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Estudo dirigido Barreiras Imunológicas no Controle de Infecções Cruzadas em Odontologia

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UNIVERSIDADE JOSÉ DO ROSÁRIO VELLANO - ODONTOLOGIA
ANDRÉ PEREIRA NOVAIS
CONTROLE DE INFECÇÕES CRUZADAS EM ODONTOLOGIA
Alfenas – MG
2017
ANDRÉ PEREIRA NOVAIS
 
CONTROLE DE INFECÇÕES CRUZADAS EM ODONTOLOGIA
Estudo Dirigido, apresentado ao Curso de ODONTOLOGIA - UNIFENAS, como parte das exigências da disciplina Mecanismos de Agressão e Defesa. 
Orientador: Profª. Maria Lúcia
Alfenas – MG
2017
SUMÁRIO
INTRODUÇÃO…………….………………………………………………….4
Bactérias patogênicas.............................................................................5
Vírus em infecções cruzadas...................................................................6
Transmissão de microrganismos e vírus patogênicos do paciente para equipe odontológica ..........................................................................................7
Transmissão de microrganismos e vírus patogênicos da equipe odontológica para o paciente.............................................................................7
Transmissão de microrganismos e vírus patogênicos para o paciente....7
Vias de penetração de patógenos implicados em infecções cruzadas em odontologia........................................................................................................8
Barreiras imunológicas............................................................................8
 Barreiras físicas......................................................................................8
 Cuidados com a saúde do paciente........................................................9
 Cuidados com o instrumental...............................................................10
 Um princípio básico da prevenção, contaminação e da desinfecção das superfícies da sala de atendimento clínico......................................................11
 Cuidados com a contaminação dos componentes do equipo...............12
 Cuidados com a contaminação da cadeira odontológica......................13
 Cuidados com a contaminação dos aparelhos acessórios e dos filmes radiográficos....................................................................................................13
 Cuidados com a contaminação das bancadas, pias e mesa auxiliar....14
 Cuidados com a contaminação das superfícies do ambiente do consultório.......................................................................................................14
 Cuidados a serem tomados com o compressor de ar...........................14
 Cuidados a serem tomados com o ar ambiental...................................15
 Cuidados gerais a serem executados nos produtos utilizados ou gerados no atendimento..................................................................................15
 Cuidados com o lixo..............................................................................16
 Cuidados a serem executados no atendimento de pacientes...............16
 Cuidados relativos aos acidentes de exposição....................................17
Conclusão…………………………………………………………………………...19
REFERÊNCIAS……………………………………………………………………..20
1 INTRODUÇÃO 
"Infecção cruzada é a transmissão de um ou mais microrganismo patogênicos e de partículas virais de uma pessoa, que pode se um doente ou um portador sadio, para uma outra suscetível" (LORENZO, 2010). 
Para analisar o controle de infecções cruzadas, é necessário que antes se estabeleça como se dão as mesmas. Também não se pode deixar de enfatizar a importância deste tema na are odontológica.
"A odontologia é uma profissão que se caracteriza pela exposição, tanto do profissional quanto de sua equipe, a uma variedade de agentes infecciosos" (Ministério da Saúde, 2000).
"O patógeno transmitido nessa cadeia deve ter um grau de virulência suficiente para causar a doença e o novo hospedeiro deve ser suscetível a ele. No aspecto fundamental da suscetibilidade individual é importante considerarmos que, em uma pessoa debilitada, mesmo os microrganismos considerados como normalmente não patogênicos podem causar infecções oportunistas, muitas delas muito graves e até mesmo letais" (LORENZO, 2010).
"O controle de infecções cruzadas tem que "quebrar" um ou mais elos da cadeia epidemiológica. Assim, ele deve constituir um conjunto de recursos e protocolos que agrupam recomendações 	que visam a prevenção, a vigilância, o diagnóstico e o tratamento dessas infecções, de modo a proporcionar a segurança da equipe de saúde e dos pacientes, em qualquer situação ou local onde se prestem cuidados de saúde" (LORENZO, 2010)
Por isso, o presente estudo dirigido tem o objetivo de apresentar métodos de controle de infecções cruzadas, com foque na área odontológica.
