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1 1 Universidade Federal da Bahia Escola de Medicina Veterinária e Zootecnia Departamento de Anatomia, Patologia e Clínicas Veterinárias Prof: Ricardo Guerra E-mail: ricardo.guerra@ufba.br ROTEIRO DE AULA PRÁTICA ESÔFAGO, CAVIDADE ABDOMINO-PÉLVICA E GLÂULAS SALIVARES ESÔFAGO Conceito: É um tubo flexível, músculo membranoso, que vai da faringe até o cárdia no estômago. Quando inflado é cilíndrico e quando em repouso está com as paredes colabadas. Origem: Ao nível da parte dorsal da cartilagem cricóide da laringe Final: Cárdia no estômago. Função: Transportar o alimento entre a faringe e o estômago. Dimensão: Varia com a espécie. Nos eqüinos em torno de 1,20 a 1,50m. Estrutura: (comum aos demais órgãos do tubo digestório) Camadas: 1. Túnica externa a. Adventícia (tecido conjuntivo frouxo) b. ou Serosa (pleura ou peritôneal) 2. Muscular externa = fibras longitudinal lisa Muscular interna = fibras circulares lisa. 3. Submucosa = frouxa, com vasos nervos e queratinizada. 4. Mucosa = pregueada (pregas longitudinais). TRAJETO DO ESÔFAGO: Borda dorsal rostral da cartilagem cricoide da laringe ===> segue no plano mediano, depois se torna oblíquo a partir da C4 e segue à esquerda até a T3 ===> volta ao plano mediano passa sobre o arco aórtico e se desvia para a direita ==> retorna ao plano mediano ==> perfura o diafragma (óstio esofágico) ==> borda dorsal do fígado e se desloca ligeiramente à esquerda ==> estômago 2 2 Porções: o Cervical; Torácica e Abdominal. Relações: Cervical (início) Ventral= cart. cricoide, m. cricoaritenoide dorsal Dorsal= bolsas guturais (eqüino) / mm. Retos ventrais Lateral= artérias carótidas Cervical (meio) Dorsal= m. Longo do pescoço Medial= traquéia Lateral= artérias carótidas / n. Vago, simpático e laringo recorrente. Cervical (próximo à entrada do tórax) Veia jugular esquerda Tórax (entrada): Medialmente = traquéia Lateralmente = primeira costela Tórax (meio) Entre os dois pulmões ( mediastino) Esquerda = aorta Direita = V. Ázigos direita Abdominal: Diafragma, fígado e estômago. Meios de fixação Faringe e cárdia Músculos, nervos e vasos durante o trajeto. Inervação: Nervo vago e simpático incluindo os ramos laringeos recorrentes. Vascularização: Carótida e várias artérias locais 3 3 CAVIDADE ABDOMINO-PÉLVICA 1. Cavidade Abdominal o Maior cavidade do corpo o Separada do tórax pelo diafragma o Caudalmente continua com a cavidade pélvica o Formato ovóide comprimido lateralmente o Eixo oblíquo o Diâmetro dorso-ventral (1ª vértebra lombar) o Diâmetro transversal (próximo à pelve) PAREDE DORSAL Vértebras lombares Músculos lombares (psoas maior e menor) Parte lombar do diafragma Partes craniais dos ílios e músculos ilíacos o LIMITES Cranial: inserção lombar do diafragma através dos seus pilares Caudal: promotório (margem cranial do sacro) Laterais: margem lateral do músculo psoas maior PAREDE VENTRAL Músculos retos Aponeuroses dos músculos transverso, oblíquo abdominal esterno e interno Fáscia abdominal Cartilagem xifóide o LIMITES Cranial: inserção esternal do diafragma Caudal: margem cranial do púbis Laterais: margem lateral dos músculos retos PAREDES LATERAIS Aponeuroses e músculos transverso, oblíquo abdominal externo e interno Fáscia abdominal Cartilagens das costelas esternais 4 4 Partes das costelas caudais ao diafragma o LIMITES Cranial: inserção costal do diafragma Caudal: corpo do íleo cranial a linha arqueada Dorsal: margem lateral do músculo psoas maior Ventral: margem lateral do músculo reto PAREDE CRANIAL Diafragma (profundamente côncavo) Centro frênico Centro carnoso o LIMITES Dorsal: inserção dorsal do diafragma