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UNIVERSIDADE PAULISTA (UNIP)
DIREITO, MEIO AMBIENTE E SUSTENTABILIDADE
Coleta Seletiva Goiânia 
Trabalho apresentado à Universidade Paulista – UNIP como requisito para obtenção de nota da atividade prática supervisionada (APS).
(Orientadora: Professora Ana Cláudia Ferreira de Oliveira).
Goiânia/GO
2015
Mozzyane Justino Sales
RA: C6509C-4
Welton Mendes de Amorim
RA: C6509E-0
Jackeline Maciel Dias
RA: C5534A-6
Greicyane Farias Neto
RA: C5337B-5
Milany Henrique dos Santos
RA:C6048G-8
DIREITO, MEIO AMBIENTE E SUSTENTABILIDADE
Coleta Seletiva Goiânia
Trabalho apresentado à Universidade Paulista – UNIP como requisito para obtenção da nota de atividade prática supervisionada (APS).
(Orientadora: Professora Ana Cláudia Ferreira de Oliveira)
Goiânia/GO
2015
 ‘’Uma palavra que não 
 representa uma ideia
 é uma coisa morta, 
 da mesma forma que 
 uma ideia não 
 Incorporada em 
 palavras não passa
 de uma sombra.” 
 Lev Vygotsky.
DIREITO, MEIO AMBIENTE E SUSTENTABILIDADE - Coleta Seletiva Goiânia 
RESUMO
O presente trabalho de pesquisa destina-se a demonstrar, por meio de estudos sistematizados calçados no texto constitucional, à necessidade de utilização do Direito Ambiental como instrumento essencial para garantir a sustentabilidade bem como sua aplicabilidade no caso concreto. Neste aspecto, o trabalho objetiva formular um conceito de função social, discorrendo sobre a possibilidade da atividade econômica ser exercida em quase sua totalidade de forma a mitigar os impactos ambientais para sopesar a real necessidade de proteção ambiental. Buscar-se também proceder a uma análise da conduta do possível poluidor no exercício do direito de propriedade, com escopo de garantir que as futuras e presentes gerações encontrem o meio ambiente equilibrado, com escopo único de proporcionar a sustentabilidade da atividade produtiva e a sadia qualidade de vida. Outro ponto a ser analisado, são as responsabilidades civis, administrativas e penais aos possíveis ou potenciais poluidores, bem como outras sanções. Finalmente, esta parte do trabalho, um estudo de caso que avalia a atuação do programa coleta seletiva da cidade de Goiânia que evidencia a importância da coleta de insumos recicláveis, os redirecionando de aterros sanitários para cooperativas, gerando como consequência a preservação do meio ambiente ecologicamente equilibrado para que o dano ambiental decorrente do abuso da atividade econômica, seja cada vez mais minimizado podendo assim melhorar a qualidade de vida.
Palavra-chave: Desenvolvimento sustentável – Função Social - meio ambiente – sustentabilidade – qualidade de vida.
 RIGHT, ENVIRONMENT AND SUSTAINABILITY - Selective Collection Goiania
ABSTRACT 
This research work aims to demonstrate, through systematic studies footwear in the Constitution, the need to use environmental law as an essential tool to ensure sustainability and its applicability in this case. In this respect, the study aims to formulate a concept of social function, discussing the possibility of economic activity is carried out almost entirely in order to mitigate environmental impacts to weigh the real need for environmental protection. It is sought also undertake an analysis of the conduct of possible polluter in the exercise of property rights, with scope to ensure that future and present generations find the balanced environment, with single scope to provide the sustainability of productive activity and sound quality life. Another point to be analyzed are civil, administrative and criminal responsibilities to the possible or potential polluters, as well as other sanctions. Finally, this part of the work, a case study that evaluates the performance of selective collection program of the city of Goiania which highlights the importance of collecting recyclable inputs, redirected from landfills to cooperatives, generating results in the preservation of the environment ecologically balanced so that the environmental damage resulting from the abuse of economic activity, is increasingly minimized and thus can improve the quality of life.