2 BACTÉRIAS PATOGÊNICAS
	As bactérias que podem vir a se tornar patogênicas para o organismo de seres humanos são:
Mycobacterium tuberculosis - presente na saliva e no escarro dos tuberculosos pulmonares e é transmitido principalmente pela tosse.
Streptococcuspyogenes - presente em feridas abertas e nas secreções da orofaringe de pessoas infectadas.
Treponema pallidum - presente em alto número no cancro duro instalado na mucosa labial e nas placas mucosas que se formam na boca. O perigo maior está no toque dessas lesões pelas mãos não protegidas por luvas.
Neisseriagonorrhoeae spp - presente nas lesões gonocócicas da mucosa bucal e orofaringeana resultantes da prática de sexo bucal com um parceiro infectado.
Corynebacteriumdiphtheriae - presente nas pseudomembranas diftéricas da orofaringe e eventualmente da mucosa bucal.
Bordetellapertussis - presente nos perdigotos salivares e respiratórios de pessoas com coqueluche.
Mycoplasmapneumoniae - É isolado de perdigotos respiratórios de indivíduos que apresentam pneumonia causada por esse patógeno.
Staphylococcus aureus - presente em alta proporção nas lesões que produz em estruturas próximas da boca, como a pele do rosto, as tonsilas amidalianas e os seios maxilares, bem como na saliva e secreções pulmonares das pessoas acometidas por pneumonias por ele produzidas.
3 VÍRUS EM INFECÇÕES CRUZADAS
Alguns vírus também são responsáveis por infecções cruzadas originadas no ambiente odontológico. São eles:
Vírus da hepatite A - presentes na saliva e no sangue de doentes e portadores sadios.
Vírus da hepatite B - presente principalmente no sangue de doentes e de portadores crônicos, mas como fontes de infecções não podem ser desprezadas a saliva e o fluido sulcular.
Vírus da hepatite C e D - presentes no sangue (e pelo menos o da hepatite C provavelmente na saliva) e de doentes e portadores crônicos.
Vírus da síndrome da imunodeficiência adquirida - presente em secreções e no sangue de infectados.
Vírus do herpes simples tipo 1 - presentes nas lesões bucais e objetos contaminados por ele, mas também em fluidos orgânicos do doente como: saliva, e perdigotos e o sangue.
Citomegalovírus e o vírus Epstein Barr - presente na saliva e nas secreções respiratórias.
Vírus respiratórios - presentes nas secreções das vias respiratórias e na saliva.
Vírus da rubéola e o vírus da parotidite infecciosa ou caxumba - presentes nos perdigotos.
Vírus sarampo - presentes nos perdigotos e aerossóis. 
4 TRANSMISSÃO DE MICRORGANISMOS E VÍRUS PATOGÊNICOS DO PACIENTE PARA EQUIPE ODONTOLÓGICA 
Esta rota de transmissão envolve patógenos presentes na boca do paciente e nas regiões próximas. Os agentes infecciosos podem atingir diretamente os profissionais pelo contato com fluidos bucais, sangue infectado e lesões abertas, pela inalação de perdigotos bucais e respiratórios infectados (aerossóis infectados) e indiretamente pelo contato com os instrumentos, superfícies ambientais e com as próprias mãos contaminadas. (LORENZO, 2006). 
5 TRANSMISSÃO DE MICRORGANISMOS E VÍRUS PATOGÊNICOS DA EQUIPE ODONTOLÓGICA PARA O PACIENTE
Essa transmissão parece ser rara, pois o profissional odontologista faz o uso de EPI.A transmissão por esta maneira envolve microrganismos presentes nas mãos e nos fluidos bucais e respiratórios dos profissionais. 
6 TRANSMISSÃO DE MICRORGANISMOS E VÍRUS PATOGÊNICOS PARA O PACIENTE
Esta forma de transmissão de patógenos pode ocorrer via mãos infectadas da equipe odontológica ou via instrumentos e equipamentos odontológicos contaminados, que funcionam epidemiologicamente como fômites. (LORENZO, 2006)
7 VIAS DE PENETRAÇÃO DE PATÓGENOS IMPLICADOS EM INFECÇÕES CRUZADAS EM ODONTOLOGIA
Dependendo da rota de disseminação, os microrganismos e as partículas virais podem entrar no corpo de um novo hospedeiro através de inalação, ingestão, lesões abertas, mucosas (boca, nariz, olhos) ou de perfurações ocasionadas por instrumentos de ponta ou corte. 
