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VÍCIOS REDIBITÓRIOS

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VÍCIOS REDIBITÓRIOS
- Art. 441 – Nos contratos comutativos a coisa pode ser rejeitada por vícios ou defeitos ocultos que a tornem imprópria ao uso a que é destinado ou lhe diminuam o valor
OBJETIVO – AUMENTAR AS GARANTIAS DO ADQUIRENTE
DEFINIÇÃO – São os defeitos ocultos da coisa que a tornam imprópria ao fim a que se destina ou lhe diminuam o valor de tal forma que o contrato não se teria realizado se esses defeitos fossem conhecidos. 
PORQUE REDIBITÓRIOS?
- Porque quando descobertos os defeitos produzem a REDIBIÇÃO da coisa, isto é, torna sem efeito o contrato, acarretando-lhe a resolução, com a restituição da coisa defeituosa ao seu antigo dono.
- Entretanto, esta expressão é incompleta, porque nem sempre nos casos de defeitos ocultos ocorre a resolução do contrato.
- Pode o contratante prejudicado optar pelo abatimento do preço, ficando com a coisa. (442)
 ELEMENTOS CARACTERIZADOS
- Para configurar a existência do vício redibitório é necessário:
a) QUE O CONTRATO SEJA COMUTATIVO
- Embora o habitat natural dos vícios redibitórios seja a compra e venda, na verdade eles podem existir em todos os demais contratos comutativos, como permuta, empreitada e doações onerosas.
b) QUE A COISA POSSUA DEFEITOS PREJUDICIAIS À SUA UTILIZAÇÃO OU LHE DIMINUAM O VALOR
- É comum confundir os vícios redibitórios com o inadimplemento contratual e com o erro essencial.
- Para ser vício redibitório há necessidade da existência do defeito.
Ex.: - carro que esquenta excessivamente o motor;
- gado adquirido para reprodução e que é estéril.
- prédio com goteiras.
- Diferente é o caso de adquirir um veículo ano 2014 e receber um mesmo modelo 2013, ou ainda adquirir um 16 válvulas e receber um 8 válvulas. Neste caso houve inadimplemento contratual.
- Diferença de quantidade de coisa também não é vício redibitório. 
C) QUE OS DEFEITOS SEJAM OCULTOS.
- se eram aparentes ou eram facilmente verificáveis, sem esforço, com a vulgar diligência e atenção de uma pessoa prudente, a um simples e rápido exame não mais se caracteriza o vício redibitório.
- Neste caso presume-se que o adquirente já os conhecia e que não os julgou capazes de impedir a aquisição, renunciando, assim, a garantia legal da redibição.
d) QUE OS DEFEITOS SEJAM GRAVES
- a ponto de tornar a coisa inapta a seus fins ou lhe diminuam o valor
- Não basta que a coisa seja menos bonita ou menos agradável.
e) QUE OS DEFEITOS JÁ EXISTAM NO MOMENTO DA CELEBRAÇÃO DO CONTRATO
- se se tratar de defeito superveniente não cabe a invocação da garantia.
- Mas se o defeito já existia em embrião, só vindo a aparecer depois de adquirido há a garantia. (444)
DESCONHECIMENTO DO DEFEITO PELO ALIENANTE
- 443 – A ignorância do alienante o exime da obrigação, salvo disposição diversa. 
- Caso o alienante esteja de boa-fé, ou seja, se desconhecesse o vício restituirá o valor recebido e despesas do contrato, se estava de má-fé, ou seja, conhecia o vício e silenciou, paga mais perdas e danos.
- As perdas e danos tem a função de castigo à malícia e à má-fé.
AÇÕES EDILÍCIAS
- Havendo o vício redibitóio há para o adquirente duas alternativas, à sua escolha:
1. OU REJEITA A COISA, rescindindo o contrato e recobrando o preço pago;
2. OU CONSERVA A COISA, reclamando abatimento no preço.
1. AÇÃO REDIBITÓIRA, para rejeitar a coisa, redibir o contrato e reaver o preço pago mais perdas e danos.
2. AÇÃO ESTIMATÓRIA OU QUANTI MINORIS: a fim de obter abatimento no preço, conservando a coisa.
PRAZO DECADENCIAL: (445)
- o prazo de reclamar é de:
a) 30 dias se for coisa móvel 
b) 1 ano se for coisa imóvel
- Conta-se o prazo a partir da entrega efetiva, se já estava na posse o prazo conta-se da alienação, reduzido pela metade.
- Se o vício só puder ser conhecido mais tarde, o prazo conta-se a partir de ter tomado ciência, sendo 180 dias para móvel e 1 ano para imóvel. (445, p. 1º)
- Se houver prazo de garantia não se conta os prazos, todavia o comprador tem que dar ciência em 30 dias. (446)
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