Keyword: Sustainable development - Social Function - environment - sustainability - quality of life.
1. INTRODUÇÃO
Segundo o geógrafo Pierre George, o meio ambiente é um meio e um sistema de relações: “a existência e a conservação de uma espécie encontram-se subordinadas a equilíbrios entre processos destruidores e processos regeneradores de seu meio” (GEORGE, 1973).
A humanidade, há tempo, atravessa desafios de ordem socioambiental e a cada dia é forçada a encontrar um meio de integrar o homem e o meio ambiente natural de modo a manter o equilíbrio. Considerando as constantes mudanças da sociedade, oriundas da revolução tecnológica e da economia, o indivíduo se depara com grandes questões que põem em conflito o interesse individual e o coletivo.
O meio ambiente constitui fator essencial para a vida humana; mais do que isso é indispensável para que exista qualquer tipo de vida. Por conseguinte, o meio ambiente requer um equilíbrio, entre atividades que o lesam e o auxiliam, para que se conservem as espécies. Evidentemente, o ser humano está inserido entre essas espécies. Para que nossa vida seja possível, necessitamos de ar, água, um ambiente saudável. Todavia, apesar de estarmos cientes disso, estamos agindo de modo totalmente oposto ao esperado: existe mais destruição do que proteção, e, dessa forma, o desequilíbrio da natureza. Historicamente, a exploração humana da fauna e da flora sempre ocorreu. Entretanto, a intensa exploração que se encontra hoje em seu ápice, teve como marco inicial a Revolução Industrial do século XVII: extração de carvão, madeira, minérios; poluição atmosférica, aquífera, sonora e resíduos sólidos... Todos esses se intensificaram desde então até o presente. Como evidência disso tem-se o rastro de destruição do homem, a chamada “pegada ecológica”. Este termo faz referência aos atos lesivos praticados sem considerar as consequências do uso desenfreado de todas as benesses do meio ambiente, ignorando sua limitação. Tomemos como exemplo as milhares de espécies animais e vegetais que se perdem, bem como a escassez dos recursos naturais, como o petróleo. Considerando estes fatos, em 1970, surge o Direito Ambiental.
Sob esse enfoque, e discorrendo sobre a ideia de que o desenvolvimento e o progresso são importantes para o indivíduo, vimos surgir a necessidade de um estudo interdisciplinar que conjugue a proteção do meio ambiente natural equilibrado e a sadia qualidade de vida a fim de proporcionar a sustentabilidade. 
Neste aspecto, este trabalho tem por objetivo formular um conceito de função social que passa a destacar de forma mais enfática a impossibilidade de se apegar à velha concepção do direito de propriedade. Busca-se também discorrer sobre a definição dos princípios que envolvem a proteção e preservação do meio ambiente, a primazia dos princípios constitucionais nas questões ambientais, a preservação da vida, a necessidade e importância dos princípios Constitucionais Ambientais para o mundo moderno dentro do ordenamento jurídico e sob o enfoque do Direto Ambiental.Por fim, este trabalho de pesquisa pretende demonstrar que há a necessidade de intervenção do PoderPúblico para garantir que o crescimento econômico não impossibilite a sadia qualidade de vida oriunda do meio ambiente ecológico equilibrado.A Constituição da República brasileira de 1988 estabelece em seu artigo 5º, inciso XXII, ser garantido o direito de propriedade, encetando, ao mesmo tempo, um direito e uma garantia fundamentais. De outro lado, no inciso XXIII do mencionado dispositivo, afirma que a propriedade atenderá a sua função social, criando claramente uma limitação àquele direito. A partir disso, a Carta traz institutos que regulam a utilização da propriedade e que possibilitam a intervenção do Estado neste domínio privado, permitindo, ainda, ao ordenamento inferior a criação de outras formas de ingerência. Neste sentido, é importante destacar a evolução do conceito de direito de propriedade pelos textos constitucionais e as mudanças sociais decorrentes do avanço tecnológico. Conceber a sustentabilidade numa sociedade sem informação e carente de recursos financeiros constitui obstáculo quase intransponível para o Poder Público concretizar suas ações e tarefas. O caminho é longo e árduo, mas possível de ser realizado. O Poder Público, através das Políticas Públicas, pode oferecer instrumentos eficientes e capazes de estimular o desenvolvimento sustentável.
