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PAPER CONTRATOS

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FACULDADE METROPOLITANA DE MARABÁ
 CENTRO DE ENSINO SUPERIOR DE MARABÁ
 
Contrato- Normas jurídicas
MARABÁ-PA
2017/2
FERNANDA SANTOS SOUZA
Resumo
	
O presente estudo irá abordar a questão do contrato demonstrando para tanto a importância de se observar as regras contidas no texto de lei no momento da celebração, bem como, em todas as fases contratuais, buscando sempre a segurança no momento de realizar tal ato, apresentando seus requisitos, bem como hipóteses de reclamações ao não cumprimento de alguma norma estipulada as partes. Visando analisar as várias fases contratuais deste documento e compreender as normas e preceitos estabelecidos nos mesmos.
Introdução
O contrato tem sua existência desde que surgiu vida na terra, sendo portanto, de vital importância seu estudo. Além de sua vasta utilidade no mundo contemporâneo, torna-se necessário compreender as desvantagens que podem surgir se esse não for celebrado da maneira correta, não cumprindo com as normas e preceitos estabelecidos. Com isso, o presente estudo propõe analisar as várias fases contratuais, apresentando alguns tópicos importantes de um contrato, fazendo assim uma breve explanação sobre o assunto que vai desde conceito, princípios que regem a relação, características, sua interpretação, contrato preliminar e por fim a extinção.
1.Conceito e finalidade dos contratos
O contrato é comumente conceituado como o acordo de vontades para o fim de adquirir, resguardar, modificar ou extinguir direitos. Trata-se de figura jurídica que ultrapassa o âmbito do direito civil, sendo expressivo o número de contratos de direito público hoje celebrado. O contrato tem uma função social, sendo veículo de circulação da riqueza, centro da vida dos negócios e propulsor da expansão capitalista.
2. Função Social dos Contratos 
• Artigo 421 
A liberdade de contratar será exercida em razão e nos limites da função social do contrato. 
Conceito: 
A função social preconiza que as obrigações oriundas dos contratos valem não apenas porque as partes as assumiram voluntariamente, mas também porque interessa à sociedade a tutela da situação objetivamente gerada por suas consequências econômicas e sociais.É importante frisar que a livre manifestação de vontade permanece, mesmo neste novo conceito contratual como elemento essencial à formação contratual. Contudo, tendo-se em vista que a possibilidade de manifestação de uma vontade plena é, na prática social, cada vez mais raro, faz-se necessário que ela não seja usada como único elemento, daí a necessidade da função social também ser observada no ciclo vital contratual, formação, execução. 
3. Princípios Contratuais
A validade do contrato exige acordo de vontades, agente capaz, objeto lícito, possível, determinado ou determinável e forma prescrita ou não defesa em lei.
Incidem sobre os contratos três princípios básicos:
a) Autonomia da vontade: significa a liberdade das partes de contratar, de escolher o tipo e o objeto do contrato e de dispor o conteúdo contratual de acordo com os interesses a serem auto-regulados.
b) Supremacia da ordem pública: significa que a autonomia da vontade é relativa, sujeita à lei e aos princípios da moral e da ordem pública.
c) Obrigatoriedade do contrato: significa que o contrato faz lei entre as partes.
Dever da veracidade, pacta sunt servanda. Os contratos devem ser cumpridos.	
“Ninguém é obrigado a tratar, mas se o faz, é obrigado a cumprir”.
“Pode calar-se ou falar. Mas se fala, e falando promete, a lei o constrange a cumprir tal promessa”.
Não pode ser objeto de contrato herança de pessoa viva. O distrato faz-se pela mesma forma que o contrato.
d) Boa-Fé Objetiva: O Código Civil brasileiro também consagrou como princípio básico regente da matéria contratual, a boa-fé objetiva. É o que se extrai do novel artigo 422, que preceitua: "Os contratantes são obrigados a guardar, assim na conclusão do contrato, como em sua execução, os princípios de probidade e boa-fé." A boa-fé que se procura preservar, prestigiando-se no texto legal, é a objetiva, entendida essa como a exigível do homem mediano, numa aplicação específica do critério do "reazonable man", do sistema norte-americano.