8 BARREIRAS IMUNOLÓGICAS
O aluno de odontologia, antes de iniciar as disciplinas clínicas, deve ser imunizado com as vacinas que previnem a ocorrência de algumas doenças, as quais serão: Difteria, tétano, sarampo, rubéola, parotidite infecciosa ou caxumba, Hepatite B, Hepatite D e gripe. 
9 BARREIRAS FÍSICAS
As barreiras físicas foram desenvolvidas exatamente para evitar que os microrganismos veiculados de diferentes maneiras encontrem uma porta de entrada na equipe odontológica ou, a partir desta, infectar outros pacientes. 
Dentre todas as barreiras físicas existentes, vale destacar algumas:
Óculos de proteção – que são usados para impedir que os olhos sejam atingidos pelas secreções, sangue, projeteis gerados no preparo cavitário ou na remoção de material restaurador e substancias químicas usadas no tratamento do paciente ou na desinfecção de instrumentos e superfícies.
Gorro – que é utilizado para proteger as orelhas e os cabelos do profissional, evitando também que os seus cabelos se tornem um veículo de microrganismos para o paciente ou para pessoas fora do ambiente de trabalho.
Avental ou jaleco – esses paramentos evitam a infecção da pele do profissional, a contaminação de suas roupas no tratamento dos pacientes e impede o contato dos pacientes com o microrganismo presentes na roupa usual do profissional. 
Luvas - são usadas com a finalidade de proteger as mãos do profissional.
Máscara – tem o intuito de proteger os pacientes das secreções do trato respiratório do profissional e vice-versa. A máscara também protege as mucosas nasal e bucal do profissional contra partículas grandes, respingos e aerossóis gerados durante o tratamento odontológico ou a limpeza do instrumental. 
10 CUIDADOS COM A SAÚDE DO PACIENTE
O contato entre os microrganismos e o agente e consequentemente a taxa de antissepsia podem ser aumentados quando a pele é friccionada com uma gaze impregnada pelo antisséptico. No aspecto microbiológico, a borrifação do antisséptico na pele é uma técnica significativamente menos efetiva.
Antes da execução de um tratamento bucal devemos aplicar soluções antissépticas eficazes na boca do paciente e, eventualmente, na sua pele peribucal, um procedimento desejável quando ele for submetido a cirurgias. Tendo a finalidade de fazer diminuir a carga microbiana do paciente que pode ser transmitida para o profissional.
A solução de clorexidina a 0,12% consegue reduzir a microbiota salivar em torno de 80% imediatamente após o bochecho e acima de 75% por várias horas. Estudos constataram que o PVP-I aplicado sobre a mucosa da bochecha humana, durante um minuto, reduz o número de bactérias facultativas em até 100%.
11 CUIDADOS COM O INSTRUMENTAL
Após o atendimento deve fazer a descontaminação e lavagem do instrumental, de preferência utilizando um aparelho de ultrassom e um detergente enzimático. Após a lavagem o material deve ser submetido à secagem, o material deve ser encaminhado para a área limpa, passando por um guichê, não sendo permitido outro tipo de comunicação entre estas duas áreas. Na área limpa, procede-se a embalagem, esterilização, armazenamento e distribuição do material para utilização.
Os materiais utilizados podem passar por uma forma de limpeza manual, que consiste na fricção dos mesmos com uma escova de cabo longo, água e detergente neutro, realizada em uma pia funda para evitar respingos. Outra forma de limpeza é a imersão dos artigos em soluções desencrustantes ou enzimáticas, ambas desprovidas de ação antimicrobiana removendo as incrustações orgânicas dos instrumentos.
Na limpeza mecânica podem ser usadas lavadoras termo-desinfetadoras ou lavadoras ultrassônicas. Essa ação promove uma limpeza muito mais efetiva do que a manual, mesmo nas áreas de articulações, sulcos e fendas. Ao final do dia, deve- se descontaminar, enxaguar e secar também a câmara de limpeza.