2.MÉTODOS DE PESQUISA
	Para o atendimento dos objetivos propostos, a pesquisa foi estruturada na revisão bibliográfica sobre o tema em questão, pesquisa em teses e dissertações, em páginas da internet e revistas especializadas.
JUSTIFICATIVA 
		Com o crescente número de problemas relacionado ao meio ambiente, mudou-se a percepção de que os meios que possibilitam a vida no planeta terra não são perenes e que o mesmos chegam ao fim de acordo com as ações da humanidade. A partir daí profissionais da área sentiram a necessidade de regulamentar e melhorar a qualidade do meio ambiente, logo a qualidade de vida a curto e longo prazo.
		Este trabalho foi elaborado para complementar a bibliografia referente a responsabilidades e deveres do poder público, escolas e sociedade com o meio ambiente
			Portanto ele se faz importante na colaboração com os profissionais da área, pois oferece uma visão atual do Direito Ambiental e Sustentabilidade, enfatizando o aprendizado em disciplinas teóricas e práticas de relevância na atuação profissional dos alunos
OS PRINCÍPIOS DO DIREITO AMBIENTAL
	A palavra princípio significa “aquilo que se toma primeiro”, designando início, começo, ponto de partida. Para alguns juristas, são bases fundamentais típicas, que condicionam todas as estruturas subsequentes. Segundo Miguel Reale, os princípios são “enunciações normativas de valor genérico, que condicionam e orientam a compreensão do ordenamento jurídico, quer para a sua aplicação e integração, quer para a elaboração de normas”. A sedimentação de valores tidos como norteadores do direito ambiental e aceitos pelo ordenamento jurídico não é tarefa simples de ser cumprida, pois não cabe ao intérprete e ao aplicador do Direito Ambiental estabelecer princípios conforme os preceitos que ele gostaria que prevalecessem.
PRINCÍPIOS AMBIENTAIS 
	Os princípios ambientais são de grande importância para a aplicação da justiça, do estudo e da instituição de princípios, que densificam e servem de norteadores para os operadores do direito, quando a norma tiver que ser interpretada. Os princípios ambientais agasalhados na Constituição traduzem o que o grupo social entende no campo de ideais de justiça, a interpretação do Direito de acordo com os valores por eles espelhados e impõe ao legislador, aos tribunais, às autoridades e aos particulares, o mesmo ideal.
PRINCÍPIOS DA LEGALIDADE
‘’ A legalidade, como princípio de administração, significa que o administrador público está, em toda a sua atividade funcional, sujeito aos mandamentos da lei, e ás exigências do bem comum, e deles não se pode afastar ou desviar, sob pena de praticar ato inválido e expor-se a responsabilidade disciplinar, conforme o caso. (MEIRELLES, Hely Lopes. Direito administrativo brasileiro. 29 ed.São Paulo, Malheiros Editores, 2004)’’.
	É possível dizer que, a grosso modo, a legalidade, no Direito Administrativo, é quase o oposto da legalidade no Direito Privado. Isso porque, enquanto neste a pessoa particular pode fazer tudo, exceto o que a lei proíbe (art. 5º, II, CF/88), naquele a Administração Pública só pode fazer o que a Lei permite, sob pena de nulidade do ato! Cabe dizer que a obediência à Lei engloba não apenas os dispositivos legais e constitucionais, mas, também, os demais princípios, conforme pode se observar no art. 2º da Lei 9.784/99.
