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Decisões de Financiamento ou Captação de 
Recursos
Introdução
• Os gestores financeiros costumam se deparar com situações em que é
imprescindível a captação de recursos externos como: suprir uma deficiência
ocasional de caixa; obter capital de giro para permitir o financiamento das vendas;
financiar projetos de expansão ou novos empreendimentos, entre outras;
• Por isso, necessitam saber onde captar esses recursos, quais os procedimentos
necessários para concretizar a captação, bem como analisar a viabilidade
econômica desse tipo de operação financeira.
Introdução
• Neste sentido, as próximas seções destacam as fontes de recursos mais comuns no
âmbito do mercado financeiro nacional na atualidade. Inicialmente, são
elucidados os principais pontos acerca do termo “alavancagem” e da expressão
“custo do capital”.
• Em seguida, é apresentada a composição do Sistema Financeiro Nacional,
priorizando o detalhamento dos componentes que estejam mais estreitamente
relacionados com a gestão financeira das empresas industriais e comerciais.
• Por último, são abordadas as formas de captação de recursos mais comuns, como
empréstimos e financiamentos, desconto de títulos, leasing, factoring etc.
Alavancagem
• O termo alavancagem costuma ser empregado para designar duas situações
distintas:
 Alavancagem operacional: situação na qual os custos fixos aumentam em
maior proporção que os custos variáveis.
 Alavancagem financeira: ocorre quando o volume de recursos alheios
(capital de terceiros) aumenta mais em relação aos recursos provenientes
dos sócios (capital próprio).
Alavancagem
• A alavancagem operacional é mais utilizada quando da análise de situações relativas à
gestão de custos, enquanto a alavancagem financeira está mais diretamente
relacionada gestão financeira.
• No entanto, cabe ressaltar que no âmbito financeiro a palavra “alavancagem” costuma
ser empregada em contextos distintos e pode representar:
A) a utilização de recursos provenientes de terceiros na
composição da estrutura de capital de uma determinada
empresa, objetivando otimizar o retorno dos investimentos
realizados;
B) a compra de títulos ou bens com recursos de terceiros;
C) a participação percentual dos empréstimos ou financiamentos
contraídos em relação à estrutura de capital da companhia.
Alavancagem
• Empregar a alavancagem financeira para maximizar a rentabilidade se justifica
principalmente quando o custo de captação dos recursos alheios é inferior à taxa
de retorno obtida pelo investimento efetuado. Se for o contrário (ou seja, se o
custo de captação é maior que taxa de retorno), a alavancagem financeira, a priori,
deve ser descartada.
Por exemplo: uma empresa “compra” $ 100.000 de capital de
terceiros (via empréstimo bancário) pagando taxa de captação de
10% ao ano e consegue empregar esses recursos num
empreendimento que proporciona TIR/IRR de 18% no mesmo
período. Como a rentabilidade do capital empregado supera em oito
pontos percentuais a taxa cobrada pelo banco, vale a pena captar
recursos nessas condições.
Por outro lado, se o custo do empréstimo bancário fosse de 20% ao
ano, o investimento desse capital no negócio não teria condições de
proporcionar valor suficiente para pagar a taxa de captação dos
recursos utilizados. Com isso, implicaria resultado final menor pela
dedução das despesas financeiras do empréstimo.
Custo do Capital
• Representa o retorno que os investidores ou fornecedores de capital exigem por
destinarem recursos a um determinado empreendimento ou empresa.
• Com base nessa definição, percebe-se que o custo do capital pode ser dividido:
a) Custo do capital de terceiros (ou capital alheio): representa o
custo de captação de recursos que a empresa se sujeita a pagar na
“compra” de dinheiro em instituições financeiras e, geralmente,
essa taxa de juros está definida nos contratos firmados com os
bancos para essa finalidade.
b) Custo do capital próprio: equivale ao retorno mínimo que o
investidor deseja obter por aplicar capital na empresa por prazo
indeterminado.
• Convém salientar que, nos dois casos, o valor a ser considerado numa análise
financeira deve priorizar o custo de capital após o imposto de renda, já que na
maioria das vezes a empresa pode deduzir o valor pago na captação de recursos
quando da apuração da base de cálculo desse tributo.
• Por outro lado, com base na representatividade de cada fonte de recursos (capital
próprio ou capital alheio) utilizada no financiamento de curto e longo prazo da
empresa, calcula-se o “Custo Médio Ponderado de Capital” (CMPC). Ou seja, apura-
se uma média ponderada dos custos de captação das distintas origens do capital
investido na empresa.
• O CMPC pode ser entendido como o “custo de capital” que o administrador
financeiro deve considerar quando das decisões de financiamento e investimento da
empresa.
Custo do Capital
• Por exemplo: admita-se que a empresa Urussanga tem a estrutura de capital mencionada
na figura 5.3 e que o custo do único financiamento bancário é de 10% ao ano, enquanto
os investidores desejam taxa de retorno anual de 15%.
PASSIVO Valor (em $) % do 
Total
Financiamento bancário 100.000 20%
PATRIMÔNIO LÍQUIDO
Capital social 400.000 80% 
TOTAL DAS FONTES DE RECURSOS 500.000 100%
Figura 5.3 — Estrutura de capital da empresa Urussanga
Custo do Capital
• No caso mencionado, o CMPC é de 14,00%, obtido pela equação:
[(20% * 10% ao ano) + (80% * 15% ao ano)].
• Com isso, os novos investimentos que a empresa cogita realizar devem propiciar
retorno superior ao CMPC para se justificarem.
• Sob o mesmo raciocínio, as novas captações de recursos devem ter custo máximo
limitado ao CMPC para não prejudicarem a rentabilidade final do negócio.
Sistema Financeiro Nacional
• Para obter recursos de terceiros no mercado financeiro é necessário, ao menos, que
o gestor financeiro conheça as entidades que ofertam empréstimos e
financiamentos ou aquelas que permitem realizar outras operações que
disponibilizam o capital (ou bem) pretendido.
• Contempla os mercados: monetário, de crédito, de capitais e cambial.
Formas de Captação de Recursos
• A necessidade de obter recursos externos para financiar as atividades
operacionais ou realizar investimentos produtivos pode ser suprida com a
utilização dos diversos produtos oferecidos pelas instituições financeiras.
• Neste sentido, nas próximas seções são apresentados os aspectos mais
significativos das principais formas de captação atualmente disponíveis.
Captação por Empréstimos ou Financiamentos
• Entre as formas tradicionais de captação de recursos que as empresas utilizam
estão os empréstimos e financiamentos. Estes dois termos têm significados
semelhantes, mas costumam ser empregados para distinguir operações de
concessão de crédito a curto prazo (empréstimos) e longo prazo
(financiamentos).
