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Responsabilidade civil

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A violação de um dever jurídico importa na prática de um ato ilícito, que pode gerar um dano/prejuízo para alguém, daí, surge uma segunda obrigação, que é a obrigação de reparar.
DEVER JURÍDICO
Originário: dever jurídico pré-estabelecido na ordem jurídica/lei/contrato; é a obrigação
Sucessivo: dever jurídico de responder pelo dano causado; é a responsabilidade
RESPONSABILIDADE
É um dever jurídico sucessivo que surge para recompor o dano decorrente da violação de um dever jurídico originário.
Obrigação x Responsabilidade: a responsabilidade é a sombra da obrigação. Se não houver dever jurídico pré-existente, não haverá dever a ser reparado. Não haverá responsabilidade civil.
RESPONSABILIDADE EXTRACONTRATUAL SUBJETIVA
Pressupostos: conduta culposa, nexo causal e dano
“Aquele que, por ação ou omissão voluntária, negligência ou imprudência (conduta culposa) violar direito e causar (nexo causal) dano a outrem, ainda que exclusivamente moral (dano), comete ato ilícito.” Art. 186
CONDUTA CULPOSA – AÇÃO E OMISSÃO
Culpa é a qualidade da conduta que viola dever de cuidado
Conduta é comportamento humano, que é sempre decorrente de uma ação ou omissão
Voluntária é conduta impulsionada pela vontade
A conduta só será objeto de responsabilização se for reprovável (juízo de reprovabilidade) e, para isso, a conduta precisa ter sido voluntária. É preciso verificar se a conduta decorreu de uma vontade válida, por isso, deve-se verificar se a pessoa que pratico o ato era imputável ou não
Imputabilidade é a capacidade de entender e de se autodeterminar – maturidade e sanidade mental
Obs.:
O art. 928 traz a possibilidade do incapaz indenizar pelo princípio da equidade, contato que:
O incapaz tenha recursos
A indenização não coloque em risco os recursos suficientes para sua sobrevivência
“Art. 928: O incapaz responde pelos prejuízos que causar, se as pessoas por ele responsáveis não tiverem a obrigação de fazê-lo ou não dispuserem de meios suficientes.”
Só com relação ao absolutamente incapaz fica suspensa a prescrição
Os herdeiros só são chamados a responder nas ações de indenizações em face de seus pais nos limites da força da herança.
Culpa lato sensu (sentido de culpabilidade, juízo de reprovabilidade)
A vontade é o elemento subjetivo da conduta. Tem graus de intensidade. Intenção é vontade plena, cheia, dirigida a um fim determinado. Engloba a conduta intencional e tencional.
Dolo
No dolo há vontade intencional, dirigida a um resultado ilícito. Previsão do resultado + consciência da ilicitude. Anuência: não quer o resultado, mas assume o risco de produzi-lo (art. 18, CP).
Culpa stricto sensu
É a violação de um dever de cuidado. Erro de conduta. Elementos: conduta voluntária e resultado involuntário. Previsão ou previsibilidade (possibilidade de prever). Falta de cuidado.
Obs.: 
Lembrar que um dos elementos fundamentais da culpa é a previsibilidade.
Pessoa que dirige sem habilitação atropela criança na calçada. É dolo ou culpa? Culpa grave, porque é mais do que previsível que uma pessoa que dirige sem habilitação não tem habilidade técnica e dirige sem dever de cuidado
DANO
É imprescindível para a existência da responsabilidade civil. Doutrina minoritária entende ser possível a responsabilidade sem dano, dizendo que ela não tem apenas como função reparar o dano, mas também a prevenção e a inibição do dano, inclusive punindo preventivamente quem pratica o ilícito. Entretanto, alargar a responsabilidade civil a todas essas funções significa resolver todo o direito civil na responsabilidade civil.
Pressuposto de dano: o direito pode presumir um dano, mas não pode dispensá-lo.
“Dano é a perda/subtração/diminuição de um bem jurídico qualquer que seja sua natureza, quer se trate de um bem patrimonial, quer se trate de um bem integrante da própria personalidade.” Cavalieri
O dano precisa ser CERTO e ATUAL. Dano atual é aquele que existe neste momento ou que já existiu. Dano certo significa que não pode haver dúvidas quanto a ocorrência do dano (não se indeniza dano eventual). Dano é diferente dos efeitos do dano (que podem ser futuros).
Caso Vanderlei: Irlandês teve conduta culposa, mas não havia certeza de que sem a intervenção Vanderlei seria o primeiro colocado. Houve uma interferência no nexo causal, mas não se pode falar em dano certo.
