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Normas Fundamentais do Processo Civil

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NORMAS FUNDAMENTAIS DO PROCESSO CIVIL 
As normas decorrem diretamente das garantias explícitas ou implícitas na própria CF. Deve ser feita uma: 
a- leitura das normas procedimentais segundo os princípios maiores que as dominam e explicam; 
b- ressaltar que, ao Estado Democrático de Direito, não basta apenas assegurar a liberdade, mas garantir um ordenamento jurídico baseado à luz dos princípios constitucionais e direitos fundamentais. 
Art. 1º. FONTE IMEDIATA DO DIREITO PROCESSUAL CIVIL 
CONSTITUCIONALIZAÇÃO DO DIREITO PROCESSUAL
Não é mais apenas o Código, mas a CF, onde estão enunciados os direitos fundamentais e os princípios sobre os quais se ergue o processo de atuação da jurisdição civil. 
→ Processo Civil: instrumento de atuação da jurisdição na composição de todos os conflitos jurídicos, salvo os penais e os disciplinados por legislação especial. 
Apoia-se num tripé: jurisdição, ação, processo. 
jurisdição: é a função (poder-dever) desenvolvido pelo Estado-juiz para dar solução aos conflitos jurídicos por meio do Poder Judiciário. 
ação: o direito subjetivo reconhecido a todos de acesso à justiça estatal para obter tutela de direitos subjetivos. 
processo: método a se observar para que a função jurisdicional seja desempenhada, na composição dos conflitos levados a exame do Poder Judiciário. 
Se diz que o processo é de conhecimento quando se quer obter a definição da situação jurídica controvertida. Ou processo de execução ao promover a realização forçada da obrigação a que a parte tem direito. 
Art. 2º. PRINCÍPIOS INQUISITIVO E DISPOSITIVO: COEXISTÊNCIA 
“o processo começa por iniciativa da parte e se desenvolve por impulso oficial, salvo exceções previstas em lei” - art. 2º NCPC
Engloba dois princípios: 
Inquisitivo: que dá liberdade de iniciativa ao juiz, tanto na instauração da relação processual como no seu desenvolvimento. Pelos meios a seu alcance, o julgador procura descobrir a verdade, independente de iniciativa ou colaboração das partes. 
Dispositivo: atribui às partes toda a iniciativa, seja na instauração, como no impulso. As provas só podem ser produzidas pelas próprias partes, relegando o juiz a expectador. 
Porém, atualmente, as legislações processuais são mistas, podendo englobar duas normas em apenas um dispositivo.
→ Poderes inquisitoriais do juiz são relevantes para a realização da efetividade da tutela jurisdicional, se a qual não ocorre o acesso à justiça, e da duração razoável do processo (ambos Art. 5°, CF). 
► Princípio da demanda (faculdade de agir) ou inércia 
A jurisdição é inerte, só age quando provocada pelo interessado. 
Busca-se dimensionar a garantir de acesso à justiça, dando liberdade ao indivíduo de recorrer ou não a tutela jurisdicional. 
Assim, o Estado não pode se omitir à prestação da tutela aos direitos subjetivos em crise, quando esta seja requerida/postulada em forma e condições legítimas.
ART. 3º. ACESSO À JUSTIÇA
“não se excluirá da apreciação jurisdicional ameaça ou lesão a direito” - Art. 3º baseado no Art. 5º CF (inafastabilidade da justiça). 
Implementado através das garantias fundamentais do processo ou processo justo. 
Conceito: Todo o conjunto de princípios e direitos básicos de que deve desfrutar aquele que se dirige ao Poder Judiciário e dele obter resposta acerca de qualquer pretensão. 
Se dá, individualmente, ao prever o direito conferido às pessoas naturais de buscar tutela jurisdicional do Estado. 
Base no Princípio da Dignidade Humana: direito de exigir do Estado o respeito aos seus direitos fundamentais.
ART. 4º. DURAÇÃO RAZOÁVEL DO PROCESSO E CELERIDADE
Duração razoável do processo aplica-se ao tempo de obtenção da solução integral de mérito, compreendendo o prazo para pronunciamento da sentença e ultimação da atividade satisfativa. 
É subjetivo, dependendo do caso concreto, influindo sua natureza, a complexidade da causa, o comportamento dos sujeitos, a necessidade de respeitar prazos e a efetivação do contraditório e ampla defesa. 
É reprimida a conduta desleal e temerária da parte que embaraça o normal encaminhamento do processo em direção à solução do conflito ← MÁ FÉ 
STJ: o magistrado deve zelar pela rápida solução do conflito e buscar suprir entraves que contribuem para a morosidade processual e inviabilizam a prestação jurisdicional em prazo razoável. 
Não é o direito à celeridade processual a qualquer custo, mas o direito a um equilíbrio, utilizando apenas o espaço de tempo necessário para assegurar os meios legais de defensa.
ART. 5º BOA FÉ
“Aquele que de qualquer forma participa do processo deve comportar-se de acordo com a boa-fé”. 
Boa-fé objetiva: exigir do agente que pratique o ato jurídico pautado em valores acatados pelos costumes, identificados com a ideia de lealdade e lisura.
Tem base na tutela da dignidade humana, estruturando-se em largos e explícitos princípios éticos, como o da moralidade nos serviços públicos (art. 37) e o da construção de uma sociedade justa e solidária (art. 3º).
Da CF irradia para alcançar todos os relacionamentos jurídicos privados e públicos. 
Todos os sujeitos do processo devem agir de acordo com a boa-fé, sendo cláusula geral no direito processual. 
→ Subjetiva: é o fato em si, não norma. O agente acredita estar agindo de boa-fé.
→ Objetiva: art. 5º NCPC = norma + princípio. Não fato.
► Aplicação da boa-fé objetiva
Vedação do venire contra factum proprium (vedação do comportamento impróprio, incoerente ao processo e aos valores que se espera serem aplicados neste.
Supressio (supressão/preclusão de poderes processuais em razão do não exercício / renúncia a direitos) = gera dever de indenizar em caso de dano a outra parte. 
Surrectio (aquisição do direito após a perda da outra parte, gerando nova situação jurídica) = decorre da supressio ↑
Tu quoque (quebra de confiança): exceção do contrato não cumprido. Não exige-se do outro, caso não tenha cumprido a própria obrigação. 
ART. 6º. PRINCÍPIO DA COOPERAÇÃO 
Dever de todos os sujeitos do processo de “cooperar entre si para que se obtenha, em tempo razoável, decisão de mérito justa e efetiva” (art. 6º).
 