• Os próximos tópicos ressaltam os conceitos técnicos mais relevantes e
detalham os métodos de amortização mais difundidos no ambiente financeiro
atual.
Conceitos relacionados a empréstimos e
financiamentos
• As operações financeiras envolvendo empréstimos ou financiamentos
abrangem um conjunto de palavras e expressões técnicas que causam alguma
dificuldade de entendimento para leigos ou iniciantes.
• Em razão disso, optou-se por descrever os termos mais comumente utilizados
nessa área, conforme enfatizado a seguir.
Conceitos relacionados a empréstimos e 
financiamentos
• Em relação às partes envolvidas num contrato de empréstimo ou
financiamento, figuram de um lado o “credor ou mutuante” e, do outro, o
“devedor ou mutuário”.
• Ou seja, a parte que contrair a dívida é chamada “devedor ou mutuário”,
enquanto aquela que disponibiliza o capital emprestado é denominada
“credor oumutuante”.
Conceitos relacionados a empréstimos e 
financiamentos
• As operações financeiras de captação de recursos por empréstimos ou
financiamentos costumam ser controladas em planilhas específicas,
geralmente elaboradas em Excel ou aplicativo similar.
• Nessas planilhas são inseridos, além de uma coluna relativa ao prazo
estipulado, os valores monetários (em $) relacionados aos contratos
respectivos, que são designados pelos termos constantes da figura 5.7.
Componentes de uma planilha de empréstimos
Prazo
(meses)
Amortização 
(R$)
Juros 
(R$)
Prestação
(R$)
Saldo
Devedor
(R$)
0
1
2
Saldo devedor
• O “saldo devedor” significa o valor devido pela parte que contraiu a dívida ao final
de cada período (geralmente mensal).
• A respeito do valor da dívida que originou o contrato é comum, também o uso das
expressões “capital emprestado” “principal” ou “saldo devedor inicial”.
• Eventualmente podem ser adicionados ao capital emprestado alguns encargos a
critério da instituição financeira.
Prestação/Amortização/Juros
• Para quitar o débito do empréstimo ou financiamento contratado, todo mês (ou
outra periodicidade pactuada) o devedor ou mutuário paga um valor a título de
“prestação”. Esse valor desembolsado mensalmente é composto, geralmente, pela
soma do valor da “amortização” com o valor dos “juros” do período.
• O conceito de “amortização” representa a parcela do capital emprestado que todo
mês é liquidada (ou amortizada). Assim, somando-se todas as amortizações
efetuadas até o final do prazo chega-se ao mesmo valor da dívida contraída,
zerando-a.
• No que tange ao valor dos “juros”, este é sempre calculado com base no saldo
devedor oriundo do período anterior, multiplicado pela taxa de juros (em %)
mencionada no contrato de empréstimo ou financiamento. Os juros representam o
principal “custo” da captação de recursos, mas outros encargos podem encarecer a
“compra” de capital de terceiros por empréstimos ou financiamentos.
Tributação
• A tributação associada aos empréstimos e financiamentos geralmente está
relacionada ao Imposto sobre Operações Financeiras (IOF),e nas operações de
crédito o fato gerador desse imposto ocorre pela efetiva entrega ou
disponibilização, total ou parcial, do valor contratado.
Prazo
• Quanto aos prazos, esses contratos costumam abranger o “prazo de utilização”, o
“prazo de carência” e o “prazo de amortização”.
• O “prazo de utilização” equivale ao espaço de tempo no qual o valor do
empréstimo ou financiamento é repassado da instituição financeira para o
devedor.
• Já o “prazo de carência” corresponde ao intervalo de tempo decorrido entre o
prazo de utilização e o pagamento da primeira amortização. No prazo de carência
os juros podem ser pagos periodicamente ou capitalizados para começarem a ser
pagos ao término do período de carência.
• Tratando-se do “prazo de amortização”, este representa o prazo contratado para
pagar as amortizações do capital emprestado. Ainda, é comum também o uso das
expressões “prazo total” ou “prazo de financiamento” para representar o período
resultante da soma do prazo de carência com o prazo de amortização.
Empréstimo pelo método francês (Price)
• O matemático inglês Richard Price, que viveu entre 1723 e 1791, inventou o
método que leva seu nome e que foi difundido principalmente na França durante
o século XIX.
• No método francês é empregada a mesma fórmula utilizada no cálculo das
prestações sem entrada, abordada no capítulo 2 (rotina para achar PMT na HP-12C
e função “Pgto” na planilha Excel).
• É o método mais usado em empréstimos bancários de curto longo prazo e nas
vendas parceladas do comércio e da indústria.
Empréstimo pelo método francês (Price)
• As características principais desse método são:
A)Prestações periódicas (geralmente mensais) e sucessivas com valores (em $) iguais
em todos os períodos;
B) Amortizações periódicas (geralmente mensais) e sucessivas com valores (em $)
crescentes durante o prazo contratado. As amortizações são calculadas pela
diferença entre o valor das prestações e o valor dos juros de cada período;
C) Saldos devedores com valores decrescentes ao término de cada período
(geralmente mês) em relação ao período precedente;
D) Taxa de juros incidente sobre o saldo devedor ao final do período (geralmente
mês) anterior e valores respectivos decrescentes a cada período.
Empréstimo pelo método francês (Price)
• Para elaborar uma planilha de empréstimos pelo método francês (ou Price) é 
necessário passar pelas quatro etapas apresentadas a seguir, considerando no 
exemplo os dados mencionados na figura 5.8. 
Valor do empréstimo: $ 12.000 (PV)
Prazo de pagamento (sem entrada): 5 meses (N)
Taxa de juros: 5% ao mês (i)
Figura 5.8 — Dados do empréstimo pelo método francês ou Price
Empréstimo pelo método francês (Price)
• Etapa 1 — Determinar o valor da prestação: nesta forma de empréstimo em todos
os meses (ou outro período utilizado) as prestações têm o mesmo valor (em $) e as
amortizações têm valores (em $) diferentes a cada período. A fórmula para calcular
a prestação é a seguinte:
PV * i
PMT = --------------------------------
1 – [(1 + i )^–n]
• Usando a fórmula acima, o cálculo com os parâmetros do empréstimo em estudo
proporciona um valor de prestação mensal de $ 2.771,70, conforme demonstrado
abaixo:
12.000 * 0,05 600 600
PMT = ---------------------  --------------------  ---------------  2.771,70...
1 – [(1 + 0,05 )^–5] 1 – (0,783526...) 0,216474...
Empréstimo pelo método francês (Price)
• Etapa 2 — Calcular o valor dos juros do mês: para calcular o valor (em $) dos juros 
do mês (neste caso o 1.º mês), basta aplicar a taxa de juros (5%) sobre o saldo 
devedor ($ 12.000). 
