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1 MATERIAIS OBTURADORES E TÉCNICAS DE OBTURAÇÃO Marcos Rios Letícia Saraiva Marcos Rios Clínico Especialista em Endodontia-CEBEO-Ba Mestre em Endodontia- São Leopoldo Mandic- Campinas Doutor em Clínicas Odontológicas - São Leopoldo Mandic- Campinas MATERIAIS OBTURADORES E TÉCNICAS DE OBTURAÇÃO Diagnóstico Abertura Instrumentação Irrigação Medicação Isolamento Obturação Selamento Coronário Proservação Definição “A obturação consiste no preenchimento da porção modelada do canal com materiais inertes ou anti- sépticos que promovam um selamento tridimensional.” Soares, I.J Endodontia – Técnicas e fundamentos 2a. Edição, 2004 FOUSP/FMU FOUSP/FMU POR QUE OBTURAR O SISTEMA DE CANAIS RADICULARES ? 2 Importância “O selamento do espaço vazio torna-se crítico, não no sentido de que a ausência de material obturador represente fracasso no procedimento endodôntico mas, com certeza, torná-lo mais suscetível ao insucesso.” Estrela, C. Endodontia – Princípios Biológico e Mecânicos 1a. Edição, 1999 pág. 658 Importância “Existe sempre a possibilidade de permanência de microrganismos nos túbulos dentinários e ramificações do canal principal.” Leonardo, M.R. Endodontia – Tratamento de canais radiculares 3a. Edição, 1988 pág.536 Relação entre obturações incorretas X insucessos Zelotti – 63,9% Ingle – 58,66% Holland et al. – 66,25% Tavaro et al. – 51,4% Leal et al. – 40,4% Leonardo et al. – 62,1% Bonetti Filho – 40,1% Importância INSUCESSOS INTIMAMENTE RELACIONADOS A CANAIS MAL OBTURADOS Soares, I.J Endodontia – Técnicas e fundamentos 1a. Edição, 2001- pg.172 “A obturação endodôntica deve preencher tridimensionalmente o canal modelado.” Anatomia Stock. C Stock. C 3 Stock. C Stock. C Materiais Obturadores Propriedades Biológicas Boa tolerância biológica Reabsorvível em caso de extravasamento periodontal Estimular ou permitir o reparo do tecido periapical Ação antimicrobiana Propriedades Físico-Químicas Facilidade de inserção Proporcionar bom tempo de trabalho Proporcionar bom selamento Não sofrer contrações Não permeável Bom escoamento, viscosidade e aderência 4 Insolubilidade dentro do canal radicular pH neutro Radiopaco Não manchar as estruturas dentais Passível de esterilização Fácil remoção Propriedades Físico-Químicas Materiais Utilizados MATERIAIS Sólidos cone de prata cone de guta-percha cone de resina requisitos: - estabilidade dimensional - inocuidade - radiopacidade - tolerância tecidual Semi-sólidos Pastas Cimentos requisitos: - selamento / adesividade - biocompatível / antimicrobiano - insolúvel / radiopacidade 1867 – Bowman Extraídas do Látex de árvores da Malásia Gatah = goma / Perja = árvore Guta-Percha = Balata Guta-Percha MATERIAIS - cones Cones de guta-percha 20% guta-percha / 65% óxido de zinco 10% sulfato de bário / 10% outros adaptação boa tolerância tecidual radiopacidade estabilidade dimensional facilmente removidos Cones de Guta-Percha Vantagens Biocompatibilidade Plasticidade Radiopacidade Facilidade de remoção Não altera a cor do dente quando usados no limite coronário Insolúvel à água 5 Cones de Guta-Percha Desvantagens Pouca rigidez Oxidação degradativa (quebradiços) Perdem a plasticidade com o tempo Deslocada facilmente pela pressão Pouca adesividade Cones de Guta-Percha ➢ Devem ser conservados em locais frescos e protegidos da luz, para a manutenção de sua plasticidade ➢ Caso expostos à luz e alta temperatura, ocorre uma oxidação gradativa, tornando-os quebradiços Leonardo, M.R Tratamentos de canais radiculares 1a. Edição, 2012 Cones de Guta-Percha Tipos Guta-pecha Alfa Guta-pecha Beta Cones de Guta-Percha Tipos Guta-pecha Beta ✓Estável e flexível a temperatura ambiente ✓Aquecida- Não apresenta adesividade e tem menor escoamento Soares, I.J