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plantas medicinais utilizadas por gestantes atendidas na unidade de saude da familia

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143 
___________________________________________ISSN 1983-4209 - Volume 07– Número 01 – 2012 
1 
Graduanda do curso de Farmácia Generalista da Faculdade de Ciências Sociais Aplicadas- FACISA- Tangará da 
Serra, email: leidtga@hotmail.com; 
2
Graduanda do curso de Farmácia Generalista da Faculdade de Ciências 
Sociais Aplicadas- FACISA- Tangará da Serra, email: sibeletga@hotmail.com; 
3
Farmacêutica, Professora da 
Faculdade de Ciências Sociais Aplicadas- FACISA- Tangará da Serra, co-orientadora, Mestre em Tecnologia 
Farmacêutica pela Faculdade de Farmácia da Universidade do Porto, email: karollinekrambeck@yahoo.com.br; 
4
 
Bióloga, Professora da Faculdade de Ciências Sociais Aplicadas- FACISA- Tangará da Serra, orientadora, Mestre 
em Ecologia e Conservação da Biodiversidade pela UFMT, email: fabibrycon@hotmail.com 
 
 
PLANTAS MEDICINAIS UTILIZADAS POR GESTANTES ATENDIDAS NA UNIDADE 
DE SAÚDE DA FAMÍLIA (USF) DO BAIRRO COHAB TARUMÃ NO MUNICÍPIO DE 
TANGARÁ DA SERRA, MATO GROSSO 
 
Leidiane Müller Macena 
1
; Alexsandra Sibele Silva Nascimento 
2
; Karoline Krambeck.
3
; Fabiana 
Aparecida Silva
4
 
 
RESUMO: A utilização de plantas medicinais persiste desde a antiguidade através do 
conhecimento empírico passado ao longo das gerações. Entretanto, a idéia de que estes produtos são 
isentos de riscos a saúde, contribui com a automedicação, fato freqüente entre as gestantes. Sendo 
um agravante, pois plantas medicinais devem ser consideradas como um xenobiótico sintético, que 
é um produto estranho ao organismo, no qual contém finalidades terapêuticas. Deste modo, as 
gestantes devem evitar o uso de plantas sem orientação médica. Este trabalho objetivou verificar o 
uso de plantas medicinais pelas gestantes e descrever os riscos e os efeitos adversos decorrentes 
deste uso. Para o desenvolvimento da pesquisa foi feito um estudo do tipo descritivo-exploratório, 
desenvolvido na Unidade de Saúde da Família (USF) do Bairro Cohab Tarumã no período de Maio 
à Junho de 2011. Com aplicação de um questionário envolvendo questões abertas e fechadas, que 
abordou o perfil socioeconômico das gestantes e o uso de plantas para fins medicinais. Constatou-se 
que das 36 gestantes entrevistadas, 20 relataram fazer o uso de plantas medicinais, para diversos 
sintomas da própria gravidez e destas, todas descreveram utilizar na forma de chá. As plantas 
mencionadas por elas foram: boldo, capim cidreira, hortelã, camomila, alecrim, erva doce e poejo. 
Observou-se que as plantas referidas pelas gestantes realmente são indicadas para diversos 
problemas de saúde, entretanto o uso sistêmico indiscriminado é contra-indicado na gestação. Por 
isso, médicos e farmacêuticos devem questionar e alertar as gestantes sobre o uso de plantas 
medicinais. 
 
Unitermos: Conhecimento popular. Indicação terapêutica. Plantas. Teratogenicidade. 
 
