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AD1 2017.1

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Fundação Centro de Ciências e 
Educação Superior a Distância 
do Estado do Rio de Janeiro 
 
Centro de Educação Superior a 
Distância do Estado do Rio de 
Janeiro 
 
Licenciatura em História 
Licenciatura em Ciências Biológicas, 
Física, Matemática e Química 
Tecnologia de Segurança Pública e 
Social 
 
AD1 2017-1 
DISCIPLINA: Português Instrumental 
 
Coordenação: Prof.ª Lucia Moutinho, 
Prof.ª Evelyn Orrico, Prof.ª Diana Pinto, Prof.ª Patrícia Vargas 
Nome: 
Matrícula: Email: 
Polo: 
 
Curso: 
Cidade em que reside: 
 Prezado (a) aluno (a), 
 
 Essa é a sua primeira avaliação a distância. Leia os enunciados e procure ser claro e 
objetivo na elaboração de suas respostas. 
Leia as Instruções abaixo: 
Você vai encontrar 6 questões nesta prova; 
Leia todas as questões; 
Escreva com letra legível; 
Revise suas respostas e verifique se as ideias estão claras; 
Esta avaliação é individual e sem consulta; 
Responda com caneta azul ou preta; 
Responda às questões nas linhas pontilhadas. 
Somente serão computadas as respostas que estiverem escritas nesta folha de prova. O que 
estiver na folha de rascunho ou escrito a lápis não será considerado 
 Boa prova!!! 
UNIVERSIDADE FEDERAL DO ESTADO DO 
RIO DE JANEIRO 
Centro de Ciências Humanas e Sociais – CCH 
Licenciatura em Pedagogia- EAD 
UNIRIO/CEDERJ 
 
 
 
 
 
 
Caro aluno, leia o texto a seguir que versa sobre preconceito e intolerância em uma 
instituição consagrada formadora de opinião. 
 
 
‘A professora não gostava de pobre’: bolsistas criam página contra preconceito em universidade 
carioca 
 
Jefferson Puff - @_jeffersonpuff 
 
Da BBC Brasil no Rio de Janeiro 
 
6 outubro 2016 
 
Você é pobre? E bolsista? Não sabia que a PUC misturava o tipo de gente que estuda Relações 
Internacionais, até porque é um curso que exige inglês, né?" 
Foi assim que um aluno da Pontifícia Universidade Católica do Rio de Janeiro, a PUC-Rio, 
bolsista do ProUni e morador de um bairro do subúrbio carioca, diz ter sido recebido por um 
colega no primeiro semestre de aulas, durante um debate sobre cotas raciais. 
"Eu não consegui dizer nada, e meus colegas também não disseram nada. Foi a primeira de 
muitas vezes em que pensei em largar a PUC", conta o estudante, hoje formado pela tradicional 
universidade privada carioca, considerada de elite - mas onde 51% dos 12.760 alunos são 
bolsistas. 
Alusão ao termo "filhos da PUC", usado pelos alunos e professores da instituição, o nome da 
página foi escolhido pelo grupo justamente para deixar claro que eles não se sentem acolhidos 
nem tratados como iguais aos estudantes pagantes. 
Todos os depoimentos são anônimos. 
"Tudo começou num grupo de WhatsApp que a gente criou justamente para falar sobre esse tipo 
de humilhação e discriminação por sermos pobres, pretos e de periferia ou favela", conta 
Gabriel Gomes, de 22 anos, aluno do 7º período do curso de Publicidade e bolsista do ProUni. 
 
