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DIREITO INTERNACIONAL AULA 6 2015 Responsabilidade Internacional dos estados

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Responsabilidade Internacional dos Estados
Direito Internacional - Aula 06
2017
NOTA INTRODUTÓRIA
No DIP, as normas jurídicas internacionais são dotadas de generalidade e abstração, emanam de uma autoridade conjunta composta por atores internacionais juridicamente coordenados e em pé de igualdade, e ainda detém variados meios de resposta ao descumprimento de seu comando.
Essa resposta é representada fundamentalmente pelo instituto da responsabilidade internacional dos Estados
CONCEITO DE RESPONSABILIDADE INTERNACIONAL DOS ESTADOS
Trata-se de um conceito mais coletivo do que individual, e ocorrerá quando um agente ou funcionário do Estado erra e comete violação ao direito de outrem; ou quando um Tribunal interno deixa de aplicar um tratado vigente, negando eventual direito a um estrangeiro protegido por esse tratado, é o Estado para o qual o agente trabalha que, em princípio, responde pelo dano na órbita internacional.
A responsabilidade individual é subsidiária das jurisdições estatais e tem relevância um pouco menor no plano externo, embora a condenação de indivíduos se encontre em voga em tribunais penais internacionais. 
CONCEITO DE RESPONSABILIDADE INTERNACIONAL DOS ESTADOS
Diante da descentralização da sociedade internacional, pode-se afirmar que o instituto da responsabilidade internacional tenha uma existência considerada precária,
A responsabilidade internacional dos estados se constitui num princípio fundamental do DIP, sendo corolário lógico do principio da igualdade soberana de todos os Estados no âmbito internacional. 
A finalidade da Responsabilidade Internacional dos Estados é reparar e satisfazer, respectivamente, os danos materiais e éticos sofridos por um Estado em decorrência de erros praticados por outro Estado. 
CONCEITO DE RESPONSABILIDADE INTERNACIONAL DOS ESTADOS
A prática de um ato ilícito internacional, assim entendido como todo ato violador de uma norma de DIP, por parte de um Estado, em relação aos direitos de outro, gera a responsabilização do (Estado) causador do dano, em relação ao Estado contra o qual o ato ilícito foi cometido. Portanto, “todo fato internacionalmente ilícito de um Estado gera a sua responsabilidade internacional”, sendo necessário que nas relações entre Estados haja um critério mínimo de justiça que mantenha estável o bom entendimento entre as potencias estrangeiras, impondo ao Estado violador dessa estabilidade, um ônus jurídico. 
FINALIDADE DA RESPONSABILIDADE INTERNACIONAL DOS ESTADOS
a) Visa coagir psicologicamente os Estados para que não deixem de cumprir com seus compromissos internacionais (finalidade preventiva)
b) Visa atribuir ao Estado que sofreu um prejuízo causado por uma violação de normas do DIP praticada por outro Estado, uma justa e devida reparação (finalidade repressiva)
Os Estados têm limites de atuação e não podem agir de forma leviana, prejudicando terceiros, ou trazendo desequilíbrio para as relacoes pacíficas entre os Estados. 
FINALIDADE DA RESPONSABILIDADE INTERNACIONAL DOS ESTADOS
O conceito de responsabilidade internacional dos Estados alcança também as Organizações Internacionais intergovernamentais, que podem reclamar direitos e também serem demandadas por eventual violação de normas internacionais que acarretem prejuízos a terceiros.
CARACTERÍSTICAS DA RESPONSABILIDADE INTERNACIONAL DOS ESTADOS
Ideia de justiça: É o princípio fundamental da Responsabilidade Internacional dos Estados, segundo o qual os Estados estão vinculados ao cumprimento daquilo que assumiram no cenário internacional, devendo observar seus compromissos de boa-fé e sem qualquer prejuízo aos outros sujeitos do direito das gentes. Ou seja, o Estado é internacionalmente responsável por toda ação ou omissão que lhe seja imputável de acordo com as regras do DIP, e das quais resulte violacao de direito alheio, ou violação abstrata de uma norma jurídica internacional, por ele anteriormente aceita.
CARACTERÍSTICAS DA RESPONSABILIDADE INTERNACIONAL DOS ESTADOS
O instituto da responsabilidade internacional do Estado visa sempre a reparação a um prejuizo causado a determinado Estado em virtude de ato ilicito praticado por outro.
A reparação (civil) é a restitutio naturalis ou restitutio in integrum, que tem por finalidade restituir as coisas ao estado de fato anteriormente constituído, na medida do possível, buscando promover o status quo ante como forma de satisfação.
Se o restabelecimento não for possível, o prejuízo deve ser reparado por meio de indenização ou compensação 
CARACTERÍSTICAS DA RESPONSABILIDADE INTERNACIONAL DOS ESTADOS
Proteção diplomática: A responsabilidade internacional do Estado se opera de Estado para Estado, mesmo que o ato ilícito seja praticado por um indivíduo ou ainda que a vítima seja um particular seu. A proteção diplomática é a atividade voltada para a proteção de direitos de um Estado em decorrência da violação desses direitos por outro Estado
A vítima de uma violação não demanda diretamente o Estado violador, apenas apresenta uma reclamação ao Estado de sua nacionalidade, para que este a proteja internacionalmente.
Quando o Estado de sua nacionalidade oferece proteção, endossa a reclamação da vítima e toma como sua a queixa alegada. Esse endosso irá outorgar a proteção diplomática 
CARACTERÍSTICAS DA RESPONSABILIDADE INTERNACIONAL DOS ESTADOS
CONDIÇOES PARA CONCESSAO DO ENDOSSO
Ser a vítima pessoa (física ou jurídica) nacional do Estado reclamante ou pessoa sob sua proteção.
Ter a vítima esgotado os recursos internos (administrativos ou judiciais)
Ter a vítima agido corretamente e sem culpa, ou seja, não ter contribuído com seu proprio comportamento para a criação do dano 
ELEMENTOS CONSTITUTIVO DA RESPONSABILIDADE DO ESTADO
EXISTENCIA DE UM ATO ILÍCITO INTERNACIONAL: Ou seja, a violação ou lesão de uma norma de Direito Internacional Público, tanto de forma comissiva, quanto de forma omissiva
IMPUTABILIDADE OU NEXO CAUSAL: É o nexo que liga o ato danoso violador do direito Internacional (ou a omissão estatal), ao responsável causador do dano (autor direto ou indireto do fato). Trata-se do vínculo jurídico que se forma entre o Estado (ou organização internacional) que transgrediu a norma internacional, e o Estado que sofreu a lesão decorrente de tal violação.
ELEMENTOS CONSTITUTIVO DA RESPONSABILIDADE DO ESTADO
O PREJUIZO OU DANO: Tal prejuízo pode ser material ou imaterial (moral), causado ao Estado (ou organização internacional), e pode ter decorrido de um ato ilícito cometido por um Estado(ou organização internacional) ou por particular em nome do Estado.
Somente o sujeito de direito das gentes (Direito Universal - internacional) vitimado por algum dano pode reclamar do outro faltoso, a sua reparação, principalmente no que concerne ao cumprimento de eventual tratado celebrado entre ambos 
NATUREZA JURÍDICA DA RESPONSABILIDADE INTERNACIONAL
DOUTRINA SUBJETIVISTA: Ou teoria da culpa, implica que a responsabilidade internacional deve derivar de um ato culposo (stricto sensu) de um Estado, ou doloso, em termos da vontade de praticar o ato ou evento danoso. Ou seja, não basta que haja prática de ato internacional objetivamente ilícito; é necessário que o Estado que o praticou tenha agido com culpa (negligencia, imprudência ou imperícia), ou dolo intencional.
NATUREZA JURÍDICA DA RESPONSABILIDADE INTERNACIONAL
DOUTRINA OBJETIVISTA: Ou teoria do risco, segundo a qual haverá responsabilidade do Estado no simples fato de haver violação de uma norma internacional que deveria respeitar, não se preocupando em saber a motivação ou os fatos que o levaram a atuar delituosamente.
A teoria objetivista, a responsabilidade do Estado surge em decorrência do nexo de causalidade existente entre o ato ilícito praticado pelo Estado e o prejuízo sofrido por outrem, sem quaisquer preocupações com o elemento psicológico para auferir a responsabilidade do Estado causador do dano. O que está em jogo é o risco. 
 