MEDICINAL PLANTS USED BY PREGNANT WOMEN TREATED AT THE FAMILY 
HEALTH (USF) OF THE DISTRICT OF THE CITY COHAB TARUMÃ TANGARA DA 
SERRA, MATO GROSSO 
ABSTRACT: Herbalism should be considered as a synthetic xenobiotic, which is a strange product 
to the body, which contains therapeutic purposes. Thus, pregnant women should avoid the use of 
medicinal plants without medical advice. To investigate the use of herbs by pregnant women and 
describe the risks and adverse effects resulting from such use. To develop the research was done a 
study of descriptive and exploratory, developed at the Health Post (PSF) of the Subdivision Cohab 
Tarumã the period May to June 2011. We applied a questionnaire with open and closed questions 
that addressed the socioeconomic profile and the use of plants for medicinal purposes. Of 36 
pregnant women interviewed, 20 reported making use of medicinal plants and all said they use as 
tea. The women reported making use of plants to various symptoms of pregnancy itself, and the 
plants mentioned by them were: Boldo, lemon grass, mint, chamomile, rosemary, fennel and 
pennyroyal. The plants referred to by pregnant women really are suitable for various health 
problems, including symptoms related to pregnancy, however systemic indiscriminate use is 
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contraindicated in pregnancy. Therefore, physicians and pharmacists should question and warn 
pregnant women about the use of medicinal plants. 
 
Uniterms: Knowledge popular. Therapeutic indication. Plants. Teratogenicity. 
 
INTRODUÇÃO 
Desde a antiguidade, o homem busca na natureza recursos para melhorar sua condição de 
vida e, atualmente o emprego de plantas medicinais na recuperação da saúde vem se destacando por 
meio do uso de simples chás até formas tecnologicamente sofisticadas na fabricação industrial 
(Alves, 2008; Matos, 2007; Martins et al., 2000; Sartório et al., 2000). 
Segundo a Organização Mundial de Saúde (OMS) 65 a 80% da população mundial, 
principalmente em países em desenvolvimento, acreditam nos produtos a base de plantas medicinais 
no tratamento de suas doenças (Ferro, 2008). 
No Brasil, mesmo com o incentivo da indústria farmacêutica para a utilização de 
medicamentos industrializados, há um grande número de pessoas que fazem o uso de práticas 
auxiliares para cuidar da saúde, como o emprego das plantas medicinais, utilizando tais plantas para 
aliviar ou mesmo curar algumas enfermidades (Badke et al., 2011). 
A ampla utilização de plantas para fins medicinais, se dá pelo fato do conhecimento 
empírico ser repassado ao longo de gerações, o que pode ocasionar o seu uso indiscriminado, 
devido à população acreditar que o conceito “natural” significa ausência de efeitos colaterais ou 
livres de riscos (Pereira e Bertoni, 2008; Leite, 2009; Mengue, 2001). 
A idéia equivocada das pessoas de que as plantas medicinais são inócuas a saúde, contribui 
com a automedicação, que se entende como o emprego de medicamentos sem prescrição, 
acompanhamento ou orientação médica (Nicoletti et al., 2007; Lanini et al., 2009; Turolla e 
Nascimento, 2006). Todavia, as plantas medicinais quando utilizadas corretamente podem ser 
consideradas como medicamento, mas seu uso inadequado é extremamente perigoso (Lorenzi e 
Matos, 2008). 
Segundo Martins et al. (2000); Pereira e Bertoni (2008) e Brito (2009) outro fator 
cooperador para o emprego de plantas de origem é a sua fácil obtenção, o que incentiva a busca do 
“medicamento” por um custo mais acessível, principalmente para população com baixo poder 
aquisitivo. 
Como toda população, as gestantes também utilizam plantas medicinais com freqüência. As 
causas da inclusão desta terapêutica durante a gestação evidenciam o tratamento de manifestações 
clínicas da própria gravidez (Brum, 2011). 
 Diante deste contexto, deve ser levado em consideração o risco-benefício da terapia 
medicamentosa utilizada, o que dificulta ser identificado, pois se para muitos medicamentos as 
informações disponíveis são escassas, essa falta de estudo é ainda mais acentuada em relação às 
plantas medicinais (Ferro, 2008; Campesato, 2005; Mengue, 2001). 
Segundo Silva, Dantas e Chaves (2010) e Pereira e Bertoni (2008) a carência de 
conhecimento da população em relação à toxicidade das plantas pode acarretar sérias 
conseqüências, principalmente no período gestacional, podendo promover o estímulo da contração 
uterina e conseqüente aborto ou parto prematuro. 
Sendo assim, não se pode diferenciar plantas medicinais de qualquer xenobiótico sintético, 
que é um produto estranho ao organismo, no qual contém finalidades terapêuticas. É oportuno 
ressaltarmos que o uso de plantas como medicamento deve-se fundamentar em experiências 
comprobatórias que demonstram que os riscos sejamirrelevantes aos benefícios propostos (Lapa et 
al., 2004; Araújo et al., 2007). 
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Deste modo, antes de fazer o uso de qualquer tipo de planta, a gestante deve comunicar um 
profissional da saúde. (Sartório et al., 2000). Sendo de grande importância a percepção de médicos 
e farmacêuticos em questionar e alertar as gestantes sobre a utilização de plantas medicinais 
(Cordeiro, Chung e Sacramento, 2005). 
Nesta perspectiva, o presente estudo teve como objetivo verificar o uso de plantas 
medicinais pelas gestantes que realizavam o pré-natal na Unidade de Saúde da Família (USF) do 
bairro Cohab Tarumã e descrever os riscos e os efeitos adversos decorrentes deste uso. 
 