Não se trata, portanto, da boa-fé subjetiva, tão cara aos Direitos Reais, na forma do artigo 1.201 do CC-02
4. Classificação dos Contratos
Os contratos se classificam em função de sua formação, das obrigações que originam, das vantagens que podem trazer para as partes, da realidade da contraprestação, dos requisitos exigidos para a sua formação, do papel que tomam na relação jurídica, do modo de execução, do interesse que tem a pessoa com quem se contrata, e da sua regulamentação legal ou não.
1) Quanto à previsão legal: 
• Contratos típicos: são aqueles tipificados em lei, previstos na lei. Pode ser no CC ou em lei específica: Ex: Compra e venda, locação de imóveis, mandato, contrato de edição. 
• Contratos atípicos: Não se encontram tipificados em lei. Ex: fidúcia, factoring. 
2) Quanto às características ontológicas: 
• Puros: São aqueles que em sua essência mantêm-se únicos, ou seja, não são fruto da combinação de outros contratos. Ex: Doação, empréstimo. 
• Mistos: São os contratos que derivam da combinação de outros contratos, como o leasing, que é uma mistura de compra e venda, locação e financiamento. 
3) Quanto à forma:
• Consensuais: Consideram-se perfeitos, concluídos, isto é, celebrados, no momento em que as partes entrem em acordo. Como se diz, celebram-se solo consensu. A lei não exige forma especial para que se celebrem. Daí poderem ser verbais, escritos, mímicos, tácitos, ou seja, como as partes bem desejarem. 
• A regra é o consensualismo, sendo consensual a maioria dos contratos. 
• Formais ou solenes: Para estes, a lei exige, além do consenso, o cumprimento de solenidades especiais. Devem celebrar-se segundo a forma prescrita em lei, geralmente a escrita, podendo ser por instrumento público quando são celebrados em cartório ou por instrumento particular. São excepcionais, como a compra e venda de imóveis, a doação de alto valor, o mandato conferido por menor relativamente incapaz. 
• Reais: são aqueles que só se consideram celebrados após a traditio rei. Tradição da coisa. Ex: empréstimo. Só podemos falar em empréstimo após a entrega do objeto emprestado, antes da tradição seria empréstimo de quê? Depósito também, penhor também. 
4) quanto à reciprocidade das prestações: 
• Onerosos: São contratos em que ambas as partes suportam um ônus correspondente à vantagem que obtêm. Ex: Compra e venda. 
• São também chamados de comutativos, devido a esta reciprocidade. 
• Gratuitos, benéficos ou atributivos: Nos contratos gratuitos não há qualquer ônus que corresponda à vantagem obtida. Na doação, o único ônus que há é por parte do doador, de entregar o objeto. A este ônus não corresponde nenhum outro por parte do donatário. 
• O contrato gratuito pode receber um encargo. Não é contraprestação porque não é devido ao doador como contrapartida direta pela doação feita. O encargo é elemento acessório, secundário, não guarda proporção com a vantagem recebida, não tem, necessariamente, caráter patrimonial. 
• Os contratos gratuitos são também chamados de atributivos, uma vez que implicam apenas atribuição benéfica feita por uma das partes à outra, sem qualquer espera de retorno direto. 
5) quanto ao momento da execução:
• Os contratos se desenvolvem em dois momentos distintos, a celebração e a execução. 
• Execução imediata: São aqueles que se executam no momento da celebração, como a compra e venda à vista. 
• Execução futura: 
a- De execução diferida: Executam-se no momento posterior à celebração, como em compra e venda a prazo. 
b- De execução sucessiva: são contratos em que a obrigação sobrevive apesar das soluções (pagamentos) periódicas. É o caso do contrato de locação em que de mês a mês, são pagos aluguéis, permanecendointacto o vínculo contratual. 
6) Quanto à confiança: 
• Impessoais: São os contratos celebrados entre as partes que não se importam com quem seja o outro contratante, desde que satisfaça suas expectativas. 
• Num contrato de compra e venda, por exemplo, pouco importa ao vendedor quem seja o comprador, desde que lhe pague o preço ajustado. 
