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Filosofia 
Contemporânea 
O AUGE DA CIÊNCIA E A CRÍTICA DA TRADIÇÃO 
FILOSÓFICA 
Breve histórico... 
O período histórico conhecido como Idade 
Contemporânea (a partir do século XIX) é marcado 
por transformações profundas na organização da 
sociedade e também por conflitos de amplitude 
mundial. Também foi marcado pelo triunfo da 
burguesia, do liberalismo e do nacionalismo. 
Com a expansão e a consolidação do 
capitalismo (século XX), as tradicionais 
unidades fabris domésticas, foram sendo 
substituídas pelas grandes fábricas, e novas 
máquinas substituíram as velhas ferramentas. 
Contudo, essa nova proposta econômica trouxe 
desastradas mudanças sociais. 
 
 A Revolução Francesa (1789- 1799), ponto inicial deste 
período, também havia trazido à cena as aspirações dos 
trabalhadores urbanos e campesinos por melhores 
condições de vida. Os ideais de igualdade, liberdade e 
fraternidade conduziram à esperança de que o progresso 
beneficiaria a todos. (Cotrim 2010, p.251) 
 
 “Paralelamente, a expansão e a consolidação do 
capitalismo foi um processo que trouxe consigo novas 
formas de exploração do trabalho humano. Isso gerou 
uma séries de conflitos entre os dois grandes grupos 
sociais e seus segmentos: a burguesia empresarial e os 
trabalhadores das cidades e dos campos” (Cotrim, 2008,
 pg. 168). 
 
As inovações tecnológicas ocorridas ao longo 
do século XIX ratificavam a confiança no poder 
da razão humana, gerada nos séculos 
anteriores, levando cada vez mais ao 
entusiasmo com a ideia de progresso da 
humanidade e à apologia da ciência como a 
principal condutora nesse caminho. 
 
 
 
 Muitos outros adventos que surgiram só 
legitimou a valorização do capital e do 
lucro, fragilizando o grau de solidariedade 
entre as pessoas. Um exemplo desse 
conflito social foi o desencadeamento da 
Primeira Guerra Mundial (1914-1918) em 
virtude de rivalidades imperialistas, 
exacerbação dos nacionalismos e 
alianças militares. (países envolvidos: 
Alemanha, Rússia, Inglaterra, França, 
Itália, EUA, Japão). 
 
Um ser em crise... 
 A cisão que se estabeleceu no ser humano fez com que 
ele perdesse a harmonia interior e se tornasse um ser em 
crise. Em todos os sentidos: 
 Crise social: provocada pela nova ordem estabelecida 
pela situação (industrialismo), na qual o que importava era 
a produção; 
 Crise psicológica: em decorrência do novo foco de 
valorização do homem, deixando de ser importante pela 
sua atividade interior, para valer pelo que produzia no 
plano material concreto. 
Novos desafios... 
Os complexos caminhos e as novas reflexões 
lançaram desconfiança em relação aos diversos 
frutos, da ciência da tecnologia. 
Coloca-se como grandes questões, as 
desigualdades sociais e os rumos do 
desenvolvimento tecnológico- científico, entre 
outras. 
Surgem nesse período algumas propostas a fim de 
responder as questões e dilemas humanos: 
 
O Romantismo 
 Foi um movimento cultural iniciado no final do século 
XVIII e predominando durante a primeira metade do 
século XIX, envolvendo a Arte e a Filosofia. 
 Reagiu contra o espírito racionalista, que pretendia 
abraçar o mundo e orientar a sociedade. 
 O processo de industrialização ameaçaria a 
expressão humana. 
 Exaltavam as paixões os sentimentos valorosos 
 Enfatizavam a intuição, a aventura e a fantasia 
 A natureza retomada como força vital, resistente a 
tecnologia 
 