Apesar da eficácia dos métodos indicados de esterilização e desinfecção, a norma mais segura é utilizar o máximo possível de artigos descartáveis após o uso. Vários procedimentos promovem a esterilização: o calor seco, o calor úmido, algumas soluções químicas, a radiação gama, o óxido de etileno e o plasma de peróxido de hidrogênio.
No consultório, a escolha para a esterilização de objetos termorresistentes é o calor, principalmente, o úmido, que penetra em materiais espessos onde os agentes químicos dificilmente conseguem penetrar.
A esterilização pelo calor úmido é sem dúvida o método mais seguro, prático, econômico, eficiente e rápido empregado para esterilização em consultórios. O calor úmido atua principalmente desnaturando proteínas, porque a água ajuda a romper as ligações de hidrogênio e pode também fundir os lipídios da membrana das células microbianas.
A autoclave é usada na esterilização de artigos de metal, de pequeno volume de líquidos menos densos e de artigos feitos com fibras naturais (campos, aventais, fios de sutura, etc.) e borracha.
A esterilização pelo calor seco é efetuada em estufas onde o calor é gerado por resistências elétricas. O principal mecanismo do calor seco é causar a oxidação das moléculas que compõem os microrganismos e as partículas virais. 
No caso dos microrganismos, a desnaturação é microbiostática quando promove a alteração temporariamente das suas proteínas e é microbicida quando altera permanentemente as proteínas. As reações que desnaturam as proteínas são a hidrólise, a oxidação e a ligação de átomos ou grupamentos químicos.
Ao utilizar um produto devemos respeitar sempre alguns quesitos fundamentais, tais como: a concentração de uso, pois a maior concentração não é necessariamente a mais efetiva; o tempo de ação, já que este não é estabelecido aleatoriamente; o tempo de validade desde que seu recipiente seja bem fechado e que sejam estabelecidas as regras de armazenagem em local arejado, fresco e ao abrigo da luz.
Com base na sua capacidade de destruir microrganismos, esporos bacterianos e vírus, os agentes químicos podem efetuar esterilização ou diferentes níveis de desinfecção.
Os recipientes utilizados no processo de esterilização química devem ser de plástico, estéreis e com tampa. Os artigos devem ficar totalmente submersos e devem ser mantidos abertos se forem articulados.
12 UM PRINCÍPIO BÁSICO DA PREVENÇÃO, CONTAMINAÇÃO E DA DESINFECÇÃO DAS SUPERFÍCIES DA SALA DE ATENDIMENTO CLÍNICO
Como regra, é mais fácil e seguro evitar a contaminação do que descontaminar uma superfície suja. Assim, a melhor forma que dispomos para evitar a contaminação das peças do consultório é cobri-las com barreiras físicas que devem ser removidas após o atendimento de cada paciente.
13 CUIDADOS COM A CONTAMINAÇÃO DOS COMPONENTES DO EQUIPO
Os microrganismos provenientes da boca do paciente contaminam os encanamentos da água do equipo, onde formam biofilmes. Cada vez que interrompemos o acionamento da turbina de rotação quando ainda está na boca do paciente, quase 1 ml de fluidos bucais carregados de microrganismos pode ser aspirado pela válvula de retração e penetrar na tubulação de água que a provém. Essa água altamente contaminada pode ser projetada para a boca do próximo paciente, com a possibilidade de que patógenos nela contidos possam causar doenças na bocaou no sistema respiratório.
Os microrganismos protegidos pelo biofilme mostram maior resistência aos agentes antimicrobianos. Pacientes que apresentam deficiência no sistema imunitário têm um risco especial quando infectados pelos contaminantes microbianos da tubulação de água do consultório.
Biofilmes bacterianos também se formam na parede interna das tubulações que fornecem água para a seringa tríplice. Uma das formas de evitar isso é envolver a seringa tríplice com uma barreira de proteção garantida por filme plástico renovável a cada atendimento.