 
 
 
 
 
 
Com o acúmulo de relatos e desabafos, Gomes juntou-se a outros sete colegas para criar a 
página, que vem recebendo uma média de três relatos por dia. Desde a criação, no início de 
setembro, o grupo já recebeu 47 depoimentos, dos quais publicou 27. 
Segundo um levantamento informal com 31 dos estudantes que enviaram suas experiências 
pessoais, a maioria tem entre 17 e 24 anos e leva entre duas e três horas para chegar ao campus, 
na Gávea, bairro nobre da Zona Sul do Rio. 
Nenhum tem carro, e grande parte é morador de favela ou de bairros da periferia da Zona Norte 
e da Baixada Fluminense - uma realidade que, de acordo com os alunos, incomoda professores e 
colegas. 
'Mundos diferentes' 
Segundo o grupo, há professores que logo no início do semestre fazem questão de identificá-los 
e destacá-los. 
"Quando o professor pergunta diante de toda a turma onde você estudou no Ensino Médio, em 
que bairro você mora, a profissão dos seus pais ou diretamente se você é bolsista, é óbvio que 
isso é uma forma de discriminação. Na maioria das vezes eu sou o único que estudou em escola 
pública, de uma sala inteira", diz Gomes. 
Um dos relatos com mais repercussão na página, com mais de 3 mil curtidas, é o de uma aluna 
do curso de Design, bolsista do ProUni. 
"Tive a infelicidade de me matricular em uma disciplina cuja professora não gostava de pobre. 
Isso ficava evidente nas muitas piadinhas que ela fazia sobre empregadas domésticas", conta. 
"No primeiro dia de aula, informei a ela que eu sempre chegaria atrasada, porque eu saia do 
trabalho e não conseguia chegar no início da aula. A partir de então virei piada. As piadas me 
incomodavam e eu tentava fugir do campo de visão dela durante as aulas, e quanto mais eu me 
escondia, mais ela me percebia e chamava a atenção pelo fato de eu estar excluída da turma", 
completa. 
Em outro relato que gerou muitos comentários, uma aluna de Jornalismo que estagiou na TV 
universitária afirma ter sido alvo de racismo. 
"Sou negra e na época meu cabelo era relaxado, o que significa que toda vez que ia gravar tinha 
que fazer chapinha. Morando longe e acordando cedo, nem sempre dava tempo ou tinha ânimo. 
Uma vez, quando não tinha que gravar nada, minha chefe me falou: Por que está com esse 
cabelo horrível? Se eu precisar te mandar entrevistar o reitor, não tem como desse jeito! Tem 
que fazer chapinha! Isso na frente de outras pessoas." 
Para Lucas Clementino, de 19 anos, estudante do 1º período de Arquitetura e bolsista do 
ProUni, há um "ciclo vicioso" na universidade. 
"Aqui é muito comum que ex-alunos se tornem professores. É um ciclo. Eles acham que a PUC 
pertence 100% a eles, à classe social deles. Eles vêm a gente como a minoria, como os 
invasores, e quando se tornam professores estimulam isso nos alunos e legitimam o 
preconceito", afirma ele, integrante do grupo. 
Em outro depoimento enviado à página, uma aluna diz ter ouvido de uma colega um comentário 
discriminatório porque não tinha um smartphone moderno. 
"Tive um trabalho em conjunto e meus colegas montaram um grupo no WhatsApp. Pedi pra 
fazermos isso no Facebook, porque meu celular era bem antigo e não tinha esse recurso. Eu não 
tinha grana pra comprar outro melhor e isso nem me fazia falta na época. Uma menina olhou pra 
mim e disse "sai da caverna, sua louca! Hoje em dia qualquer um consegue comprar um 
iPhonezinho, vai!". Na época, senti certa pena de mim. Hoje, sinto muita pena dela." 
'Eles' x 'Nós' 
Para os criadores do grupo, comentários que expõem as diferenças de classes sociais e poder de 
consumo passam despercebido entre "eles", mas têm efeito muito negativo sobre os alunos 
bolsistas, que se sentem discriminados por causa da maneira como se vestem, pelo bairro onde 
moram, pelas origens ou pela cor da pele. 
Questionados sobre quem seriam "eles", o grupo diz tratar-se dos estudantes que se sentem 
"100% pertencentes à universidade, geralmente brancos, de classe média alta, e moradores de 
bairros nobres do Rio". 
 