	Vale lembrar que a Lei da ação popular (4.717/65) já definia que “São nulos os atos lesivos ao patrimônio das entidades mencionadas no artigo anterior, nos casos de (…) ilegalidade do objeto...”.
Princípio do Desenvolvimento Sustentável
‘’O desenvolvimento que satisfaz as necessidades presentes, sem comprometer a capacidade das gerações futuras de suprir suas próprias necessidades 
(Our Common Future – 1987)’’
	O Princípio do desenvolvimento sustentável possui uma conotação própria, essa terminologia foi mencionada pela primeira vez na Conferência Mundial de Meio Ambiente como uma forma de desenvolver-se de maneira sustentável, realizada em Estocolmo 1972 e posteriormente utilizada na Eco 92 no Rio de Janeiro. 
	Antes da criação do conceito de desenvolvimento sustentável, o modelo estabelecido era o desenvolvimento econômico e o que se tinha era uma economia voltada para obtenção de lucros. Paralelamente ao crescimento econômico, tinha-se um crescente impacto ao meio ambiente decorrente do crescimento acelerado e dos reflexos do uso indiscriminado e excessivo dos recursos naturais não renováveis. Nesse ínterim os movimentos de proteção ambiental que se opunham ao estímulo crescente da tecnologia e da exploração ambiental vieram contribuir para o surgimento de uma força contrária, voltada para despertá-lo de ideias e atenções aos valores ambientais.
	Um dos instrumentos encontrados de proteção ao meio ambiente para que os recursos naturais atuais se sustentassem é o Direito Ambiental e o meio de materializar esse princípio, e surge como um instrumento capaz de normatizar e fixar diretrizes para o alcance deste novo modelo, talvez mais do que nos outros, surge mais evidente a reciprocidade entre direito e dever, onde o desenvolver-se e usufruir de um planeta ecologicamente equilibrado e habitável constitui um direito e um dever das pessoas e da sociedade como um todo.
	Desenvolvimento Sustentável não significa apenas a conservação dos nossos recursos naturais, mas, sobretudo um planejamento territorial, tanto das áreas urbanas como das rurais. Ou seja, tem-se também uma administração equânime dos recursos naturais, de controle e estímulos às práticas culturais, bem como a saúde, alimentação e à qualidade de vida digna. O Desenvolvimento Sustentável se fundamenta nas bases de uma visão holística do patrimônio ambiental e da própria humanidade, onde todos estão envolvidos com o patrimônio e são simultaneamente responsáveis pela conservação e sustento. A sociedade participativa também tem um papel importantíssimo na prevenção e proteção do meio ambiente, e o dispositivo a seguir demonstra que: 
 Art.225. Todos têm direito ao meio ambiente 
 ecologicamente equilibrado, bem de uso comum do 
 povo e essencial á sadia qualidade de vida, 
 impondo-se ao Poder Público e a coletividade o 
 dever de defendê-lo para dever de defendê-lo e 
 preserva-lo para as presentes e futuras gerações
POLÍTICASPÚBLICAS AMBIENTAIS
	Segundo Eduardo,
“As políticas públicas podem ser conceituadas, portanto, como instrumentos de execução de programas políticos baseados na intervenção estatal na sociedade com a finalidade de assegurar igualdade de oportunidade aos cidadãos, tendo por escopo assegurar as condições materiais de uma existência digna a todos os cidadãos” (Eduardo. Controle Judicial das Políticas Públicas no Brasil. Curitiba: Juruá, 2005. p. 143/144.)