Características 
 Exaltação das paixões e os sentimentos valorosos. Intuição 
e emoção contra a supremacia da razão. 
 Valorização da sensibilidade e a subjetividade. O sujeito 
como centro da visão romântica. 
 A retomada da natureza como força vital que resiste a 
racionalização tecnológica. 
 A concepção mística e emocional, onde Deus fala a 
linguagem do coração. 
 O desenvolvimento do nacionalismo, o amor pela pátria, a 
valorização das tradições nacionais e o anseio de 
liberdade individual. 
Representantes: 
Nas artes: Novalis, Schlegel, Holderlin. 
Na Literatura: Schiller, Goethe; 
Na música: Beethoven, Schumann, Chopin... 
Na Filosofia: nos escritos de Rousseau. 
Progresso e desumanização 
 Horkheimer escreveu em 1946, a respeito do progresso 
tecnológico, que “o avanço dos recursos técnicos de 
informação se acompanha de um processo de 
desumanização” 
 Refletindo sobre as razões que levaram o filósofo a fazer 
essa afirmação, vocês entendem que essa interpretação 
pode ser estendida aos dias atuais? 
 A tecnologia está tornando as pessoas menos humanas? 
Tem modificado a vida de vocês? Como? 
O Pensamento 
filosófico na 
contemporaneidade 
As emergências sobre as quais refletia a 
filosofia moderna foram substituídas por 
novas preocupações centradas na 
ciência, na tecnologia e na 
problemática do ser humano individual e 
social. 
Novos objetos de estudo: 
História de Progresso 
Cultura 
Ciências e técnicas 
Ideais políticos e revolucionários 
 As práticas filosóficas que surgem vão estar perpassadas 
por essas questões, apresentam-se como uma forma de 
reação à emergências positivas ou negativas provenientes 
da ciência e como tentativa de compreensão da vida 
humana por demais complexa. 
 
 A exaltação diante do novo saber e novo poder levaram 
os pensadores à concepção do cientificismo, onde a 
ciência é considerada o único conhecimento possível e o 
método das ciências da natureza o único valido, 
devendo, portanto, ser estendido a todos os campos da 
indagação e atividades humanas. 
O Positivismo 
O conhecimento baseado 
em 
 fatos observáveis. 
Auguste comte. 
(1798-1857) 
 Principal representante da escola positivista, Comte ao analisar o 
desenvolvimento da inteligência humana desde os primórdios, 
afirma ter descoberto uma grande lei fundamental, segundo a qual 
o espírito humano teria passado por três estados históricos diferentes: 
 O teológico: onde as explicações são dadas a partir de uma 
causalidade sobrenatural, resultando da ação dos deuses. 
 O metafísico: os agentes sobrenaturais são substituídos por forças 
abstratas, por noções absolutas pelas quais se procura explicar a 
origem e o destino do universo. 
 O positivo: decorre do aparecimento das ciências, e as ilusões são 
superadas pelo conhecimento, por meio das observações e do 
raciocínio que visam alcançar as leis efetivas. Para Comte, esse é o 
estado correspondente à maturidade do espírito humano. 
 O determinismo cientificista proposto 
por Comte desconsidera as formas de 
compreensão da realidade que não 
sejam positivas. 
 Estando expulsos os mitos, a religião, a 
metafísica e as crenças em geral, qual 
o papel da filosofia? 
 Segundo Comte, cabe a ela a 
sistematização das ciências, a 
generalização dos mais importantes 
resultados da física, da química, da 
história natural. 
Objetivo 
 O objetivo do método positivo de investigação é a pesquisa das 
leis gerais que regem os fenômenos naturais. Diferencia-se do 
empirismo puro. O homem torna-se capaz de prever os 
fenômenos naturais, podendo agir sobre a realidade. 
 VER PARA PREVER! O lema da ciência positiva. 
 As transformações impulsionadas pelas ciências visam o 
PROGRESSO, este porém, deve estar subordinado à ORDEM. 
 UM NOVO LEMA PARA A SOCIEDADE: ORDEM E PROGRESSO! 
Características... 
Realidade: pesquisa de fatos concretos, acessíveis a 
nossa inteligência. 
Utilidade: busca de conhecimentos destinados ao 
aperfeiçoamento individual e coletivo do homem. 
Certeza: obtenção de conhecimentos capazes deestabelecer a harmonia lógica a mente do próprio 
individuo e a comunhão entres todos; 
Características... 
 Precisão: estabelecimento de conhecimentos que se 
opõem ao vago, baseados em enunciados rigorosos. 
 Organização: tendência a organizar, construir 
metodicamente, sistematizar o conhecimento humano. 
 Relatividade: aceitação de conhecimentos específicos 
relativos. A ciência positiva é relativa porque admite o 
aperfeiçoamento e a ampliação dos conhecimentos 
humanos. 
 
