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Aula 2Aula 2: Histórico do surgimento : Histórico do surgimento da QUESTÃO AMBIENTAL da QUESTÃO AMBIENTAL (continuando..)(continuando..) DA REVOLUÇÃO INDUSTRIALDA REVOLUÇÃO INDUSTRIAL À COPENHAGUEÀ COPENHAGUE Abordaremos as seguintes questões: Por que a Revolução Industrial foi um divisor de águas na evolução das relações entre homem e meio ambiente? Que temas ocuparam o debate ambiental da primeira metade do século XX? Por quê? Por que a Conferência de Estocolmo revolucionou as discussões sobre o meio ambiente? Qual foi a principal contribuição do Relatório Brundtland? Qual foi o impacto da Eco-92?Quais os principais pontos do Protocolo de Quioto? O que significa MDL? Quais foram as principais contribuições da Conferência de Copenhague? Por que ela é alvo de críticas? A evolução da questão ambientalA evolução da questão ambiental História: a exploração do meio ambiente -> apogeu e declínio de grandes civilizações. Argumento do Homem: destruição do meio ambiente para obter os recursos indispensáveis a sua subsistência. Hoje: se o homem quiser garantir a subsistência de sua espécie deverá extrair os recursos que necessita com parcimônia. 2003: "Armas, germes e aço: os destinos das sociedades humanas", Jared Diamond – A interação das sociedades com o meio ambiente pode levar ao seu apogeu e ao declínio. Predomínio das civilizações ocidentais -> abundância de recursos naturais -> euforia gerada pelo sucesso ofusca os riscos ambientais provocados pela exploração predatória -> colapso. Já não resta outra saída: a preservação da nossa espécie depende de uma mudança radical no nosso modo de vida! Exemplos de civilizações que sofreram as consequências da depredação ambiental: - Os sumérios pagaram caro pelo uso inadequado do solo Trabalhos na Mesopotâmia mostram que a intensa atividade agrícola na região levou à salinização do solo. - Nativos da América Central e México: Declínio da civilização Maia -> assoreamento de rios e erosão do solo A evolução da questão ambientalA evolução da questão ambiental A preocupação com as questões ambientais, começa a se intensificar, principalmente, após a revolução industrial (Inglaterra, séculos XVIII e XIX). A REVOLUÇÃO INDUSTRIAL FOI UM DIVISOR DE ÁGUAS NA HISTÓRIA DA HUMANIDADE. -Transformou: - artesãos em proletários - ambientes domesticados em artificiais - subsistência em salário - Modificando radicalmente a organização social. - Também: - - Acelerou a extração dos recursos minerais - Intensificou problemas ambientais - A evolução da questão ambientalA evolução da questão ambiental Não que antes da Revolução Industrial não houvesse a degradação da natureza (florestas devastadas, rios assoreados e perda de fertilidade de muitas áreas). O que mudou foi a extensão dos estragos (poluição gerada pelas atividades humanas ficava confinada a áreas específicas), o tipo (a poluição era basicamente de origem orgânica por isso absorvida com mais facilidade) e a velocidade de propagação. Contudo, foi só a partir da industrialização que os cientistas começaram a se articular para discutir os efeitos da poluição e os inúmeros problemas socioambientais causados pelo novo modelo de produção. A Revolução Industrial provocou grandes transformações socioeconômicas, e, também, intensificou problemas ambientais, com a aceleração da extração dos recursos naturais. Os intelectuais não ficaram alheios. Final do século XVIII: surgimento dos primeiros socialistas (defensores de planejamento social justo e igualitário). A comunidade científica começou a se preocupar com as questões ambientais: -Surgimento de áreas intocadas: nascimento dos santuários ecológicos (ex: Parque Yellowstone, EUA, em 1872) -- Preocupação com o desaparecimento de algumas espécies. - 1883: Assinado em Paris o primeiro acordo internacional sobre o