	A importância das políticas ambientais no enfrentamento dos problemas ambientais e para preservação do meio ambiente constitui um poderoso instrumento de proteção dos cidadãos contra o abuso de poder na utilização dos recursos naturais. O desenvolvimento sustentável deve ser a tônica, uma vez que não obsta o desenvolvimento integral, apenas evita a vitimização ambiental.Surgiu pela primeira vez no Brasil a responsabilidade civil objetiva por dano ambiental através do Decreto no. 79.347, de 20-03-77 que promulgou a Convenção Internacional sobre responsabilidade civil em danos causados por poluição por óleo, de 1969. Em seguida, foi promulgada a Lei no. 6.453, de 1710-77, que, em seu artigo 4°, caput, acolheu a responsabilidade objetiva relativa aos danos provenientes de atividade nuclear.
	A responsabilidade civil objetiva por danos ambientais foi consagrada na Lei nº. 6.938/81, que dispõe sobre a Política Nacional de Meio ambiente, que expressa no artigo 14, parágrafo 1º.
	“Sem obstar a aplicação das penalidades previstas neste artigo, é o poluidor obrigado, independentemente de existência de culpa, a indenizar ou reparar os danos causados ao meio ambiente e a terceiros, efetuados por sua atividade. O Ministério Público da União e dos Estados terá legitimidade para propor ação de responsabilidade civil e criminal por danos causados ao meio ambiente”.
	Conforme disposto no artigo 225 da Constituição, é dever do Estado – do Poder Público- preservar e restaurar os processos ecológicos essenciais( SILVA, José Afonso da, Direito Ambiental Constitucional, Malheiros Editores, 2ª. Edição revista, 2005, p. 62 ) e prover atuantemente, comissiva mente, sobre um ambiente ecologicamente equilibrado que é considerado de uso comum do povo e essencial à sadia qualidade de vida, impondo-se sua defesa ao Poder Público e à coletividade. O Estado deve agir através de seus órgãos ambientais de forma eficaz atuando em defesa do meio ambiente para evitar sua degradação, utilizando de todos os instrumentos à sua disposição e usar do poder/dever de polícia ambiental.
PRINCIPAIS LEIS AMBIENTAIS BRASILEIRAS.
Lei da Política Nacional do Meio Ambiente – Número 6.938 de 17/01/1981.
Instituí a PNMA e o Sisnama, estipulando e definindo, dentre outros preceitos, que o poluidor é obrigado a indenizar danos ambientais que causar, independentemente da culpa e que o Ministério Público pode propor ações de responsabilidade civil por danos ao meio ambiente, impondo ao poluidor a obrigação de recuperar e/ou indenizar prejuízos causados. Criou ainda obrigatoriedade dos estudos e respectivos relatórios de impacto ambiental.
Lei dos Crimes Ambientais – Número 9.605 de 12/02/1998.
Responsável pela reordenação da legislação ambiental brasileira no que se refere às infrações e punições. Dentre várias inovações e determinações, destaca-se, por exemplo, a possibilidade de penalização das pessoas jurídicas no caso de ocorrência de crimes ambientais estipulados pela própria lei.
Lei de Recursos Hídricos – Número 9.433 de 08/01/1997.
Instituí a Política Nacional de Recursos Hídricos e cria o Sistema Nacional de Recursos Hídricos. Define a água como recurso natural limitado, dotado de valor econômico, que pode ter usos múltiplos – consumo humano, produção de energia, transporte, lançamento de esgotos. A lei prevê também a criação do Sistema Nacional de Informação sobre Recursos Hídricos para a coleta, tratamento, armazenamento e recuperação de informações sobre recursos hídricos e fatores intervenientes em sua gestão.
Novo Código Florestal Brasileiro – Número 12.651 de 25/05/2012.
Dispõe sobre a proteção da vegetação nativa, tendo revogado o Código Florestal Brasileiro de 1965. Desde a década de 1990, a proposta de reforma do Código Florestal suscitou polêmica entre ruralistas e ambientalistas.
Lei do Parcelamento do Solo Urbano – Número 6.766 de 19/12/1979.