MATERIAL E MÉTODOS 
A pesquisa foi realizada com gestantes atendidas na Unidade de Saúde da Família (USF), no 
bairro Cohab Tarumã, município de Tangará da Serra, no estado de Mato Grosso, no período de 
Maio à Junho de 2011. A coleta de dados iniciou-se após a aprovação do Comitê de Ética em 
Pesquisa da Universidade de Cuiabá UNIC – Registro: nº 2011- 047 CEP/UNIC/2011. 
As participantes aceitaram formalmente participar da pesquisa, através da assinatura do 
termo de consentimento livre e esclarecido. Para a coleta de dados, foram realizadas entrevistas com 
um roteiro pré-estabelecido, que abordou o perfil socioeconômico das gestantes (idade, estado civil, 
escolaridade, profissão e renda familiar) e o uso de plantas para fins medicinais. 
Posteriormente, foi feita uma visita na casa das gestantes, para melhor identificação das 
espécies das plantas citadas por elas. 
Os resultados do perfil socioeconômico serão apresentados em gráficos e tabelas. Quanto às 
respostas discursivas sobre o uso de plantas, os dados foram analisados e quantificados de acordo 
com o método de análise do conteúdo de Bardin (1977). 
 
RESULTADOS E DICUSSÃO 
No período da pesquisa estavam cadastradas na Unidade de Saúde da Família (USF) 66 
gestantes, porém algumas já haviam concluído o pré-natal e a ficha ainda permanecia ativa e outras 
não compareceram no posto de saúde nos dias da realização do pré-natal. Deste modo, das 66 
gestantes cadastradas, somente 36 participaram da pesquisa. A idade das entrevistadas variou entre 
15-40 anos (Figura 1). 
 
 
 
 
 
 
 
Figura 1. 
Faixa etária 
das 
gestantes atendidas na Unidade de Saúde da Família (USF), do bairro Cohab Tarumã, 
município de Tangará da Serra, estado de Mato Grosso, no período de Maio à Junho de 
2011. 
 
