Baixe o app para aproveitar ainda mais
Prévia do material em texto
MORFOLOGIA II - EMBRIOLOGIA ANDRÉ P. MURALHA AULA 4: 01/09/2009 FORMAÇÃO DO SISTEMA RESPIRATÓRIO • APARELHO FARÍNGEO. � Caudal ao quarto par de bolsas faríngeas surge um sulco mediano, o SULCO LARINGOTRAQUEAL. Ele é o marco inicial de onde começa o sistema respiratório. � O sulco vai se evaginar, gerando o DIVERTÍCULO LARINGOTRAQUEAL (OU RESPIRATÓRIO), formado por ENDODERMA. � Conforme o divertículo se alonga ele é envolvido pelo mesoderma esplâncnico e sua extremidade distal dilata, formando o BROTO RESPIRATÓRIO. • DESENVOLVIMENTO DA LARINGE. � O epitélio de revestimento da laringe origina-se do endoderma. � As cartilagens laríngeas desenvolvem-se a partir do mesênquima derivado de células da crista neural. � A EMINÊNCIA HIPOFARÍNGEA, uma proliferação de mesoderma revestida de endoderma entre o terceiro e o quarto arco faríngeos, apresenta uma porção cefálica e uma caudal. A CEFÁLICA ascende para formar a parte posterior da língua e a CAUDAL descende, alterando o formato do sulco laringotraqueal para semelhante a um T e formando a epiglote. � OBS: As partes laterais desse T vão gerar as cartilagens laríngeas. • FORMAÇÃO DO SISTEMA RESPIRATÓRIO. � O divertículo respiratório brota ventralmente e o tubo que sobra posteriormente dará origem ao esôfago e à nasofaringe. � No início dessa divisão há um compartilhamento de estruturas, o que não pode ser mantido. É preciso ter duas estruturas separadas. � O endoderma vai se proliferando, formando as PREGAS TRAQUEOESOFÁGICAS, que vão crescendo em direção ao centro para separar as estruturas tubulares. � Quando as pregas se fundem, as luzes se separam, porém as estruturas ainda estão unidas. � OBS: A união das pregas forma um septo, que vai crescendo longitudinalmente, o SEPTO TRAQUEOESOFÁGICO. � O mesoderma também se prolifera, junto com o endoderma, para a formação do septo. Dessa forma o mesoderma de um lado entra em contato com o mesoderma do outro lado e os tubos são finalmente separados. � OBS2: A parte ventral, respiratória recebe o nome de TUBO LARINGOTRAQUEAL. • DESENVOLVIMENTO DA TRAQUÉIA. � A partir da interação endoderma-mesenquimal. � O ENDODERMA do tubo laringotraqueal origina o epitélio e as glândulas da traquéia, da laringe e dos brônquios e o epitélio pulmonar. � O MESODERMA ESPLÂNCNICO que envolve o tubo origina a cartilagem, o tecido conjuntivo e os músculos. • DESENVOLVIMENTO DOS BRÔNQUIOS E DOS PULMÕES. � As ramificações dos brotos que vão gerar os brônquios geralmente são dicotômicas. � O TUBO LARINGOTRAQUEAL se divide inicialmente em DOIS BROTOS BRÔNQUICOS PRIMITIVOS. � Esses brotos crescem lateralmente para os canais pericardioperitoneais (que se tornarão as cavidades pleurais). � Os brotos brônquicos se dividem originando brônquios secundários e terciários. � A conexão dos brotos brônquicos com a traquéia cresce para formar os BRÔNQUIOS PRINCIPAIS. � O brônquio principal se divide em brônquios secundários, que formam os ramos LOBARES, SEGMENTARES E INTRA-SEGMENTARES. � OBS: No lado direito o brônquio lobar inferior se subdivide em 2, havendo a formação de TRÊS LOBOS. � OBS2: Conforme os brônquios vão se dividindo, o mesoderma esplâncnico que os envolve também se expande. • DESENVOLVIMENTO DA PLEURA. � Continua havendo mesoderma somático e mesoderma esplâncnico (em contato com o endoderma) e o celoma entre eles. � O celoma na região respiratória é o CELOMA ou CAVIDADE PLEURAL. � Conforme os pulmões se desenvolvem, adquirem uma camada de PLEURA VISCERAL derivada do MESODERMA ESPLÂNCNICO. � A parede torácica do corpo ganha uma camada de PLEURA PARIETAL