Estabelece as regras para loteamentos urbanos, proibidos em áreas de preservação ecológicas, naquelas onde a poluição representa perigo à saúde e em terrenos alagadiços.
Lei da Exploração Mineral – Número 7.805 de 18/07/1989.
Regulamenta as atividades garimpeiras.
Lei da Ação Civil Pública – Número 7.347 de 24/07/1985.
Lei de interesses difusos, trata da ação civil publica de responsabilidades por danos causados ao meio ambiente, ao consumidor e ao patrimônio artístico, turístico ou paisagístico, de responsabilidade do Ministério Público Brasileiro.
	Vale ressaltar ainda a existência de inúmeras e importantíssimas resoluções do Conselho Nacional do Meio Ambiente – CONAMA, as quais regulam matérias de extremo interesse e peculiaridade ao direito ambiental brasileiro. Tais resoluções, embora não sejam leis, integram o ordenamento jurídico nacional – compreendido por diversos instrumentos normativos, como as Leis, decretos, resoluções, etc.
7. RESPONSABILIDADE PENAL
	A responsabilização penal, visa tutelar o bem jurídico do meio ambiente ecologicamente equilibrado, abrangendo os eixos natural, artificial e cultural.
	Os crimes ambientais se encontram prioritariamente na Lei nº 9.605/98. Além de outros tipos no próprio Código Penal e no Florestal, na Lei de Contravenções Penais, nas leis nº 6.453/77 e nº 7.643/87. Certos crimes ambientais podem ser praticados tanto na esfera dolosa quanto na culposa.
	Mas deve-se atentar ao fato de que muitos tipos penais ambientais são tipos em branco. Assim, é necessária, para sua aplicação, a interpretação em conjunto com outras leis, inclusive administrativas, e material específico de outras ciências para complementação.Já nas questões que dizem respeito ao polo ativo dos crimes ambientais, tanto a pessoa física quanto a jurídica podem ser responsabilizadas. A inclusão de responsabilizar também pessoas jurídicas veio com a Lei nº 9.605/98 (Lei dos Crimes Ambientais), em seu art. 3º.
7.1 Pena de multa
	A pena de multa não foi disciplinada pela Lei nº 9.605/98, de modo que o art. 18 do referido dispositivo expôs que a multa será calculada segundo os critérios do art. 49 Código Penal; se revelar-se ineficaz, ainda que aplicada no valor máximo, poderá ser aumentada até três vezes, tendo em vista o valor da vantagem econômica auferida.
	Na pena de multa, por outro lado, a quantia paga é destinada ao fundo penitenciário nacional, não tendo, portanto, efeito direto na reparação do dano cometido contra o meio ambiente.
	Outra diferença reside na desproporção dos valores. A multa como sanção administrativa, de acordo com o art. 75 da Lei de Crimes Ambientais, é fixada entre R$50,00 e R$50.000.000,00. Já a pena de multa enquanto sanção penal a pessoa jurídica é cominada em torno de R$200,00 a R$1.000,00, podendo ainda ser triplicada caso a vantagem econômica auferida pela empresa seja elevado, segundo consta no art. 18 da Lei nº 9.605/98.
7.2 Penas restritivas de direitos
	A suspensão parcial ou total de atividades será aplicada quando as disposições legais ou regulamentares relativas à proteção do meio ambiente não estiverem sendo cumpridas. Como a lei não indica o tempo mínimo ou o máximo da pena, o juiz poderá fixá-la de acordo com o caso.
	Mesmo não podendo descartar a aplicação das penas restritivas de direitos em tempos de dificuldade econômica e de desemprego; é importante que o judiciário não desconsidere a importância social da empresa ao impor tal sanção, sem, é claro, deixar de lado a importância da aplicabilidade dos princípios da precaução e da prevenção do Direito Ambiental.
