Baixe o app para aproveitar ainda mais
Prévia do material em texto
UNIVERSIDADE ESTADUAL PAULISTA “JÚLIO MESQUITA FILHO” CAMPUS GUARÁTINGUETÁ Propriedade Mecânica dos Materiais Assunto: Ensaio de flexão e cisalhamento Professor: Tomaz Manabu Hashimoto Luiz Henrique Torres da Costa 101031 Guaratinguetá 2012 Introdução O ensaio de cisalhamento direto foi desenvolvido basicamente para a determinação da resistência ao corte de um corpo de prova de solo, de forma prismática e seção quadrada ou circular e de pequena espessura. O ensaio de flexão é realizado em materiais frágeis e em materiais resistentes, como o ferro fundido, alguns aços, estruturas de concreto e outros materiais que em seu uso são submetidos a situações onde o principal esforço é o de flexão Objetivo Avaliar o comportamento dos diferentes tipos de materiais e secções transversais aos ensaios de cisalhamento e flexão. Fundamentação Teórica Cisalhamento No caso do cisalhamento, a força é aplicada ao corpo na direção perpendicular ao seu eixo longitudinal. Esta força cortante, aplicada no plano da seção transversal (plano de tensão), provoca o cisalhamento. Como resposta ao esforço cortante, o material desenvolve em cada um dos pontos de sua seção transversal uma reação chamada resistência ao cisalhamento. A forma do produto final afeta sua resistência ao cisalhamento. Em função disso, o ensaio de cisalhamento é mais frequentemente feito em produtos acabados, tais como pinos, rebites, parafusos, cordões de solda, barras e chapas. Para ensaios de pinos, rebites e parafusos, utiliza-se um dispositivo como o representado na figura ao lado. Flexão O ensaio de flexão consiste na aplicação de uma carga P no centro de um corpo-de-prova específico, apoiado em dois pontos. A carga aplicada parte de um valor inicial igual a zero e aumenta lentamente até a ruptura do corpo-de-prova. O valor da carga aplicada versus o deslocamento do ponto central é a resposta do ensaio. Se no ensaio for utilizada uma barra biapoiada com aplicação de carga no centro da distancia entre os apoios, ou seja, se existirem três pontos de carga, o ensaio é chamado de ensaio de flexão em três pontos, conforme mostra a Figura 1. Figura 1 - Ensaio de flexão em três pontos. Trata-se de um ensaio bastante aplicado em materiais frágeis ou de elevada dureza, como no caso do ferro fundido, aços-ferramenta, aços rápidos e cerâmicos estruturais, pois esses materiais, devido à baixa ductilidade, não permitem ou dificultam a utilização de outros tipos de ensaios mecânicos, como, por exemplo, a tração. Para materiais dúcteis, em geral não se utiliza o ensaio de flexão, mas uma variante desse tipo de ensaio, conhecido como ensaio de dobramento. A Figura 2 apresenta um esboço simplificado do ensaio de flexão, a Figura 3 mostra o resultado do ensaio e a Figura 4 mostra a curva resposta, que varia com a geometria da seção transversal do corpo-de-prova. Figura 2 - Esquema do ensaio de flexão. Figura 3 - Resultado do ensaio de flexão. Figura 4 - Resposta do ensaio de flexão variando com a seção. Procedimento Experimental Cisalhamento O dispositivo é fixado na máquina de ensaio e os rebites, parafusos ou pinos são inseridos entre as duas partes móveis. A máquina utilizada tem capacidade de 40 ton, o comando dela é elétrico e a região onde vai o cdp é hidráulico. O visor dela possui 3 escalas. Ao se aplicar uma tensão de tração ou compressão no dispositivo, transmite- se uma força cortante à seção transversal do produto ensaiado. No decorrer do ensaio, esta força será elevada até que ocorra a ruptura do corpo. No ensaio em questão: a escala