Das 36 participantes do estudo, 86% encontravam-se casadas e 14% solteiras. Quanto à 
profissão, foram citadas as seguintes: recepcionista, serviços gerais, auxiliar administrativo, entre 
outras. Em relação à renda familiar, 80,5% das gestantes relataram ter renda de 1 a 3 salários 
mínimos e 19,5% superior à três salários. Sendo verificada economia de baixa renda entre a maioria 
das entrevistadas. Coincidindo assim com o relato de Campesato (2005) que descreve que a maior 
41,6%
19,5% 19,5%
16,7%
2,8%
15 - 20 21 - 25 26 - 30 31 - 35 36 - 40
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parte da população brasileira, de baixa renda, recorre às plantas medicinais como um auxílio na cura 
de suas doenças, o que requer atenção especial. 
No que tange ao nível de escolaridade, 63,9% tem o ensino fundamental 22,2% o ensino 
médio e 13,9% o ensino superior incompleto. Conforme identificado no presente estudo, a faixa da 
população que mais utiliza ervas medicinais apresenta baixo nível de escolaridade. Sobre isso é 
elucidativo o comentário de Arnous, Santos e Beinner (2005) que diz que a faixa da população que 
mais utiliza as ervas medicinais apresenta baixo nível de escolaridade. 
No que se refere ao local de moradia, 94,5% das participantes descreveram morar em 
residências do tipo casa, o que contribui para o cultivo de plantas medicinais, e 5,5% residem em 
apartamentos (kit net). Os resultados presentes nesta pesquisa mostram que a associação entre local 
de moradia e uso de plantas medicinais apresenta grande relevância, pois segundo Amorozo (2002) 
a maioria das plantas utilizadas pela população, é cultivada em seus próprios quintais, devido ao 
baixo custo e seu fácil acesso. Estes dados são apresentados conforme a tabela 1. 
Para Mengue et al. (2004) fatores socioeconômicos contribuem para o emprego de 
medicamentos durante a gestação. Pois, países em desenvolvimento, como o Brasil, proporcionam 
características sociais e econômicas que podem expor gestantes a eventuais riscos teratogênicos, 
tais riscos como: baixos níveis econômicos e educacionais da população, alta freqüência de doenças 
infectocontagiosa, facilidade de obtenção de medicamentos sem prescrição médica e 
automedicação. 
 
Tabela 1. Perfil socioeconômico das gestantes atendidas na Unidade de Saúde da Família (USF), do 
bairro Cohab Tarumã, município de Tangará da Serra, estado de Mato Grosso, no período de Maio à 
Junho de 2011. Sendo N* - número de gestantes. % - porcentagem das gestantes. 
Características N* % 
Escolaridade 
Ensino fundamental 23 63,9 
Ensino médio 8 
 
22,2 
Ensino superior incompleto 5 13,9 
Renda Familiar 
1 a 2 salários 28 77,7 
3 a 4 salários 8 22,3 
Profissão 
Agente de saúde 1 2,8 
Auxiliar administrativo 2 5,5 
Auxiliar Odontológico 2 5,5 
Cozinheira 1 2,8 
Do lar 11 30,6 
Estudante 5 13,8 
Manicure 
 
1 2,8 
Operadora de Caixa 1 2,8 
Recepcionista 2 5,5 
Serviços Gerais 3 8,4 
Vendedora 
 
7 19,5 
Moradia 
Casa 34 94,5 
Apartamento (tipo kit net) 2 5,5 
 
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Em relação à utilização de plantas medicinais, 55,5% das gestantes relataram utilizar e 
44,5% não fazem o uso. Das gestantes que utilizam plantas para fins medicinais, disseram que o 
conhecimento sobre modo de uso e indicações foi obtido por meio de informações populares e 
através de familiares como mãe, avó e sogra. Os meios de comunicação como rádio, televisão, 
revistas e jornais não foram mencionados. 
Em um estudo realizado por Rangel e Brangança (2009) sobre o uso de plantas medicinais 
por gestantes relatou que de 79 gestantes que disseram utilizar plantas, apenas uma fazia uso por 
indicação médica e as demais relataram que a fonte do conhecimento desta prática foi à família 
(pais e avós), confirmando assim os dados obtidos neste estudo. Diante dessa percepção, vale 
mencionar o relato de Ferro (2008) e Lorenzi e Matos (2008) que o conhecimento empírico é 
passado de gerações em gerações até os dias atuais. Todavia, o uso de plantas embasado neste tipo 
de conhecimento não é aceitável para validar as plantas medicinais como medicamentos seguros e 
eficazes. 
Em relação ao período gestacional, 38,9% das gestantes entrevistadas estava no primeiro 
trimestre e destas, 22,2% faziam o uso de plantas. No segundo trimestre havia 19,4% e deste 
período 17,0% utilizavam plantas, referente ao terceiro trimestre encontra-se 41,6% das gestantes e 
apenas 8,3% praticavam o uso de plantas medicinais. 
Figura 2. Identificação da frequência do uso de plantas medicinais em cada período gestacional das entrevistadas 
atendidas na Unidade de Saúde da Família (USF), do bairro Cohab Tarumã, município de Tangará da Serra, estado de 
Mato Grosso, no período de Maio à Junho de 2011. 
 
