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Aula 01 COLETA DE DADOS Disciplina: TCC em Pedagogia (p.2) Objetivo desta Aula: Ao final desta aula, você será capaz de: 1. Rever as etapas da coleta de dados, identificar quais são os dados confiáveis e diferenciar fontes primárias e secundárias; 2. discutir sobre quais são os procedimentos intelectuais e técnicos envolvidos no levantamento, análise e interpretação de dados e ver algumas orientações sobre a pesquisa documental. (p.3) A coleta de dados Maria Regina Bortolini “A partir do momento que você vai a campo e você vê... “Ah, isso realmente acontece!”... aí você dá o valor que PPE tem. Aí tudo faz sentido pra você. Com a pesquisa! Li muito sobre aquele determinado assunto. To vendo na prática. Então, relacionando teoria e prática é muito mais prazeroso. Até te estimula! Ta acontecendo uma situação e eu posso ir lá pesquisar sobre aquela situação.” (depoimentos de alunos em fase de elaboração do TCC) (p.4) AS MONOGRAFIAS As monografias podem ter caráter apenas teórico ou teórico-empírico. Mas você sabe que no curso de Pedagogia da Unesa, embora não seja obrigatório, defendemos que os alunos desenvolvam monografias teórico-empíricas. MONOGRAFIAS TEÓRICAS Permitem o aprofundamento da abordagem de temas/assuntos específicos, a partir da releitura das teorias/autores estudados e ainda da aproximação com o campo de estudos relativo à problemática de investigação. PESQUISA EMPÍRICA Exige a articulação entre a teoria e as experiências, situações, eventos que se realizam na vida concreta de sujeitos, grupos, instituições, comunidades. Nesse sentido, as monografias teórico- -empíricas permitem uma aproximação crítica com o campo de trabalho, que muito frequentemente provoca uma experiência única de formação. (p.5) A PESQUISA DE CAMPO (p.6) A PESQUISA EMPÍRICA Para que a pesquisa empírica possa se desenvolver de modo adequado, várias ações e procedimentos precisam ser realizados: (p.7) A PESQUISA EMPÍRICA Como vimos em PPE VI, todo projeto de pesquisa empírica precisa especificar os procedimentos metodológicos da pesquisa, ou seja, como se realizará o trabalho de campo, quais os critérios para escolha dos participantes e/ou da instituição a serem investigados, quais as etapas de trabalho e quais os instrumentos de coleta e análise de dados. (p.8) Muitas vezes, os pesquisadores iniciantes consideram certa obviedade a questão metodológica. No entanto, especialmente nas Ciências Humanas e Sociais, e dentre elas, na Educação, a proximidade entre o sujeito e o objeto de investigação exigirá muita clareza e objetividade na construção do delineamento dos procedimentos de coleta e análise de dados de modo a demonstrar a seriedade e a rigorosidade que a pesquisa científica exige. Dessa forma, não podemos considerar como implícitos, mas é preciso explicitar esses critérios. Afinal, são eles que orientam as opções teórico- -metodológicas que darão legitimidade científica à investigação e seus resultados. (p.9) CONFIABILIDADE E VALIDADE A consideração sobre a qualidade e legitimidade de um estudo qualitativo se dá considerando basicamente dois critérios: CONFIABILIDADE VALIDADE (p.10) VALIDADE A validade diz respeito à eficácia da metodologia empregada numa pesquisa, ou seja, sua capacidade de controlar os processos de coleta e análise de dados, de modo a gerar informações consistentes e relevantes que permitam responder ao problema de investigação. (p.11) CONFIABILIDADE A confiabilidade se refere à garantia de que os métodos adotados estarão gerando dados seguros, ou seja, se os dados mantêm certa coerência interna e levam a resultados em consonância com os encontrados em outras pesquisas similares. A confiabilidade acerca dos dados obtidos tem estreita relação com as fontes de dados. As fontes podem ser: (p.12) CONFIABILIDADE (p.13) CONFIABILIDADE A qualidade e confiabilidade dos dados estão relacionadas também com a rigorosidade com que foram elaborados e aplicados os instrumentos. (p.14) VALIDADE E CONFIABILIDADE:CRITÉRIOS RELACIONADOS Validade e confiabilidade são, portanto, critérios intrinsecamente