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Entrevista Motivacional-1

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Entrevista Motivacional
Objectivos 
Geral 
Compreender os procedimentos da Entrevista Motivacional.
Objectivos específicos 
Conceituar a Entrevista Motivacional;
Identificar os princípios da E.M.
Descrever o Modelo Transteórico e suas fases ou ciclo;
Indicar os estilos ou técnicas de comunicação;
Mencionar as estratégias de garantia de mudança comportamental.
Conceito de Entrevista Motivacional 
Cunha (2008, p. 14) afirma que a Entrevista Motivacional (E.M.) é definida pelos seus autores Miller e Rollnick como «um método centrado no cliente, directivo, para intensificar a motivação intrínseca para a mudança, explorando e resolvendo a ambivalência».
A Entrevista Motivacional é um método centrado no cliente porque considera a pessoa como centro e actor da sua própria mudança, de acordo com a teoria de Carl Rogers. Os autores da E.M. defendem-na como directiva uma vez que «é intencionalmente dirigida à resolução da ambivalência, frequentemente numa direcção particular de mudança» .
Cont.
Na óptica de Gomes e Couto (2020) a Entrevista Motivacional é uma ferramenta de intervenção clínica promotora de adesão comportamental ao tratamento da obesidade, principalmente em doentes resistentes à mudança de estilos de vida, sendo importante para alcançar o sucesso terapêutico e preventivo. É uma forma de aconselhamento colaborativo, centrada na pessoa, visando estimular uma alteração comportamental, através de mecanismos de exploração e resolução da ambivalência e do reforço da mudança
Figile e Guimarães (2017) afirmam que EM é um estilo de conversa colaborativa voltado para o fortalecimento da sua própria motivação e comprometimento com uma mudança. Por se tratar de uma abordagem que tem uma meta específica, que é resolver a ambivalência, é compreendida com caráter de intervenção breve, podendo assim, ser utilizada por uma ampla gama de profissionais em diferentes serviços.
Princípios básicos da Entrevista Motivacional 
Na ideia de Cunha (2008, p. 14) a E.M., apresenta quatro princípios básicos; a empatia, o desenvolvimento de discrepância, o diminuir da resistência e o apoio à auto-eficácia.
1. Ser empático ou “confirmar o outro” como diz Carl Rogers (1961, cit. em Cunha 2008, p. 1) utilizando a expressão do filósofo Martin Buber, significa aceitar o Ser de quem está perante nós, na sua plenitude. O terapeuta expressa empatia, ouvindo activamente, devolvendo reflexões e aceitando a ambivalência. É esta aceitação empática por parte do terapeuta que parece facilitar o processo de mudança, enquanto a sua ausência parece detê-lo.
Cont.
II- O desenvolvimento da discrepância: O indivíduo que procura ajuda está, em maior ou menor grau, ambivalente, isto é, com uma dupla necessidade de aproximação e evitamento...
... Ao terapeuta caberá então o papel de facilitar a instalação e/ou o desenvolvimento da discrepância do self através da compreensão entre o comportamento actual (Eu Real), os objectivos, as intenções, os desejos pessoais, (Eu Ideal), e os valores importantes para o indivíduo (Eu Obrigatório), deixando que ele apresente argumentos para a sua própria mudança, isto é, produza um discurso de mudança.
Evitar discussões, isto é, confrontações diretas. Evite discutir e debater com o cliente sobre a conveniência ou a utilidade de uma mudança, porque isso pode criar resistência. Os argumentos diretos e as tentativas para convencer tendem a produzir oposição ante as instruções, ordens ou
sugestões para a mudança.
Cont.
III- Relativamente ao terceiro princípio básico da E.M., que se refere precisamente a como lidar com a resistência, Miller e Rollnick (2002, cit. em Cunha 2008, p. 17) defendem o não fazer uma oposição directa ao utente, evitar argumentar pela mudança, convidar a novas perspectivas, mas não as impor. Perceber que a pessoa deve ser a primeira fonte na procura de soluções e perceber ainda que a resistência é um sinal para que seja dada uma resposta diferente
Também Crano e Prislin (2006, citem Cunha 2008, p. 18), apontam para o facto de as reacções negativas, quer afectivas quer cognitivas, poderem ser combinadas em estratégias específicas de resistência, em que a probabilidade de se manifestarem de uma ou de outra forma parecem variar de acordo com a desejabilidade social. Esta resistência, no estudo em causa, referindo-se a grupos sociais, poderá ter o seu equivalente ao nível individual. 
Cont
IV- O quarto princípio da E.M. envolve o conceito de auto-eficácia, que diz respeito à percepção do indivíduo sobre a sua capacidade de levar a cabo o que se propõe fazer. As crenças de eficácia podem predizer alterações de funcionamento comportamental no indivíduo de acordo com o nível de auto-eficácia percebido ao longo do tempo ou em relação a tarefas conseguidas e tarefas tentadas, mas falhadas. 