Função: permitir que todos os sujeitos da relação processual possam influir positivamente na formação do provimento jurisdicional. 
Humberto Theodoro Jr.: Desdobramento do contraditório. 
“se o contraditório exige participação e, especificamente, uma soma de esforços para melhor solução da disputa judicial, o processo realiza-se mediante uma atividade de sujeitos em cooperação”. 
Potencializa o diálogo entre os sujeitos processuais a fim de alcançar a decisão mais adequada e justa ao caso concreto. 
Compreende o esforço necessário dos sujeitos processuais para evitar imperfeições processuais e comportamentos indesejáveis que possam dilatar injustificadamente a marcha do processo e comprometer a justiça e efetividade da tutela jurisdicional. 
► Princípio do processo justo e efetivo 
Exige que que o processo assegure o pleno acesso à Justiça e a realização das garantias fundamentais traduzidas nos princípios da legalidade, liberdade e igualdade. 
Solução rápida para a disputa apresentada ao Estado-juiz, sem deixar de observar e respeitar direitos e garantias fundamentais das partes. 
ART. 7º, 9º, 10º. PRINCÍPIO DO CONTRADITÓRIO EFETIVO 
Nenhuma decisão judicial poderá ser tomada sem que as partes tenham tido oportunidade de se manifestar sobre a questão. O julgador consulta às partes para formar seu convencimento e finalmente solucionar o litígio. 
Dessa forma, os litigantes participam ativa e democraticamente da formação do provimento que lhe será dado ou negado. 
ART. 7º. Assegurada a isonomia entre as partes.
ART. 9º Efetivo contraditório: a parte deve ser ouvida antes de ser proferida decisão contra ela, a favor é permitido. 
Exceção: tutela provisória de urgência, hipóteses de tutela de evidência.
Não se trata de afastar o contraditório, apenas protraí-lo devidos às necessidades e conveniênciasdo caso. Assim, decide-se a questão imediatamente, sem prévia audiência do interessado. Justificada tal urgência, o contraditório fica para outro momento. Intimado o réu após deferida liminar de urgência, instala-se o contraditório havendo possibilidade de o ato ser revogado ou modificado pelo juiz ou tribunal. 
ART. 10. O fundamento do juiz a respeito da questão debatida deve ser submetido a manifestação das partes antes da decisão. 
Juliano Gil: é DIFERENTE do Princípio do Contraditório, sendo Princípio da Proibição da Decisão Surpresa. 
ART. 8º PRINCÍPIO DA LEGALIDADE 
O procedimento deve ser aquele definido em lei para cumprir o devido processo legal. 
A satisfação do mérito, com que se põe fim ao litígio será pronunciada com base em lei material. 
“juiz atenderá aos fins sociais e às exigências do bem comum” - art. 8º
MARIA HELENA DINIZ: “não há norma jurídica que não deva sua origem a um fim, um propósito, um motivo prático. O propósito consiste em produzir na realidade social determinados efeitos que são desejados por serem valiosos, justos, convenientes, adequados à subsistência de uma sociedade. A busca desse fim social será a meta de todo o aplicador do Direito.” 
os fins sociais a prevalecer são os atuais e não os contemporâneos à edição da lei. 
Art 5º e 8º: São aplicados os princípios da administração pública: legalidade, eficiência, moralidade, publicidade, isonomia.

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