Ressalva-se que a primeira fase da gestação (primeiro trimestre) apresenta riscos maiores 
quanto à ação de agentes teratógenos, tóxicos e abortivos devido nesta fase ocorrerem à formação 
dossistemas nervosos e cardiovasculares (Neuwald e Silva, 2007). No presente estudo verificou 
que 38,9% das gestantes que encontravam no primeiro trimestre, 22,2% faziam o uso de plantas. 
Podendo considerar um agravante devido os riscos de uso de plantas nesta fase da gestação. 
Em relação à forma de uso, das gestantes que relataram utilizar plantas medicinais, todas 
disseram fazer o uso na forma de “chás”. Em um estudo realizado por Lanini et al. (2009) sobre 
relatos de raizeiros de Diadema-SP, verificou que 90% dos entrevistados utilizam a forma de chá 
como preparo do material vegetal. Confirmando assim, os dados encontrados nesta pesquisa e 
evidenciando a afirmação de Faria, Ayres e Alvim (2004) que a terapêutica à base de plantas 
medicinas é usada sob várias formas, sendo a mais comum o chá. 
 No entanto, de acordo o modo de preparo, 49% relataram “colocar a planta na água e 
ferver”, ou seja, na forma de decocção, 16% disseram “ferver a água e colocar a planta e abafar”, 
sendo identificado como infusão e 35% descreveram “colocar a planta em água fria e amassar”, o 
que é chamado na fitoterapia de maceração. 
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Segundo a Resolução da Diretoria Colegiada nº. 83/2004 da Agência Nacional de Vigilância 
Sanitária - ANVISA, chá é um produto constituído de uma ou mais partes de espécies vegetais, 
fragmentadas ou moídas, com ou sem fermentação. Considerando infusão como o método de 
preparação no qual a água, em temperatura acima de 90
o
C, é vertida sobre o produto que deve 
permanecer em repouso, decocção como o método em que o produto é fervido em água. E 
maceração é uma técnica de extração em que o solvente e a planta são colocados em contato por 
certo tempo, a temperatura ambiente (Ferro, 2008). 
Figura 3. Forma de preparo da utilização de plantas medicinais pelas gestantes atendidas na Unidade de Saúde da 
Família (USF), do bairro Cohab Tarumã, município de Tangará da Serra, estado de Mato Grosso, no período de Maio à 
Junho de 2011. 
 