meio ambiente (objetivo: proteger as focas do mar de Behring) Primeira metade do século XXPrimeira metade do século XX Conquista de novos territórios (por países europeus): exploração de suas colônias sem nenhuma preocupação com os danos socioambientais resultantes. O objetivo principal era a busca do lucro fácil. Visão precária de meio ambiente, mantidas pelos governos apenas para garantir a manutenção de atividades econômicas. Por isso, a proteção da natureza ficava limitada a determinadas espécies consideradas “úteis”. Exs: 1900 (Londres): Convenção para a preservação de animais, pássaros e peixes da África (períodos para caça; impedir que a extinção inviabilizasse a prática). 1902: Convenção para a proteção de pássaros úteis à agricultura 1923 (Paris): I Congresso Internacional para a Proteção da Natureza 1933: Convenção para a Preservação da Fauna e da Flora do território africano (criação de áreas de preservação na África) Decorrer do Século XX: - Chuvas ácidas - Aumento da poluição atmosférica - Comprometimento das reservas hídricas - Década de 50: Japão: acidente de Minamata (envenenamento por mercúrio da água do mar e peixes consumidos pela população: doença de Chisso Minamata – síndrome neurológica que podia levar à morte) O movimento ambientalista, porém, só ganhou um novo impulso no pós-guerra (1914- 1918 e 1939-1945). Livros que ajudaram a colocar a questão ambiental em foco na década de 60: ◦ 1962: "Primavera Silenciosa" (Rachel Carson) - trata da questão do uso indiscriminado de produtos químicos. ◦ 1968: "A bomba populacional" (Paul Ralph Ehrlich) – preocupação com os efeitos da explosão demográfica Primeira metade do século XX Século XXSéculo XX 1968: Fundação do Clube de Roma Estudo de temas políticos e econômicos Estudo sobre os reais impactos ambientais provocados pela ação humana Relatório: “Limites do Crescimento”, pregava a necessidade de frear o crescimento populacional e econômico. A tese do crescimento zero era um ataque direto às teorias de crescimento econômico contínuo. Conclusão (projeção para 100 anos): 1.Se as atuais tendências de crescimento da população mundial, industrialização, poluição, produção de alimentos e diminuição de recursos naturais forem mantidas, os limites de crescimento neste planeta serão alcançados dentro dos próximos 100 anos, com declínio súbito e incontrolável, tanto da população, quanto da capacidade de produção industrial. 2.É possível modificar esta tendência de crescimento e formar uma condição de estabilidade ecológica e econômica que se possa manter até um futuro remoto. O estado de equilíbrio global poderá ser planejado de tal modo que as necessidades materiais básica de cada pessoa na Terra sejam satisfeitas, e que cada pessoa tenha igual oportunidade de realizar seu potencial humano individual. Século XX As décadas de 1960 e 1970 também marcaram o despertar brasileiro para os problemas ambientais. 1968: A Unesco organizou em Paris uma conferência de especialistas sobre biosfera. Como resultado, a questão ambiental começou a se infiltrar em diferentes países e culturas, tornando indispensável a sua discussão no âmbito das Nações Unidas. Conferência de Estocolmo e seus Conferência de Estocolmo e seus desdobramentos desdobramentos 1972 (Suécia): Conferência de Estocolmo - primeiras reflexões sobre os reveses da industrialização. oAprovação da Declaração sobre o Meio Ambiente Humano: documento relacionado aos temas ambientais, de preservação e uso dos recursos naturais, em esfera global. Chamam a atenção alguns pontos levantados nesta conferência: De um lado, os países desenvolvidos defendiam a intocabilidade do meio ambiente. Do outro, Estados subdesenvolvidos rejeitavam qualquer tentativa de privá- los dos benefícios da era tecnológica. Assolado por problemascomo a fome, a miséria e a falta de saneamento, o Terceiro