As peças de mão atualmente fabricadas como a caneta de alta rotação, o micromotor, a peça reta e o contra-ângulo, são autoclaváveis. Antes de serem colocadas na autoclave, essas peças devem passar por uma limpeza externa e pela lubrificação interna. O suporte dessas peças e da seringa tríplice, assim como as mangueiras e a seringa tríplice, podem ser desinfectados com a solução de álcool a 77% v/v.
Os botões de acionamento e as alças do refletor devem ser cobertos, por exemplo, com um filme plástico. Periodicamente essas áreas devem ser limpas com água e sabão e desinfetadas por compostos fenólicos ou pela fricção com álcool etílico a 77% v/v.
A bacia da cuspideira deve ser confeccionada com um material resistente aos bons agentes químicos de desinfecção, como a porcelana ou cerâmica esmaltada. Outro local crítico de contaminação é o sistema sugador. Os fluidos que ficam impregnados nas suas paredes internas podem voltar à boca do paciente seguinte se os lábios se cerrarem ao redor de sua ponta terminal, o ideal é usarmos pontas plásticas descartáveis.
14 CUIDADOS COM A CONTAMINAÇÃO DA CADEIRA ODONTOLÓGICA
Para evitar a contaminação com os fluidos bucais e do sistema respiratório, assim como eventualmente do sangue – e principalmente com os microrganismos neles contidos – a cadeira odontológica deve ser revestida com um material impermeável e sem costuras que permita a limpeza com água e sabão e a desinfecção.
15 CUIDADOS COM A CONTAMINAÇÃO DOS APARELHOS ACESSÓRIOS E DOS FILMES RADIOGRÁFICOS
As pontas dos aparelhos de profilaxia dental, de foto-polimerização de resinas e geradores de laser, importantes acessórios usados rotineiramente pelo CD, devem ser recobertas por filmes plásticos ou metálicos que devem ser descartados após cada atendimento.
Os componentes do aparelho gerador de raios-X que são manuseados durante as tomadas radiográficas (alça, tubo, disparador) devem ser recobertos com barreiras físicas, como sacos plásticos ou filmes de PVC ou polietileno.
16 CUIDADOS COM A CONTAMINAÇÃO DAS BANCADAS, PIAS E MESAS AUXILIARES
A superfície das bancadas e das mesas auxiliares preferentemente devem ser protegidas por barreiras físicas, mas, em caso contrário, podem ser desinfetadas após a sua limpeza.
17 CUIDADOS COM A CONTAMINAÇÃO DAS SUPERFÍCIES DO AMBIENTE DO CONSULTÓRIO
A limpeza do ambiente é feita sempre partindo das áreas menos sujas para as mais sujas e de cima para baixo. O piso deve ser limpo diariamente com uma solução de hipoclorito de sódio. As paredes, as portas e as janelas devem ser limpas e desinfectadas semanalmente com fenóis sintéticos, passando um pano ou esponja embebidas na solução; em seguida deixa-se que essas superfícies sequem naturalmente.
18 CUIDADOS A SEREM TOMADOS COM O COMPRESSOR DE AR
O compressor de ar é um ponto crítico no consultório. O mais recomendado é o seco, porque o compressor a óleo compromete a qualidade do tratamento e a longevidade do equipo. Não deve ser instalado em locais como o banheiro, que ameaçam a qualidade do ar.
19 CUIDADOS A SEREM TOMADOS COM O AR AMBIENTAL 
Quando a ventilação for natural, as janelas deverão ser teladas para evitar a entrada de insetos. O ar condicionado deve estar em condições adequadas de limpeza, manutenção, operação e controle, ou seja, a limpeza de bandejas, serpentinas, umidificadores, ventiladores e dutos devem seguir rigorosamente o manual de instrução de cada fabricante.
20 CUIDADOS GERAIS A SEREM EXECUTADOS NOS PRODUTOS UTILIZADOS OU GERADOS NO ATENDIMENTO
Desinfecção dos tubetes de anestésicos – esses materiais podem ser desinfetados pela fricção com álcool etílico a 70% v/v durante 30 segundos.