• Intuitu personae/personalíssimos: são os contratos que se realizam com base na confiança recíproca entre as partes. as partes tem relevante importância. O objeto do contrato é importante, mas em razão da pessoa. A importância do contrato está vinculada à pessoa. Procuração, edição. Os contratos intuitu personae só podem ser executados pessoalmente. 
7) Quanto ao grau de interdependência: 
• Principais: são aqueles que se formam independente de qualquer outro negócio. 
• Acessórios: São os que se formam em função e em razão de outro negócio.
• Exs. Fiança, o mandato, o contrato preliminar, só se formam acessoriamente a outro negócio. 
• A regra é que o acessório segue o principal. Os mesmos requisitos exigidos para o principal devem ser exigidos para o acessório. Os defeitos que viciarem o principal também irão viciar o acessório. Se o empréstimo for anulado, nenhuma validade terá a fiança ou o penhor que o garantiram. 
• Exceções à regra: Compra e venda de imóveis: escritura x promessa 
8) quanto à amplitude do vínculo: 
• individuais: Consideram-se individuais os contratos quando apenas se obrigarem as partes que diretamente tomarem parte na celebração. Formam-se pelo consentimento de pessoas cuja vontade é individualmente considerada. Na locação, por exemplo, só se obrigam locador e locatário. 
• Coletivos: Contratos coletivos são aqueles que se formam pela vontade de grupo organicamente considerado. Geram obrigações para todos os que pertençam ao grupo, ainda que não tenham participado diretamente da celebração. 
• No direito pátrio são pouco frequentes os contratos coletivos. Ex: convenção coletiva de trabalho. Os sindicatos celebram a convenção e todos os empregados e empregadores se obrigam. 
9) Quanto às obrigações das partes: 
• Bilaterais: São também chamados de sinalagmáticos. A expressão, porém, não é correta. Sinalagmático quer dizer contratual. Origem grega. Seria contrato contratual. Talvez porque em tese um contrato deveria gerar obrigações para ambas as partes. 
• Contrato bilateral é aquele em que ambas as partes possuem direitos e deveres. Ex: Compra e venda. 
• Nos contratos bilaterais aplica-se a regra da exceptio non adimplenti contractus, ou seja, exceção do contrato não cumprido. Isto é, uma parte não pode ser forçada a cumprir sua obrigação se a outra parte não cumpriu a sua. 
• Outra regra importante é a de que se uma das partes suspeitar, por evidências claras de que a outra parte corre risco de tornar-se insolvente, pode se recusar a cumprir a sua obrigação (que seria primeiro) até que a outra parte cumpra a sua ou dê garantias de que irá fazê-lo. Ex: evidência: processo garantia: hipoteca, fiança. 
• Unilaterais: São os contratos em que uma das partes só tem deveres e a outra só tem direitos. É o caso da doação, em que o doador só tem deveres (entregar o objeto), e o donatário só tem direitos. 
• Contrato unilateral e bilateral não é o mesmo que negócio jurídico unilateral e bilateral. 
• Negócio jurídico bilateral é aquele para cuja realização concorrem duas ou mais vontades, como é o caso dos contratos. 
• Contrato bilateral é aquele em que ambas as partes tem direitos e deveres. 
• O contrato bilateral é um negócio jurídico bilateral que possui obrigações bilaterais, ou seja, o contrato bilateral gera obrigações para ambas as partes que realizaram o negócio jurídico. 
• Negócio jurídico unilateral é aquele que se forma com apenas uma declaração de vontade. Ex: testamento.
• Contrato unilateral é aquele que gera obrigações apenas para uma das partes que o celebraram, apesar de que para ser celebrado há a necessidade de mais de uma vontade. Duas partes celebram o contrato, mas uma só tem direitos e a outra só tem deveres. 
5. Interpretação dos contratos: 
A tarefa de interpretar o contrato nada mais é do que identificar à vontade criadora do negócio.
