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MAX WEBER

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A SOCIOLOGIA DE MAX WEBER: aspectos importantes ao direito
Texto 3 – 
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Biografia de Weber
Viveu, segundo Sell (2013), em uma época de forte emergência capitalista no mundo, mas, sua Alemanha estava atrasada nesse processo por força da pressão da burguesia agrária. A unificação do território por Otto von Bismark foi importante para quebrar esse atraso, mas implicou um aumento da burocracia estatal e acomodou a burguesia. Por essa situação, questões como a industrialização, a situação dos trabalhadores do Campo e da Cidade, o papel do Estado e da burocracia serão fortes na análise de Weber.
Maximillion Weber nasceu em abril de 1864, na Alemanha, filho de um industrial textil, o primeiro, de sete filhos, e irmão de Alfred Weber (estudos na sociologia da cultura). Formou-se em Direito, Economia e História, e estudou temas como a origem do capitalismo e da burocracia, a racionalização e a sociologia da religião. Suas pesquisas envolviam análises histórico-comparativas, Entre suas obras principais estão “A ética protestante e o espírito do capitalismo” (1904), “Economia e sociedade” (1910-1921) (disponível em pensador.uol.com.br › autores › max weber). A partir de 1886, trabalhou na Universidade de Berlim como livre-docente, e era assessor do governo. Participou da 1º Guerra como gestor dos Hospitais de Heidelberg. Foi da Comissão que elaborou a Constituição de Weimar (1919). Morre em 1920, vítima de pneumonia. (disponível em http://educacao.uol.com.br/biografias/max-weber.jhtm)
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Teoria sociológica compreensiva
Crítica ao positivismo (método das ciências duras, causalidade fechada, leis universais), com base na divisão das ciências da natureza e do espírito (fruto da criação humana) discutidas pelos neokantianos (apesar de Weber não aceitar a separação absoluta entre essas ciências), e ao marxismo por sua redução economicista na explicação do social.
Do fato social (coletivo/objetivo), ao ator social (indivíduo/sujeito).
Da Explicação (descrição causal das relações no mundo natural; leis universais; busca fatos) para a compreensão (mergulho empático no espirito dos agentes históricos, em busca dos motivos, significados, finalidades das obras do espírito; métodos ideográfico, identificador das singularidades, e comparativo dessas singularidades; busca os valores dos fatos).
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Teoria sociológica compreensiva
Leis em ciência social são probabilidades, não determinações. Logo, é impossível criar um sistema de leis para a Sociedade.
Mas, as ideias de causalidade (histórica) e de fins são importantes instrumentos de análise social, pois revelam porque uma das probabilidades se tornou objetiva ou é possibilidade objetiva.
O individualismo metodológico: o indivíduo e seu ato como unidade básica, pois as instituições são sistemas de interação desses indivíduos e que são compostas pelos comportamentos nessa interação.
Conceitos fundamentais à sociologia: 
Objeto material: a Ação social: comportamento carregado de sentido de um sujeito em relação a outros sujeitos.
Objeto formal (o que vê no objeto material): o sentido da ação concreta (motivo, causa histórica).
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Teoria sociológica compreensiva
Tipos de ação social:
Ação racional referente aos fins: motivo referente a expectativas de ser e de comportar-se de objetos do mundo exterior e de outras pessoas enquanto meios eficientes para alcançar fins próprios.
Ação racional referente a valores: o motivo da ação é a crença no valor, e está a ele conforme mais que conforme a um meio que garanta a eficiência de um resultado.
Ação social afetiva: movida por motivos emocionais, passionais.
Ação Social tradicional: determinada pelo costume e tradição.
A relação social: sentido da ação que é compartilhado por vários sujeitos.
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Teoria sociológica compreensiva
Os tipos ideais: 
da questão: qual a função lógica dos conceitos nas ciências sociais? Como eles auxiliam na interpretação da realidade social? Seriam eles uma reprodução do real?
A explicação da realidade capta os sentidos condicionados pela cultura do qual o cientista social participa; logo ele é ativo na pesquisa social.
Definição “Obtém-se um tipo ideal mediante a acentuação unilateral de um ou vários pontos de vista, e mediante o encadeamento de grande quantidade de fenômenos isolados dados, difusos e discretos, que se podem dar em maior ou menor número ou até faltar por completo, e que se ordenam segundo os pontos de vista unilateralmente acentuados, a fim de se formar um quadro homogêneo de pensamento” (Weber, 1991, apud, Sell, 2013, p. 114)
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Modernização e Racionalização
Racionalização e desencantamento do mundo: perda de sentido (religião e ciência) e de liberdade.