Desinfecção de materiais relacionados com procedimentos protéticos - os moldes devem ser lavados em água corrente e desinfetados antes de se vazar o modelo. A lavagem é importante porque ao reduzir significantemente o número de bactérias da superfície e remover sangue, saliva e resíduos orgânicos, facilita muito o processo seguinte de desinfecção. Os moldes podem ser desinfectados pela imersão durante 10 minutos no desinfetante ou pelo borrifo do desinfetante, seguido da proteção dentro de um saco plástico fechado por 10 minutos, completando-se o processo com a lavagem sob água corrente e secagem antes do vazamento do modelo.
Descontaminação dos cones de guta-percha - o sucesso do tratamento endodôntico depende muito da capacidade de o profissional conseguir reduzir a concentração de microrganismos do canal radicular. Como os cones de guta percha usados na obturação dos canais podem vir contaminados ou serem contaminados durante o tratamento, portanto devem passar por um processo de desinfecção química.
21 CUIDADOS COM O LIXO
Resíduos infectantes são os que contêm agentes biológicos que podem levar ao risco de infecção, estão enquadrados neste grupo peças anatômicas (dentes e seus fragmentos, resíduos de tecidos moles, etc.) e materiais descartáveis, como luvas e outros itens de proteção, sugadores, gaze e algodão impregnados com fluidos orgânicos. O lixo sólido contaminado deve ser acondicionado em saco duplos branco-leitosos ou vermelhos de acordo com o resíduo, impermeáveis e identificados com o símbolo internacional de resíduo infectante e encaminhados a coleta de lixo hospitalar.
Resíduos químicos são resíduos inflamáveis, corrosivos, reativos ou tóxicos com potencial de risco a saúde pública ou ao meio ambiente. Enquadram-se restos de amálgama, o revelador e o fixador radiológicos, a lâmina de chumbo da embalagem do filme radiográfico, o glutaráldeido e o xilol. 
Resíduos radioativos são provenientes de serviços de medicina nuclear e radioterapia, portanto não gerados em consultório odontológico.
Resíduos comuns são os não enquadrados nos grupos anteriores, equiparados ao lixo domiciliar -as embalagens em geral, os restos de materiais odontológicos (exceto o amálgama), os guardanapos e as toalhas descartáveis etc.
Resíduos perfuro-cortantes incluem agulhas em geral, brocas, lâminas de bisturi, frascos de vidro, fios ortodônticos, que devem serem descartados em um lixo separado, para um a coleta seletiva. 
22 CUIDADOS A SEREM EXECUTADOS NO ATENDIMENTO DE PACIENTES
	Alguns pré-requisitos devem ser seguidos antes, durante, no fim e no intervalo de cada paciente em todos os atendimentos no consultório. 
Antes do atendimento, deve-se remover da área muito próxima a do atendimento artigos como a ficha clínica e radiografias; com auxílio de uma fita adesiva, adaptar um saco plástico resistente na mesa auxiliar, para funcionar como porta resíduos, ou colocar um saco plástico que caiba dentro do porta resíduo; colocar as barreiras físicas nos equipamentos e bancadas que possam ser recobertos; acionar as saídas de água do equipo durante 30 segundos para substituir a água clorada; quando for o caso, desinfetar a prótese recebida do laboratório.
Durante o atendimento, deve-se estar com as mãos limpas, colocar o gorro, a máscara, os óculos de proteção e as luvas. Evitar tocar umas superfícies com a luva contaminada. Quando isto for necessário, usar sobre luvas de plásticos. 
Ao término do procedimento, a máscara não deve ser deixada pendurada no pescoço, mas ser retirada pelos cordéis e descartada. Na sequência, retirar e descartar as luvas e lavar as mãos.
No intervalo entre o atendimento de cada paciente, é necessário colocar a luva de borracha, os óculos de proteção e o avental; quando for o caso, enxaguare desinfetar moldes, mordidas em cera e próteses antes de enviá-los ao laboratório; eliminar os artigos perfuro-cortante no recipiente de paredes duras; remover as barreiras do equipo, descartando-as no saco de lixo contaminado; imergir os instrumentos na solução enzimática; limpar e desinfetar as superfícies não protegidas pelas barreiras físicas; acionar o sistema de água clorada por 20 segundos, deixando a solução dentro das mangueiras e das pontas do motor de alta rotação; remover, limpar, lubrificar e esterilizar as peças de mão, obedecendo as instruções do fabricante. Limpar e desinfetar o suporte das pontas; descontaminar e limpar o ralo e a bacia da cuspideira, a tubulação do sugador e a peneira da caixa de inspeção; realizar a descontaminação localizada da parede e piso, se houver contaminação com sangue; fechar o saco de lixo; descontaminar e lavar as esponjas e escovas usadas na limpeza; lavar, secar, acondicionar, desinfetar ou esterilizar o instrumental; remover, lavar e desinfetar os óculos de proteção; descontaminar e lavar a pia e a torneira; lavar e desinfetar a luva de borracha usada na limpeza.