Duas teorias: 
A 1ª é a teoria da vontade, nesta, o Juiz deve investigar a vontade real, independente da maneira como foi declarada. Para esta teoria como um contrato é um acordo de vontades, o mais importante é a vontade real das partes, que muitas vezes pode não ter sido traduzida fielmente na declaração contratual. 
A 2ª é a teoria da declaração, nesta, o juiz deve aplicar a vontade declarada, a exteriorização da vontade é mais importante que a própria vontade. Das duas, a mais aceita e defendida é a teoria da vontade. Os juristas acreditam que o Juiz não pode se ater à vontade declarada. Ele deve buscar a verdade real das partes. Ao se deparar com a vontade declarada o Juiz deve observar se ela é a real expressão da vontade interna das partes. Como atingir a vontade real? Além do contrato em si, o Juiz deve verificar os demais documentos que basearam o negócio, as negociações preliminares, as correspondências trocadas, os elementos sociais e econômicos que envolviam cada uma das partes. Deve observar se há contradição entre a vontade declarada e a vontade real. 
6. Extinção dos Contratos
O contrato extingue-se normalmente pela sua execução com o cumprimento. Assim como eles nascem, também se extinguem. Há várias formas pelas quais os contratos se extinguem. A forma normal de extinção do contrato é pelo cumprimento das obrigações por eles geradas. O credor atestará o pagamento por meio de quitação regular. A quitação vale qualquer que seja a forma do contrato. Se determinado ato foi através de escritura pública, vale a quitação por instrumento particular. 
O distrato é feito pelo mútuo acordo e deve ter a mesma forma do contrato celebrado. É o acordo entre as partes, a fim de extinguir vínculo contratual anteriormente estabelecido. É um novo contrato com a finalidade de dissolver o anterior. A denúncia unilateral ocorre nos contratos por tempo indeterminado, pois não se admite contratos perpétuos. Nos contratos indeterminados as partes não estipulam sua duração. 
A extinção pode se dar a qualquer tempo, por iniciativa de uma das partes. Em alguns contratos por tempo indeterminado, a extinção pela vontade de uma das partes deve ser precedida de notificação, chamada “aviso prévio”, dada com certa antecedência. 
7. Contrato Preliminar: 
• Arts. 462 a 466 CC 
Os Contratos Preliminares são aqueles no qual as partes se comprometem a celebrar mais tarde um outro contrato, chamado de contrato definitivo ou principal. Aqui, tem-se como objeto uma obrigação de fazer, que se consubstanciará com a celebração futura de um contrato definitivo. Assim, as partes estarão adimplentes justamente ao cumprirem a obrigação de celebrar no futuro o contrato definitivo.
O Contrato Preliminar é uma declaração de vontade presente de celebrar no futuro um contrato definitivo. Segundo as palavras de Orlando Gomes, o Contrato Preliminar pode ser conceituado como “convenção pela qual as partes criam em favor de uma delas, ou de cada qual, a faculdade de exigir a imediata eficácia de contrato que projetaram”.
Segundo Antunes Valera ensina que o Contrato-Promessa, por nós aqui referenciado como Contrato Preliminar, é uma convenção pela qual ambas as partes, ou apenas uma delas, se obrigam, dentro de certo prazo ou verificados certos pressupostos, a celebrar determinado contrato.
Ainda, segundo o mesmo autor menciona que: O Contrato-Promessa cria a obrigação de contratar, ou, mais concretamente, a obrigação de emitir a declaração de vontade correspondente ao contrato prometido. A obrigação assumida por ambos os contraentes, ou por um deles se a promessa é apenas unilateral, tem assim por objeto uma prestação de facto positivo, um facere oportere. 
Assim, o Contrato Preliminar estampa uma fase da contratação que se consubstanciará com a formalizaçãode um Contrato Definitivo. Importante salientar que em que pese ser uma fase da contratação, não se confunde com as chamadas negociações preliminares, que precedem a formalização do contrato, não tendo caráter vinculativo.