No que diz respeito à interação médico-paciente, das entrevistadas que relataram fazer o uso 
de plantas medicinais, 66,6% disseram que não informam o médico sobre esta prática, pois segundo 
elas “são plantas conhecidas” e “eles não gostam que faça o uso”, e apenas 33,4% comunicam 
sobre o uso. 
Concordando com uma pesquisa realizada por Araújo et al. (2007) que evidenciou que 79% 
dos participantes da pesquisa afirmaram não informar aos médicos sobre o uso de plantas 
medicinais, segundo eles os profissionais não perguntam nada sobre plantas. 
Diante deste contexto, pode-se verificar que a relação médico-paciente sofreu alterações que 
provocaram uma confiança maior no poder curativo dos medicamentos do que na capacidade 
diagnóstica do médico (Gomes et al., 1999). Por isso na maioria das vezes não se identificam os 
efeitos adversos por uso de plantas, pois há uma falta de percepção dos usuários e dos profissionais 
de saúde (Leite, 2009). 
Neste estudo as plantas medicinais mencionadas pelas gestantes foram: boldo (18 gestantes), 
capim cidreira (11 gestantes), hortelã (8 gestantes), camomila (7 gestantes), alecrim (3 gestantes), 
erva doce (2 gestantes) e poejo (2 gestantes). Os dados de cada uma destas plantas encontram-se 
resumidos na Tabela 2. 
Em uma pesquisa realizada por Brum et al. (2011) sobre a utilização de medicamentos por 
gestantes atendidas no Sistema Único de Saúde no município de Santa Rosa - RS descreveu o uso 
de fitoterápicos e plantas medicinais, sendo relatadas por elas as seguintes plantas: camomila (18 
gestantes), hortelã (11 gestantes), boldo (7 gestantes), erva doce (6 gestantes) e poejo (5 gestantes). 
 Evidenciando assim, que o uso destas plantas são uma pratica comum entre gestantes. 
O boldo cuja espécie é o Plectranthus Barbatus L., pertencente à família Lamiaceae, 
popularmente conhecido como falso-boldo, é uma planta herbácea, perene, de folhas carnudas e 
fasciculadas (Marques et al., 2001). Tendo como princípios ativos o óleo essencial rico em guaieno 
49%35%
16%
Decocção
Maceração
Infusão
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e fenchona, substâncias responsáveis pelo seu aroma, e outros constituintes químicos de natureza 
terpênica como a barbatusina e colenol (Costa, 2003). 
Segundo Lorenzi e Matos (2008) e Martins et al. (2000) a parte utilizada desta planta são as 
folhas. E sua atividade é conhecida por possuir propriedades coleréticas, hepatoprotetoras, 
digestivas, carminativas e hiposecretora gástrica. 
Esta espécie foi citada por dezoito gestantes, que declararam fazer o uso para má digestão. 
De acordo com a literatura o boldo realmente possui ação digestiva, entretanto, é uma planta com 
propriedade abortiva, sendo sua utilização contra indicada durante a gravidez (Ferro, 2008). 
O Cymbopogon Citratus vulgarmente conhecido como capim-cidreira, cuja família é a 
Gramineae, é uma erva herbácea perene, de cerca de 60 a 80 cm de altura, formando várias 
touceiras, com rizoma curto e aroma forte e penetrante (Panizza, 1997). 
De acordo com a Embrapa (2006) em sua composição química encontram-se substâncias 
como: óleos essenciais, limoneno, dipenteno, combopogonol, citral e mirceno. Sendo uma planta 
com ampla gama de empregos, tais como: fortificante, digestivo, antitussígeno, antigripal, 
analgésico, anti-hemético, antitérmico, anti-inflamatório, diurético e antiespasmódico (Gomes e 
Negrelle, 2003). Lerin et al. (2007) ressalva sua ação digestiva e calmante. Esta planta foi indicada 
empiricamente por onze gestantes pela sua ação calmante, sendo confirmada suas indicações 
terapêuticas científicas com o uso popular. 
Em contrapartida, Ferro (2008) relata que a capim cidreira é relaxante do útero, sendo 
considerada uma planta abortiva e seu uso interno contra-indicado na gestação. 
A hortelã ou hortelã-rasteira é o nome popular de Mentha x villosa Huds, pertencente à 
família Lamiaceae, é uma erva perene, ereta, com 30 cm a 40 cm de altura, folhas ovais, curtamente 
peciolada, com aroma forte e característico (Innecco et al., 2003). 
De acordo com Lorenzi e Matos (2008) a utilização desta planta é feita através da sua parte 
aérea, e nos seus extratos foi verificado a presença de óleo essencial contendo mentol, cânfora 
limoneno, bem como taninos, flavonóides, heterosídeos da luteolina, apigenina e ácidos orgânicos. 
 A hortelã contém dentre suas principais ações farmacológicas propriedades digestiva, 
carminativa, antiespasmódica, estomáquica, expectorante, antisséptica, colerética, colagoga, 
vermífuga e tônica em geral (Carvalho., 2005). Esta planta foi citada por oito gestantes que 
alegaram fazer o uso como calmante, relaxante e para alívio de cólicas, evidenciando que o uso da 
medicina popular corrobora com a literatura estudada. 
Entretanto, Ferro (2008) alerta o uso desta planta durante a gravidez, devido ser prejudicial 
sua ingestão neste período por ser considerada uma planta altamente abortiva. 
A Chamomilla recutita L. conhecida empiricamente como camomila, da família Asteraceae, 