através dos seus pilares Ventral: inserção esternal do diafragma Laterais: inserção costal do diafragma PAREDE CAUDAL Entrada da cavidades pélvica o LIMITES Dorsal: Promotório Ventral: margem cranial do púbis Laterais: corpo do íleo cranial a linha arqueada 5 5 2. Cavidade Pélvica o Parte mais caudal do tronco o Cranialmente comunica-se com a cavidade abdominal o Parte dos órgãos genitais internos e urinários o Parte peritoneal e retroperitoneal PAREDE DORSAL Face pélvica do sacro Corpo das 3 ou 4 primeiras vértebras caudais o LIMITES Cranial: promotório sacral Caudal: corpo da terceira ou quarta vértebra caudal Laterais: cristas sacrais laterais PAREDE VENTRAL Púbis Ísquio o LIMITES Cranial: Borda cranial do púbis Caudal: Arco isquiático Laterais: Chanfradura isquiática menor PAREDES LATERAIS Partes dos íleos caudais as linhas arqueadas Ligamento sacrotuberal o LIMITES Cranial: Linha arqueada Caudal: margens caudais do ligamento sacrotuberal Dorsal: crista sacral lateral Ventral: chanfradura isquiática menor PAREDE CRANIAL Linha terminal o LIMITES Dorsal: promotório Ventral: Margem cranial do púbis Laterais: linhas arqueadas 6 6 PAREDE CAUDAL o LIMITES Dorsal: 3ª ou 4ª vértebra caudal Ventral: arco isquiático Laterais: bordas caudais dos ligamentos sacrotuberais e músculos semi-membranosos. PERITÔNEO Túnica serosa que reveste a cavidade abdominal e parte da pélvica o Túnica parietal o Túnica visceral 5 aberturas (adulto) 6 aberturas (feto) Óstios abdominais das tubas uterinas Cavidade peritoneal o Meso o Omentos o Ligamentos o Pregas Bolsas peritoneais o Sacroretal o Retogenital \ reto-uterina o Vesicogenital \ vesico-uterina o Pubovesical 7 7 GLÂNDULAS SALIVARES Características gerais o Pertencem ao sistema de glândulas anexas do aparelho digestório. o Tem função de produção de saliva, de conteúdo mucoso, seroso ou misto. o De tamanhos variados numa mesma espécie animal e entre estas. o Drenada diretamente por um ou mais ductos no interior do vestíbulo da boca, cavidade oral e mucosa de revestimento destas cavidades. o Ocorrem porções monostomática e polistomática. A primeira está relacionada a presença de uma única estrutura glandular que por sua vez é drenada por um ducto único, já a segunda está relacionada a existência de várias porções distintas e interligadas, sendo drenadas por vários ductos salivares. o Pode ocorrer porções distintas de uma mesma glândula, bem como, cada espécie animal poderá apresentar apenas uma porção de uma certa glândula em detrimento do que ocorre em outra espécie animal. o Estímulo à produção de saliva o Involuntário o Pode ser desencadeado por: o Ato de mastigação o Odor característico do alimento o Presença de objetos na cavidade oral o Em geral, como resposta a um ato-reflexo Tanto o SNA simpático como o parassimpático influem sobre o formação da saliva; porém o segundo é o mais importante, como para as funções digestivas em geral. 8 8 Glândula Parótida – Eqüinos o Generalidades: É a maior das glândulas salivares nesta espécie. o Situação: Espaço entre ramos da mandíbula e asa do atlas. De contorno quadrangular longo e sua extremidade dorsal abraça a base da cartilagem auricular. o Dimensões: 20 a 25 cm de comprimento e 2 cm de espessura. o Descrição da superfície e suas relações Face lateral ou superficial: É coberta pela fáscia parotídea e músculos cutâneo e parotideoauricular. Cruzada obliquamente pela veia jugular. Relaciona-se, ainda, com a veia auricular caudal, com o ramo cervical do nervo facial e ramos do segundo nervo cervical. Face medial ou profunda: Relaciona-se com a bolsa gutural e osso estilo-hióideo; músculos masseter, digástrico e