Exemplo:
Saldo devedor ($) * Taxa de juros (%) = Valor dos juros ($)
$ 12.000 * 5% = $ 600
Empréstimo pelo método francês (Price)
• Etapa 3 — Apurar o valor da amortização mensal: para definir o valor (em $) da 
amortização mensal basta deduzir o valor dos juros do mês (no exemplo, $ 600) do 
valor (em $) da prestação mensal (no caso, $ 2.771,70). 
Exemplo:
Prestação ($) – Juros do mês ($) = Amort. do mês ($)
$ 2.771,70 – $ 600 = $ 2.171,70
Empréstimo pelo método francês (Price)
• Etapa 4 — Cálculo do novo saldo devedor (após a amortização do mês): para
determinar o valor (em $) do novo saldo devedor após a amortização do mês,
basta deduzir o valor amortizado no mês (no exemplo, $ 2.171,70) do saldo
devedor anterior ($ 12.000).
Exemplo:
Saldo dev. antes da amort. ($) – Amort. do mês ($) = Saldo dev. ($)
$ 12.000 – 2.171,70 = $ 9.828,30
Empréstimo pelo método francês (Price)
• Nos demais meses é só continuar na seqüência que foi mencionada acima para
obter todos os valores necessários à elaboração da planilha de empréstimo pelo
método francês (ou Price).
• Os mesmos valores encontrados nas quatro fases mencionadas podem ser obtidos
pela calculadora HP-12C, que possui esse método de empréstimo pré-programado
em suas funções. Para tanto, a rotina de cálculo a seguir é aquela constante na
figura 5.9.
Rotina de cálculo pela HP-12C do método francês 
(Price)
Digitação Descrição
F REG F FIN Zeramento dos registros financeiros anteriores;
12000 CHS PV Informando o valor presente da dívida (com sinal negativo);
5 i Inserindo a taxa de juros contratada;
5 N Informando o prazo da negociação;
PMT Solicitando o valor das prestações pela função respectiva ;
“2.771,70” Resultado (em $) equivalente ao valor de todas as prestações ;
1 F AMORT Solicitando o valor dos juros do mês pela função pré-programada;
“600,00” Resultado (em $) equivalente ao valor dos juros do 1.º mês;x><y Solicitando o valor da amortização do mês pela função pré-programada;
“2.171,70” Resultado (em $) equivalente ao valor da amortização do 1.º mês;
RCL PV Solicitando o valor do saldo devedor atual pela função pré-programada;
“-9.828,30” Resultado (em $) equivalente ao saldo devedor do 1.º mês;
1 F AMORT Solicitando o valor dos juros do mês pela função pré-programada;
“491,42” Resultado (em $) equivalente ao valor dos juros do 2.º mês;
• E assim, sucessivamente...
Empréstimo pelo método francês (Price)
• O Excel não possui uma função específica para esse método de empréstimo.
• Assim, o gestor financeiro pode elaborar uma planilha seguindo as fases listadas.
Empréstimos pelo método alemão (hamburguês) ou
SAC
• Esse método de empréstimo conhecido por método alemão ou hamburguês
também é chamado de “SAC”, uma sigla para Sistema de Amortização Constante.
• Usado principalmente em financiamentos de longo prazo, suas características
principais são:
A) Amortizações periódicas (geralmente mensais) e sucessivas
com valores fixos (constantes) durante todo o prazo contratado.
São calculadas pela divisão do capital emprestado pelo número de
períodos (geralmente meses) contratados para essa finalidade;
B) Taxa de juros incidente sobre o saldo devedor ao final do
período (geralmente mês) anterior;
C) Prestações periódicas (geralmente mensais) e sucessivas com
valores decrescentes a cada período. As prestações são calculadas
pela soma da amortização com o valor dos juros de cada mês (ou
outro período considerado);
D) Saldos devedores com valores decrescentes ao término de
cada período (geralmente mês) em relação ao período
precedente.
Empréstimos pelo método alemão (hamburguês) 
ou SAC
• Para elaborar uma planilha de empréstimo por esse método é necessário conhecer 
as fases de cálculo apresentadas na seqüência, assumindo um contrato de 
concessão de crédito com as condições estipuladas na figura 5.11.
Saldo devedor = $ 12.000 
Prazo contratado = 5 meses 
Taxa de juros = 5% ao mês
Figura 5.11 — Base de dados para empréstimo pelo método alemão/SAC
Empréstimos pelo método alemão (hamburguês) 
ou SAC
• Fase 1 — Calcular o valor (em $) da amortização: a obtenção do valor de todas as
amortizações mensais exige que o valor (em $) do saldo devedor inicial seja
dividido pelo prazo contratado (neste caso, em meses).
• Exemplo:
Saldo devedor (em $) / Prazo = Amortização (em $ 
$ 12.000 / 5 meses = $ 2.400 
Empréstimos pelo método alemão (hamburguês) 
ou SAC
• Fase 2 — Determinar o valor (em $) dos juros do mês: para calcular o valor (em $) 
dos juros de cada mês (neste caso, o 1.º mês), basta aplicar a taxa de juros 
contratada de 5% ao mês sobre o saldo devedor ($ 12.000). 
• Exemplo:
Saldo devedor (em $) * Taxa de juros (%) = Valor dos juros (em $)
$ 12.000 * 5% ao mês = $ 600
Empréstimos pelo método alemão (hamburguês) 
ou SAC
• Fase 3 — Cálculo do valor (em $) da prestação mensal: o valor (em $) da prestação 
do mês (que será diferente a cada período, nesse método) é obtido pela soma do 
valor (em $) da amortização com os juros (em $) do mês. 
• Exemplo:
Amortização (em $) + Juros do mês (em $) = Prestação do mês (em $)
$ 2.400 + $ 600 = $ 3.000
Empréstimos pelo método alemão 
(hamburguês) ou SAC
• Fase 4 — Obtenção do novo saldo devedor (após a amortização do mês): para 
determinar o valor (em $) do novo saldo devedor após a amortização (em $) do mês, 
basta deduzir o valor amortizado (no exemplo acima, $ 2.400) do saldo devedor 
anterior à amortização do período ($ 12.000). 
• Exemplo:
Saldo dev. antes da amort. ($) – Amort.do mês ($) = Novo saldo dev. ($)
$ 12.000 – $ 2.400 = $ 9.600
Empréstimos pelo método alemão (hamburguês) 
ou SAC
• Nos demais meses é só continuar com os mesmos procedimentos de cálculo a
cada período na seqüência evidenciada acima.
Empréstimos pelo método alemão
(hamburguês) ou SAC
• O Excel não possui uma função específica para esse método de empréstimo.
Empréstimos com carência e capitalização dos 
juros
• Entre as modalidades de empréstimos encontram-se as “com carência” ou “sem
carência”.