Reorganizando a sociedade... 
 A proposta de Comte seria uma reorganização completa 
da sociedade. 
 Seria necessário a regeneração das opiniões (ideias) e dos 
costumes (ações) dos homens; 
 Reestruturação intelectual das pessoas mas não de uma 
revolução das instituições. 
 Reestabelecer a ordem na sociedade capitalista industrial, 
porém de forma conservadora e reacionária, pois defendia 
a legitimidade da exploração industrial, e concordava com 
a divisão de classes sociais. 
 
O Marxismo 
“Até agora os filósofos se 
dedicaram a interpretar o 
mundo; resta, de agora em 
diante, transformá-lo”. 
Karl Marx. 
Karl Marx (1818-1883) 
 De família judaica, rica e culta, o pensador 
alemão estudou Filosofia, Direito e História. A 
princípio queria ser professor universitário, não 
conseguindo por questões políticas, devido a 
perseguição contra os pensadores da chamada 
esquerda hegeliana. 
 Aos poucos, se afasta da filosofia idealista, 
chegando a criticar o idealismo de Hegel, 
elaborando suas próprias ideias, baseada na 
análise da realidade social que terminou 
culminando na fundamentação teórica do 
socialismo marxista. 
 
 
 
 
 
A teoria e método de Marx 
Materialismo Histórico 
A Dialética 
Teoria: Materialismo Histórico 
Marx procurou entender a história real dos homens 
em sociedade a partir das condições materiais nas 
quais eles vivem. 
Não existem indivíduos formados fora das relações 
sociais. Essas relações, por seu lado, determinadas 
pela forma de produção da vida material, pela 
maneira como os homens trabalham e produzem 
os meios necessários para a sustentação material 
das sociedades. 
A Dialética marxista 
O mundo deixa de ser considerado como um complexo 
de coisas acabadas e passa a ser entendido como um 
complexo de processos; as coisas aparentemente 
estáveis sofrem uma ininterrupta mutação. 
Trata-se de um movimento da realidade, que ao invés 
de ser harmônico e linear é tido como um movimento 
dos contrários. 
Para Marx, a história não anda sozinha, guiada por uma 
Razão ou um Espírito, mas é feita pelos homens, e eles 
pode transformar a realidade social, sobretudo se 
alterarem seu modo de produção. 
Capitalismo, Modo de produção e Luta de 
Classes 
A situação humana relaciona-se à suas condições 
sociais e principalmente econômicas. 
O sistema capitalista assegura a divisão do trabalho 
e o surgimento de classes antagônicas. 
De um lado, os donos dos meios sociais de 
produção 
Do outro, os donos da força de trabalho. 
Os primeiros usufruem, os segundos executam 
 
 Modo de produção é a maneira como se organiza a rodução 
material em um dado estágio de desenvolvimento social. 
 Essa maneira depende do desenvolvimento das forças 
produtivas (a força de trabalho humano e os meios de 
produção, tais como máquinas, ferramentas, etc.) e da forma 
das relações de produção. 
 Caberia à classe social que possui um caráter revolucionário 
intervir através de ações concretas, práticas, para que essas 
transformações ocorram. 
 A luta de classes é o motor da história, que faz ela se mover. 
 
Existencialismo 
 É conjunto de tendências filosóficas que, embora 
divergentes em vários aspectos, têm na existência 
humana o ponto de partida e o objeto fundamental de 
reflexões. 
 Existir implica a relação do homem consigo mesmo, com 
outros seres humanos, com os objetos culturais e com a 
natureza. 
 São relações múltiplas, complexas e dinâmicas. 
 Os pensadores existencialistas elaboraram uma visão 
dramática da condição humana. 
 
Características: 
 Ser Humano; entendido como uma realidade 
imperfeita, aberta e inacabada, sendo lançada 
ao mundo, vivendo sob ameaças e riscos. 
 Liberdade Humana: não é plena, mas 
condicionada às circunstancias históricas de 
existência. 
 Vida Humana: não é um caminho seguro em 
direção ao progresso, ao êxito e ao 
crescimento. É marcada por situações de 
sofrimento. 
Essa corrente surgiu quase que ao mesmo tempo 
na Alemanha, França e Rússia. 
Seus principais representantes são: 
Heidegger (1899-1976) 
Karl Jaspers (1833-1969) 
Gabriel Marcel (1889-1973) 
Jean- Paul Sartre (1905-1980), 
entre outros.

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