Mundo via na industrialização sua única saída. Preservação versus conservação Enquanto o grupo desenvolvido defendia a postura preservacionista, as nações periféricas sugeriam o conservacionismo. Medidas preservacionistas pressupõe proteger a intocabilidade da natureza, proibindo a ação do homem sobre o meio ambiente. Para os neomalthusianos, a defesa da exploração dos recursos naturais não era coerente com as necessidades de preservação do meio ambiente, colocando em risco a sobrevivência das próximas gerações. Como alternativa à preservação, o sul defendia o ideal de conservação. Ao mesmo tempo, os países pobres prometiam que sua ação sobre o meio ambiente se daria em bases responsáveis. Criação do PNUMA e da CMDMA e publicação do Relatório Brundtland Um dos legados da Conferência de Estocolmo foi a construção de um organismo internacional para debate da gestão ambiental — o Programa das Nações Unidas para o Meio Ambiente (PNUMA). Em 1972, a Holanda lançou o primeiro selo ecológico. Os acidentes ambientais continuaram acontecendo: -1976: explosão na indústria química ICMESA, com rompimento dos tanques que armazenavam TCDD (Tetracloro dibenzeno dioxina). Contaminou 1800 hectares de terra e matou milhares de animais. - Em 1978, a Alemanha criou o selo ecológico Anjo Azul (rótulo de produtos ecologicamente corretos). O povo alemão aderiu a esse selo e passou a dar preferência para mercadorias que não agredissem o meio ambiente. Criação da CMDMA e publicação do Relatório Brundtland -1983: Criação da Comissão Mundial para o Desenvolvimento e Meio Ambiente (CMDMA) Desafio quase impossível: conciliar interesses econômicos e ambientais. Sob a liderança da primeira ministra da Noruega Gro Brundtland, produziu- se o relatório conhecido como Nosso futuro comum ou simplesmente Relatório Brundtland, no qual foi cunhada a expressão Desenvolvimento Sustentável, que pode ser traduzido em: extrairmos do meio ambiente os recursos que necessitamos para nossa sobrevivência, pensando nas gerações futuras. Dotado de uma visão abrangente, que lançava também um olhar ao Terceiro Mundo, o Relatório Brundtland defendia a conservação ambiental aliada à melhoria dos índices socioeconômicos. De acordo com a CMDMA, o desenvolvimento sustentável apóia no seguinte tripé: Equilíbrio Ambiental, Equidade Social e Crescimento Econômico. Na década de 1990, John Elkington cunhou a expressão triple bottom line (profit, people and planet). Ou seja, o desenvolvimento saudável não pode abrir mão dos aspectos econômicos, sociais e ambientais. Na visão das relações homem-meio ambiente, não existe apenas um limite mínimo para o bem-estar da sociedade; há, também, um limite máximo para a utilização dos recursos naturais, de modo que sejam preservados. Segundo o Relatório de Brundtland, várias medidas devem ser tomadas pelos países para promover o desenvolvimento sustentável: limitação do crescimento populacional; garantia de recursos básicos (água, alimentos, energia) a longo prazo; preservação da biodiversidade e dos ecossistemas; diminuição do consumo de energia e desenvolvimento de tecnologias com uso de fontes energéticas renováveis; aumento da produção industrial nos países não-industrializados com base em tecnologias ecologicamente adaptadas; controle da urbanização desordenada e integração entre campo e cidades menores; atendimento das necessidades básicas (saúde, escola, moradia). A questão do ozônio: protocolos de Viena e Montreal -Anos 1980: descoberta de um “buraco” na camada de ozônio sobre a Antártida -> continuação dos alarmes científicos. - 1985 (Áustria) : Convenção de Viena sobre a camada de ozônio. O Ozônio é um gás naturalmente presente na atmosfera (O3). É encontrado em duas regiões da atmosfera: cerca de10% do ozônio atmosférico encontra-se na troposfera, região mais próxima da superfície da terra (entre 