• O termo “carência”, em finanças, significa um período no qual o tomador do
empréstimo não desembolsa qualquer quantia para pagamento do principal da
dívida.
Empréstimos com carência e capitalização dos 
juros
• Convém salientar que, conforme a negociação com a instituição financeira que
concede o crédito, o contrato de empréstimo ou financiamento pode prever a
capitalização dos juros (quando estes não são pagos mensalmente, mesmo
durante o período de carência) ou o pagamento dos juros durante o prazo de
carência (neste caso, sem a capitalização dos juros).
Empréstimos com carência e capitalização dos 
juros
• Entretanto, após o período de carência o procedimento de cálculo é o mesmo,
independentemente se for empregado o método francês/Price ou o método
alemão/SAC.
Empréstimos com carência e capitalização dos 
juros
• Por exemplo: supondo os dados constantes da figura 5.13, para um empréstimo
pelo método alemão/SAC, com juros capitalizados durante o período de carência.
Saldo devedor = $ 12.000 
Prazo total contratado = 8 meses (amort. + carência)
Prazo de carência = 3 meses
Taxa de juros = 5% ao mês
Figura 5.13 — Empréstimo pelo método alemão/SAC, com carência e juros 
capitalizados
Empréstimos com carência e capitalização dos 
juros
• Para montar a planilha desse empréstimo é necessário calcular inicialmente os
valores referentes ao período da carência, conforme exemplificado nas etapas a
seguir.
• Etapa “A” — Cálculo do valor dos juros do 1.º mês de carência: no primeiro
período o valor (em $) dos juros é calculado pela multiplicação do saldo devedor
inicial pela taxa de juros contratada.
Exemplo:
Saldo dev. (em $) * Taxa de juros (%) = Valor dos juros (em $)
$ 12.000 * 5% = $ 600
Empréstimos com carência e capitalização dos juros
• Etapa “B” — Determinação do saldo devedor após o 1.º mês de carência: como os
juros do mês (calculados na fase anterior) não serão pagos, mas sim capitalizados,
ao final do 1.º mês o valor (em $) dos juros serão incorporados ao saldo devedor
inicial. Esse novo valor será o saldo devedor a considerar para o 2.º período (ou
seja, com os juros capitalizados do 1.º mês pelo não pagamento).
• Exemplo:
Saldo dev. inicial (em $) + Juros do mês (em $) = Saldo dev. final (em $)
$ 12.000 + $ 600 = $ 12.600 
Empréstimos com carência e capitalização dos juros
• Etapa “C” — Cálculo do valor dos juros do 2.º mês de carência: no 2.º mês o valor
(em $) dos juros é calculado pela multiplicação da taxa de juros contratada pelo
saldo devedor ao final do 1.º mês (com os juros daquele período incorporados ao
capital inicial).
• Exemplo:
Saldo dev. (em $) * Taxa de juros (%) = Valor dos juros (em $)
$ 12.600 * 5% = $ 630
Empréstimos com carência e capitalização dos juros
• Etapa “D” — Determinação do saldo devedor após o 2.º mês de carência: a
exemplo do exposto na etapa “B”, os juros do 2.º mês de carência também devem
ser agregados ao saldo devedor do começo deste período. Assim, soma-se o saldo
devedor inicial do 2.º período com os juros calculados para este mesmo mês (fase
“C”).
• Exemplo:
Saldo dev.inicial (em $) + Juros/mês (em $) = Saldo dev.final (em $)
$ 12.600+ $ 630 = $ 13.230 
Empréstimos com carência e capitalização dos juros
• Etapa “E” — Cálculo do valor dos juros do 3.º mês de carência: no terceiro mês o
valor (em $) dos juros é calculado multiplicando-se a taxa de juros contratada pelo
saldo devedor ao final do 2.º mês.
• Exemplo:
Saldo dev. (em $) * Taxa de juros (%) = Valor dos juros (em $)
$ 13.230 * 5% = $ 661,50
Empréstimos com carência e capitalização dos juros
• Etapa “F” — Determinação do saldo devedor após o 3.º mês de carência: a
exemplo do exposto na fase “D”, os juros do 3.º período de carência também
devem ser agregados ao saldo devedor inicial desse mês. Assim, soma-se o saldo
devedor inicial do 3.º período com os juros calculados para o 3.º período (fase
“D”).
Exemplo:
Saldo devedor inicial (em $) + Juros do mês (em $) = Saldo devedor final (em $)
$ 13.230 + $ 661,50 = $ 13.891,50
Empréstimos com carência e capitalização dos juros
• A partir do término do prazo de carência, os procedimentos passam a ser os
mesmos evidenciados anteriormente, tanto para o método alemão/SAC ou
francês/Price.
• No entanto, deve-se partir do saldo acumulado ao final do período de carência (no
exemplo citado, $ 13.891,50).
Empréstimos com carência e capitalização dos 
juros
A planilha reproduzida na figura 5.14 mostra o cálculo completo do empréstimo
utilizado para exemplificar a situação de dívida contratada com juros capitalizados
durante o prazo de carência (usando o método alemão/SAC).
PRAZO AMORTIZ. JUROS PRESTAÇÃO SALDO DEV. 
O 12.000,00 
1 - 600,00 - 12.600,00 
2 - 630,00 - 13.230,00 
3 - 661,50 - 13.891,50 
4 2.778,30 694,58 3.472,88 11.113,20 
5 2.778,30 555,66 3.333,96 8.334,90 
6 2.778,30 416,75 3.195,05 5.556,60 
7 2.778,30 277,83 3.056,13 2.778,30 
8 2.778,30 138,92 2.917,22 -
Figura 5.14 – Planilha de empréstimos com
carência e capitalização de juros (método alemão/SAC)
Empréstimos com carência e sem capitalização de 
juros
• Ao contrário do método anterior, quando se contrata um empréstimo ou
financiamento com juros pagos mensalmente no período de carência, não ocorre a
capitalização do valor desses juros.
• Ou seja, por serem pagos todo mês, os juros mensais não são incorporados ao
saldo devedor inicial.
• Nessa modalidade de contratação, durante o período de carência apenas deve ser
calculado o valor dos juros a serem pagos a cada mês e este valor equivalerá à
prestação desse período.
Empréstimos com carência e sem capitalização de 
juros
• A título de ilustração, considere como exemplo os dados mencionados na figura
5.15, relativos a um empréstimo contraído pelo método alemão/SAC com carência
e pagamento dos juros durante esse período (sem capitalização dos juros
mensais).