occipto-hióideo; tendões do braquiocefálico e esternocefálico (separam a face medial da glândula parótida e face lateral da glândula mandibular); a artéria carótida externa e alguns de seus ramos; o nervo facial; nodos linfáticos retrofaríngeos mediais. o Descrição de suas bordas e relações o Borda rostral ou facial: Fixa-se ao ramo da mandíbula e ao músculo masseter. o Borda caudal ou cervical: É côncava e frouxamente fixada à musculatura subjacente. o Borda ventral ou base: Relaciona-se com a veia linguofacial. o Borda dorsal ou ápice: É sulcada e adapata-se à base do ouvido externo. o Sistema de drenagem: Por um único ducto – Monostomática o Trajeto do ducto: Forma-se na parte ventral da glândula próximo à borda facial pela união de três ou quatro canalículos. Acima da veia linguofacial, o ducto cruza o tendão do músculo esternocefálico chegando à face medial do músculo pterigóideo medial seguindo rostralmente no espaço mandibular cruzando a borda ventral da mandíbula em frente ao ângulo desta, passa ventral aos vasos faciais seguindo um trajeto dorsal até o vestíbulo da boca ao nível da mucosa deste, oposto ao terceiro ou quarto molar superior (P3 ou P4). o Características da glândula: São alveolares compostas de secreção do tipo serosa. o Vascularização e inervação: Ramos da artéria carótida externa, auricular caudal, ramo massetérico e pela temporal superficial. Os principais nervos são o trigêmeo, faciale simpático. 9 9 Glândula Mandibular – Eqüinos o Generalidades: Possui menor massa que a glândula parótida. É longa, estreita e curva com a borda dorsal côncava. o Situação: Estendendo-se da fossa do atlas até o osso basi-hióide. o Dimensões: 20 a 25 cm de comprimento; 2,5 a 3,0 cm de largura e 1 cm de espessura. o Descrição da superfície e suas relações Face lateral: É coberta pela glândula parótida, pelos músculos digástrico e pterigóideo medial; tendões do esternocefálico e aponeurose que liga o braquiocefálico passam por esta face separando-a da parótida. Face medial: Relaciona-se com o músculo longo da cabeça, bolsa gutural, laringe, com a divisão da artéria carótida e com os 10º e 11º nervos cranianos e nervos simpáticos. o Descrição de suas bordas e relações Borda rostral: É côncava e fixa, relaciona-se com a bolsa gutural e o ducto da glândula. Borda ventral: É convexa e mais espessa, relaciona-se com a veia linguofacial e muitas vezes com a glândula tireóide. o Descrição de suas extremidades e relações Extremidade caudal: Frouxamente fixada à fossa atlantal. Extremidade rostral: Situa-se ao lado da raiz da língua e é cruzada lateralmente pelo tronco linguofacial. o Sistema de drenagem: Por um único ducto – Monostomática o Trajeto do ducto: O ducto mandibular é formado pela união de vários pequenos ductos que emergem da borda côncava. Segue rostralmente ao longo desta borda, após deixar a extremidade rostral, cruza o tendão intermediário do músculo digástrico passando entre os músculos hioglosso e milo-hióideo relacionado-se com a face medial da glândula sublingual. Penetra a mucosado assoalho da cavidade oral chegando às carúnculas sublinguais, oposto aos dentes caninos inferiores. o Características da glândula: Possui alveólos serosos, mucosos e mistos. o Vascularização e inervação: Artéria occipital e carótida externa e veias do tronco linguofacial. Os nervos são provenientes da corda do tímpano e do simpático. 