é uma erva anual com até 40 cm de altura, com folhas divididas e flores tubuladas (Lorenzi e Matos, 
2008). 
A utilização desta planta é obtida pelos capítulos florais secos tendo como os principais 
princípios ativos: óleo essencial azul, que possui principalmente camazuleno. Entre seus 
constituintes fixos consideram-se o principal os polissacarídeos, ésteres bicíclicos, flavonóides, 
tricomonicidas, matricina, bisabolol e colina (Martins et al., 2000). 
Segundo Ustulin et al. (2009) camomila é identificada pelas suas propriedades: calmante, 
antiespasmódica,febrífuga, anti-reumática, antiinflamatória. Sete gestantes relataram fazer o uso 
desta planta como calmante e para insônia, sendo semelhantes essas indicações com estudos 
científicos. 
Porém, achados na literatura evidenciaram experimentos farmacológicos demonstrando que 
suas preparações têm ações emenagoga e relaxante do útero, ou seja, que induz contrações uterinas, 
sendo assim contra-indicada na gravidez (Matos, 2007). 
O Alecrim é o nome empírico dado a Rosmarinus officinalis, correspondente à família 
Lamiaceae, é um subarbusto, com folhas estreitas e pequenas, com forte perfume, e flores azuis 
(Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento, 2007). 
150 
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Constituído por óleo essencial, responsável pelo seu odor típico, contendo pipeno, cineol, 
borneol, ainda apresenta taninos, cânfora, flavonóides e ácido rosmarínico (Moreira, 2000). 
Segundo Clemente (2010) é uma planta com as seguintes indicações terapêuticas: cicatrizante, 
antimicrobiano, digestivo, diurético, anti-reumático, tônico, emenagogo, expectorante. 
Esta planta foi mencionada por três gestantes que disseram utilizar para problemas como 
azia, má digestão e gripe, estando apropriado diante destes efeitos de acordo com a bibliografia 
verificada. Contudo, não é recomendado seu uso na gravidez, pois é uma planta com características 
emenagogas e potencialmente abortiva (Martins et al., 2000). 
A espécie Foeniculum vulgaris e pertencente à família Apiaceae, é conhecida popularmente 
como de erva-doce, sendo uma planta herbácea perene, de caules eretos múltiplos chegando até 2m 
de altura, possui inflorescências terminais compostas, com 5 a 15 cm de diâmetro (Barbosa et al., 
2007). Segundo Lorenzi e Matos (2008) a utilização desta planta é feito através de seus frutos, 
comumente chamados de sementes, em sua composição química constituído principalmente do óleo 
essencial de anetol (90-95%), acompanhado de menores quantidades de metilchavicol, funchona e 
foeniculina. 
 A erva doce possui ações carminativas, expectorantes, espasmolítica, digestiva e diurética 
(Matos, 2007). O uso desta planta foi relatado por duas gestantes, como calmante, não sabendo seus 
devidos efeitos adversos. Em comparação da indicação popular com estudos clínicos, pode-se 
verificar semelhança nos mesmos. 
Em contrapartida Faria, Ayres, Alvim (2004) descreve o poder desta planta como 
relaxamento do útero, capaz induzir a menstruação e provocar aborto, ressalva ainda o relato de 
Ferro (2008) que evidencia sua ação hormonal, possuindo efeito emenagogo e abortivo. Sendo 
assim, seu uso durante a gestação totalmente contra-indicado. 
O poejo nome popular de Mentha pulegium, da família Lamiaceae, é uma erva rasteira, 
perene, de folhas pequenas e muito aromáticas (Mengue, Mentz e Schenkel, 2001). De acordo com 
Lorenzi e Matos (2008) e Martins et al. (2000) estudos químicos relataram a presença de óleo 
essencial, sendo seu principal componente a pulegona, substância responsável pelas suas ações 
tóxicas, bem como mentona, flavonóides e borneol. 
 Utiliza-se na medicina tradicional a planta toda, para problemas como: vermífugo, 
flatulência, cólicas digestórias e estimulante da secreção gástrica (Ferro, 2008). 
O poejo realmente ajuda no tratamento de cólicas como evidenciado na literatura, sintoma para 
quais duas gestantes relataram fazer o uso desta planta, apresentando ser uma erva inofensiva. 
Porém, Martins et al. (2000) retrata esta planta, com efeito, emenagogo. Devendo ser evitada 
na gravidez, pois óleo, é altamente tóxico, pode ocasionar aborto (Clemente, 2010). 
A Secretaria de Estado de Saúde do Estado do Rio de Janeiro publicou uma Resolução (SES 
nº 1757 de 2002) que inclui 107 plantas medicinais contra-indicadas no período de gestação e 
lactação, e verificamos através desta pesquisa que nesta lista encontram-se todas as plantas 
indicadas pelas gestantes entrevistadas da Unidade de Saúde da Família do bairro Cohab Tarumã do 
município de Tangará da Serra - MT (boldo, capim cidreira, hortelã, camomila, alecrim, erva doce e 
poejo). 
Diante do contexto relatado, tornar-se claro que os riscos relacionados ao uso de plantas 
medicinais é uma realidade da qual não se pode fugir. Sendo assim, são necessários maiores estudos 
a fim de explorar os potenciais terapêuticos e verificar a toxicidade e possíveis riscos relacionados 
às plantas medicinais utilizadas pela população (Lanini, 2009). 
 
