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ADM ESTRATEGICA

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ANÁLISE CRÍTICA SOBRE EMPREENDEDORISMO ESTRATÉGICO E INOVAÇÃO
Leandro Akira Oyadomari
EMPREENDEDORISMO ESTRATÉGICO E INOVAÇÃO
Devido as mudanças ocorridas no panorama econômico mundial desde a revolução industrial, surgiram meios pelos quais as empresas podem se destacar em um ambiente de mercado cada vez mais competitivo, tais meios podemos citar o empreendedorismo, a gestão estratégica e a inovação.
Segundo Stevenson e Jarillo (1990), empreendedorismo é um processo pelo qual o indivíduo, por ele mesmo ou dentro das organizações, busca oportunidades. Os empreendedores exploram as oportunidades de mercado através da inovação técnica e/ou organizacional. (Schumpeter, 1965)
A gestão estratégica foi identificada como a área mais promissora para uma eventual integração com a pesquisa do empreendedorismo. Segundo Zahra e Dess (2001), os resultados positivos dessa integração podem ser observados na vida real dos negócios, onde empresas empreendedoras possuem uma maior tendência em seguir uma gestão estratégica do que as empresas que já estão mais estabelecidas, que por sua vez costumam serem mais conservadoras.
O Empreendedorismo Estratégico surgiu dessa integração, Empreendedorismo e Gestão Estratégica. O Empreendedorismo Estratégico, para Klein et al (2012), possui duas ideias centrais: 1) A formulação e execução da estratégia envolvem atributos fundamentalmente empreendedores como: atenção, criatividade e ter capacidade crítica. Eles buscam criar e obter valor adquirindo recursos e posicionamento estratégico; 2) A busca de oportunidades e a busca por vantagens, este último, ideia central do empreendedorismo e o primeiro da gestão estratégica, devem ser consideradas conjuntamente.
O Empreendedorismo Estratégico nos auxilia a entender como as empresas criam riquezas. Se a empresa cria uma oportunidade em potencial, mas não sabe usa-la adequadamente, ela não aferirá criará valor agregado para os clientes e nem riquezas para os seus proprietários. Se ela constrói vantagens competitivas, mas não possuem a capacidade de identificar as oportunidades, não conseguirão manter essas vantagens a um longo prazo e logo, consequentemente, deixarão de criar riquezas para os proprietários.
Nessa premissa do empreendedorismo estratégico, no qual há a busca de oportunidades e perspectivas de vantagens, entra a Inovação, que, segundo Schumpeter (1988) cria uma ruptura no sistema econômico, causando uma mudança no status quo das coisas, modificando assim, sistemas produtivos, padrões de produção e com isso criando riqueza para as empresas. O conceito de destruição criativa pelo autor austríaco, diz muito sobre essa busca de novas oportunidades em um mercado já muito concorrido, onde a empresa que oferece algo diferenciado consegue estabelecer uma posição de vantagem frente aos seus concorrentes, o autor austríaco dirá que que o desenvolvimento econômico é impulsionado pelo surgimento descontínuo de novas combinações, ou inovações, que são economicamente mais viáveis do que a maneira antiga de fazer as coisas. (Schumpeter, 1988)
Schumpeter afirmará que as empresas se dedicam a três tipos de atividades inovadoras, são elas: Invenção é o ato de criar ou desenvolver um produto ou processo; Inovação é o processo de criação de um produto a partir de uma invenção; Imitação é a adoção de uma inovação por empresas do mesmo segmento ou similares.
Tendo em vista que, para uma empresa que busca oportunidades e vantagem competitiva, ela deve fornecer um diferencial aos seus clientes, Hoskisson e Busenitz (2002) dirão que para uma empresa oferecer algo novo, como novas invenções, deve-se investir em Pesquisa e Desenvolvimento, porém, segundo eles, nem todas as empresas possuem o porte necessário para isso. Porém, segundo Ireland et al (2003), as empresas de pequeno porte têm maior eficácia em identificar novas oportunidades, porém, possuem maiores dificuldades em obter essa vantagem competitiva, ao contrário de grandes empresas, que são menos eficazes nesse quesito, porém possuem recursos financeiros suficientes para uma ação inovadora.