utilizada foi de 8000kgf (quilograma-força) e a velocidade do ensaio foi ajustada para 1,4 kgf/mm2/segundo; informações dos corpos de prova utilizados: Flexão Com o cdp devidamente posicionado na maquina de ensaio, inicia-se o experimento. A força é aplicada no cdp que está em contato com o manômetro responsável por medir a deflexão (relógio comparador). Este manômetro é extremamente sensível (precisão de centésimo de milímetro), portanto é essencial que o ensaio não seja feito a uma velocidade muito alta para não comprometer os resultados. A partir de então se anotam os dados para cada viga ensaiada, visando obter o valor do módulo de elasticidade de cada material. Resultado e discussões Cisalhamento A partir do ensaio foi possível se obter os seguintes dados para o cisalhamento: Diâmetros (mm) Alumínio Aço 6,33 6,37 6,27 6,35 6,32 6,32 Em posse dos diâmetros médios de cada CDP e da carga de ruptura pode-se calcular a tensão máxima de cisalhamento de cada material. Carga ( kgf ) Área ( m² ) Alumínio 1380 0,003117 Aço 2400 0,003163 Assim as tensões são: Alumínio Aço Tensão (Pa) 221366,6 758773,3 Flexão Para o aço: Carga (kgf) Flexão 1 (mm) Flexão 2 (mm) 0 0 0 50 0,05 0,05 100 0,11 0,11 150 0,17 018 200 0,24 0,25 250 0,31 0,31 300 0,38 0,38 350 0,44 0,45 400 0,51 0,51 Para o alumínio: Carga (kgf) Flexão 1 (mm) Flexão 2 (mm) 0 0 0 50 0,15 0,14 100 0,33 0,30 150 0,46 0,45 200 0,64 0,65 250 0,82 0,81 300 0,99 0,99 350 1,17 1,17 400 1,37 1,36 A partir desses valores foi possível se plotar os gráficos referentes a cada material, utilizando a média dos valores das deformações. Para o alumínio: Encontrando o valor da equação da curva de tendência dos pontos obtido temos: Sabendo-se que o valor do coeficiente angular da reta (β) corresponde a: Sabendo o valor do momento de inercia e do comprimento da barra ensaiada é possível se obter o valor do módulo de elasticidade do Alumínio: Dessa forma: Já para o aço: Procedendo da mesma forma para o aço temos: Sabendo-se que o valor do coeficiente angular da reta (β) corresponde a: Com o valor do momento de inercia e do comprimento da barra ensaiada é possível se obter o valor do módulo de elasticidade do Aço: Dessa forma: Conclusão Do ensaio de cisalhamento pode-se concluir que o valor de tensão da amostra de aço foi maior que a tensão da amostra de alumínio, indicando uma maior resistência à ruptura do primeiro. Isso se deve ao fato da composição química do aço permitir que este aguente a aplicação de cargas maiores do que a que a amostra de alumínio foi submetida. Outra evidencia da maior resistência do aço pode ser observada na fratura de ambas as amostras. Enquanto a fratura da amostra de alumínio demonstrou pouca deformação, a fratura da amostra de aço apresentou boa deformação, indicando que esta suportou mais carga que a amostra de alumínio. Do ensaio de flexão realizado e dos cálculos mensurados em seguida, foi possível comparar os valores obtidos para o aço e para o alumínio. Os valores de módulo de ruptura e de módulo de tenacidade obtidos foram muito próximos um do outro, enquanto que o valor do módulo de elasticidade foi consideravelmente diferente. Isso se deve ao fato de neste ensaio a carga máxima ter sido de 400 kgf, ao invés de se chegar à ruptura dos cdps.Os valores dos módulos de tenacidade e ruptura foram muito influenciados pela limitação deste experimento e se basearam mais na carga máxima aplicada e nas dimensões dos cdps.. Bibliografia CALLISTER, Jr., W.D. Materials Science and Engineering. 7 º ed. New York: John Wiley & Sons, Inc, 2007.Onde 1 MPA (Mega Pascal) equivale a 1 Newton.
Compartilhar