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ERROS INATOS DO METABOLISMO 1 Taciana Valente ERROS INATOS DO METABOLISMO Os erros inatos do metabolismo (EIM) são distúrbios de natureza genética que geralmente correspondem a um defeito enzimático capaz de acarretar a interrupção de uma metabólica. Ocasionam, portanto, alguma falha de síntese, degradação, armazenamento ou transporte de moléculas no organismo. Doenças de erros inatos possuem sintomas tão diversos que muitas vezes o diagnóstico é subestimado, tratando como doença crônica sem ser; Todo o metabolismo é dependente de enzimas e todas elas são codificadas pelo DNA. Ou seja, se há um problema no DNA, haverá conseqüências na rota metabólica. Importância clínica: primeiras doenças relacionadas com genética, bioquímica e anormalidades fisiopatologicas. Mostrou como uma alteração genética pode alterar um produto e como interfere na fisiopatologia. CARACTERÍSTICAS Maioria herdada por padrões autossômicos recessivos (aa) - Porém, o Aa também é afetado, produzindo metade das enzimas, mas não desenvolve a doença porque a quantidade de enzimas produzidas ainda supre a necessidade do corpo, a não ser que a expressão do gene diminua, por fatores como a metilação, que faz perder o acesso a região promotora, silenciando o gene. Deficiência de atividades de enzimas essenciais; Existem mais de 500 EIM conhecidos – poucos são muito descritos; 1 – 5000 nascidos confirmados, mas há ainda os não confirmados pela dificuldade de diagnóstico; FATORES QUE INTERFEREM NO FENÓTIPO DE UMA DOENÇA GENÉTICA Heterogeneidade alélica: A variedade de alelos de um mesmo gene. Pode ter uma doença que existam vários sintomas, porém está relacionada aos mesmos genes e esses possuem muitos alelos. Dependendo do tipo de alelo que você tem, existe o sintoma x. Ex: fibrose cística – 2000 alelos Heterogeneidade de lócus: Genes diferentes, que estão em lócus diferentes, em cromossomos diferentes, causam a mesma doença. Ex: um gene no cromossomo 13 que se falhar causa fibrose cística e um gene no cromossomo 14 que se falhar também causa fibrose cística, eles estão em locus diferentes, mas causam a mesma doença. Genes modificadores: não tem uma relação direta com a doença, mas uma modificação na expressão desses genes pode mudar o fenótipo. Diferença de sintomas entre duas pessoas com mutação no mesmo gene se dá devido à presença de genes modificadores. Esses genes provocam sintomas de diferentes gravidades. TESTE DO PEZINHO: eficiente para detectar doenças de erros inatos do metabolismo. - Fenilcetonúria e outras aminoacidopatias; - Hipotireoidismo congênito; - Anemia falciforme; - Fibrose cística* *às vezes é ineficiente para detecção de fibrose cística, pois por ser um exame muito simples, pode resultar num falso negativo. Por outro lado, há o “teste do pezinho máster” que dá para detectar ainda mais doenças. FIBROSE CÍSTICA – doença do beijo salgado Heterogeneidade alélica + genes modificadores + heterogeneidade de lócus = é o que resulta em fenótipos tão diferentes na doença. Mutação no gene que codifica o RNA mensageiro que produz proteínas transmembranas MUTAÇÃO NO GENE DEFEITO NO TRANSPORTE IÔNICO AUMENTO DA CONC. DE MACROMOLÉCULAS TUBULOPATIA DESTRUTIVA (obstrui várias vias) PULMÃO, PÂNCREAS, INTESTINOS, FIGADO E TESTÍCULOS Pneumonia é uma das principais causa de morte Exame mais eficaz para detectar: teste do suor CFTR – gene da proteína transmembrana da fibrose cística, possui mais de 2000 alelos, o que pode levar à ter, então, 2000 possíveis mutações diferentes A mutação é dividida em 6 classes. As piores são I, II e III. FENILCETONÚRIA Deficiência da enzima fenilalanina-hidroxilase Sem tratamento, há prejuízo no desenvolvimento cognitivo A fenilalanina em excesso tem efeito tóxico nas funções somáticas e do sistema nervoso central Interfere na síntese protéica cerebral e mielinização Diminuem a formação de serotonina PROTEÍNAS Existem enzimas e proteínas mais comuns em umas células que outras. Proteínas de manutenção (housekeeping): presente em todas as células. Quando há erro inato do metabolismo nessas, causa alteração na estrutura e na função celular. Proteínas específicas: causa problemas específicos, alterando funções únicas na célula. MUTAÇÕES NOS GENES Podem afetar a proteína de 4 formas: Perda de função: proteína estruturalmente anormal, instável concentração celular reduzida função diminuída (ou parada) ex: mutações presentes nos genes supressores de tumores (no câncer), falassemia Ganho de função: intensificação da função da proteína não significa que a prot. vai ganhar uma função nova e sim exercer a mesma função de forma intensificada ex: acondroplasia Propriedade nova: alteração na sequência de aminoácidos nova função, prot. vai fazer algo que não fazia antes ex: anemia falciforme – hemácia em forma de foice que ganha função de agregamento (coágulo), enquanto é ineficiente no transporte gasoso Expressão heterocrônica/ectópica: mutação na região promotora (reguladora) do gene em época ou local anormal ou seja, a proteína vai se expressar em tempo ou local que não era para se expressar normalmente ex: oncogênese – célula é incentivada a se dividir CLASSIFICAÇÃO DE ACORDO COM A NATUREZA E FUNÇÃO DA MOLÉCULA Metabolismo intermediário: erros associados ao metabolismo de carboidratos, proteínas, aminoácidos, etc. Ex: galactosemia, diabetes melitus, fenilcetonúria, etc Vias degradativas: quando as biomoléculas são degradadas constantemente para a produção de novas. Ex: distúrbios em armazenamento lisossômico, em enzimas do peroxissomo, etc Produção de energia: erros são associados às mitocôndrias; Sistema de transporte: quando há erros em macromoléculas que medeiam o transporte, causando acúmulo de substrato; FARMACOGENOMA E FARMACOGENÉTICA Ganhou dimensão depois de terem falado da individualidade química, que é o motivo de certos remédios funcionarem para algumas pessoas e para outras não. Ex: para algumas crianças, basta tomarem tylenol para ficarem boas da febre, mas para outras é necessário novalgina. Remédios estão cada vez mais específicos, individuais. Muitos remédios testados na Europa não funcionam ou causam efeitos adversos aos brasileiros, por conta da mistura genômica grande. Nutrigenoma: defende que existe alimentos específicos para o perfil genético que otimizam o metabolismo. Ex: a deficiência da enzima lactase indica que não deveria continuar o consumo de leite após os 2 anos.
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