10 e 16 quilômetros) e os restantes 90% encontram-se na estratosfera, a uma distância entre 10 e 50 quilômetros. A maior concentração de ozônio na estratosfera é chamada de “camada de ozônio”. A questão do ozônio Processo de destruição do ozônio estratosférico pelas atividades humanas : através da emissão de gases contendo cloro e bromo (ex: CFCs). Quando sobem para a estratosfera, esses gases sofrem ação da radiação ultravioleta – remoção do átomo de Cloro que reage com a molécula de ozônio, formando uma molécula de oxigênio, O2 e uma molécula de óxido de cloro. O ClO tem vida curta e rapidamente reage com um átomo do oxigênio livre , liberando o radical livre (Cl) que volta a destruir outra molécula de O3. Um único radical livre de cloro é capaz de destruir 100 mil moléculas de ozônio, o que provoca a diminuição da camada de ozônio e prejudica a filtração da radiação UV. A questão do ozônio -A camada de ozônio vem sendo destruída gradualmente e atualmente sua concentração está 3% mais baixa em torno do planeta. O buraco na camada de ozônio é sazonal se forma principalmente na Antártica, anualmente, no final do inverno e primavera no hemisfério sul. Neste período, uma área de aproximadamente 31 milhões de quilômetros, maior que toda a América do Sul, ou 15% da superfície do planeta, recebe uma maior incidência de radiação UV-B. -Nos seres humanos, a exposição à radiação UV está associada ao risco de dano na visão, envelhecimento precoce, supressão do sistema imunológico e ao desenvolvimento do câncer de pele. A questão do ozônio: protocolos de Viena e Montreal Apesar da urgência do tema, as discussões na Áustria, em 1985, produziram apenas declarações vagas. Pelo menos, os países signatários do Protocolo de Viena assumiram o compromisso de se empenhar no combate às emissões. Assinado dois anos depois, o Protocolo de Montreal superou as fragilidades da Convenção de Viena. Ao contrário do acordo austríaco, o protocolo canadense propôs metas de redução drástica das emissões de CFC com vistas à sua completa eliminação. O ano de 2010 foi escolhido como prazo final para erradicação dos CFCs nos países em desenvolvimento. A questão do ozônio: protocolos de Viena e Montreal Ao aderir à Convenção de Viena e ao Protocolo de Montreal, o país deve: realizar pesquisas e avaliações científicas, cooperar com outros em matéria de transferência de tecnologia, e estabelecer medidas de controle da produção e consumo das substâncias controladas com o objetivo de eliminá-las gradualmente, de acordo com cronogramas acordados entre as partes; devem proibir as importações de produtos do grupo de substância controlada (CFCs, HCFCs – substâncias que contêm bromo). o prazo final para eliminar as substâncias controladas nos países em desenvolvimento é 2010. Na década de 1980 surgem em grande parte dos países, leis que regulamentam a atividade industrial no tocante à poluição, mesmo assim, há ocorrência de acidentes com grandes impactos sobre o meio ambiente. • 12/1984 – Bhopal na India – vazamento de isocianeto de metila em uma fábrica da Union Carbide (3800 mortos e 40 feridos). • 1986 – Ucrânia (União Soviética) explosão no reator 4 da Usina Nuclear de Chernobyl. Atingiu um raio de 30 Km, sendo que toda a Europa sofreu as conseqüências do acidente (morte de 31 bombeiros; contaminação da agricultura, H2O e de pessoas; câncer). • 11/1986 – Alemanha e Suíça – Um incêndio de grandes proporções na fábrica da Sandoz (Basiléia, Suiça). Mais de 1000 toneladas de inseticida à base de uréia e mercúrio transformaram-se em nuvens tóxicas, a água utilizada para apagar o incêndio dissolveu e arrastou cerca de 30 toneladas de agrotóxicos para o Rio Reno que, na época, abastecia 20 milhões de pessoas. • 1987 – Brasil, Goiânia– vazamento do césio-137. • 1989 – Derramamento de 37 milhões de litros de óleo do navio Exxon-Valdez (ESSO), no Alasca, causando graves danos ao ecossistema local, único, em muitos aspectos. O despertar do homem para os temas ambientais, segundo o ex- ministro da cultura Gilberto Gil: "Só mais recentemente foi que a humanidade, algo assustada e perplexa, deu-se conta, novamente, de que as reservas naturais do planeta não eram inesgotáveis. Que o avanço predatório sobre o mundo natural poderia produzir alterações climáticas e nos privar de bens preciosos. Que produtos químicos envenenavam a terra, as águas e o ar. Que, enfim, o planeta se encontrava ameaçado. E, com ele, a vida humana. "(2005) Convenção de Basiléia: combatendo a exportação de poluentes Em 1989: escândalos envolvendo Estados Unidos e Itália em relação à exportação de poluentes. Duas mil toneladas de resíduos perigosos produzidos na Filadélfia foram abandonados no Haiti. Toneladas de bifenias policloradas foram depositadas em uma fazenda na Nigéria. Outras toneladas de resíduos tóxicos tenham sido descartadas no Terceiro Mundo e na Antártida. E o pior: muitas vezes os governos locais não haviam dado consentimento algum a respeito. O PNUMA organizou a Convenção de Basiléia, em que se estabeleceu um acordo internacional com regras para o controle de movimentos transfronteiriços de resíduos perigosos. E o principal: a convenção proibiu o envio de dejetos perigosos para países sem capacidade técnica para tratá-los. Obs: Em 2009, o Brasil recorreu à Convenção de Basiléia para cobrar explicações sobre o envio, pela Inglaterra, de mais de mil toneladas de lixo para portos de São Paulo e do Rio Grande do Sul. Eco-92 ou Cúpula da TerraEco-92 ou Cúpula da Terra A Conferência das Nações Unidas para o Meio Ambiente e Desenvolvimento (CNUMAD), também conhecida como Rio 92, Eco-92 ou Cúpula da Terra. 178 países, sociedade civil, ONGs e chefes de estado. A questão ambiental alcançou notoriedade, abraçando-se a idéia de desenvolvimento sustentável como alternativa à exploração predatória. Os resultados foram surpreendentes. A Eco-92 conseguiu superar as divergências, lançando estratégias internacionais para proteger a natureza.O objetivo era “evitar interferências antropogênicas perigosas no sistema climático”. O que deveria ser feito rapidamente a fim de proteger as fontes alimentares, os ecossistemas e o desenvolvimento social. Foi incluída uma meta para que os países industrializados mantivessem suas emissões de gases-estufa, em 2000, nos níveis de 1990. Contém o “princípio de responsabilidade comum e diferenciada”, que significa que todos os países têm a responsabilidade de proteger o clima, mas o Norte deve ser o primeira a atuar. Eco-92 ou Cúpula da TerraEco-92 ou Cúpula da Terra A Rio 92 produziu cinco importantes documentos que estudaremos a seguir: A Declaração do Rio de Janeiro sobre o Meio Ambiente e o Desenvolvimento ou Carta da Terra; A Declaração sobre Princípios Florestais; A Convenção sobre Mudanças Climáticas; A Convenção sobre Biodiversidade; A Agenda 21. Declaração do Rio de Janeiro sobre o Meio Ambiente e o Desenvolvimento ou Carta da Terra Apresenta 27 princípios que orientam, principalmente as ações de governos, para procedimentos recomendáveis na proteção dos recursos naturais e da busca do desenvolvimento sustentável e de melhores condições de vida para os povos. Declaração sobre Princípios Florestais (Brasil e Malásia: países detentores das maiores massas florestais do mundo) O Brasil sempre defendeu a soberania nacional em relação às suas grandes áreas florestais, principalmente a Amazônia. Em 1989, o governo Sarney repudiou a proposta "Debt for Nature Swap" ("Troca de dívida por Natureza"), onde o PNUMA solicitou trânsito na Amazônia, promovendo programas de preservação em troca de parte da dívida externa brasileira. O Brasil enxergou isso como uma forma de internacionalização da Amazônia. Durante