 
 
 
 
Para Michel Silva, "eles" são os colegas que vivem em outra realidade social. "Para mim, 'eles' 
são as pessoas inseridas numa bolha social muito difícil de furar. É como se a gente fosse uma 
agulha tentando furar. Eu sou essa agulha", diz. 
Questionados sobre a perspectiva de que entre os alunos pagantes há provavelmente pessoas de 
diversas origens, os integrantes do grupo argumentam que, apesar das diferenças, "eles" 
pertencem ao "mesmo mundo". 
"Há os muito ricos, que moram em mansões com elevador. Há a classe média, mas que pode 
pagar a mensalidade. Tem diferenças, claro, mas eles falam a mesma língua, têm as mesmas 
referências e pertencem ao mesmo mundo, que é muito diferente do nosso", diz Michelle Egito, 
aluna do 7º período de Cinema e bolsista do ProUni. 
Reunião 
Conforme a página no Facebook ganha repercussão, o grupo espera resultados práticos, comocampanhas de conscientização promovidas pela Reitoria e punições a professores denunciados. 
Mas também teme retaliações. 
"Nos últimos dias, ouvi de um professor em sala de aula que 'agora não se pode mais falar 
qualquer coisa, senão cai naquele site dos Bastardos'. Já é um começo. Queremos que os 
próximos bolsistas saibam que podem ser acolhidos e que também têm direito de estarem aqui", 
diz Gomes. 
Na última terça-feira, o grupo foi convidado pela Vice-Reitoria para uma reunião. 
"Apresentamos demandas, mas não houve tempo para tocar no tema específico das denúncias 
contra professores. É algo que ainda vamos levar adiante, porque precisa acabar essa cultura da 
impunidade, que legitima o preconceito", diz o estudante. 
Procurada pela BBC Brasil, a PUC-Rio confirmou a reunião e disse que "as demandas serão 
analisadas" e que "até o momento não foram apresentadas denúncias formais contra 
professores". 
"A PUC-Rio sempre apura qualquer denúncia que chega pelos meios que os alunos têm para 
fazer essas queixas, como a ouvidoria da universidade por email, pessoalmente, ou por telefone. 
A cada seis meses os alunos bolsistas têm contato com a coordenação de bolsas, quando ocorre 
a renovação, e há oportunidade para denúncias. Além disso a Reitoria está sempre aberta a 
recebê-los", diz a nota. 
Sobre punições a professores, a universidade diz que os casos denunciados são investigados e 
que no passado já houve punição formal, mas não soube precisar se tratou-se de uma 
advertência ou de medidas mais severas, como demissão. 
 
http://www.bbc.com/portuguese/brasil-37580943 
 
 
 
 
QUESTÃO 1 (2,0 pontos) 
 
Para que um texto seja coeso é fundamental, além de ligar frases, encadear as ideias, 
formando um todo uniforme. 
 
“Você é pobre? E bolsista? Não sabia que a PUC misturava o tipo de gente que estuda 
Relações Internacionais, até porque é um curso que exige inglês, né?" 
 
a) Identifique o operador sequenciador (conectivo) no trecho acima que 
garante o vínculo semântico e utilize-o em uma frase de sua autoria 
de conteúdo semântico semelhante. (1.0) 
______________________________________________________________________
______________________________________________________________________
______________________________________________________________________
______________________________________________________________________ 
 
b) Qual o significado da palavra sublinhada abaixo no contexto da 
oração? (0,5) 
______________________________________________________________________ 
 
“Questionados sobre a perspectiva de que entre os alunos pagantes há provavelmente 
pessoas de diversas origens, os integrantes do grupo argumentam que, apesar das 
diferenças, "eles" pertencem ao "mesmo mundo". 
 