	Na interdição temporária do estabelecimento, obra ou atividade; o começoda obra ou o reinício da atividade só serão realizados, por exemplo, com a devida autorização.Já a proibição de contratar com o Poder Público, bem como dele obter subsídios, subvenções ou doações deve ser de no máximo de cinco anos no caso de crimes dolosos e de três anos no de crimes culposos, em consonância com o art. 10 da Lei de Crimes Ambientais. E, fazendo paralelo com o §3º do art. 22, tem-se que a proibição não poderá exceder o prazo de dez anos.
7.3 A prestação de serviços à comunidade
	De acordo com o art. 23, a prestação de serviços à comunidade pela pessoa jurídica consistirá em custeio de programas e de projetos ambientais, execução de obras de recuperação de áreas degradadas; manutenção de espaços públicos; e contribuições a entidades ambientais ou culturais públicas.
	A vantagem é que, diferente da pena restritiva de direitos, a prestação de serviços não vai acarretar em perdas sociais e econômicas à sociedade devido a suspensão ou interdição das atividades da pessoa jurídica.
7.4 Liquidação forçada
	Essa penalidade última aplicável à pessoa jurídica se encontra no art. 24 da Lei nº 9.605/98 e traz o fim do ente coletivo. Se a pessoa jurídica for constituída ou utilizada, preponderantemente, com o fim de permitir, facilitar ou ocultar a prática de crime definido na Lei dos Crimes Ambientais, terá decretada sua liquidação forçada, seu patrimônio será considerado instrumento do crime e como tal perdido em favor do Fundo Penitenciário Nacional.
	Não seria uma sentença imposta pelo juiz para não sacrificar o princípio da ampla defesa, mas sim uma pena acessória que deverá ser objeto de expresso pedido pela parte que profere a denúncia.
8. Estudo de caso: Coleta seletiva Goiânia
	O Programa Goiânia Coleta Seletiva (PGCS) teve início em novembro de 2008, foi criado com objetivo de evitar que materiais recicláveis fossem para o aterro sanitário, podendo assim aumentar a vida útil deste, e ao mesmo tempo, beneficiar famílias em cooperativas de catadores.
	Na primeira etapa de implantação, o recolhimento de material para Coleta Seletiva era realizado somente em dez grandes bairros geradores de resíduos (Bairro Jardim América, Setor Aeroporto, Setor Bueno, Setor Campinas, Setor Central, Setor Coimbra, Setor Marista, Setor Oeste, Setor Sul e Setor Leste Vila Nova), em pontos de entrega voluntário (os PEVs), e em grandes geradores do setor comercial.
	Em 2009, houve o lançamento da Coleta Seletiva porta a porta. Essa implantação proporcionou à Goiânia a coleta de lixo domiciliar Seletivo pelo menos uma vez por semana, semelhante à coleta comum de lixo orgânico que já é realizada pela COMURG, e faz parte do planejamento do Programa para que toda a cidade conte com tal serviço. Atualmente 545 bairros da capital são contemplados.
	Para participar da Coleta Seletiva é simples. A população deve fazer a segregação dos resíduos (papel, plástico, metal e vidro) em um único recipiente/saco e poderá deixar o seu material reciclável na porta de sua casa no inicio do horário indicado, para que o caminhão da COMURG colete e leve até as cooperativas de catadores. Ainda existem, espalhados por pontos estratégicos da Capital, os pontos de entrega voluntario - os PEVs – equipamentos destinados a receberem, alem de materiais recicláveis, pilhas e baterias.
8.1 INSTITUCIONAL
	O Programa Goiânia Coleta Seletiva (PGCS) foi instituído na capital de Goiânia pelo Decreto Municipal nº754, assinado pelo Prefeito Íris Rezende no dia 28 de março de 2008. Integrante do Plano de Gestão de Resíduos Sólidos e aprovado pelo Plano Diretor de Goiânia, o Programa organiza todos os segmentos da sociedade em uma nova forma de reduzir o impacto ambiental e social provocados pelo lixo.
Fig.01 (fluxograma do programa Goiano de Coleta seletiva de lixo).
