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Resumo Psicologia de DAVID G. MAYERS

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UNIP - UNIVERSIDADE PAULISTA
Instituto de Ciências Humanas
Curso de Psicologia
Felipe Sátiro Praxedes R.A. T45677-0
Código da Disciplina: 259V
Turma: TT0A42
Grade: 2012/2
Processos Psicológicos Básicos
 
GOIÂNIA
2017
PSICOLOGIA DE DAVID G. MAYERS
Os pensamentos dos filósofos sobre o pensamento prosseguiram até o nascimento da psicologia como a conhecemos agora, em um dia de dezembro de 1879, em uma pequena sala no terceiro andar da Universidade de Leipzig, na Alemanha. Ali, dois jovens auxiliavam Wilhelm Wundt, um austero professor de meia-idade, a criar um aparato experimental. Wundt pretendia medir “os átomos da mente” - os processos mentais mais rápidos e simples. E assim teve início o que muitos consideram o primeiro experimento da psicologia.
Logo após se tornar Ph.D., em 1892, Edward Bradford Titchener, discípulo de Wundt, ingressou no corpo docente da Cornell University e lançou o estruturalismo. Assim como físicos e químicos discerniam a estrutura da matéria, Titchener almejava descobrir os elementos estruturais da mente. Seu método era engajar pessoas em introspecção autorreflexiva (olhar para dentro de si mesmas), treinando-as para relatar os elementos de suas experiências enquanto olhavam para uma rosa, ouviam um metrônomo, sentiam um cheiro ou saboreavam uma substância.
A então recém-criada ciência da psicologia se desenvolveu a partir de campos mais estabelecidos da filosofia e da biologia. Wundt era tanto filósofo como fisiologista. James era um filósofo norte-americano. Ivan Pavlov, pioneiro no estudo da aprendizagem, era um fisiologista russo. Sigmund Freud, que desenvolveu uma influente teoria da personalidade, era um médico austríaco. Jean Piaget, o observador de crianças mais influente do século passado, era um biólogo suíço. Essa lista de psicólogos pioneiros - os “Magalhães da mente”, como Morton Hunt (1993) os chamou - ilustra as origens da psicologia em muitas disciplinas e países.
Cada um de nós é um sistema complexo que é parte de um sistema social ainda maior. Mas cada um de nós também é composto de sistemas menores, tais como sistema nervoso e órgãos corporais, os quais, por sua vez, são compostos por sistemas ainda menores - células, moléculas e átomos. Esses sistemas diversos sugerem diferentes níveis de análise, os quais oferecem visões complementares. É como explicar o motivo pelo qual os ursos-pardos hibernam. Cada nível possibilita um excelente ponto de observação do comportamento, ainda que, isoladamente, cada um deles seja incompleto. Assim como as diversas disciplinas acadêmicas, as diversas perspectivas da psicologia fazem diferentes perguntas e possuem seus próprios limites. Uma perspectiva pode enfatizar o nível biológico, ou psicológico ou sociocultural.
Descobrir que algo aconteceu faz com que o acontecimento pareça inevitável, uma tendência que chamamos de viés retrospectivo (também conhecida como o fenômeno do “eu já sabia!". O viés retrospectivo é um fenômeno disseminado. Nós humanos tendemos a ser excessivamente confiantes. Após saberem a resposta, o viés retrospectivo faz com que ela pareça óbvia - de tal forma que as pessoas se tornam excessivamente confiantes.
Quando idéias competem, testes com rigor cético podem revelar as que melhor correspondem aos fatos. Pôr uma atitude científica em prática requer não apenas ceticismo, mas também humildade - a consciência de nossa própria vulnerabilidade ao erro e a abertura para surpresas e novas perspectivas. Em última análise, o que importa não é a minha opinião ou a sua, mas as verdades que a natureza revela em resposta a nossas perguntas.