relacionados. Afinal, o primeiro passo para tornar válido um estudo é trabalhar com dados seguros. Mas o que garante a confiabilidade dos dados é a validade da metodologia adotada. (p.15) TRIANGULAÇÃO Como vimos, embora um relativo consenso no meio acadêmico possa considerar que certos tipos de pesquisa se delineiam a partir do uso de certos instrumentos de coleta e análise de dados, cada objeto e condições de pesquisa é que serão determinantes das escolhas que o pesquisador deverá fazer. Por isso, tem sido recorrente o uso combinado de diferentes instrumentos, na busca de ampliar as fontes de informação, de modo a permitir uma compreensão melhor das problemáticas estudadas. Denominamos esse procedimento de triangulação. (p.16) A triangulação poderá considerar a combinação de métodos e instrumentos (triangulação metodológica) ou teorias (triangulação da teoria), ou mesmo no processo de desenvolvimento do trabalho de campo trabalhar com diferentes pesquisadores de campo (triangulação do investigador) e coletar informações em diferentes momentos e de diferentes fontes (triangulação de dados) (DENZIN, 1978). No entanto, seja qual for o delineamento metodológico feito pelo pesquisador, é preciso conservar certa coerência entre as opções feitas de modo a garantir a validade dos resultados. SAIBA MAIS Triangulação significa olhar para o mesmo fenômeno, ou questão de pesquisa, a partir de mais de uma fonte de dados. Informações advindas de diferentes ângulos podem ser usadas para corroborar, elaborar ou iluminar o problema de pesquisa. Limita os vieses pessoais e metodológicos e aumenta a generalização de um estudo (DECROP, 2004). (p.17) A PESQUISA CIENTÍFICA A pesquisa científica envolve um processo contínuo de investigação. Assim, o levantamento dos dados necessários à compreensão do problema de uma investigação ocorre ao longo de todo o estudo. No entanto, geralmente concentramos nossos esforços inicialmente no levantamento bibliográfico e na análise teórica que permita amadurecer nosso olhar antes da entrada em campo. Essa fase envolve a leitura exaustiva de publicações e a apropriação das contribuições teóricas sobre o tema. O levantamento de dados empíricos se realiza através de aproximações sucessivas, em diferentes etapas e, como visto, preferencialmente, com diferentes instrumentos. (p.18) A ANÁLISE DE DOCUMENTOS Antes de qualquer coisa, muitas vezes pode ser estratégico que o pesquisador analise documentos e dados disponíveis que auxiliem a configuração do universo de estudo e delimitação do campo de investigação. Geralmente usada como técnica complementar, a análise de documentos está voltada para o levantamento de informações que auxiliam mapear, situar a problemática investigada, orientando a delimitação do universo e a definição dos instrumentos. Os estudos sobre as práticas docentes - a análise de PPPs, planos de aula, relatórios de desenvolvimento, cadernos, livros e materiais didáticos, diários - podem nos dar pistas sobre variáveis importantes a serem consideradas na pesquisa. Também a análise de documentos oficiais como diretrizes e leis, ou a interpretação de dados estatísticos de agencias como MEC, Inep, pode nos ajudar a configurar o universo de estudo e delimitar o campo de investigação. (p.19) O PESQUISADOR Explorar o campo e organizar o trabalho de coleta de dados A seguir o pesquisador deverá explorar o campo e organizar o trabalho de coleta de dados: visitar a instituição ou comunidade onde se realizará a pesquisa, identificar os sujeitos e as condições da pesquisa, elaborar um plano de trabalho de campo. Elaboração e testagem dos instrumentos de coleta de dados A etapa subsequente é a da elaboração e testagem dos instrumentos decoleta de dados. Os instrumentos devem estar em consonância com o tipo de abordagem que se pretende dar ao objeto e precisam ser testados para avaliarmos a sua eficácia. Organizar e analisar os dados Validados os instrumentos, é hora de ir a campo e coletar os dados. Ir a campo e coletar os dados Finalizado o trabalho de campo, será necessário organizar e analisar os dados. A análise de dados tem por objetivo