Teoria da perda de uma chance: trabalha com a ideia de que o ofensor retira da vítima a possibilidade de alcançar o resultado.
“A teoria da perda de uma chance é a frustração de uma expectativa, uma oportunidade atual ou futura, dentro da lógica do razoável, que ocorreria se as coisas seguissem seu curso normal.” Tartuce
Show do milhão: Dano efetivo sofrido foi a perda da chance de conseguir (1/4 da chance de acertar)
O advogado que deixa de atuar em concreto (recorrer) retira chance do cliente de obter um resultado? Depende (casuístico).
Dano material (Art. 402, CC)
É a perda que recai sobre algo patrimonial, podendo ser dano material emergente (perda já concretizada) ou dano material de lucro cessante (o que se esperava obter com o que foi perdido – sempre vinculado ao dano sofrido)
Taxi/uber/cabify: bater no carro > dano sofrido é emergente, enquanto o dinheiro perdido pelo carro parado na oficina é lucro cessante
Dano moral/extrapatrimonial
1ª fase (pré 88): não reconhecimento para ser indenizado por ser imoral e antiética sua indenização
2ª fase: reconhecimento da possibilidade de indenização. Quando houvesse danos materiais, seriam englobados os danos morais.
3ª fase: é indenizável e pode ser acumulado (súmula 37 do STJ)
In re ipsa: dano provado pela conduta
Art. 5º, V e X, CRFB/88
O que de fato é indenizável pelo dano moral?
- Violação aos direitos de personalidade e da própria dignidade da pessoa humana (integridade psicofísica, igualdade, liberdade e solidariedade).
- Não é indenizável reparação por dor ou sofrimento.
Arbitramento do dano moral
Apuração do valor a ser pago pelo dano
Art. 944: dano moral
Sanção pela prática do ato ilícito – funções: reparar e punir. Doutrina majoritária entende a existência das duas funções. Para Schreiber, não é possível dano punitivo, apenas reparatório. Maria Celina Bodin entende que pode, mas deve haver alteração legislativa para que vá para a coletividade, não para o indivíduo.
Reparação não pecuniária (não monetária) por dano extrapatrimonial
Arbitramento de dano material
Aplica-se o 944, conforme a extensão do dano. Engloba danos emergentes e lucros cessantes (ideia de probabilidade, liquidação por arbitramento – construção de média através de perícia)
Perda de chance
1ª hipótese: indenização calculada pelo que se perdeu
2ª hipótese: valor pela chance que se perdeu (critério da razoabilidade)
p.u. do art. 944 (culpa leve ou levíssima, não se aplicando em casos de dolo ou culpa grave): excepciona a regra da reparação integral. De acordo com a doutrina, o p.ú. é facultativo, sendo escolha do juiz aplica-lo ou não. Nunca pode ser aplicado nos danos morais.
Forma de fixação do dano
Artigos 946 a 951 CC e 533 CPC
Casos de homicídio
No caso de morte de pessoa menor de 18 anos, presume-se dependência econômica dos ascendentes (porque no futuro dependeriam) e dos irmãos. O pagamento inicia no evento da morte ou a partir dos 14 anos, se faleceu mais nova que isso.
Art. 950 – Defeito
Remete a dano estético
p.ú. > artigo 533 CPC
Não se utiliza o fim da vida, mas o fim da capacidade laborativa
Artigo 951: aplicação nas situações de ato culposo
Artigo 952: esbulho
Artigo 953: injúria, difamação ou calúnia
p.ú.: necessidade de um critério de razoabilidade
Artigo 954: erro judiciário
NEXO CAUSAL
É o vínculo entre conduta e dano (se aquele dano veio daquela conduta ou se aquela conduta provocou aquele dano)
1ª teoria: equivalência das causas/da conditio sine qua non
Toda condição apta a produzir o resultado é considerada causa
2ª teoria: causalidade adequada (Cavalieri)
A causa é tudo aquilo que provavelmente produziria determinado resultado – Análise é abstrata3ª teoria: causalidade eficiente
A causa, no mundo dos fatos, é apta a produzir o resultado (não se conseguiu definir os critérios de eficiência, tornando-a uma teoria abstrata)
4ª teoria: causalidade direta e imediata (art. 403, CC)
O dano deve ser consequência necessária daquela conduta
Flexibilização do nexo causal
Deficiência do nexo para tentar atender a vítima
Condições:
Preexistentes: anterior à conduta
Concomitantes: simultâneo
Supervenientes: posterior

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