23 CUIDADOS RELATIVOS AOS ACIDENTES DE EXPOSIÇÃO
Com relação aos profissionais da área de saúde, acidente de exposição significa o contato de uma área do seu corpo com o sangue ou com outro material potencialmente infeccioso proveniente de um paciente.
Após os acidentes de exposição a agentes infecciosos, inicialmente devemos considerar dois aspectos fundamentais:
Se estávamos usando os EPI adequados no momento do acidente;
Embora por vários aspectos nessa situação não seja revelada ou não fique clara na anamnese, se o paciente apresenta no momento do atendimento alguma doença infecciosa ou se é um portador sadio do seu agente etiológico.
No caso de contato da pele ou de alguma mucosa com sangue ou com material infeccioso, o cuidado imediato consiste em lavar abundantemente o local com água ou solução fisiológica e aplicar um antisséptico.
Se o acidente for de natureza perfuro-cortante, logo após a sua ocorrência devemos estimular o sangramento do local ferido para reduzir o risco de infecção e, em seguida, aplicar um antisséptico à base de iodo; as soluções de hipoclorito são contraindicadas porque são cáusticas, agravam o ferimento facilitando a infecção.
CONCLUSÃO
Conclui-se então que as infecções cruzadas são causadas por alguns microrganismos que podem ser patogênicos para o organismo humanos e constatado que tais infecções podem ser transmitidas de paciente para profissionais; de profissionais para pacientes e de instrumentos e ou fômites, para pacientes. 
Foram abordadas técnicas de prevenção e controle da disseminação desses microrganismos patogênicos. Atentando para os devidos cuidados a serem tomados pelo profissional da área odontológica ao atender um paciente, durante o atendimento e ao final do atendimento. Alguns requisitos também merecem destaque durante o intervalo de atendimento de um paciente e outro.
Materiais, fômites e EPI podem ter sido infectados durante o atendimento, por isso, é de extrema importância que os mesmos sejam descartáveis, para que o profissional possa realizar a troca e para aqueles materiais que não são descartáveis, deve-se realizar a esterilização e ou desinfecção para o próximo atendimento. 
Por fim, foi discutido que em caso de contato da pele ou de alguma mucosa com sangue ou com material infeccioso, deve-se lavar abundantemente o local com água ou solução fisiológica e aplicar um antisséptico imediatamente.
Caso acidente for de natureza perfuro-cortante, logo após a sua ocorrência devemos estimular o sangramento do local ferido para reduzir o risco de infecção e, em seguida, aplicar um antisséptico à base de iodo; além da realização de exames laboratoriais para constatação da possível infecção.
REFERÊNCIAS 
Lorenzo JL. Microbiologia, Ecologia e Imunologia aplicadas à Clínica Odontológica. 1ª Edição, Editora Atheneu, 2010.
Lorenzo, JL. Microbiologia para o estudante de Odontologia. Ed. Atheneu, 2006.
Ministério da Saúde. Secretaria de Vigilância em Saúde. Recomendações para atendimento e acompanhamentos odontológicos, 2000.
Pedrosa TMG, Macedo RM. Esterilização química líquida e métodos de desinfecção. In: Couto RC, Pedrosa TMG, Nogueira JM. Infecção Hospitalar – Epidemiologia e controle. São Paulo: MEDSI; 1999. 
Salavessa, M.; Uva, A.S. Saúde e Segurança do Trabalho: da percepção do risco ao uso de EPI’s. Saúde e Trabalho nº6. Sociedade Brasileira de Medicina do Trabalho, 2007.

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