responder/explicar a problemática e as questões do estudo. Envolve a leitura/análise de todo o material, a categorização dos dados e sua interpretação a partir das contribuições teóricas pertinentes. (p.20) PASSO A PASSO Bem, agora você deve estar se perguntando: mas será que eu fiz as escolhas certas? Como começar a organizar meu trabalho de campo? Um passo de cada vez: revise seu projeto, reveja o delineamento metodológico que definiu, pense sobre o universo com o qual pretende trabalhar, com quais sujeitos e veja quais os meios mais adequados para obter as informações de que precisa. Depois, participe do fórum e receba as orientações de seu professor-tutor. Não se precipite. Só vá a campo quando seu professor-tutor autorizar. Assim, você vai poder fazer a coleta de dados com segurança, não comprometendo os resultados da sua pesquisa. Bom trabalho! (p.21) SÍNTESE DA AULA Nesta aula, você: Nesta aula você fez uma revisão das etapas da coleta de dados, identificou os dados confiáveis e diferenciou fontes primárias e secundárias. Teve oportunidade de analisar os procedimentos intelectuais e técnicos envolvidos no levantamento, análise e interpretação de dados e foi orientado sobre a análise de documentos a serem utilizados em sua investigação. O QUE VEM NA PRÓXIMA AULA Na próxima aula, você vai estudar: Breve revisão acerca do delineamento metodológico de uma pesquisa; a definição do universo e do campo de estudos; a contato com o campo; a preparação do campo AVALIANDO O APRENDIZADO Registro de participação Olá, agora você irá responder às questões e exercícios referentes ao registro de participação desta aula. Como você já sabe, a sua presença é computada a partir da finalização das atividades e exercícios que compõem este registro, e o procedimento é o mesmo a cada aula. Lembre-se de que tais atividades e exercícios não valem ponto na avaliação da disciplina, mas são importantes para marcar sua presença na sala de aula virtual. IMPORTANTE: Para concluir esse registro, clique em Registrar participação no final das questões. Somente aparecerá esta opção caso você tenha respondido a todas as questões. 1. São os critérios que orientam as opções teórico-metodológicas que dão legitimidade científica a uma pesquisa e a seus resultados. A avaliação da qualidade de um estudo se dá considerando basicamente dois critérios: confiabilidade e validade. Sobre esses critérios podemos dizer: A - A validade diz respeito ao controle dos processos de coleta e análise de dados de modo a que permitam gerar resultados consistentes e responder ao problema de investigação. B - A confiabilidade acerca dos dados obtidos tem estreita relação com as fontes de dados e com a rigorosidade como foram elaborados e aplicados os instrumentos. C - Validade e confiabilidade são, portanto, critérios distintos que em nada se relacionam. Parte superior do formulário 1) as alternativas A e B estão corretas. 2) as alternativas B e C estão corretas. 3) as alternativas A e C estão corretas. 4) todas alternativas estão corretas. 5) nenhuma alternativa está correta.Parte inferior do formulário 2. Tem sido recorrente o reconhecimento da necessidade de combinação de abordagens teórico-metodológicas, na busca de ampliar as fontes de informação numa investigação. Denominado de triangulação, esse procedimento pretende permitir uma compreensão melhor das problemáticas estudadas e dar mais validade aos resultados da pesquisa. Sobre o procedimento de triangulação é correto afirmar. ( ) A triangulação poderá considerar a combinação de métodos, instrumentos ou teorias. ( ) A triangulação no processo de desenvolvimento do trabalho de campo exige coletar informações em diferentes momentos e de diferentes fontes. ( ) A triangulação refere-se apenas a combinação de métodos mas não de teorias. ( ) A triangulação do investigador refere-se ao posicionamento que o pesquisador tem que ter no momento da entrevista. Assinale a alternativa que corresponde a sequência correta. Parte superior do formulário 1) V, F, F, V 2) V, V, F, F 3) F, V, V, F 4) F, V, F, F 5) F, F, F, V RESPOSTAS: 1-1, 2-2.Parte inferior do formulário