A atitude científica nos prepara para pensar com mais inteligência. O pensamento inteligente, chamado pensamento crítico, examina suposições, distingue valores escondidos, avalia evidências e pondera conclusões. Seja lendo uma notícia ou ouvindo uma conversa, os pensadores críticos fazem perguntas. A psicologia científica avalia ideias competidoras com observação cuidadosa e análise rigorosa. Em seu esforço para descrever e explicar a natureza humana, ela recebe bem a intuição e as teorias que soem plausíveis. E submete tudo a testes. Se uma teoria funciona - se os dados apoiam as previsões -, tanto melhor para a teoria. Se as previsões fracassam, a teoria será reavaliada ou rejeitada.
Uma teoria científica explica por meio de um conjunto de princípios integrados que organiza as observações e prevê comportamentos e eventos. Ao organizar fatos isolados, a teoria simplifica a realidade. Existem muitos fatos sobre o comportamento, de modo que é difícil lembrar de todos. Ao reunir os fatos e ligá-los a princípios profundos, a teoria oferece um resumo útil. Quando ligamos os pontos observados, podemos descobrir um quadro coerente. Ao testar nossa teoria, devemos estar cientes de que ela pode favorecer observações subjetivas tendenciosas. Tendo teorizado que a depressão brota da baixa autoestima, podemos enxergar aquilo que esperamos.
Entre os métodos de pesquisa mais antigos, o estudo de caso examina um indivíduo em profundidade na esperança de revelar coisas verdadeiras para todos nós. O método de levantamento examina muitos casos com menor profundidade. Um levantamento solicita às pessoas que relatem seu comportamento ou opiniões. Um terceiro método descritivo, observação naturalista, registra o comportamento no ambiente natural.
A ciência atual está atrelada às mais incríveis partes do nosso corpo - o cérebro, os sistemas neurais que o compõem e suas instruções genéticas. Nossa compreensão de como o cérebro dá origem à mente já percorreu um longo caminho. Você e eu gozamos de um privilégio que Gall não tinha. Vivemos em uma época em que descobertas sobre a interação da nossa biologia e dos nossos processos mentais e comportamentais estão ocorrendo em um ritmo alucinante.
A atual neurociência cognitiva está dando o primeiro pequeno passo ao relacionar estados cerebrais específicos a experiências conscientes. a maioria dos neurocientistas cognitivos está explorando e mapeando as funções conscientes do córtex. Com base em seus padrões de ativação cortical, eles podem agora, com certas limitações, ler sua mente. Muitas descobertas da neurociência cognitiva nos falam de uma determinada região do cérebro que se torna ativa com uma experiência consciente particular. A percepção, a memória, o pensamento, a linguagem e as atitudes, todos operam em dois níveis – uma “estrada principal” consciente, deliberada, e uma “via subterrânea” inconsciente, automática. Os pesquisadores atuais dão a isso o nome processamento dual.
Todo esse processamento de informações inconscientes ocorre simultaneamente em múltiplas vias paralelas. Viajando de carro por uma rota familiar, suas mãos e seus pés assumem a direção enquanto sua mente ensaia o dia que está por vir. O processamento consciente serial, embora mais lento que o processamento paralelo, é hábil em solucionar novos problemas, que requerem atenção focada. Por meio da atenção seletiva, sua atenção consciente focaliza, como um feixe de luz, apenas um aspecto muito limitado de tudo aquilo que você vivência. 
Por trás da história de nosso corpo e de nosso cérebro – com toda a certeza, o que há de mais fascinante em todo o nosso pequeno planeta - é a hereditariedade que interage com a nossa experiência para criar tanto a nossa natureza humana universal quanto a nossa diversidade individual e social. Para separar cientificamente as influências ambientais das hereditárias, os geneticistas comportamentais precisariam compor dois tipos de experimentos. O primeiro controlaria o ambiente doméstico e aplicaria variações aos fatores hereditários. O segundo controlaria a hereditariedade e aplicaria variações ao ambiente doméstico. Seria antiético realizar esse tipo de experimentos com crianças mas, felizmente para nossas finalidades, a natureza já se encarregou da tarefa por nós com os gêmeos.