Saldo devedor = $ 12.000 
Prazo total contratado = 8 meses (amortização + carência)
Carência = 3 meses
Taxa de juros = 5% ao mês
Figura 5.15 — Empréstimo pelo método alemão/SAC com carência e sem juros 
capitalizados
Empréstimos com carência e sem capitalização de 
juros
• Para montar a planilha desse empréstimo, é necessário calcular inicialmente os
valores referentes ao período da carência.
• Como os juros incidirão apenas sobre o saldo devedor inicial por todo o período de
carência, basta proceder conforme apresentado na fase “A” do método explicado
na seção anterior.
• Ou seja, multiplicar o saldo devedor (em $) pela taxa de juros contratada.
• Exemplo:
Saldo dev. (em $) * Taxa de juros (%) = Valor dos juros (em $)
$ 12.000 * 5% = $ 600
Empréstimos com carência e sem capitalização de 
juros
• Esse método prevê que à medida que os juros mensais são calculados eles são
pagos no período, evitando a capitalização.
• Portanto, ao final do prazo de carência o saldo devedor continuará igual àquele do
início do contrato de empréstimo (no exemplo, $ 12.000).
• Encerrada a carência, procedem-se aos cálculos seguintes, conforme o método
empregado (Price/francês ou alemão/SAC), como detalhado anteriormente.
• Na figura 5.16 está representada a planilha completa relacionada ao exemplo
desta seção, usando o método alemão/SAC.
Empréstimos com carência e sem 
capitalização de juros
PRAZO AMORTIZ. JUROS PRESTAÇÃO SALDO DEV. 
O 12.000,00 
1 - 600,00 600,00 12.000,00 
2 - 600,00 600,00 12.000,00 
3 - 600,00 600,00 12.000,00 
4 2.400,00 600,00 3.000,00 9.600,00 
5 2.400,00 480,00 2.880,00 7.200,00 
6 2.400,00 360,00 2.760,00 4.800,00 
7 2.400,00 240,00 2.640,00 2.400,00 
8 2.400,00 120,00 2.520,00 -
Empréstimo pelo método americano
• Os empréstimos pelo método americano de amortização caracterizam-se pelo
pagamento de juros com valores fixos (constantes) ao longo do prazo contratado e
pela amortização integral do capital emprestado no último período.
Assim, as principais características desse método são:
A) As prestações têm valores equivalentes aos juros do período
desde o primeiro mês (ou outro período contratado) até o
penúltimo. No último mês o valor da prestação é calculado pela
soma dos juros deste período com o valor da amortização de todo
o capital tomado emprestado.
B) A amortização ocorre numa só vez, no período final do prazo do
contrato.
C) O valor do saldo devedor mantém-se o mesmo do primeiro até
o último mês, quando então é integralmente liquidado.
D) Os juros incidem sobre o saldo devedor do período anterior e
geralmente não ocorre a capitalização destes, pois costumam ser
pagos periodicamente.
Empréstimo pelo método americano
• Para elaborar uma planilha de empréstimo com base nesse método, é necessário
observar as seguintes fases:
a) Cálculo dos juros mensais aplicando a taxa contratada sobre o saldo devedor do
período anterior (em geral, o mesmo durante todo o prazo contratado);
b) Determinar as prestações do primeiro ao penúltimo período, que equivalem ao
valor dos juros dos mesmos ;
c) Considerar amortização integral do saldo devedor no último mês do prazo;
d) Calcular o valor da prestação do último mês somando a amortização total do
saldo devedor com os juros relativos ao último mês.
Empréstimo pelo método americano
• Para compreender as fases do método americano, visualize a planilha reproduzida
na figura 5.17, que apresenta o caso de um empréstimo de $ 12.000, com juros de
5% ao mês e prazo de cinco meses para pagamento.
Empréstimo pelo método americano
Prazo Amortização Juros Prestação Saldo Dev. 
- - - - 12.000,00 
1 - 600,00 600,00 12.000,00 
2 - 600,00 600,00 12.000,00 
3 - 600,00 600,00 12.000,00 
4 - 600,00 600,00 12.000,00 
5 12.000,00 600,00 12.600,00 -
Outras formas de empréstimos ou financiamentos
Além das modalidades de empréstimos e financiamentos mencionadas nas seções
anteriores, o mercado financeiro possui diversas outras possibilidades ou linhas de
crédito específicas para determinados bens ou segmentos.
Por isso, é interessante que o administrador financeiro se informe junto aos bancos
com os quais a empresa negocia a respeito de outras formas de financiar suas
atividades.
Captação de Recursos com Recebíveis
• Dívida a liquidar, mas não há recursos para saldá-los, mesmo tendo duplicatas a
receber de clientes.
• Nessa situação, recorre-se às operações de “desconto de recebíveis”, que
consistem na “troca” de um título que represente crédito perante um cliente (ou
terceiros) em data futura por uma quantia em “dinheiro vivo” na data de hoje.
Captação de Recursos com Recebíveis
• Por exemplo: considere que estamos em 1.º de julho de “x1” e no dia 5 de julho a
gerência da indústria “Armazenense” deverá pagar os saláriosdo mês anterior, que
totalizam $ 20.000.
• Analisando os controles internos da organização, o administrador constatou a
existência de uma duplicata a receber da loja “Criciúma” no valor de $ 50.000 com
vencimento para o dia 31 de julho (conforme representado na figura 5.18)
Fluxo de caixa da indústria “Armazenense”
Recebimento do cliente
$ 50.000
1/julho 5/julho 31/julho
Pagamento de salários
$ 20.000
Captação de Recursos com Recebíveis
• Não dispondo de outros recursos para saldar a folha de pagamentos, o gerente
pode solicitar a uma instituição bancária que troque a duplicata de $ 50.000 por
dinheiro em 1.º de julho.
• Ao creditar o valor na conta corrente da indústria “Armazenense”, o banco
“desconta” o valor de $ 3.000 (por exemplo) a título de juros (também chamado de
taxa de desconto).
• Nessa operação o banco fica com o direito de receber a duplicata a ser paga pela
loja “Criciúma”, enquanto a indústria “Armazenense” passa a contar com $ 47.000
para usar no pagamento dos salários (ou outras finalidades).
• Essa modalidade de captação de recursos é apresentada com detalhes nas
próximas seções.
Desconto de duplicatas em bancos
• A duplicata é um título que tem sua origem numa fatura emitida para registrar
uma transação de compra e venda mercantil ou de uma prestação de serviços. É
um título de crédito previsto no Código Comercial brasileiro desde 1850 e as
operações de “desconto de duplicatas” são uma tradicional forma de captação de
recursos para o capital de giro das empresas.
• Ao vender a prazo para um determinado cliente, o vendedor pode emitir um título
(no caso, uma duplicata) que represente o valor da dívida a ser honrada pelo
comprador. Assim, uma duplicata de venda mercantil envolve as partes
mencionadas na figura 5.19.
