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Cálculo de reatores I Introdução à cinética química Prof.: Magmir Metzker Soares Introdução Objetivos do Curso: Familiarizar estudantes com a terminologia e conceitos das Engenharias das Reações Químicas; Integrar para o estudante o uso da Cinética Química no projeto de reatores químicos; Desenvolver e reforçar habilidades matemáticas necessárias para o projeto de reatores químicos. Introdução à cinética química2 Introdução A cinética química e o uso dos reatores químicos são o coração da produção da maioria das industrias químicas. Este conhecimento é o que diferencia o engenheiro químico dos outros engenheiros. A seleção do sistema de reação que opera de forma segura e eficiente pode ser a chave para o sucesso econômico ou a ruina de uma planta química. Por exemplo, se um sistema reacional produz uma grande quantidade de um produto indesejado, por consequência a purificação e a separação deste pode tornar o processo economicamente inviável. Introdução à cinética química3 Introdução Os processos considerados em Engenharia Química fazem intervir, separada ou simultaneamente, transformações físicas e químicas. Uma transformação química - reação química - é definida como sendo uma transformação em que tem lugar uma redistribuição eletrônica nos elementos que nela intervêm. Esta definição engloba os diferentes tipos de reações químicas, essencialmente reações de decomposição, isomerização e combinação (mais comum). Introdução à cinética química4 Introdução Antes de iniciar a discussão sobre a construção de reatores e as condições que afetam as taxas reacionais, é necessário avaliar as várias espécies químicas que entram e saem do sistema reacional. Este processo de avaliação é alcançado através dos balanços global e individual das espécies constituintes destas reações. Os balanços molares podem ser utilizados para qualquer espécie (geralmente um composto químico) que entre, saia ou permaneça no meio reacional. Após a definição da taxa de reação, - rA, será estudado como o balanço global pode ser utilizado para determinar a forma inicial das equações de projeto para os reatores mais comuns nas indústria: batelada, CSTR e PFR. Ao desenvolver estas equações, serão assumidas as condições particulares para a modelagem de cada tipo de reator. Introdução à cinética química5 Balanço molar O ponto inicial para o estudo de reatores é o balanço de massa das espécies químicas (reagentes ou produtos) que participam de uma reação química. O termo espécie química se refere a qualquer composto químico ou elemento com uma determinada identidade. Esta identidade é determinada por um tipo, número e configuração dos átomos desta espécie. Uma reação química se inicia quando um determinado número de moléculas de uma ou mais espécies perdem sua identidade e assumem uma nova forma por uma mudança no tipo ou número de átomos em um composto e pela mudança na estrutura ou configuração destes átomos. Introdução à cinética química6 Balanço molar A taxa de desaparecimento de ume espécie, por exemplo a espécie A, é o número de moléculas de A que perdem sua identidade química por unidade de tempo e por unidade de volume através da quebra e subsequente rearranjo das ligações químicas durante o curso da reação. A definição matemática para reação química pode ser definida através da seguinte análise: os reagentes são misturados no início da reação (t=0) e a concentração de um dos reagentes, neste caso o reagente A (CA), é mensurada ao longo do tempo. A taxa de reação é determinada ao se plotar a variação de CA ao longo do tempo. Introdução à cinética química7 Balanço molar Considerando rA a taxa de formação de A por unidade de volume, definiu- se que a taxa de reação química é: Contudo, esta definição é válida para um reator batelada. Como resultado desta limitação, a equação é restrita e pode gerar confusões a respeito das taxa de reação. Podemos então dizer que rA é a taxa de formação da espécie A por unidade de volume, ou seja, o número de mols da espécie gerados por unidade de volume e por unidade de tempo. Introdução à cinética química8 Balanço molar A taxa de formação de A é somente uma função da concentração das espécies, temperatura, pressão ou o tipo de catalisador em um dado ponto do sistema e é independente do tipo do sistema em que a reação ocorre. A taxa de reação é uma variável intensiva e depende da temperatura e da concentração. A equação da taxa de reação é essencialmente uma equação algébrica que envolve a concentração, não uma equação diferencial. Introdução à cinética química9 Balanço molar Por exemplo, a forma algébrica da taxa de reação –rA para a reação A -> Produtos pode ser uma função linear da concentração: Ou pode ser uma equação algébrica que é função da concentração: Introdução à cinética química10 Equação do balanço molar Para gerar um balanço molar em qualquer sistema, os limites devem ser primeiramente especificados. O volume delimitado pelas envoltórias será denominado de volume do sistema. Para um elemento de volume do reator, o balanço de massa é representado da seguinte forma: Volume do sistema Introdução à cinética química11 Equação do balanço molar Uma análise mais completa de um reator implica também no estudo do balanço de energia das espécies químicas (reagentes ou produtos) que participam de uma reação química. Este balanço de energia é representado, de uma forma geral, da seguinte forma: Introdução à cinética química12 Equação do balanço molar O balanço molar também pode ser descrito como: Entrada + geração – saída = acúmulo Onde Nj representa o número de mols da espécie j no sistema no tempo t. Se todas as variáveis do sistema (temperatura, atividade catalítica, concentração das espécies químicas) são uniformes ao longo do volume do sistema, a taxa de geração da espécie j, Gj, é o produto do volume reacional, V, e a taxa de formação da espécie j, rj. Introdução à cinética química13 Equação do balanço molar Assim, a equação da taxa reacional pode ser escrita: Supondo que a taxa de formação da espécie j varia com a posição no volume do sistema. Ou seja, possui um valor rj1 no ponto 1, que é cercado por um pequeno volume V1 cuja taxa de reação é uniforme, e ainda possui um valor rj2 no ponto 2 e está associado ao volume V2. A taxa de geração, Gj1, em termos de rj1 e seu volumeV1 é: Introdução à cinética química14 𝑮𝒋𝟏 = 𝒓𝒋𝟏 . ∆𝑽𝟏 Equação do balanço molar Da mesma forma, podemos escrever para Gj2 e seu volume V2. A taxa de reação total para o volume do sistema é o somatório de todas as taxas de geração em cada subvolume. Se o volume total é dividido em M subvolumes, a taxa de geração pode ser definida como: Tomando os limites apropriados (se M -> ∞ e ΔV -> 0) e utilizando a definição da integral, pode-se reescrever a equação da seguinte forma: Introdução à cinética química15 Equação do balanço molar Para esta equação pode-se perceber que rj será uma função indireta da posição, desde que as propriedades dos reagentes (concentração e temperatura) podem possuir valores diferentes em cada ponto do reator. Substituindo Gj na forma integral do balanço molar para uma espécie química j que está entrando, saindo, reagindo e/ou sendo acumulada no sistema com volumeV, tem-se: Introdução à cinética química16 Equação do balanço molar A partir desta equação geral do balanço molar, pode-se desenvolver as equações de projeto para vários tipos de reatores: batelada, semi-batelada e contínuos. Ainda, pode-se avaliar estas equaçõespara determinar o tempo de reação (para o reator batelada) e o volume do reator (para os reatores contínuos) necessários para converter todo o volume de reagentes especificados em produtos. Introdução à cinética química17 Até a próxima aula! Contato: magmir@ucl.com Introdução à cinética química18
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