Mas de nada adianta a empresa identificar uma oportunidade e oferecer algo inovador sem proteger ou sustentar essa vantagem competitiva adquirida. Para se usufruir plenamente dessa oportunidade a empresa deve desenvolver capacidades que manterão essa vantagem frente a seus concorrentes, são elas: valor, raridade, dificuldade na imitação e ser insubstituível. Quando a empresa consegue atender esses critérios, ela cria uma ou mais vantagens competitivas para explorar as oportunidades identificadas. No lançamento de um novo produto ou processo no mercado, deve-se tomar ações competitivas para que haja a proteção da posição da empresa. A combinação dessas variáveis representa o empreendedorismo estratégico. 
CONCLUSÃO
O empreendedorismo estratégico, que incluem a busca de oportunidade e vantagem, contribui para a nossa compreensão de como as empresas criam riqueza. Empresas que identifiquem oportunidades potencialmente valiosas, mas não sabem explorá-los para desenvolver uma vantagem competitiva, não vão criar valor para seus clientes ou riqueza para seus proprietários.
Empresas que constroem vantagens competitivas, mas perdem a capacidade de identificar oportunidades empresariais valiosas, será pouco provável que elas consigam sustentar essas vantagens a longo prazo e inevitavelmente deixarão de gerar riquezas. Portanto, todas as empresas, novas e as já estabelecidas, pequenas e grandes, devem empenhar-se tanto na procura de oportunidades como em desenvolver um comportamento de busca por vantagens. 
Na verdade, ao que parece, detalha a disciplina de gestão estratégica através da qual a exploração é utilizada para identificar oportunidades empresariais pelas quais estas são exploradas para criar riquezas para as empresas. A partir deste ponto de vista, o empreendedorismo estratégico facilita os esforços das empresas em identificar as melhores oportunidades e, em seguida, explorá-las com a disciplina de um plano estratégico de negócios. O objetivo do empreendedorismo estratégico é criar continuamente vantagens competitivas. E este processo leva à criação máxima de riqueza. Utilizam de inovações tanto em processos como em produtos, os melhorando ou criando um novo padrão diferente, em algumas vezes até quebrando o paradigma dominante. O conceito de destruição criativa nos ajuda a elucidar a lógica desse processo cíclico e constante na obtenção de diferenciais em um mercado saturado e concorrido, gerando oportunidades e vantagens para as empresas.
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
Hoskisson, R. E., & Busenitz, L. W. 2002. In M. A. Hitt, R. D. Ireland, S. M. Camp, & D. L. Sexton (Eds.), Market uncertainty and learning distance: 151–172. Oxford: Blackwell Publishers
Ireland, R. D., Kuratko, D. F., & Covin, J. G. 2003. Antecedents, elements, and consequences of corporate entrepreneurship strategy. In D. H. Nagao (Ed.), Proceedings of the Sixty-third Anual Meeting of the Academy of Management (CD), ISSN 1543–8643.
Ketchen, D. J., Ireland, R. D. and Snow, C. C. (2007), Strategic Entrepreneurship, Collaborative innovation, and Wealth Creation, Strategic Entrepreneurship Journal, Vol.1, No.3Ǧ4, pp.371-385.
Klein, P. G., Barney, J. B. and Foss, N. J. (2012), Strategic Entrepreneurship,Available at SSRN 2137050
Schumpeter, J. A. (1934), The Theory of Economic Development, Harvard University Press, Cambridge, MA.
Schumpeter, J. A. (1965). Economic Theory and Entrepreneurial History. In: Aitken HG (ed) Explorations in enterprise. Harvard University Press, Cambridge, MA
Schumpeter, J. A. (1988). Teoria do desenvolvimento econômico: uma investigação sobre o lucros, capital, crédito, juros e o ciclo econômico. São Paulo: Nova Cultural.
Stevenson, H.H. and Jarillo, J.C. (1990), A paradigm of entrepreneurship research: Entrepre-neurial management. Strategic Management Journal, 11, pp.17-27.
Zahra, S., and Dess, G. G. (2001), Entrepreneurship as a field of research: Encouraging dialogue anddebate. Academy of Management Review, 26, (1), pp. 8-10.

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