Partes envolvidas numa duplicata
• Sacado: é o comprador ou cliente da empresa vendedora, contra quem é emitida a
duplicata. Ou seja, é a parte que deve efetuar o pagamento do título no
vencimento estipulado.
• Cedente: é a empresa que vendeu os produtos ou serviços e concedeu um prazo
para pagamento ao cliente. Ou seja, é a parte que irá cobrar o título no
vencimento especificado no mesmo.
Desconto de duplicatas em bancos
• Na operação de desconto de duplicatas estes títulos têm dupla função:
configuram-se como garantia e como forma de pagamento do empréstimo.
• Assim, quando o sacado paga a duplicata, automaticamente esse valor amortiza o
empréstimo contraído.
• Em caso de não-pagamento da duplicata pelo sacado, o cedente será o
responsável pela sua liquidação.
• Nesse contexto, o banco debitará o valor correspondente ao título não quitado na
conta da empresa vendedora que contratou a operação de “desconto”
(prerrogativa conhecida como direito de regresso).
Desconto de duplicatas em bancos
• As principais modalidades de operacionalização dessa forma de captação junto aos
bancos são as seguintes:
Desconto escritural
Desconto eletrônico
Cobrança caucionada
Desconto de duplicatas em bancos
• O sistema de transmissão de dados entre o banco e a empresa é disponibilizada
pelas instituições financeiras.
• Ou seja, o software e o hardware a serem usados para enviar os títulos a
descontar.
Desconto de duplicatas em bancos
• Em relação à forma de cobrança dos juros no desconto de duplicatas, esta ocorre
no ato da concessão do empréstimo.
• É importante entender corretamente a taxa de desconto de duplicatas e a taxa real
de juros do empréstimo.
• Enquanto a taxa de desconto é aplicada, no presente, sobre um montante futuro
de duplicatas para se determinar o valor do empréstimo a ser entregue à empresa,
a taxa real de juros dessa operação envolve os demais encargos ou tarifas
bancárias relacionados.
• Ou seja, a taxa real considera a diferença entre o valor de face das duplicatas (em
$) e a quantia líquida (em $) que restou à empresa após a dedução de todos os
fatores (como tarifa de cobrança por título, tributação incidente etc.) debitados
pelo banco.
Desconto de duplicatas em bancos
• Exemplo: uma empresa possui uma duplicata de $ 50.000 com vencimento para 30
dias.
• O banco São Martinho propõe taxa de desconto de 4,00% ao mês e informa que o
IOF aplicável é de 0,0041% ao dia.
• Ao analisar essa proposta, o gerente financeiro da empresa identificou o fluxo de
caixa representado na figura 5.20.
Fluxo de caixa da operação de desconto
(a) $ 48.000 (vlr. Creditado pelo banco após o desconto)
(b) $ -61,50 (valor debitado de IOF)
(a-b) $ 47.938,50 (vlr. Líquido disponível em conta corrente)
0 30 = N (em dias)
$ 50.000 
(valor do título no vencimento)
Desconto de duplicatas em bancos
• Os valores constantes do fluxo de caixa da operação são determinados da seguinte
forma:
a) Valor creditado pelo banco na data do desconto: [$ 50.000 – ( $ 50.000 * 4,00%)]
= $ 48.000;
b) Imposto sobre Operações Financeiras (IOF) debitado pelo banco na data do
desconto: [$ 50.000 * 0,0041% (ao dia) * 30 dias] = $ 61,50;
c) Valor do título a ser pago pelo sacado no vencimento estipulado: $ 50.000.
Desconto de duplicatas em bancos
• Saliente-se que os 4,00% aplicados para determinar o valor do empréstimo (valor
presente) é uma taxa aplicada sobre o valor futuro de $ 50.000.
• Portanto, não deve ser confundida com a taxa real de juros embutida na operação,
que deve abranger os juros e demais encargos que reduzem o valor emprestado
pelo banco.
• Por exemplo: na operação em estudo a taxa de desconto de 4,00% ao mês
representa uma taxa real (incluindo juros e IOF) de 4,3003% ao mês, determinada
pela rotina evidenciada na figura 5.21
Rotina de cálculo da taxa real de juros da 
operação de desconto
F REG F FIN
50.000 CHS FV
48.000 ENTER
61,50 -
“47.938,50” PV
1 N 
i  “4,3003%” 
Resultado (em %) equivalente à taxa real de juros da operação de desconto 
Desconto de duplicatas em bancos
• Ao gestor financeiro cabe avaliar as taxas cobradas pelos bancos e optar pela
melhor forma de captação.
• Também, cabe verificar a adequação do software de transmissão de dados
fornecido pelo banco.
Desconto de cheques pré-datados em bancos
• Cheques pré-datados são a forma mais comum de negociação em muitos
segmentos.
• Há facilidade de negociar com bancos (ou factoring) para “descontá-los”.
• A partir de 1997 o CMN permitiu operações de créditos baseadas em cheques (ou
garantidas).
• Em virtude disso, uma empresa pode contatar uma instituição bancária para:
Desconto de cheques pré-datados em bancos
• Custodiar cheques: o banco se encarrega de guardar os cheques que a empresa
recebe dos clientes e depositá-los na conta corrente quando do vencimento neles
estipulado. Essa operação é interessante para empresas que costumam receber
um volume muito grande de cheques e, para guardar esses documentos,
precisariam ter gastos com a manutenção de uma estrutura específica (sala,
funcionários, segurança, software de controle etc.).
• Custodiar com caução: a empresa entrega os cheques recebidos da clientela ao
banco para que este os arquive e os deposite na data especificada. Em troca, o
banco antecipa valores que podem ser caucionados (garantidos) por esses
cheques.
• Descontar cheques: os cheques pré-datados que a empresa recebe são repassados
ao banco e utilizados para desconto bancário (a exemplo das duplicatas, conforme
mencionado na seção precedente).
Desconto de cheques pré-datados em bancos
• Ao optar pelo desconto de cheques num determinado banco, o gestor financeiro deve
saber que os encargos relativos a essa operação costumam abranger os fatores
elencados na figura 5.22.
1) Taxa de desconto, geralmente divulgada em percentual (%)
2) Tarifa de custódia de cheques (TC)
3) Taxa de administração de cobrança ou de crédito(TAC)
4) Imposto sobre operações financeiras (IOF)
Figura 5.22 — Encargos do desconto bancário de cheques
• No que tange à forma de cálculo do custo financeiro associado a essa operação, o
procedimento é idêntico ao aplicado às duplicatas, como evidenciado na seção anterior,
porém considerando os encargos cobrados pelo banco para este tipo de operação,
conforme citado na figura 5.22.