Para os geneticistas do comportamento,o segundo tipo de experimento da vida real que a natureza nos proporciona – a adoção - cria dois grupos: parentes genéticos (pais e irmãos biológicos) e parentes ambientais (pais e irmãos adotivos). Diante de um determinado traço, torna-se possível questionar se as crianças adotadas se parecem mais com os pais biológicos, que contribuíram com os genes, ou com os pais adotivos, que contribuíram com o ambiente doméstico.
Como a maioria dos pais diz após o segundo filho, os bebês já são diferentes antes mesmo de respirar pela primeira vez. Considere um rápido aspecto aparente da personalidade. Os temperamentos dos bebês são sua excitabilidade emocional - se são reativos, intensos ou inquietos, ou afáveis, quietos e plácidos. Desde as primeiras semanas de vida, bebês difíceis são mais irritáveis, intensos e imprevisíveis. Bebês fáceis são alegres, relaxados e com hábitos de sono e de alimentação previsíveis. Crianças retraídas tendem a resistir ou se fechar diante de situações e pessoas novas. partir de estudos sobre gêmeos e adoção, os geneticistas do comportamento podem estimar matematicamente a herdabilidade de um traço - a extensão em que a variação entre os indivíduos pode ser atribuída às suas diferenças genéticas.
Assim como com o peso e a altura, o mesmo se dá com os escores de personalidade e inteligência: diferenças individuais hereditárias não implicam diferenças grupais hereditárias. Se alguns indivíduos são geneticamente predispostos a uma maior agressividade do que outros, isso não necessariamente explica por que alguns grupos são mais agressivos que outros. Colocar as pessoas em um novo contexto social pode alterar sua agressividade.
Entre nossas semelhanças, a mais importante - o traço marcante do comportamento de nossa espécie - é a incrível capacidade de adaptação. Alguns traços humanos, como ter dois olhos, se desenvolvem da mesma forma em praticamente qualquer ambiente. Mas outros traços são expressos apenas em ambientes específicos. Dizer que os genes e a experiência são ambos importantes é verdade. Mais precisamente, eles interagem. Imagine dois bebês, um geneticamente predisposto a ser atraente, sociável e tranqüilo e outro bastante diferente. Pressuponha ainda que o primeiro atraia mais afeto e cuidados estimulantes do que o segundo e assim acabe por se transformar em uma pessoa mais atenciosa e extrovertida. À medida que as duas crianças amadurecem, a mais naturalmente extrovertida busca, com mais frequência, atividades e amigos, o que encoraja a confiança social posteriormente.
Como Gardner assinala, os pais podem influenciar a cultura que molda o grupo de pares, ajudando na escolha da vizinhança e da escola onde as crianças vão estudar. E como a influência da vizinhança é significativa, os pais podem estar dispostos a participar de programas de intervenção para jovens, voltados para escola ou para a vizinhança. Se os vapores de um ambiente nocivo estiverem penetrando na vida de uma criança, esse ambiente - não apenas a criança – precisa ser transformado. Ainda assim, os pares são apenas mais um dos meios de influência cultural. Cultura são os comportamentos, ideias, atitudes, valores e tradições compartilhados por um grupo de pessoas e transmitidos de uma geração para a outra. A natureza humana parece ter sido projetada para a cultura. Somos animais sociais, e mais ainda.
A psicologia do desenvolvimento examina como as pessoas estão continuamente se desenvolvendo - em termos físicos, cognitivos e sociais, da infância à velhice. Grande parte de suas pesquisas concentra-se em torno de três questões principais: Natureza/cultura: Até que ponto a herança genética (nossa natureza) e a experiência (os fatores externos de nossa cultura) influenciam nosso desenvolvimento; Continuidade/estágios: O desenvolvimento é um processo contínuo e gradual, como andar em uma escada rolante, ou algo que acontece em uma sequência de estágios separados, como subir os degraus de uma escada; Estabilidade/mudança: Será que nossos traços de personalidade iniciais persistem durante a vida, ou nos tornamos pessoas diferentes à medida que envelhecemos.