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CONCLUSÃO 
Através desta pesquisa, foi possível identificar a partir dos resultados obtidos, que a 
utilização de plantas medicinais está relacionada a um saber popular que é passado ao longo de 
tempos, devido à maioria das pessoas acreditarem que por ser natural não possui efeitos colaterais, 
o que não condiz com a literatura, pois plantas medicinais devem ser consideradas como 
medicamento, seu uso inadequado pode acarretar graves problemas á saúde. 
O emprego pouco prudente de plantas deve-se a fatores como baixo custo, em relação aos 
medicamentos sintéticos, desconhecimento de seus efeitos adversos, facilidade de aquisição, 
podendo até mesmo ser colhidas nos quintais das próprias casas dos usuários. Deste modo, 
evidencia-se que o seu uso torna-se fácil, prático e barato. A utilização de chás é um fato comum 
entre gestantes, por elas não saberem dos riscos que elas correm e dados demonstraram que os 
principais problemas que as mulheres grávidas buscam solucionar quando iniciam um tratamento 
com produtos de origem vegetal são característicos da própria gestação. 
Verificou-se que as plantas medicinais citadas e utilizadas pelas entrevistadas, apresentam 
indicações terapêuticas populares semelhantes às encontradas na literatura científica. No entanto, 
existem muitas divergências em relação ao seu potencial teratogênico, sendo contra-indicadas na 
gestação, principalmente no primeiro trimestre, devido à susceptibilidade a abortos. 
Notou-se que a maioria das gestantes faz o uso de plantas medicinais sem acompanhamento 
médico, fato esse preocupante. Deste modo, faz-se necessário uma atenção maior dos profissionais 
de saúde, questionando-as e alertando-as sobre os riscos decorrentes do uso de plantas medicinais e 
fitoterápicos durante a gravidez. 
 
 AGRADECIMENTOS 
 Agradecemos primeiramente a DEUS, o autor da nossa vida, que nos sustentou, dando força 
e proporcionando tudo que precisamos para a conclusão deste trabalho. Agradecemos também a 
professora orientadora Fabiana que nos ajudou em tudo que precisamos e a professora co-
orientadora Karolline, que nos auxiliou. E a enfermeira Isabela do (PSF) Cohab Tarumã pela 
autorização para coleta de dados. Agradecemos nossa família por todo suporte e incentivo, e nossos 
amigos que nos compreenderam e alegraram nossos dias. 
 
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