Qual a relação de causalidade entre o protestantismo e o capitalismo? E como seu deu a relação economia e religião, comparativamente, nas sociedades orientais (a especificidade do racionalismo ocidental)?
A ética luterana favoreceu o desenvolvimento do capitalismo, pois esse implica também uma ética de vida (disciplina, autocontrole, ascese ao trabalho, vocação no mundo)
Mas a racionalização se deu em vários campos da vida humana, não só na economia (política, sociedade, etc.)
Weber tinha uma imagem pessimista dessa modernidade
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A análise da política
A política é uma atividade geral do ser humano, não se limitando ao Estado. Tem a ver com a organização de atividades coletivas para a realização de um fim comum.
Definição: É a atividade que reivindica, à autoridade instalada, o domínio sobre os demais seres humanos de um território, com o uso da força física, se necessário, para garantir oportunidades e ordem pública e para a defesa contra ataques externos.
Domínio: manifestação concreta do poderio, ou seja, capacidade de fazer sua vontade triunfar sobre outras, sem resistência.
Características:
Desenvolver-se dentro de um território (separação interno-externo ao poder político);
Gerar uniformidade de comportamento, conforme a ordem.
Seu meio de ação é a violência;
As relações são de mando/obediência;
É exercida por um pequeno número de pessoas sobre a maioria;
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A análise do poder político
Na esfera internacional:
O poderio de um agrupamento político pode gerar soberba e criar imperialismo sobre outras nações (foros de prestigio), (irracional).
Este impulso surge da disputa e da rivalidade entre unidades políticas em glorificar-se diante das demais (em prestígio, do qual o econômico é, apenas, uma de suas versões).
Nação, neste sentido, não é uma comunidade étnica e/ou linguística, mas a expressão de uma potência que tem por base o amor (pathos) ao prestígio; uma emoção – o prestígio do poderio e da cultura. Partidos: são organizações de poderio;
A visão de Weber de que, na sociologia política, enquanto ciência, o cientista não deve emitir juízos de valor sobre uma opinião política, mas apenas compreendê-las e explicitar os juízos de valor que as eivaram, e a ideia de que a raça pode ser usada como instrumento de poderio, fez com que Weber fosse visto como um autor que apoiava o regime nazista, apesar de defender que a ideia de raça era equívoca cientificamente.
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A análise do poder político
Como o poderio não se contenta com a obediência, busca legitimidade:
Os três tipos de legitimidade:
O domínio legal: 
De caráter racional; fundamenta-se na crença da validade dos regulamentos (formal e de competência); justiça é a devida aplicação das regras; o direito é norma técnica e abstrata; a administração atua dentro da lei e é organizada; as funções públicas e suas atividades são rigorosamente descritas; elas são exercidas por especialistas contratados (burocratas), que recebem salários; o superior político (eleito) age nos limites da lei; os cidadãos são os obedientes às mesmas leis e que têm direitos.
O domínio tradicional:
De caráter da crença; a autoridade advém de um costume (não há eleição ou contrato); tem por base a santidade das tradições; estas balizam o poder; a autoridade é pessoal, mas com regras de sucessão;
as pessoas que assistem ao chefe são recrutados por ele, por sua confiança, e recebem benefícios pessoais (patrimonialismo); não há direitos, só graças;
O domínio carismático: 
Tipo excepcional de poder passional (não racional); deturpa os usos ordinários do poder; Poder pessoal, sem regras de sucessão; Arbitrário (sem limites); tende a se tornar tradicional ou legal.
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A análise do Estado
Definição: estrutura ou agrupamento que reivindica o monopólio no uso da força física legítima;
Momento histórico: racionalização moderna;
Função: garantir a segurança individual e a ordem pública
Características:
Estado de Direito
Direito Racional (não justiça privada e emocional)
Especialização do poder e sua divisão clara.
Administração racional, em cargos e regulamentação das atividades;
Dispõe de uma força física permanente e organizada 
Organizado na forma de Burocracia 
serviços e competências definidos; proteção dos funcionários no exercício das funções; hierarquia das funções; recrutamento por concurso; remuneração regular dos servidores e políticos; controle hierárquico regulamentado; separação entre a função e a pessoa; formalismo; deriva-se da economia financeira, da racionalização política, das sociedades de massas, da democratização (mas a especialização, pode gerar a tecnocracia);
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Referências
FREUND, Julien. Sociologia de Max Weber. Tradução Luiz Claudio de Castro e Costa. 4º ed. Rio de Janeiro: Forense Universitária, 1987.
SELL, Carlos Eduardo. Sociologia Clássica. 4. ed. Vozes, São Paulo: 2013.

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