O pioneiro psicólogo americano William James supunha que as experiências dos recém-nascidos fossem um “emaranhado de confusões”. Até a década de 1960, poucas pessoas discordavam. Dizia-se que, à parte um borrão sem sentido de sombras claras e escuras, os recém-nascidos não podiam ver. Então, os cientistas descobriram que os bebês podem nos dizer muito - se soubermos como perguntar. Uma técnica que os pesquisadores do desenvolvimento utilizam para responder a essas perguntas é uma forma simples de aprender chamada habituação - uma diminuição da capacidade de resposta com estimulação repetida. Um novo estímulo recebe atenção quando apresentado pela primeira vez. Mas quanto mais frequentemente o estímulo for presentado, mais fraca se tornará a resposta.
Durante a primeira infância, o bebê cresce de recém-nascido a criança, e durante a segunda infância, de criança a adolescente. Veremos como todos nós percorremos esse caminho e nos desenvolvemos física, cognitiva e socialmente. Desde a primeira infância, o cérebro e a mente - o hardware neural e o software cognitivo - desenvolvem-se juntos.
Piaget identificou marcos cognitivos significativos e estimulou o interesse mundial pelo desenvolvimento da mente. Ele colocou menos ênfase na idade em que a criança normalmente alcança marcos específicos do que em sua sequência. Estudos conduzidos em todo o mundo, da Austrália aborígine à Argélia e à América do Norte, confirmam que a cognição humana se desenvolve basicamente na sequência que ele propôs. Entretanto, os pesquisadores atuais consideram o desenvolvimento
algo mais contínuo do que Piaget supôs. Ao detectarem as fases iniciais de cada tipo de pensamento em crianças mais jovens, eles revelaram capacidades conceituais que Piaget não percebeu. Além disso, em relação ao que Piaget definia, eles consideram a lógica formal uma parte menor da cognição. Piaget não ficaria surpreso de que hoje, como parte de nosso próprio desenvolvimento cognitivo, estejamos adaptando suas ideias para acomodar novas descobertas.
A medida que a perspectiva do ciclo de vida emergia, os psicólogos começaram a perceber como a maturação e a experiência nos moldam não só na infância, mas também na adolescência e além. A adolescência - os anos entre o fim da infância e a idade adulta - começa com as primeiras mudanças físicas da maturidade sexual e termina com a conquista social do status de adulto independente (o que significa que em algumas culturas, em que os jovens se sustentam, a adolescência mal existe). 
A adolescência é o período de transição entre a infância e a vida adulta, que vai da puberdade à independência. A puberdade é o período de maturação sexual, durante o qual a pessoa se torna capaz de se reproduzir. As características sexuais primárias as estruturas do corpo (ovários, testículos, genitália externa) que tornam possível a reprodução. As características sexuais secundárias características sexuais não reprodutivas, tais como seios e quadris femininos, qualidade da voz masculina e pelos no corpo.
À medida que os adolescentes amadurecem e passam a ser adultos jovens, os laços afetivos entre pais e filhos continuam a afrouxar. Com 20 e poucos anos, muitos jovens ainda dependem bastante dos pais. Quando chegam perto dos 30, a maioria se sente mais independente e capaz de estabelecer relacionamentos com os pais como adultos iguais. Essa graduação da adolescência à idade adulta agora está levando mais tempo.
E mais difícil generalizar sobre os estágios da idade adulta do que sobre os anos anteriores da vida. Se você sabe que Hermes tem 1 ano de vida e Jamal tem 10, poderia dizer muito sobre cada um deles. Não ocorre o mesmo com adultos que não tem um número similar de anos. O chefe pode ter 30 ou 60 anos; o corredor de maratona pode ter 20 ou 50 anos; uma moça de 19 anos pode ser uma mãe que sustenta uma criança ou uma criança que depende dos pais. Ainda assim,os cursos de nossa vida são, de algum modo, similares. Física, cognitiva e, em especial, socialmente, as pessoas de 50 anos são diferentes do que foram aos 25.