as negociações para a redação da Declaração sobre Princípios Florestais, foram eliminados trechos que previam a imposição de restrições comerciais sobre a borracha e a madeira. Foram inseridos somente alguns princípios para orientar projetos de manejo florestal e evitar o esgotamento dos recursos naturais. Convenção sobre Mudanças Climáticas Efeito Estufa: gases -> CO2, ozônio (O3), CH4, óxido nitroso (N2O). Sempre existiu e é importante para a manutenção da vida na Terra. Efeito Estufa Antropogênico: industrialização, desmatamento, agricultura, pecuária, ampliação dos centros urbanos. Convenção sobre Biodiversidade Impasse: Como garantir o desenvolvimento biotecnológico se os donos do conhecimento técnico não são os detentores dos recursos naturais? Países ricos pedem livre acesso e argumentam que os interesses da humanidade devem vir em primeiro lugar (ex: indústria farmacêutica) Terceiro Mundo pede repartição equitativa dos ganhos. Documento que resultou da Eco-92 defendia a utilização sustentável dos recursos biológicos desde que acompanhada da distribuição justa dos ganhos. Pouco se fez nesse sentido até hoje e ainda prevalece a lei do mais forte e da biopirataria (ex: nim, planta da Índia). A Agenda 21 Propõe o estudo: • das relações entre o meio ambiente e pobreza, saúde, comércio, consumo e população; • o uso mais racional de matérias-primas e de energia para a produção de bens e serviços; • realização de pesquisas sobre novas formas de energia, além de motivar a visão de desenvolvimento sustentável para prevenir as necessidades das gerações do século XXI; • o fortalecimento dos grupos sociais e sugere meios de implementação, com financiamentos; • a constituição de comissões de “desenvolvimento sustentável” para governos federais, estaduais e municipais. Agenda 21 A criação da Agenda 21 trouxe parâmetros para atuação dos governos e da sociedade civil, sugerindo soluções para problemas ecológicos, como a poluição atmosférica e a desertificação e sintetizando o conteúdo dos diversos protocolos e acordos produzidos até então. Protocolo de QuiotoProtocolo de Quioto Quioto (1997), COP3 (3ª Conferência das Partes): aprovou o Protocolo de Quioto -> corte de 5% nas emissões de gases de efeito estufa entre 2008 e 2012, tomando como referência os índices de 1990. Objetivo: acordos e discussões internacionais para estabelecer metas de redução na emissão de gases-estufa (GEE) na atmosfera, principalmente por parte dos países industrializados (do Norte). GEES: CO2 (Dióxido de Carbono), CH4 (Metano), N2O (Óxido Nitroso), HFCs (Hidrofluocarbonos), PFCs (Perfluocarbonos). Responsabilidades diferenciadas: os países foram divididos em duas categorias. No Anexo I foram citados aqueles que se industrializaram mais cedo; como poluíram mais que as nações de modernização tardia, eles receberam metas para redução de emissões. Países do Anexo I Comércio de emissões Se um país enfrenta dificuldades, ele pode pedir ajuda a outro signatário que já superou sua meta, por exemplo. *Muitos países signatários não se empenharam na redução de suas emissões. Um país periférico que reduza suas emissões atmosféricas merece ser premiado pois está agindo voluntariamente -> Mecanismo de Desenvolvimento Limpo Mecanismo de Desenvolvimento Limpo (MDL): Os países subdesenvolvidos que se engajarem na luta contra a emissão de gases de efeito estufa poderão certificar suas emissões, ganhando créditos de carbono. O crédito de carbono é um “direito de poluir”, que pode ser vendido para os países do Anexo I – “moeda ambiental”. Como o Terceiro Mundo não têm metas, seus certificados podem ser vendidos para os países do Anexo 1. Além de viabilizar o cumprimento dos objetivos de redução, o MDL incentiva a transferência de recursosfinanceiros dos países ricos para os pobres. 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