EXCLUDENTES DA RESPONSABILIDADE
CONSENTIMENTO DO ESTADO: É o consentimento
válido dado por um Estado para a realização de determinado ato por outro Estado. Tal circunstancia exclui a ilicitude do fato.
LEGÍTIMA DEFESA: de acordo com o art. 21 da Carta das Nações Unidas. Mas a legitima defesa so será admitida quando houver um dano decorrente de ataque armado contra membro da ONU.
CONTRAMEDIDAS: Ou represálias são “atos ilícitos”, mas que se justificam como única medida ou forma de revidar outro ato ilícito perpetrado por Estado agressor. 
EXCLUDENTES DA RESPONSABILIDADE
FORÇA MAIOR: Não será considerado ilicitude de um ato estatal que cause a responsabilização do Estado quando o ato ilícito praticado tenha sido conseqüência de um evento externo irresistível ou imprevisto.
PERIGO EXTREMO: Será excluída a ilicitude quando o autor do ato em questão não dispõe de nenhum outro modo razoável, em uma situação de perigo extremo, de salvar a vida do autor ou salvar vidas de outras pessoas confiadas a seus cuidados 
ESTADO DE NECESSIDADE: trata-se da reação, não a um ato injusto, mas a um ato provocado por uma agressão egoísta dirigido contra Estados innocentes.

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