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UNIVERSIDADE ESTADUAL PAULISTA “JÚLIO DE MESQUITA FILHO” CAMPUS DE GUARATINGUETÁ Propriedades Mecânicas dos Materiais Assunto: Cementação Sólida Professor: Thomaz Manabu Luiz Henrique Torres da Costa nº101031 2012 Introdução As peças submetidas a grandes solicitações já são cementadas há várias dezenas de anos em banhos de sais. A cementação, que consiste num enriquecimento superficial de carbono, é ainda hoje o tratamento termoquímico mais utilizado para se obter peças de aço com superfícies que suportem elevadas pressões e que sejam resistentes ao desgaste, mantendo ao mesmo tempo o núcleo dúctil. Objetivo A experiência realizada objetiva obter diversas amostras provenientes de um processo de cementação a fim de se aferir o efeito de tal processo no endurecimento superficial de uma peça cementada. Fundamentação Teórica Na cementação sólida os componentes são colocados no interior de uma caixa metálica com tampa, na presença de misturas carbonetantes sólidas. As misturas carburantes ou preparados para cementação são compostos por: carvão vegetal e carbonatos como substâncias ativadoras (carbonato de bário, carbonato de cálcio, carbonato de potássio e carbonato de sódio). Temperaturas do processo entre 850 e 950ºC Mecanismo: Em temperaturas elevadas o C combina-se com o oxigênio presente na caixa formando CO2: C + O2 → CO2 O CO2 reage o carbono conforme a reação de Bourdoard: CO2 + C → 2 CO O CO gerado decompõe-se em carbono atômico que difunde-se no metal: 2 CO → 2 C + O2 A formação de CO é favorecida pela presença dos carbonatos. As considerações favoráveis ao emprego da cementação em caixa envolvem: possibilidade de ser realizada em uma grande variedade de fornos; é mais adequado para peças que são resfriadas lentamente a partir da temperatura de cementação e o processo oferece uma série de técnicas de isolamento de componentes submetidos à cementação seletiva. Por outro lado a cementação sólida é menos limpa e menos precisa que os outros processos de cementação. Adicionalmente, é um processo mais lento que os processos de cementação líquida e gasosa; não é adequada para a realização de têmpera diretamente da temperatura de cementação; não é adequada para componentes com camadas finas e/ou com tolerâncias estreitas e exige um maior trabalho manual para montagem e desmontagem do aparato. Operação: Os compostos para cementação sólida comuns são reutilizáveis e contêm de 10 a 20% de carbonatos de metais alcalinos e carvão vegetal moído ou coque. O carbonato de bário é o catalisador principal e responde por 70% do teor dos carbonatos. As temperaturas de operação estão entre 815ºC e 955ºC. Os componentes devem posicionados no interior da caixa, de maneira equidistante. A distância recomendada entre as peças e entre elas e as paredes da caixa deve ser de, no mínimo, 25 mm e deverá ser preenchida pelo composto de cementação. Procedimento Experimental Para a realização deste foi utilizado uma amostra de aço 1014 de baixo teor de carbono (embutida em baquelite) aquecida a uma temperatura de 950°C dentro de uma caixa com granulado de carbono, que foi retirada do forno e deixada esfriar dentro da caixa. O processo foi realizado para 5 amostras, cada uma mantida durante um tempo diferente (1 hora, 2 horas, 3 horas, 4 horas e 5 horas), após isso foi realizado o embutimento em cada amostra. Após isso foi realizado o ensaio metalográfico de amostra. Cada amostra foi lixada com as seguintes lixas: 220 320 400 600, sendo que quando mudou-se de lixa girou a peça de 90° para eliminar o risco da lixa anterior, depois realizou-se o polimento na politriz, com pasta para polimento, polindo ate não haver mais nenhum risco na amostra , após o polimento fez-se o ataque com nital a 2%, (mistura de acido nítrico + água) ataque rápido 5 a 10 seg, acabando o brilho interrompe-se e coloca na água para lavar secar. Em seguida as amostras foram levadas para outra sala para realizar as medidas da camada cementada. Resultados e discussões Tabela de dados das profundidas para as diversas temperaturas: Amostra P1[µm] P2[µm] P3[µm] Pmed [µm] 1 403,2 249,7 324,4 325,7667 2 482,8 950,9 497,3 643,6667 3 628,5 722,2 643,5 664,7333 4 792 829,5 741,8 787,7667 5 647,4 717,2 731,7 698,7667 Tabela 1 – Profundidades de Carbono Figuras das imagens obtidas a partir da micrografia: Figuras 1- 1 hora Figura 2 - 2 horas Figura 3 - 3 horas Figura 4- 4 horas Figura 5- 5 horas Gráfico 1 – Profundidade x Tempo Conclusão Analisando o gráfico da profundidade em função do tempo podemos perceber claramente que os últimos dados fogem dos valores esperados pela teoria, onde deveríamos encontrar profundidades para a carbonetação de 5 horas maiores que as de 4 horas. Esse erro, pode ter diversas causas, tais como erro no processo de medição até o erro no processo de carbonetção. De uma forma mais geral podemos ver que o experimento demonstrou aquilo que queríamos comprovar, que a medida que mantemos a amostra em uma atmosfera rica em carbono a mesma irá absorver carbono pela superfície tornando-se mais resistente nessa camada provocando assim um aumento da resistência superficial, mantendo as características do núcleo da peça. Bibliografia [1] Ciência de Engenharia de Materiais: uma Introdução, 5o.edição, autor Willian D.Callister Jr. [2] http://www.durferrit.com.br/produtos_cementacao.asp
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