A confiança da pessoa na sua capacidade de mudança é um elemento motivador. A confiança do terapeuta na capacidade de mudança do cliente pode aumentar a confiança do cliente em si próprio e actuar como uma profecia auto-confirmatória.
Cunha (2008, p. 19) diz que a teoria subjacente à E.M. pode ser expressa em três hipóteses:
Os técnicos que praticam a E.M. conseguem aumentar o discurso de mudança e diminuir os níveis de resistência do cliente, relativamente a outros estilos mais directivos ou de confronto.
O número de vezes que o cliente verbaliza argumentos contra a mudança (resistência) durante a E.M., estará inversamente relacionado com o grau subsequente de mudança do comportamento.
O número de vezes que o cliente verbaliza discurso de mudança (argumentos para a mudança) durante a E.M. estará directamente relacionado com o grau subsequente de mudança do comportamento.
Na visão de Gomes e Couto (2020), os objetivos da entrevista motivacional são: aumentar a consciência do problema (sentido de importância do problema e necessidade de mudar); explorar e ajudar a resolver a ambivalência, sentida como relutância à mudança; ajudar a ultrapassar os obstáculos; reforçar a autoeficácia e apoiar o processo de tomada de decisão para a mudança. Qualquer intervenção de redução ou controlo de peso só resulta se houver um investimento terapêutico no sentido de ultrapassar a ambivalência.
Modelo Transteórico e Fases ou ciclos de mudança 
Na perspectiva de Cunha (2008, p. 14), no Modelo Transteórico (MTT), a mudança comportamental é conceptualizada como um processo que se prolonga no tempo e que envolve a progressão através de seis fases: pré-contemplação, contemplação, preparação, acção, manutenção e término.
Pré-contemplação é a fase em que não há intenção de mudança comportamental num futuro próximo. Os pré-contempladores podem até almejar mudar, mas esse “desejo” não corresponde a uma intenção séria de mudança. Frases típicas desta fase são, por exemplo, “não me parece que tenha qualquer problema” ou “tenho alguns defeitos, mas não há nada que de facto necessite de mudar”. 
Cont.
Na ideia de Prochaska e Norcross, (2001, cit. em Cunha 2008, p. 19), Contemplação é a segunda fase. Nesta fase, o sujeito tem consciência de que o problema existe e pensa seriamente em ultrapassá-lo, mas ainda não está preparado para assumir um compromisso. Este é um estado onde por vezes o sujeito fica muito tempo. Algumas frases típicas são: “tenho um problema e penso que deveria fazer alguma coisa” ou “ tenho pensado que há coisas que gostaria de alterar”. 
Preparação é a fase seguinte. Esta fase combina intenção com alguns critérios comportamentais. Os indivíduos nesta fase tencionam agir dentro de um mês e tentaram passar à acção sem sucesso no último ano. 
Numa escala de medida contínua estes sujeitos apresentam simultaneamente alta pontuação nas escalas de contemplação e acção
Na fase seguinte, Acção, o indivíduo é capaz de modificar comportamentos, experiências e ambiente de forma a poder ultrapassar os seus problemas. Nesta fase as transformações são mais visíveis e tendem a ser reforçadas (Cunha 2008, p. 20).
O objetivo da ação é o compromisso e as estratégias de apoio são: reforços, mobilizar suportesocial e introdução de alternativas. É preciso salientar que nem sempre um cliente que busca recurso encontra-se no estágio de Ação (Jungerman e Laranjeira, 1999, p 20).
Na fase de Manutenção, trabalha-se a prevenção da recaída e no Término o indivíduo consegue ultrapassar situações de risco e tem total confiança na sua autoeficácia. (Prochaska e Norcross, 2001, cit. em Cunha 2008, p. 20).
Estilo de comunicação (acompanhar, dirigir e orientar)
Fluentes (2019), faz descrição de três estilos de comunicação, os quais são abordagens para ajudar as pessoas:
Acompanhar. Um bom ouvinte suspende seus próprios interesses para dar total atenção para compreender a experiência do outro. Não tem intenção de conseguir outra coisa além de ver e entender o mundo através dos olhos do outro. Alguns sinônimos para entender mais esse estilo: andar junto; permitir; tolerar; ser solidário; confiar; seguir; prestar atenção; ser receptivo; velar; entender; observar. O estilo de comunicação acompanhamento tem predomínio da escuta. Não há intenção de mudar o outro ou pressioná-lo para a mudança
Cont.