Endodontia – Técnicas e fundamentos 2a. Edição, 2004 Cones de Guta-Percha Tipos Guta-pecha Alfa ✓Quebradiça a temperatura ambiente ✓Aquecida – Pegajosa, aderente e maior escoamento Soares, I.J Endodontia – Técnicas e fundamentos 2a. Edição, 2004 Cones de Guta-Percha Tipos Guta-pecha Alfa 6 Cones de Guta-Percha Formas Estandardizados ou padronizados Convencionais ou não estandardizados Estandardizados ou padronizados 1º série – 15 a 40 2º série – 45 a 80 Convencionais ou não estandardizados Soares, I.J Endodontia – Técnicas e fundamentos 2a. Edição, 2004 Convencionais ou não estandartizados DENTES ATÉ 22 mm DENTES ACIMA DE 22 mm M DE 28 mm FM DE 34 mm Régua calibradora Convencionais ou não estandartizados CONES ACESSÓRIOS 7 Convencionais X Estandartizados Descontaminação Química de Cones de Guta- Percha por Diferentes Concentrações de NaOCl Concentração % Tempo de imersão 0,5 30 min 1,0 20 min 2,5 10 min 4,0 5 min 5,25 45 seg B. P. A. Gomes, C. C. R. Ferraz, et al www.apcd.org.br/Biblioteca/Revista/2001/jan_fev/27.asp Cimentos Função Eliminar a interface entre a guta-percha e as paredes do canal e entre os cones de guta- percha Cimentos Não manchar a estrutura dentária Adesividade às paredes do canal Força coesiva Insolúvel nos fluidos teciduais e saliva Solúvel ou reabsorvível nos tecidos perirradiculares Impermeável, biocompatível e antimicrobiano Cimentos Fácil inserção e remoção do canal Bom tempo de trabalho Promover o selamento tridimensional do sistema de canais radiculares Estabilidade dimensional Bom escoamento e radiopaco 8 Cimentos Óxido de zinco e eugenol Hidróxido de cálcio CIV Resinosos Silicone MTA Requisitos: - Selamento / adesividade - Biocompatível / antimicrobiano - Insolúvel / radiopacidade Capacidade seladora Baixa permeabilidade Estabilidade dimensional Endurecimento Antibacteriano Radiopacidade Baixa solubilidade e desintegração Óxido de Zinco – Eugenol Citotoxidade Escurecimento do dente Manipulação Óxido de Zinco – Eugenol Óxido de Zinco – Eugenol Cimento de Grossman – 1936 – 1958 Pó Óxido de zinco 40,5 g Resina Hidrogenada 28,0 g Subcarbonato de bismuto 16,0 g Sulfato de bário 15,0 g Borato de sódio 0,5 g Líquido Eugenol 5,0 ml Óleo de amêndoas doces 1,0 ml ✓ Relação pó-líquido – solubilidade, desintegração e inflamação ✓ Mais fluído – maior a resposta inflamatória Cimento de Grossman – 1936 – 1958 ✓ Ponto de fio de bala – 4 a 16 segundos para ser rompido ✓ Forme um fio de uma polegada ( 2,5 mm ) Óxido de Zinco – Eugenol Cimento de Grossman – 1936 – 1958 Pó Óxido de zinco 40,5 g Resina Hidrogenada 28,0 g Subcarbonato de bismuto 16,0 g Sulfato de bário 15,0 g Borato de sódio 0,5 g Líquido Eugenol 5,0 ml Óleo de amêndoas doces 1,0 ml ✓ Tempo de trabalho in vitro – 24 horas ✓ Endurecimento no canal ocorre em 30 minutos – umidade nos canalículos dentinários 9 Resinas Plásticas Selamento Adesividade Plasticidade Escoamento Endurecimento Radiopacidade Inserção Antibacteriano Citotoxidade Escurecimento do dente Manipulação Resinas Plásticas AH Plus (Dentsply) Topseal (Dentsply) Pasta A Resina epóxica Tungstênio de cálcio Óxido de zirconio Aerosil Óxido de ferro Pasta B Amina adamantana N,n-Dibencil-5- oxanonano-diamina-1,9 Tungstênio de cálcio Óxido de zircônio Aerosil Óleo de silicone Resinas Plásticas Sealer 26 (Dentsply) Pó Hidróxido de cálcio 37% Óxido de bismuto 43% Hexametileno tetramina 14% Dióxido de titânio 05% Resina Resina epóxica bisfenol 100% Sealer 26 (Dentsply) Pó Hidróxido de cálcio 37% Óxido de bismuto 43% Hexametileno tetramina 14% Dióxido de titânio 05% Resina Resina epóxica bisfenol 100% Hidróxido de Cálcio Sealer 26 (Dentsply) Hidróxido de Cálcio ✓ Duas a três partes de pó para uma de resina ✓ Ponto de fio de bala – 4 a 16 segundos para ser rompido ✓ Forme um fio