Em nossas experiências cotidianas, sensação e percepção fundem-se em um processo contínuo. Começamos com os receptores sensoriais e evoluímos para níveis mais elevados de processamento. Os psicólogos referem-se à análise sensorial que começa em seu ponto de entrada como processamento bottom-up (de baixo para cima). Porém, a mente também interpreta o que os sentidos detectam. Construímos percepções com base tanto nas sensações que vêm de baixo para cima até o cérebro como em nossa experiência e nossas expectativas, o que os psicólogos chamam de processamento top-down (de cima para baixo).
No início do século XX, um grupo de psicólogos alemães observou que, ao receber um amontoado de sensações, a tendência das pessoas é de organizá-las em uma gestalt, palavra alemã que significa “forma” ou “todo”. Os psicólogos da Gestalt, que tinham uma grande variedade de interesses, adoravam dizer que, na percepção, o todo pode exceder a soma das partes.
Para começar, o sistema precisaria reconhecer as faces como distintas do fundo. Da mesma forma, nossa primeira tarefa perceptiva é identificar qualquer objeto (a figura) como distinto de seus arredores (o fundo). 
Após discriminar a figura do fundo, nós (e nosso sistema de vídeo/computador) temos agora de organizar a figura em uma forma significativa. Processamos algumas características básicas de uma cena - como cor, movimento e contraste claro/escuro - instantânea e automaticamente. 
Para dar ordem e forma às sensações básicas, a mente segue certas regras para agrupar estímulos. A partir das imagens bidimensionais que chegam à retina, de alguma forma organizamos percepções tridimensionais. 
A percepção de profundidade, ver objetos em três dimensões, habilita-nos a estimar a distância entre eles e nós. Estimamos imediatamente a distância de um carro vindo em nossa direção ou a altura de uma casa. Essa habilidade é em parte inata. 
Se você não tivesse a percepção de movimento, não apenas seria incapaz de andar de bicicleta ou de dirigir, como também teria dificuldade para escrever, comer e caminhar. 
Graças à constância de tamanho, percebemos os objetos como dotados de um tamanho constante, mesmo que nossa distância em relação a eles varie. Presumimos que um carro é grande o bastante para transportar pessoas, mesmo quando vemos sua minúscula imagem a dois quarteirões de distância. Isso ilustra a estreita conexão entre a distância e o tamanho percebidos. Perceber a distância de um objeto fornecemos indicações de seu tamanho. Da mesma forma, saber seu tamanho geral - que se trata de um carro - nos dá indicações de sua distância.
Percepção de forma, percepção de profundidade, percepção de movimento e constância perceptiva esclarecem a forma como organizamos nossas experiências visuais. A organização perceptiva aplica-se também a outros sentidos.
Nossas mentes conectam naturalmente eventos que ocorrem em sequência. Suponha que você veja um pão recém-casado, sinta seu aroma, coma um pedaço e se sinta satisfeito. Na próxima vez em que vir e sentir o cheiro de um pão fresco, essa experiência irá gerar a expectativa de que comê-lo será novamente satisfatório. Associações aprendidas também alimentam nossos comportamentos habituais. Ao repetirmos comportamentos em um dado contexto, os comportamentos ficam associados com os contextos. Nossa próxima experiência naquele contexto irá assim desencadear automaticamente a resposta habitual. 
Condicionamento respondente/clássico ou Pavloviano é a capacidade dos organismos de aprender novos reflexos a partir do emparelhamento entre um estímulo neutro e um estímulo inconcidionado (reflexo). Ou seja, estímulos que não eliciavam determinadas respostas passam a eliciar. 
Comportamento Operante, também definido por aprendizagem pelas consequências, produz consequências (modificação no ambiente) e é afetado por elas. Entender o comportamento operante é fundamental para entender como aprendemos. As consequências do nosso comportamento vão afetar suas ocorrências futuras. 
Generalização é quando um determinado estímulo discriminativo aumenta a probabilidade de ocorrência de uma determinada classe de respostas em sua presença, mas estímulos fisicamente semelhantes ao estímulo discriminativo também põem ocasionar a ocorrência dessas respostas, com probabilidade tanto maior quanto maior a semelhança entre os estímulos. 