Dirigir. O estilo de dirigir indica um relacionamento interpessoal bastante diferente: nesta abordagem, o assistente assume o controle. Isso implica uma relação desigual quanto ao conhecimento, autoridade ou poder. Nesse estilo de comunicação predomina o intuito de dizer à pessoa o que fazer, de modo imperativo, explicando ou não as razões da ação. O estilo de comunicação diretiva baseia-se na noção de que o assistente sabe o que o outro deve fazer para resolver o problema. O papel esperado do assistido é a adesão ou conformidade.
Orientar. O estilo de comunicação orientar pode ser compreendido fazendo-se uma analogia
à orientação recebida por um guia para encontrar um caminho. Não está dentro da autoridade do guia determinar o que alguém deve fazer. Um bom guia conhece as possibilidades e pode oferecer alternativas para a escolha. Nesse estilo de comunicação o objetivo é ajudar a pessoa a resolver as questões por ela mesma, escolhendo seu próprio caminho. Alguns sinônimos para orientação: esclarecer; encorajar; motivar, amparar; apresentar; cuidar; levar junto; acordar; evocar.
Estratégias que aumentem a probabilidade de mudança
A - Aconselhar: algumas vezes, um conselho claro, na hora e da forma certa, pode fazer a diferença. Identificar o problema ou a área de risco, explicar porque a mudança é necessária e recomendar uma mudança específica;
B - Remover Barreiras: uma pessoa no estágio de contemplação pode estar considerando vir ao tratamento, mas estar preocupada em fazê-lo devido a alguns obstáculos do tipo custo, transporte, horário, etc. Essas barreiras podem interferir não só no início do tratamento como também no processo de mudança, já que muitas vezes essas barreiras são mais de atitude ou internas do que abertas .
C - Oferecer opções de escolha: é provado que a motivação é aumentada quando a pessoa percebe-se capaz de decidir livremente sem influência externa ou sem ter sido obrigada a fazê-lo. Portanto, é essencial que o terapeuta ajude o cliente a sentir sua liberdade (e consequentemente, responsabilidade) de escolha, oferecendo várias alternativas para o cliente optar.
D - Diminuir a vontade: se um comportamento é mantido apesar de suas más consequências, é porque este também traz algo de bom. Temos que identificar os aspectos positivos do comportamento do cliente que o está estimulando a manter-se nele, e daí buscar formas de diminuir esses incentivos. 
Cont.
E - Praticar empatia: o valor da empatia já foi mencionado anteriormente e desta consiste não a habilidade de identificar-se com o cliente, mas sim de entender o outro através da chamada ‘escuta crítica;
F – Dar feedback: se o terapeuta não sabe bem onde se encontra no processo terapêutico, fica difícil saber para onde ir. Muitas pessoas acabam por não mudar por falta de retomo quanto à sua atual situação. Portanto, deixar o cliente sempre a par de seu estado presente é um elemento essencial para motivá-lo à mudança;
Cont.
G - Clarificar objetivos: só dar feedback também não é suficiente. É importante compará-lo com uma meta pré-estabelecida, que oriente o percurso de ação. Portanto, é importante auxiliar o cliente a estabelecer certos objetivos e que estes sejam realistas e factíveis;
H - Ajuda ativa: o terapeuta deve estar ativa e positivamente interessado no processo de mudança do cliente e isto pode ser expresso pela iniciativa do terapeuta de ajudar e pela expressão de cuidado (por exemplo, um simples telefonema frente a uma falta). Assim podemos resumir as orientações dispensadas em cada fase do processo 
Conclusão 
Depois da produção do trabalho relativo à entrevista motivacional, chegamos às seguintes conclusões:
O uso da Entrevista Motivacional, na intervenção psicológica há necessidade do domínio das técnicas por parte do entrevistador, dado que é um trabalho bastante sensível porque trabalha com o sistema psíquico do indivíduo, sendo que a modificação do comportamento por uma orientação psicológica não é uma tarefa fácil.
A intervenção psicológica com recurso ao uso da Entrevista Motivacional dependendo do tipo da situação que o cliente revela, dependendo do comportamento do cliente, o psicólogo irá reagir em função da narração do seu cliente. Quando o comportamento é de resistência a mudança, o aconselhamento não deve ser agressivo, o psicólogo de fazer uma empatia até ao ponto do cliente operar a mudança por si só.
Referências 
CUNHA Maria . A entrevista Motivacional como Estímulo de Motivação para a Aprendizagem. Universidade de Lisboa: Lisboa,2008. 
FIGILE N. Guimarães L. A Entrevista Motivacional: Uma Conversa de Mudança. UNESP: São Paulo,2017.
GOMES R. e Couto A. A Obesidade como Geradora de Doença: Um Impacto da Entrevista Motivacional. Magazine,2020.
JUNGERMAN F.S. e Laranjeira R. Entrevista Motivacional: Bases Teóricas e
Práticas. CD UNIAD – UNIFESP, São Paulo,1999.
FLENTES . Entrevista motivacional e a mudança de comportamento na formação docente. Revista pedagógica,2019.

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