de uma polegada ( 2,5 mm ) Sealer 26 (Dentsply) 10 Sealer 26 (Dentsply) Hidróxido de Cálcio Tempo de presa: ✓ 48 a 60 horas em temperatura ambiente ✓ 12 horas no canal Sealer 26 (Dentsply) Hidróxido de Cálcio Para maior fluidez podemos espalha-lo na placa de vidro e aquecer levemente a uma distância de 10 a 15 cm da chama Cimentos ✓ Reduzem significativamente a microinfiltração de fluídos e bactéria ✓ Apresentam graus de citotoxicidade imediatamente após a manipulação ✓ Após presa sua toxicidade é bastante reduzida e não é mantida com o tempo ✓ Incapazes de induzir ou perpetuar uma lesão perirradicular, com exceção dos que contém paraformaldeídeo Espaçadores Digitais Condensadores de Paiva Condensadores 11 Brocas de McSpadden Espátulas de Manipulação Lamparina Momento da obturação Momento da obturação Sessão única Após uso da medicação intra-canal Ausência de exsudato Ausência de odor Ausência de sintomatologia Limite Apical para Obturação Um canal completamente obturado, lateral e apicalmente, quaisquer microrganismos remanescentes no interior do canal não serão capazes de sobreviver por longo período de tempo.” De Deus Endodontia 5a. Edição, 1992- pg.447 12 Limite Apical para Obturação No comprimento de trabalho Limite Apical para Obturação Sobre-Obturação : Extravasamento de cimento obturador ou guta-percha Sobre-extensão: Extravasamento de cone principal de guta-percha ou cone de prata Extravasamento de material obturador ➢ Deposição de cápsula fibrosa ao redor da guta-percha ➢ Falha no limite apical no preparo químico-mecânico – precária adaptação e selamento GUTA-PERCHA Extravasamento de material obturador Flow/Surplus Cimentos reabsorvíveis – Fagocitados ou dissolvem Cimentos não reabsorvíveis – encapsulados por tecido conjuntivo CIMENTOS Técnicas de Obturação 13 Condensação lateral Condensação vertical (Schilder) Termoplastificação Compactação termodinâmica (McSpadden) Cone único Técnicas de Obturação Condensação lateral Condensação vertical (Schilder) Termoplastificação Compactação termodinâmica (McSpadden) Cone único Técnicas de Obturação Condensação Lateral Proposta por Callahan em 1914 Utilizada na maioria das situações clínicas Não indicada em casos de curvatura extrema ou reabsorções por exemplo Calibrar o cone 14 Sealer 26 (Dentsply) Prepara o cimento ✓ Duas a três partes de pó para uma de resina 15 Termodinâmica (McSpadden) McSpadden, J.T.R. Compactador: self-study course for the thermatic condensationof guta-percha. Ransom & Randolph, 1980, form no. 337 McSpadden V.10, N. 7, Jul 1984 Técnica Híbrida de Tagger Calibrar o cone 16 Sealer 26 (Dentsply) Prepara o cimento ✓ Duas a três partes de pó para uma de resina Técnica Híbrida de Tagger Técnica Híbrida de Tagger Técnica Híbrida de Tagger Técnica Híbrida de Tagger Vantagens: ➢ Economia de material e tempo ➢ Obturação de maior número de canais laterais ➢ Pode-se corrigir a obturação por diversas vezes Técnica Híbrida de Tagger Desvantagens: ➢ Fratura do instrumento ➢ Extravasamento do material se o cone não estiver travado 17 Técnica do cone único Nesta técnica se utilizam os cones próximos ao diâmetro e conicidade final do canal. Técnica do cone único ➢ Verificar clinicamente se o cone selecionado atinge o CRT e se oferece resistência ao ser empurrado ou removido. ➢ Realizar radiografia para comprovar o cone selecionado. ➢ Observar se o cone está no comprimento de trabalho (CT). ➢ Espatular o cimento até completa homogeneização; Técnica do cone único Sealer 26 (Dentsply) Prepara o cimento ✓ Duas a três partes de pó para uma de resina 18 “ Treine enquanto eles dormem, estude enquanto eles se divertem, persista enquanto eles descansam, e então, viva o que eles sonham” Provérbio Japonês
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