8.2 Infraestrutura
	A COMURG é a responsável pela infraestrutura existente no Programa. Ela consiste na instalação e coleta nos PEVs e na coleta e transporte dos materiais recicláveis. Para a realização das atividades a COMURG conta com a seguinte estrutura: 129 PEVs pela cidade, sendo 126 tipo equipamento e 3 tipo tenda e 15 caminhões baú.
	A SETRAB é a secretaria responsável por dar apoio financeiro e institucional às cooperativas de catadores do município.
8.3 Convênio
	Além dos objetivos ambientais, o Programa Goiânia Coleta Seletiva tem uma preocupação intrínseca com o caráter social da reciclagem. Todos os materiais recicláveis recolhidos pela Prefeitura são doados as cooperativas e associações de catadores, conveniadas ao Programa.
	A Universidade Federal de Goiás – UFG e a Pontifícia Católica de Goiás – PUC, parceiras do Programa, através do trabalho de incubação social oferecem serviços de consultoria para que os catadores possam se organizar em cooperativas, valorizando o trabalho e atuação deles no mercado.
	Atualmente, com o apoio deste trabalho, existem 9 instituições beneficiadas. 
	Os convênios constituem em repasses mensais de auxílio financeiro às beneficiadas, afim de que as mesmas possam se estruturar e consequentemente atender a demanda de materiais recicláveis. A Secretaria de Trabalho – SETRAB (3524-2440), é a responsável pelo cadastramento e cuidado com as novas instituições, auxiliando o catador na hora de montar ou participar de uma cooperativa.
9. CONCLUSÃO
“Não haverá paz global sem direitos humanos, desenvolvimento sustentável e redução das distâncias entre os ricos e os pobres. Nosso Futuro Comum depende do entendimento e do senso de responsabilidade em relação ao direito de oportunidade para todos “.(Our Common Future – 1987)’’
.
	Este Trabalho é de fundamental importância para nós, pois a partir dele pudemos ampliar nossos campos de visão, nos tornando melhores cidadãos, universitários e futuros profissionais de Direito, pois propor a sustentabilidade como princípio basilar da ordem constitucional social e econômica é uma tarefa que as circunstâncias pelas quais o Planeta passa demandam há décadas. Inserir a sustentabilidade na órbita jurídica como tema central de debate é uma necessidade, pois o Direito é o campo que possui os instrumentos mais socialmente eficazes (e sustentáveis) para realizar a sustentabilidade em seus diversos aspectos.
	Em nosso estudo de caso, A coleta seletiva de lixo urbano do município de Goiânia, concluímos que o programa foi um grande passo para se alcançar uma cidade sustentável, mas ainda faltam investimentos e ampliação do programa.
10. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
BRASIL. Conselho Nacional do Meio Ambiente. nº. 334/03. Ministério do Meio Ambiente. Brasília: CONAMA, 2003
BRASIL. Congresso Nacional. Lei de Política Nacional do Meio Ambiente nº 6938/81. Brasília: 1981
BASTOS, Celso Ribeiro. Curso de direito constitucional. 16 ed. ampl. e atual. São Paulo: Saraiva 1994.
SILVA, José Afonso da. Direito Ambiental Constitucional. São Paulo: Malheiros, 2002, p 46.
BRUNTLAND, G. H. (editor). Our Common Future: The Wordl Commission on Environment and Development. Oxford University Press. 1987. 
 
FREITAS, Juarez. Sustentabilidade: Direito ao Futuro. Belo Horizonte: Fórum, 2011, p. 106
 Eduardo. Controle Judicial das Políticas Públicas no Brasil. Curitiba: Juruá, 2005. p. 143/144.
LEITE, José Rubens Morato; AYALA, Patrick de Araújo. Direito ambiental na sociedade de risco. 2 ed. Rio de Janeiro: Forense Universitária, 2004. p. 80.

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