Factoring (ou fomento mercantil)
• Na definição da Anfac, factoring (ou fomento mercantil) é a “prestação de serviços,
em base contínua, os mais variados e abrangentes, conjugada com a aquisição de
créditos de empresas resultantes de suas vendas mercantis ou de prestação de
serviços, realizadas a prazo”.
• As empresas que atuam nesse segmento devem ser sociedades mercantis, com
registro arquivado nas Juntas Comerciais.
• Portanto, não são empresas financeiras, sendo fiscalizadas pelo Banco Central
apenas quando houver denúncia de que estejam executando alguma atividade
privativa de instituições financeiras.
Factoring (ou fomento mercantil)
• Como opera uma factoring?
• O ciclo operacional inicia com a prestação de serviços e se completa com a compra
dos direitos de créditos gerados pelas vendas mercantis que são efetuadas pelas
empresas-clientes (somente pessoas jurídicas podem ser clientes de uma
factoring).
Factoring (ou fomento mercantil)
• A figura 5.23 apresenta uma lista (parcial) de serviços que podem ser prestados por 
esse tipo de empresa.
Orientação na compra de matérias-primas
Organização da contabilidade
Gestão de estoques
Implementação de controles internos
Controle do fluxo de caixa
Administração das contas a receber
Negociação com fornecedores e credores diversos
Prospecção de novos clientes
Gestão de custos
Figura 5.23 — Serviços prestados por empresas de fomento mercantil
Factoring (ou fomento mercantil)
• Ao prestar algum desses serviços a empresa de factoring se habilita a fornecer
recursos para o giro dos negócios de seus clientes pela compra à vista dos créditos
resultantes das vendas a prazo efetuadas por lojas, indústrias etc.
• Por exemplo: após contratar serviços a serem prestados por uma factoring, uma
indústria (empresa-cliente) aliena (vende) os direitos creditórios relativos às
duplicatas que emitiu contra terceiros (seus fregueses, também chamados de
“sacados”) à empresa de fomento mercantil.
• Com isso, a empresa de factoring passa a ter o direito de receber as duplicatas
devidas pelos sacados, mas deverá arcar com os riscos associados ao não-
pagamento dos títulos envolvidos nessa negociação.
Factoring (ou fomento mercantil)
• No jargão deste segmento chama-se “fator de compra” para o preço que deve ser
pago para “comprar” os créditos das empresas-clientes.
• É importante salientar, porém, que uma empresa de fomento mercantil não faz
empréstimos e, por isso, não pode cobrar juros.
• Além disso, é bom ressaltar que o “custo” de captação de recursos nas operações
de factoring costuma ser superior ao das operações de desconto de recebíveis com
bancos.
• Isso é conseqüência do maior risco que as empresas de fomento mercantil têm em
relação aos bancos (que possuem o direito de debitar dos correntistas o valor do
título negociado, mas não quitado pelo sacado, ao contrário das factorings).
LEASING (ARRENDAMENTO MERCANTIL)
• Leasing é uma palavra de origem inglesa que significa aluguel, sendo derivada do
verbo “to lease”.
• Sua concepção deriva do raciocínio de que não é a propriedade de um bem, mas
sim a utilização deste, que gera renda.
• Assim, mesmo sem ser dono, quem alugar de terceiros uma máquina industrial
(por exemplo) pode empregá-la como fonte de rendimentos.
LEASING (ARRENDAMENTO MERCANTIL)
• O leasing (também conhecido no Brasil por “arrendamento mercantil”) é um
acordo contratual em que uma empresa concede a outra empresa (ou pessoa
física), por período específico, o direito de usar e obter receita com bens de sua
propriedade. O contrato deve especificar, além de outros itens de menor
relevância, os seguintes pontos:
A) Arrendadora: parte que aplica recursos na compra dos bens que
serão objetos do contrato de arrendamento.
B) Arrendatária: parte que escolhe o bem junto ao fornecedor, que
será pago pela arrendadora. Ao pagar as prestações (que
envolvem amortização do valor do bem, encargos, impostos e a
remuneração da arrendadora) pelo prazo contratado, a parte
arrendatária pode usar livremente o bem escolhido em suas
atividades.
C) Fornecedor: parte que entrega o bem à arrendatária (para que
esta o utilize) e o fatura à arrendadora (para que esta pague pelo
mesmo).
D) Bem abrangido: diz respeito às características do bem (ou
bens) que serão objeto do contrato de arrendamento mercantil.
Pode abranger, então, bens (novos ou usados, nacionais ou
importados) capazes de proporcionar renda ao serem usados pelo
arrendatário, como veículos, máquinas, imóveis etc.
LEASING (ARRENDAMENTO MERCANTIL)
• Uma operação de arrendamento mercantil caracteriza-se também pela
possibilidade de que, ao final do prazo contratual, a empresa arrendatária opte por
comprar o bem arrendado, mediante pagamento de uma quantia (em $) que foi
determinada na negociação inicial.
• Denominado de “valor residual garantido” (VRG), geralmente esse valor situa-se
entre 1% e 95% do custo de compra do bem ou opta-se pelo valor de mercado.
• Nos dois casos, esse valor não estará incluso na base de cálculo para
estabelecimento do valor das prestações.
LEASING (ARRENDAMENTO MERCANTIL)
• Convém ressaltar que o leasing distingue-se do simples aluguel de um bem porque:
• A) o valor do bem arrendado será amortizado gradativamente durante o pagamento
das prestações;
• B) no final do contrato a arrendatária tem a opção de adquirir definitivamente o
bem arrendado (conforme descrito em parágrafo anterior);
C) é permitida a aceleração da depreciação em 30%, sendo esta
transferida à arrendatária.
Por outro lado, o leasing diferencia-se do financiamento porque o
arrendatário (o cliente da empresa de arrendamento mercantil)
não recebe recursos para comprar um bem, mas recebe o bem
escolhido. Portanto, esse bem continua sendo de propriedade da
arrendadora por todo o prazo contratado.
A principal vantagem do leasing, para pessoas jurídicas, é a
possibilidade de considerar o valor das prestações como “despesa
operacional”, permitindo a redução da base de cálculo do Imposto
de Renda, conforme a legislação tributária.
CONSÓRCIO
• Consórcio é uma modalidade de acesso ao mercado de consumo que se baseia na
união de pessoas físicas e/ou jurídicas, em grupo fechado, com objetivo de acumular
poupança destinada à aquisição de bens e serviços turísticos. A gestão destes grupos
de consórcios é de responsabilidade de empresas chamadas “Administradoras de
Consórcios”. Essas empresas devem ser registradas no Bacen, que é a autoridade
competente para os assuntos relativos ao Sistema de Consórcios, atuando como órgão
normatizador e fiscalizador do exercício dessa atividade.
