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FACULDADE DE SAÚDE IBITURUNA – FASI Curso de Graduação em Psicologia Entrevista Psicológica AUTOPSIA PSICOLOGICA Introdução A autópsia psicológica é um procedimento de coleta de dados que visa esclarecer possíveis dúvidas em relação a mortes ocasionadas pelo suicídio. A Autópsia Psicológica é um meio de entender, por meio de entrevistas e exames retrospectivos, a causa da morte de uma determinada pessoa. Por meio desse modo de entrevista é possível se avaliar se a morte foi por causas acidentais ou por suicídio (WERLANG, MACEDO e ASNIS, 2005). Originalmente os objetivos das autópsias psicológicas tem sido buscar informações após a morte; esse método foi proposto por Edwin Schneidman por volta dos anos 1950, como um tipo de estudo retrospectivo que revê o estado da saúde física e mental e as circunstancias sociais das pessoas que se suicidaram. Definições O suicídio é entendido como um modo de autoaniquilamento em que a pessoa está totalmente ciente sobre o que está fazendo, compreendido como um mal-estar multidimensional sofrido por um indivíduo vulnerável, que define um tema-problema para o qual o autoextermínio é percebido como melhor solução. Homicídio é o ato de matar uma pessoa, quer seja de forma voluntária ou involuntária. A autópsia é realizada como uma reconstrução narrativa. E sua consistência depende da qualidade da informação prestada. Por ser uma estratégia qualitativa de investigação, geralmente os pesquisadores trabalham com amostras pequenas de casos, o que dificulta a generalização de resultados. Seu principal objetivo é desvendar fatores que levariam o falecido a cometer o ato destrutivo contra a própria vida, pois busca descartar outras situações que ocasionariam aquela morte, tais como homicídios e acidentes. Conceitos Existem quatro conceitos na autópsia psicológica que deverão ser investigados pelo procedimento. Esses conceitos são: A motivação: razões pelas quais o indivíduo cometeu o suicídio; A avaliação do grau de lucidez: se o indivíduo tinha capacidade de discernimento no momento em que praticou o ato suicida; O Grau de letalidade: seria a escolha do método da própria morte pelo indivíduo; Fatores estressantes e estressores: os últimos fatos e circunstâncias que levaram o indivíduo a optar pela própria morte Métodos e Importância da Autópsia Psicológica A biografia do morto pela autópsia psicológica tem como principal instrumento as entrevistas com pessoas próximas da vítima, como: parentes, amigos, colegas de trabalho ou de estudo, patrões, empregados. Tais entrevistas visam justificar a relação do falecido com a própria morte. A partir dos dados adquiridos com a autópsia psicológica é possível desmembrar o ato suicida de outras prováveis causas da morte, evitando, assim, vários tipos de interpretações e consequências desastrosas para o acontecimento fatídico, como por exemplo: Cumprimento de pena de forma indevida por suicídios confundidos com homicídios; Alteração equivocada em dados estatísticos de mortes acidentais e mortes por suicídio. Existem vários aspectos positivos na realização da autópsia psicológica, pois além de colocar em foco questões cruciais para a resolução de casos de suicídio, ela poderá também: Ampliar programas de prevenção ao suicídio, quando se pode estatisticamente identificar as principais causas que levariam as pessoas a cometerem o ato destrutivo contra a própria vida; Submeter a família e entes próximos da pessoa morta ao processo de terapia, pois a autópsia psicológica mantém um aspecto terapêutico e de acolhimento com essas pessoas, que terão que passar por um duplo processo de luto: a morte do ente querido e a dura realidade de ser o próprio parente morto o causador de sua morte. Assim, a autópsia psicológica se torna um instrumento crucial e indispensável na investigação post mortem de casos que se relacionam direta ou indiretamente com o suicídio, além de servir como intervenção terapêutica para as famílias que passam por esse duplo processo de luto. Contextualização Pensar e abordar o tema da morte como consequência natural da vida é, muitas vezes, uma situação de difícil manejo que envolve algum grau de dificuldade. Esta circunstância se amplia significativamente quando o tema específico através do qual se fala da morte é o suicídio. É difícil compreender e explicar porque algumas pessoas decidem cometer suicídio, enquanto outras em situação similar ou pior não o fazem. Esse comportamento resulta, sem dúvida, de uma complexa interação de fatores biológicos, psicológicos, sociais, culturais e ambientais. Dessa forma, torna-se evidente a importância e relevância de estudos sobre este tema, pois, como bem destacam Werlang et al., o comportamento suicida contempla, independente do ponto de vista pelo qual é analisado, uma dimensão central relacionada ao sofrimento. Pode-se pensar no sofrimento que leva o indivíduo ao ato suicida, no sofrimento resultante do enfrentamento familiar frente ao suicídio de um de seus membros, assim como nas consequências sociais que tal ato provoca. Nessa direção, acredita-se que a ideia básica que predomina entre os profissionais da área da saúde, obviamente incluindo os profissionais da Psicologia, é a de fazer o possível e até o impossível em beneficio das pessoas em sofrimento, objetivando sempre a vida por ser esta o bem maior de todo ser humano. REFERENCIAS AUTÓPSIA PSICOLÓGICA E PSICOSSOCIAL SOBRE SUICÍDIO DE IDOSOS: abordagem metodológica. Disponível em: http://www.redalyc.org/html/630/63023073015/. Acesso em: 08 novembro 2017. AUTÓPSIA PSICOLÓGICA, importante estratégia de avaliação retrospectiva. Disponível em: http://www.scielosp.org/pdf/csc/v17n8/03.pdf. Acesso em: 08 novembro 2017. CARRASCO, L.K.; MACEDO, M. M. K.; et al. Contextos de entrevista – olhares diversos sobre a interação humana. São Paulo: Casa do psicólogo,2005. SABRINA DE ALMEIDA: Autópsia Psicológica. Disponível em: http://www.sabrinadealmeida.com.br/site/artigos/138-autopsia-psicologica. Acesso em: 08 novembro 2017. SIGNIFICADOS: Significado de homicídio. Disponível em: https://www.significados.com.br/homicidio/. Acesso em: 11 novembro 2017.
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