O esquema de reforçamento intermitente não mais disponibiliza o reforço a cada resposta, mas sim intermitentemente. Perceba que há possibilidade de variações não só no número de respostas emitidas, mas também no tempo: a) Razão Fixa (FR) o número de respostas exigido para cada reforço é sempre o mesmo; b) Razão Variável (VR) o número de respostas exigido para cada reforço varia; c) Intervalo Fixo (FI) o tempo decorrido desde o último reforçamento é sempre o mesmo; d) Intervalo Variável (VI) o tempo decorrido desde o último reforçamento varia.
Um modelo do funcionamento da memória pode nos ajudar a compreender como formamos e recuperamos as lembranças. Um modelo frequentemente usado como exemplo é o do sistema de processamento de informações de um computador, semelhante à memória humana em alguns aspectos. Para lembrar de qualquer evento, precisamos conduzir a informação ao cérebro (codificação), reter a informação (armazenamento) e, mais tarde, resgatá-la (recuperação). Um computador também codifica, armazena e recupera informações. Primeiro, ele traduz a entrada (proveniente do teclado) em linguagem eletrônica, da mesma forma que o cérebro codifica a informação sensorial em linguagem neural. O computador armazena permanentemente grandes quantidades de informações em uma unidade de armazenamento, a partir da qual elas poderão ser recuperadas.
Primeiro registramos as informações a serem lembradas como uma memória sensorial passageira. A partir dela, processamos as informações em um compartimento de memória de curto prazo, onde ela é codificada por reiteração. Finalmente, as informações passam para a memória de longo prazo, para serem recuperadas posteriormente.
Algumas informações, como o caminho que você fez até a sala de sua última aula, são processadas com muita facilidade, liberando seu sistema de memória para se concentrar em eventos menos familiares. Graças à capacidade do nosso cérebro de processar atividades simultâneas (processamento paralelo), uma enorme quantidade de multitarefas ocorre sem a nossa atenção consciente.
Codificamos e retemos grande quantidade de informação de forma automática, mas nos lembramos de outros tipos de informações, tais como os conceitos deste capítulo, somente com esforço e atenção. O processamento empenhado (effortful) muitas vezes produz memórias duráveis e acessíveis.
Quando processamos as informações verbais para armazenamento, geralmente codificamos seu significado, associando-as, por exemplo, ao que já sabemos ou às nossas suposições. Cada um desses níveis de processamento tem seu próprio sistema cerebral. E todos podem ajudar.
No coração da memória está o armazenamento. Se, depois de algum tempo, você lembrar de uma experiência, de alguma forma ela foi armazenada e resgatada. Tudo o que é armazenado em nossa memória de longo prazo se mantém adormecido, esperando ser despertado por algum estímulo.
Em meio à vasta quantidade de informações registrada por nossa memória sensorial, iluminamos algumas com o foco de nossa atenção. Também resgatamos informações do armazenamento de longo prazo para a apresentação “ao vivo”. Entretanto, a não ser que nossa memória de trabalho codifique de maneira significativa ou reitere a informação, ela rapidamente desaparecerá do nosso armazenamento de curto prazo. Durante a viagem de nossos dedos do caderno de telefones até o telefone, a lembrança de um número específico pode evaporar.
Para lembrar de um evento é preciso mais do que colocá-lo para dentro (codificar) emantê-lo lá (armazenamento). Para a maioria das pessoas, a memória é recordar, a capacidade de recuperar informações não disponíveis na consciência. Para um psicólogo, a memória é qualquer sinal de que algo aprendido se manteve. Assim, o reconhecimento ou o reaprendizado mais rápido das informações também se referem à memória. 