derivada do MESODERMA SOMÁTICO. • FATORES IMPORTANTES PARA O CRESCIMENTO PULMONAR. � Primeiramente os pulmões precisam de espaço para crescer dentro do celoma. � OBS: HÉRNIA DIAFRAGMÉTICA, com crescimento das vísceras para o interior da cavidade pleural e causando agenesia geralmente unilateral dos pulmões. � Movimentos respiratórios fetais, que condicionam os músculos respiratórios fetais. � Volume adequado de líquido amniótico. � No início os pulmões apresentam contribuição para a formação do líquido amniótico. � Além disso, o embrião tanto inspira quanto deglute o líquido amniótico, o que dilata essas vias e ajuda no desenvolvimento das mesmas. � OBS: Pouco líquido amniótico é ruim, causaria estenose dessas vias e prejudicaria o desenvolvimento das mesmas. • PERÍODO DE MATURAÇÃO DOS PULMÕES. � PERÍODO PSEUDOGLANDULAR (6ª A 16ª SEMANA) � Estrutura do pulmão nesse estágio se assemelha a uma glândula exócrina. � Principais elementos já estão formados, exceto os envolvidos nas trocas gasosas. � PERÍODO CANALICULAR (16ª A 26ª SEMANA) � A PROLIFERAÇÃO MESODÉRMICA é mais intensa, o que torna o tecido pulmonar altamente VASCULARIZADO. � Começam a surgir alguns BRONQUÍOLOS RESPIRATÓRIOS e alguns SACOS TERMINAIS (alvéolos primitivos) no final desse período. � OBS: Já começa a haver alguma produção de SURFACTANTE na 20ª semana, mas ainda muito pequena. � PERÍODO DO SACO TERMINAL (26ª SEMANA AO NASCIMENTO) � Desenvolvem-se mais sacos terminais e suas células se tornam muito delgadas. � Os capilares começam a fazer protuberâncias para o interior desses alvéolos em desenvolvimento. � Os sacos terminais se tornam revestidos por células epiteliais pavimentosas do endoderma, os PNEUMÓCITOS I, pelos quais ocorrem as trocas gasosas. � Entre os pneumócitos I encontram-se células epiteliais globosas e secretoras, os PNEUMÓCITOS II, que secretam o SURFACTANTE PULMONAR. Esse surfactante forma uma película sobre as paredes internas dos sacos terminais, diminuindo a tensão superficial e facilitando a expansão dos sacos. � PERÍODO ALVEOLAR (38ª SEMANA AOS 8 ANOS). � Pneumócitos I ficam tão finos que os capilares realizam protrusão para o interior dos sacos terminais. � A MEMBRANA ALVÉOLOCAPILAR já é suficientemente fina para que ocorram trocas gasosas no final do período fetal embora os pulmões ainda não tenham essa função. � OBS: O maior crescimento dos pulmões em tamanho após o nascimento resulta do aumento do número de bronquíolos respiratórios e de alvéolos primitivos e não do aumento do tamanho dessas estruturas. • FÍSTULAS TRAQUEOESOFÁGICAS. � PROBLEMAS DE SEPTAÇÃO INADEQUADA. � NA MAIORIA DOS CASOS ESTÁ ASSOCIADA A ATRESIA ESOFÁGICA (esôfago termina em um fundo cego), perceptível por acúmulo de líquido no fundo cego do esôfago. � O esôfago pode também estar contínuo, porém com comunicação traqueoesofágica, em alguns casos. � O alimento pode vir a atingir as porções inferiores do trato respiratório. • AGENESIA PULMONAR � GERALMENTE É UNILATERAL (se for bilateral é incompatível com a vida). � Resulta da falta do desenvolvimento do broto brônquico. � Acompanhada de DESLOCAMENTO DO MEDIASTINO para o lado afetado e o PULMÃO EXISTENTE É HIPEREXPANDIDO. • HIPOPLASIA PULMONAR. � Associada à HÉRNIA DIAFRAGMÁTICA CONGÊNITA. O pulmão é incapaz de se desenvolver normalmente porque é comprimido pelas vísceras abdominais anormalmente posicionadas. � Caracterizada por um pulmão com volume bastante reduzido e hipertrofia do músculo liso nas artérias pulmonares. • APLASIA PULMONAR � Ocorre a formação de brônquios rudimentares, porém esses terminam em fundo cego, sem que haja a formação do pulmão.
Compartilhar