Art. 462. O contrato preliminar, exceto quanto à forma, deve conter todos os requisitos essenciais ao contrato a ser celebrado. Assim, nada impede que no contrato definitivo as partes acrescentem cláusulas ou elementos acidentais e acessórios, não precisando o Contrato Preliminar ser um “espelho” do contrato definitivo, abarcando todo o seu conteúdo. Aliás, nem nos parece que isso faria sentido, pois, se assim fosse, não se teria o porquê firmá-lo apenas no futuro.
Cumpre ressaltar que, sendo o Contrato Preliminar um contrato propriamente dito, também deve obedecer à vontade das partes, bem como os requisitos de existência, validade e eficácia de modo a gerarem seus efeitos, assim como qualquer outro contrato. O objetivo da celebração deste contrato é simplesmente celebrar o contrato definitivo. O negócio jurídico celebrado, inicialmente, é meramente preparatório, preliminar. O contrato inicial não é a compra e venda. As partes não se comprometem a compra ou vender, mas a realizar futuramente um contrato de compra e venda, este sim, irá gerar a obrigação de comprar ou vender, pagar o preço ou entregar a coisa.
8. Vícios Redibitórios
A coisa recebida em virtude de contrato comutativo pode ser enjeitada por vícios ou defeitos ocultos, que a tornem imprópria ao uso a que é destinada, ou lhe diminuam o valor. O adquirente pode no lugar de rejeitar a coisa, redibindo o contrato reclamar abatimento no preço. Se o alienante conhecia o vício ou defeito da coisa, restituirá o que recebeu com perdas e danos; se o não conhecia, tão-somente restituirá o valor recebido, mais as despesas do contrato. 
A responsabilidade do alienante subsiste ainda que a coisa pereça em poder do alienatário, se perecer por vício oculto, já existente ao tempo da tradição. O adquirente decai do direito de obter a redibição ou abatimento no preço no prazo de trinta dias se a coisa for móvel, e de um ano se for imóvel, contado da entrega efetiva. Se já estava na posse, o prazo conta-se da alienação, reduzido à metade. Quando o vício, por sua natureza, só puder ser conhecido mais tarde, o prazo contar-se-á do momento em que dele tiver ciência, até o prazo máximo de cento e oitenta dias, em se tratando de bens móveis; e de um ano, para os imóveis.
9. Evicção
A evicção é a perda total, ou parcial, da coisa pelo adquirente, por força de decisão judicial baseada em causa preexistente a contrato. A jurisprudência tem reconhecido a evicção mesmo quando a perda da coisa não foi ocasionada por decisão judicial, mas por outro motivo, como apreensão judicial, alfandegária ou administrativa. 
Nos contratos onerosos, o alienante responde pela evicção. Subsiste esta garantia ainda que a aquisição se tenha realizado em hasta pública. Podem as partes, por cláusula expressa, reforçar, diminuir ou excluir a responsabilidade pela evicção. Não obstante a cláusula que exclui a garantia contra a evicção, se esta se der, tem direito o evicto a receber o preço que pagou pela coisa evicta, se não soube do risco da evicção, ou, dele informado, não o assumiu. 
Salvo estipulação em contrário, tem direito o evicto, além da restituição integral do preço ou das quantias que pagou: a) à indenização dos frutos que tiver sido obrigado a restituir; b) à indenização pelas despesas dos contratos e pelos prejuízos que diretamente resultarem da evicção; c) às custas judiciais e aos honorários do advogado por ele constituído.
Conclusão
Desde a existência humana havia o verdadeiro sentido de contratar entre as pessoas, logicamente que sem muitas formalidades atuais, isso mostra que o contrato é muito usado pela sociedade, de uma forma geral, na maior parte das relações. Diante disso há a necessidade de se observar todas as regras impostas as partes, quando fazem uso do contrato, para que não haja prejuízo para essas ou terceiros. Deve-se agir com cautela tanto na fase anterior a realização do contrato quanto na fase posterior, ou seja, mesmo nas negociações preliminares e também, após a extinção do contrato observando os deveres de boa conduta e boa fé.
Referências
EF De Figueiredo, MA Da Silva - … Direito, Economia e Desenvolvimento …, 2016 - indexlaw.org
CB Almeida - 2017 - dspace.insper.edu.br
www.direitobrasil.adv.br/artigos/cont.pdf

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