______________________________________________________________________
______________________________________________________________________
______________________________________________________________________ 
 
Redija uma oração em que essa mesma palavra evidencie, à semelhança do texto, que 
não há “eles” e “nós”. (0,5) 
 
______________________________________________________________________
___________________________________________________________________ 
 
 
QUESTÃO 2 (1,0) 
 
A coerência textual está estreitamente ligada à interpretabilidade do texto: é 
fundamental o estabelecimento da interação entre o leitor e o texto. As inferências são 
feitas não só pelo conhecimento de mundo, mas também pelas pistas linguísticas 
fornecidas pelo texto. Retire do texto duas pistas linguísticas, no caso dois períodos 
compostos, que justifiquem a frase abaixo: 
“A professora não gostava de pobre”. 
 
 
 
 
______________________________________________________________________
______________________________________________________________________
______________________________________________________________________
______________________________________________________________________ 
 
 
QUESTÃO 3 (2,0 pontos) 
 
No subtítulo: “Mundos diferentes”, temos: 
 
 “Segundo o grupo, há professores que logo no início do semestre fazem questão 
de identificá-los e destacá-los. ” 
 
Os termos sublinhados e em negrito a quem se referem? 
___________________________________________________________________ 
 
 
 
"Aqui é muito comum que ex-alunos se tornem professores. É um ciclo. Eles acham que 
a PUC pertence 100% a eles, à classe social deles. Eles vêm a gente como a minoria, 
como os invasores, e quando se tornam professores estimulam isso nos alunos e 
legitimam o preconceito", afirma ele, integrante do grupo. 
 
a) O termo sublinhado e em negrito a que se refere? 
 
 
 
QUESTÃO 4 (2,0 pontos) 
 
Os gêneros textuais apresentam peculiaridades que os diferenciam uns dos outros 
quanto ao seu propósito comunicativo, quanto à sua linguagem e apresentação, entre 
outros aspectos. O texto em foco apresenta linguagem informal. 
 
a) Retire do texto apresentado dois exemplos de registro da fala espontânea, marcas 
de oralidade. 
-
_____________________________________________________________________________
_____________________________________________________________________________
_____________________________________________________________________________ 
 
 
 
 
 b) Elabore dois períodos em que você, respeitando a ideia (conteúdo semântico) dos 
termos selecionados, utilize outros de conteúdo semelhante, mas que sejam formais. 
_____________________________________________________________________________________ 
_____________________________________________________________________________________ 
QUESTÃO 5 (1,0) 
 
Quais são os pressupostos subjacentes à fala a seguir no contexto considerado? 
 
“Você é pobre? E bolsista? Não sabia que a PUC misturava o tipo de gente que estuda 
Relações Internacionais, até porque é um curso que exige inglês, né?” 
 
I – Para fazer Relações Internacionais é preciso saber inglês. 
II – Pobre não domina o idioma inglês. 
III - A PUC não aceita pobre no curso de Relações Internacionais. IV–Todo bolsista é 
pobre. 
 
A ( ) Apenas I está correta 
B ( ) I e II estão corretas 
C ( ) I e IV estão corretas 
D ( ) I, II e IV estão corretas. 
E ( ) Apenas III está correta 
 
QUESTÃO 6 (2,0 pontos) 
 
 
No nosso cotidiano, usamos muitas metáforas para expressar o que queremos. Essa 
figura de linguagem baseia-se numa semelhança que consiste na substituição de um 
termo por outro através de uma relação de analogia. Para que esse efeito de sentido 
possa ocorrer, devem existir elementos semânticos semelhantes entre os dois termos em 
questão. 
 
Considere as expressões em destaque e explique o uso de tais metáforas nos fragmentos 
a seguir: 
 
A - Para Michel Silva, "eles" são os colegas que vivem em outra realidade social. "Para 
mim, 'eles' são as pessoas inseridas numa bolha social muito difícil de furar. É como se 
a gente fosse uma agulha tentando furar. Eu sou essa agulha", diz. 
 
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_____________________________________________________________________ 
 
B – “Eu não tinha grana pra comprar outro melhor e isso nem me fazia falta na época. 
Uma menina olhou pra mim e disse "sai da caverna, sua louca! Hoje em dia qualquer 
um consegue comprar um iPhonezinho, vai!". Na época, senti certa pena de mim. Hoje, 
sinto muita pena dela." 
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