10 10 Glândula Sublingual – Eqüinos Situação: Ventral à túnica mucosa do assoalho da cavidade oral, entre o corpo da língua e a parte incisiva da mandíbula. Estende-se da sínfise até o quarto ou quinto dente molar inferior (M1 ou M2). Dimensões: 12 a 15 cm de comprimento. Descrição da superfície e suas relações Face lateral: Relaciona-se com o músculo milo-hióideo. Face medial: Relaciona-se com os músculos genioglosso e estiloglosso, ducto da glândula mandibular e ramos do nervo lingual. Descrição das bordas e suas relações Borda dorsal: Até abaixo da dobra sublingual da túnica mucosa do assoalho da cavidade oral. Borda ventral: Relaciona-se com o músculo genio-hióideo. Sistema de drenagem: Por vários pequenos ductos e/ou por um único ducto – Polistomática e/ou Monostomática Trajeto do ducto: Há ductos sublinguais secundários, cerca de trinta, curtos e torcidos que se abrem em pequenas papilas na dobra sublingual. Características da glândula: Possui alveólos mistos e apenas porção polistomática desta glândula. Vascularização e inervação: Pela artéria sublingual. Os nervos são o trigêmeo e o simpático. Diferenças entre espécies Ruminantes o O Conjunto das glândulas salivares labiais, bucais, palatinas e faríngeas produzem um volume de saliva igual ao volume produzido pela glândula parótida. o 3 a 7 kg de saliva são produzidos por dia em ovinos. o 22 kg de saliva são produzidos por dia em bovinos. o Não contém nenhuma enzima digestiva, porém, fornece transporte físico do conteúdo da ingesta e neutraliza ácidos graxos voláteis que são produzidos no estômago. 11 11 o A parótida não se localiza na base da orelha e é triangular, seu ducto chega oposto ao 2º molar superior (P2). Em ovinos é retangular e o ducto desemboca ao lado de P1 ou M1. o A glândula mandibular nos bovinos é mais desenvolvida que a parótida e nos ovinos e caprinos é mais triangular. o A glândula sublingual possui porções polistomática e monostomática. A primeira é drenada por vários ductos e a segunda é drenada por um ducto único que chega à carúncula sublingual junto com o ducto da glândula mandibular ou separadamente. Suínos o O ducto parotídeo chega ao vestíbulo da boca, oposto ao 4º pré- molar superior ou ao 1º molar (P4 ou M1). Há pequenas glândulas parotídas acessórias em seu trajeto. A glândula principal é semelhante a do bovino. o A glândula mandibular chega à mucosa do assoalho da cavidade oral, próximo ao frênulo da língua sem formar papilas. o Há duas porções da glândula sublingual: Uma monostomática e outra polistomática. o Diferenças entre espécies Cães e gatos o O ducto parotídeo chega ao vestíbulo da boca próximo ao 3º pré- molar superior (P3) no cão e 2º pré-molar superior (P3) no gato. o A glândula zigomática é encontrada apenas nos carnívoros. Situa- se na parte rostral da fossa pterigopalatina do crânio e abre-se próximo ao último molar superior, havendo um ducto maior, semelhante ao parotídeo, e outros ductos menores. o 12 12 ROTEIRO DE AULA PRÁTICA ESÔFAGO, CAVIDADE ABDOMINO-PÉLVICA E GLÂULAS SALIVARES ESÔFAGO Origem: Ao nível da parte dorsal da cartilagem cricóide da laringe Final: Cárdia no estômago. TRAJETO DO ESÔFAGO: Porções: o Cervical; Torácica e Abdominal. Relações: Cervical (início) Cervical (meio) Cervical (próximo à entrada do tórax) Tórax (entrada): Tórax (meio) Abdominal: Meios de fixação Faringe e cárdia Músculos, nervos e vasos durante o trajeto. CAVIDADE ABDOMINAL PAREDE DORSAL PAREDE VENTRAL PAREDES LATERAIS PAREDE CRANIAL PAREDE CAUDAL Cavidade Pélvica PAREDE DORSAL PAREDE VENTRAL PAREDES LATERAIS PAREDE CRANIAL PAREDE CAUDAL 13 13 PERITÔNEO o Túnica parietal o Túnica visceral 5 aberturas (adulto) 6 aberturas (feto) Óstios abdominais das tubas uterinas Cavidade peritoneal o Meso o Omentos o Ligamentos o Pregas Bolsas peritoneais o Sacroretal o Retogenital \ reto-uterina o Vesicogenital \ vesico-uterina o Pubovesical
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