• Ao optar por essa forma de aquisição de bens, é interessante compreender os
detalhes do contrato de adesão, em especial os itens relativos a: bem indicado no
contrato; prazo de duração do grupo (tempo que o consorciado dispõe para
pagamento do bem ou serviço contratado); percentual de contribuições mensais;
despesas que serão cobradas; seguros que serão exigidos; garantias a fornecer
quando ocorrer a contemplação; forma de contemplação; prazo para a utilização do
crédito contemplado; possibilidade de optar por bem diverso do indicado do plano
antes da contemplação; forma de antecipação de pagamento de prestações etc.
• Um grupo de consórcio poderá ser formado por bens ou serviços de preços
distintos, desde que pertençam às classes de consórcio permitidas, sem que exista
um prazo de duraçãomáximo ou mínimo estipulado legalmente.
• A figura 5.24 evidencia as principais classes de consórcio.
•Classe I: veículo automotor (automóveis, camionetas, utilitários,
buggies, motocicletas, motonetas, ciclomotores, triciclos, ônibus,
microônibus, caminhões, tratores etc.), aeronave, embarcação,
máquinas e equipamentos agrícolas e equipamentos rodoviários,
nacionais ou importados.
•Classe II: produtos eletroeletrônicos e demais bens móveis
duráveis ou conjunto de bens móveis, nacionais ou importados,
excetuados os referidos na Classe I.
Classe III: bens imóveis que poderão ser residenciais,
comerciais, rurais, construídos ou na planta e terrenos.
Classe IV: serviços turísticos que poderão ser bilhetes de
passagem aérea nacional, pacotes turísticos, incluindo
transporte aéreo, terrestre, marítimo, hospedagem etc.
Figura 5.24 — Classes de consórcio
• Nos moldes de uma prestação mensal, com vencimento estipulado pela
Administradora, o consorciado deverá pagar um valor que pode representar o
somatório dos seguintes fatores:
• A) Fundo comum: é o valor que o consorciado paga para formar um fundo destinado
à compra do bem. Tendo por base o preço do bem (ou serviço) vigente no dia da
assembléia mensal, o valor da contribuição para o Fundo Comum resulta da divisão
do percentual (100%) do preço do objeto contratado pelo número de meses de
duração do grupo. Exemplo: supondo um grupo de 50 meses e valor do bem de $
10.000, o cálculo respectivo seria [100% / 50 meses = 2% * $ 10.000 = $ 200].
• B) Taxa de administração: essa taxa não equivale aos juros cobrados nos
financiamentos. Corresponde à remuneração da administradora pelos serviços
prestados na formação, organização e administração do grupo até o seu
encerramento, devendo ser indicada no contrato. Exemplo: supondo taxa de
administração de 5% e o valor do bem e prazo iguais ao item anterior, o cálculo
respectivo seria [5% / 50 meses = 0,1% * $ 10.000 = $ 10,00].
C) Fundo de reserva: representa um fundo de proteção para
garantia do funcionamento do grupo, que deve estar previsto no
contrato. Entretanto, ao final do grupo, os recursos
remanescentes deste fundo serão devolvidos aos consorciados
em quantias proporcionais. A forma de cálculo é idêntica àquela
da taxa de administração, observado o percentual estipulado
especificamente para o Fundo de Reserva.
D) Seguro: dependendo do que esteja previsto no contrato, o
consorciado estará sujeito ao pagamento de prêmios de seguro,
como o seguro relativo à “quebra de garantia” (para cobertura
da falta de pagamento de consorciados contemplados) e o
seguro de “vida em grupo” (para cobrir o pagamento das
prestações restantes do consorciado que venha a falecer antes
do encerramento do grupo).
• Estando em dia com as prestações, o consorciado pode ser contemplado na
assembléia mensal. Ou seja, nessas reuniões periódicas é atribuído um crédito para
aquisição do bem ou serviço, que pode ocorrer conforme consta da figura 5.25.
 Sorteio: esta forma de contemplação faculta que todos os participantes do grupo,
que estejam em dia com o pagamento de suas contribuições, concorram em
igualdade de condições. No entanto, conforme cada grupo, o contrato pode
abranger alguns pré-requisitos para habilitar o consorciado à participação no
sorteio.
Lance: após a realização do sorteio, será admitida a
contemplação mediante o oferecimento de lance pelos
interessados em dispor do bem de imediato. O contrato também
deve especificar os critérios para a forma de oferta e desempate
de lances. No caso de consórcio de imóvel, o trabalhador poderá
utilizar o saldo da sua conta vinculada ao FGTS para dar o lance.
Mas deverão ser observadas as regras constantes do manual da
Caixa Econômica Federal e do contrato de consórcio.
Figura 5.25 — Formas de contemplação no consórcio
• Se contemplado por “sorteio” ou por “lance”, o consorciado pode utilizar o crédito para
comprar o bem ou serviço definido contratualmente (ou outro pertencente à mesma
classe, se permitido).
• Contudo, o contemplado deverá apresentar garantias ao grupo para poder usar o crédito,
conforme o contrato estabelecer. Caberá ao contemplado definir o momento da compra,
bem como indicar o vendedor do bem ou serviço objeto do consórcio.
• Além disso, ao consorciado contemplado é permitido converter o seu crédito em dinheiro
em prazo legalmente estipulado (devendo, entretanto, quitar o débito totalmente).
• Em relação à conveniência ou não de optar por fazer um consórcio para adquirir bens, o
gestor financeiro deve compará-lo com uma aplicação financeira de mesmo valor, a
exemplo do caso mencionado no capítulo 2.
Outras Modalidades de Financiamento ou Captação
de Recursos
• Além das formas de captação de recursos descritas nas seções anteriores, o mercado
financeiro apresenta diversas outras possibilidades de financiamento das atividades
operacionais cotidianas de uma companhia. Entre outras, podem ser elencadas as
seguintes:
Crédito direto ao consumidor (CDC) 
Hot money
Adiantamento sobre contratos de câmbio (ACC)
Adiantamento sobre cambiais entregues (ACE) 
Finame
Compror
Vendor
Convém salientar que constantemente são lançados novos
produtos ou serviços financeiros, além de serem efetuadas
alterações nas características das modalidades enfocadas em
virtude de mudanças na legislação ou para adequação à
conjuntura econômica, por exemplo. Por isso, sugere-se ao
administrador financeiro que busque informações adicionais
sobre as linhas de crédito disponibilizadas por bancos e
instituições afins.
Textos Complementares
• 5.10.1 – Valor do lance no consórcio
• 5.10.2 – Empréstimo por empresa de factoring é ilegal
• 5.10.3 – Sites com informações sobre linhas de crédito
Referências
WERNKE. R. Gestão financeira: ênfase em aplicações e casos nacionais. Rio de Janeiro:
Saraiva, 2008. (cap. 5).

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