teoria de Wallon depende essencialmente do outro.
Seja para ser referência, seja para ser negado. 
Principalmente a partir do instante em que a
criança começa a viver a chamada crise de oposição, em que a negação do outro funciona como uma espécie de instrumento de descoberta de si própria. 
Isso se dá aos três anos de idade, a hora de saber que "eu" sou. 
Manipulação, sedução e imitação do outro são características comuns nessa fase.
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EU PSÍQUICO
Precisa da construção do eu corporal.
Tarefa central do estágio personalista.
Ocorre dos 3 aos 6 anos
Sociabilidade sincrética: Mistura a sua personalidade à dos outros, e a destes entre si.
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Etapa da sedução: Exuberância e harmonia dos movimentos da criança, empenho em obter admiração dos outros.
Atividade de imitação: Imita as pessoas que o atraem. Necessário ao enriquecimento do eu.
Expulsão e incorporação do outro são movimentos complementares e alternantes no processo de formação do eu.
EU PSÍQUICO
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EU PSÍQUICO
Fase de crise, de conflitos interpessoais.
Combatem qualquer ordem, convite ou sugestão que venha do outro.
Tentativa de expulsar do “eu” o “não eu”.
A exacerbação do ponto de vista pessoal é um movimento necessário para se destacar
Confunde o “meu” com o “eu”.
A crise de oposição dá lugar a uma fase de personalismo mais
positivo.
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O conflito eu-outro também ocorre na adolescência.
Nova crise de oposição.
Oposição da adolescência apresenta-se mais sofisticada intelectualmente.
Adolescente apóia suas oposições em sólidos argumentos intelectuais.
EU PSÍQUICO
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A preocupação pedagógica é presença forte na teoria walloniana.
 Tendo por objeto a psicogênese da pessoa concreta, esta teoria se utilizada como ferramenta para reflexão pedagógica, suscita uma prática que atenda as necessidades da criança nos planos afetivo, cognitivo e motor e promova o seu desenvolvimento em todos os níveis.
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A pedagogia inspirada na psicogenética walloniana não considera o desenvolvimento intelectual como meta máxima e exclusiva da educação, ao contrário, considera como meta maior o desenvolvimento da pessoa, a inteligência tem status de parte no todo constituído pela pessoa.
 
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A pedagogia inspirada na psicogenética walloniana não foca meramente o conteúdo e não se limita a propiciar a passiva incorporação de elementos da cultura pelo sujeito, como propõe a
tradição intelectualista. 
Ao contrário, resulta de uma prática em que a dimensão estética da realidade é valorizada e a expressividade do sujeito ocupa lugar de destaque. 
Expressar-se significa exteriorizar-se, colocar-se em confronto com o outro, organizar-se.
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Na escola, o movimento de exteriorização do eu pode ser propiciado por atividades de arte, visto
que favorece a expressão de estados e vivencias subjetivas. 
A instituição deve visar à autoconstrução do sujeito, oferecendo-lhe oportunidades de aquisição e expressão, nas quais alterne a predominância das dimensões objetivas e subjetivas. 
No que concerne ao currículo, essa oferta se reflete na integração entre a arte e a ciência.
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Wallon propõe uma escola engajada, inserida na sociedade e na cultura, ao mesmo tempo, comprometida com o desenvolvimento dos sujeitos, numa prática que integre a dimensão social e individual.
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Ao assumir papéis diferenciados, a criança obtém uma noção mais objetiva de si própria. 
Quanto maior a diversidade de grupos a que participar, mais numerosos serão os parâmetros de relações sociais, o que tende a enriquece a
sua personalidade. 
É bom lembrar que a escola desempenha um importante papel na formação da personalidade da criança.
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Na análise de Wallon, o/a professor/a deve ter uma atitude crítica-reflexiva e de permanente investigação sobre sua prática cotidiana, levando sempre em consideração a sua ação humana e pedagógica sobre o/a aluno/a e seu desenvolvimento pessoal. 
Diante dos conflitos, ele/a deve buscar compreender o sentido e o significado dos acontecimentos, desvelando a complexa trama dos fatores que os condicionaram.
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A afetividade, o ato motor e a inteligência são campos funcionais entre os quais se distribui a atividade infantil.
Aparecem pouco diferenciados no início do desenvolvimento, mas aos poucos vão adquirindo independência.
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DIFERENCIAÇÃO
No estágio inicial do desenvolvimento o recém nascido não se percebe como indivíduo diferenciado.
A distinção entre o eu e o outro só se adquire progressivamente, através das interações sociais.
O sentido do processo de socialização é a individuação.
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EU CORPORAL
O bebê não diferencia o seu corpo das superfícies exteriores.
Ex: Grita de dor ao morder-se, não reconhecimento do próprio reflexo no espelho.
Forma-se até os 3 anos.
Ocorre ao longo do estágio sensório motor e projetivo.
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1º ANO DE VIDA: PAPEL DAS EMOÇÕES
Sua sobrevivência depende de outros.
1ª atividade eficaz é desencadear no outro reações de ajuda para satisfazer suas necessidades.
Adultos reagem à gritos e gesticulações de RN.
Acolhemos e interpretamos as reações do bebê, agindo de acordo com o significado que damos a elas.
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O outro age visando atender às necessidades, mas também simplesmente para comunicar-se.
Há uma intensa comunicação afetiva.
Diálogo baseado em componentes corporais.
Bebê vai estabelecendo correspondência entre seus atos e os do ambiente.
Reações cada vez mais intencionais.
Movimento passa a ser “expressão”.
1º ANO DE VIDA: PAPEL DAS EMOÇÕES
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SUBSTRATO CORPORAL DAS EMOÇÕES
Emoções são manifestações afetivas
Emoções são sempre acompanhadas de alterações orgânicas
	Ex: aceleração dos batimentos cardíacos, mudança no ritmo da respiração, má digestão
Alterações na mímica facial
	Ex: Postura, gestos
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No bebê os estados afetivos são invariavelmente vividos como sensações corporais
Com a aquisição da linguagem diversificam-se os motivos e recursos para expressão do afeto
A afetividade vai adquirindo relativa independência dos fatores corporais
SUBSTRATO CORPORAL DAS EMOÇÕES
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Wallon mostra que todas as emoções podem ser vinculadas ao tônus
	Ex: Em tímidos verifica-se hesitação na execução de movimentos e incerteza na postura a adotar, estado de hipotonia
SUBSTRATO CORPORAL DAS EMOÇÕES
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GRUPO SOCIAL E ATIVIDADE INTELECTUAL
Emoção é uma atividade social, nutre-se do efeito que causa no outro.
Na ausência de platéia as crises emocionais tendem a perder sua força.
Poder de contágio.
Pelo mecanismo de contágio emocional estabelece-se comunhão imediata.
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Emoções são a 1ª forma de adaptação ao meio e tendem a ser suplantadas por outras formas de atividade psíquica.
As funções intelectuais vão adquirindo importância progressiva como forma de interação com o meio.
Linguagem é instrumento da atividade intelectual.
Emoção está na origem da atividade intelectual.
GRUPO SOCIAL E ATIVIDADE INTELECTUAL
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Emoção permite o acesso à linguagem.
Porém, uma vez instaurada, a atividade intelectual manterá uma relação de antagonismo com as emoções.
	Ex: quando estamos abalados emocionalmente baixamos o desempenho intelectual .
É como se a emoção embaçasse a percepção do real.
GRUPO SOCIAL E ATIVIDADE INTELECTUAL
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DIMENSÕES DO MOVIMENTO
Ato motor tem papel na relação com o mundo físico, na afetividade e na cognição.
Ênfase para a motricidade expressiva.
Atividade muscular pode existir sem que haja deslocamento do corpo no espaço.
Antes de agir diretamente sobre o meio físico o movimento age sobre o meio humano.
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A primeira função do movimento é afetiva.
Com o desenvolvimento das praxias se intensificam as possibilidades do movimento como instrumento de exploração do mundo físico.
Isto define o início da dimensão cognitiva do movimento.
DIMENSÕES DO MOVIMENTO
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AÇÃO SOBRE O MUNDO FÍSICO
Os atos motores se ajustam ao espaço e às situações exteriores
Progressiva objetivação dos gestos (função executora)
A manutenção dos gestos expressivos dependem do ambiente cultural
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PENSAMENTO, LINGUAGEM E CONHECIMENTO
Linguagem: instrumento e suporte indispensável para o pensamento.
Linguagem exprime o pensamento, ao mesmo tempo que age como estruturadora do mesmo.

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