O processo de recuperação de uma memória segue um princípio semelhante, pois as memórias são armazenadas em uma rede de associações, cada pedaço de informação é interligado a outro. Quando você codifica na memória uma informação, como o nome da pessoa sentada ao seu lado na sala de aula, você associa a isso a outras pequenas informações sobre o que há ao seu redor: humor, posição em que está sentada e assim por diante. Esses fragmentos podem funcionar como pistas de recuperação, pontos de fixação usados para acessar a informação principal quando você a quiser recuperar mais tarde. Quanto mais pistas de recuperação você tiver, maiores chances de achar o caminho até a memória suspensa.
O pensamento, ou a cognição, refere-se a todas as atividades associadas a processamento, conhecimento, recordação e comunicação. Os psicólogos cognitivos estudam essas atividades, incluindo os meios lógicos e, às vezes, ilógicos pelos quais criamos conceitos, resolvemos problemas, fazemos julgamentos e tomamos decisões.
Para pensar sobre os incontáveis eventos, objetos e pessoas em nosso mundo, nós simplificamos as coisas. Formamos conceitos – agrupamentos mentais de objetos, eventos e pessoas semelhantes. Alguns problemas são resolvidos pelo método de tentativa e erro. Para outros problemas, usamos algoritmos, procedimentos passo a passo que garantem uma solução. Em outros casos, costumamos recorrer a estratégias denominadas heurísticas. Às vezes, não percebemos que estamos usando algum tipo de estratégia para resolver um problema. Quebramos a cabeça sobre um problema durante um tempo e de repente as peças se juntam e percebemos a solução em um súbito insight.
A inteligência é um conceito construído socialmente: as culturas consideram “inteligentes” quaisquer atributos que possibilitem o sucesso nessas sociedades. Na floresta amazônica, a inteligência pode consistir em compreender as qualidades medicinais das plantas nativas; em uma escola secundária de Ontário, pode ser um desempenho superior em tarefas cognitivas. Em cada contexto, inteligência é a habilidade de aprender a partir da experiência, solucionar problemas e usar o conhecimento para se adaptar a novas situações. No campo das pesquisas, inteligência é aquilo que os testes de inteligência medem. Historicamente esse tem sido o tipo de resolução de problemas demonstrado como “brilhantismo escolar”.
Poderíamos, então, equiparar as habilidades mentais às físicas. O atletismo não é uma modalidade apenas, mas várias. A habilidade de correr em alta velocidade é distinta da força necessária para levantar pesos, por sua vez distinta da coordenação entre olhos e mãos requerida para se arremessar uma bola em um alvo. Um campeão de levantamento de pesos raramente tem o potencial para ser um habilidoso esquiador. Mesmo assim, ainda há alguma tendência para que coisas boas venham no mesmo pacote — para que a velocidade de corrida e a precisão de arremesso se correlacionem, graças à habilidade atlética geral. O mesmo ocorre com a inteligência. Inúmeras habilidades distintas tendem a se agrupar e se correlacionar o suficiente para definir um pequeno fator de inteligência geral.
As Oito Inteligências, de Gardner Howard Gardner, vê a inteligência como habilidades múltiplas que vêm em pacotes: linguística, lógico-matemática, musical, espacial, corporal-cinestésica, Intrapessoal (eu), interpessoal (os outros) e naturalista.
As Três Inteligências de Sternberg Robert Sternberg concordam que o sucesso envolve mais do que a inteligência tradicional: 1) A inteligência analítica (resolução de problemas acadêmicos) é avaliada por testes de inteligência, que apresentam problemas bem definidos com uma única resposta correta. Tais testes predizem as notas escolares razoavelmente bem e o sucesso vocacional de forma mais modesta. 2) A inteligência criativa é demonstrada ao se reagir adaptativamente a situações inéditas e ao se gerar novas ideias. 3) A inteligência prática é necessária para tarefas cotidianas, que podem ser mal definidas, com múltiplas soluções. O sucesso gerencial, por exemplo, depende menos da competência para a resolução de problemas acadêmicos do que de uma habilidade perspicaz para gerenciar a si mesmo, suas próprias tarefas e outras pessoas. O teste de inteligência gerencial prática de Sternberg e Richard Wagner (1993, 1995) mede a competência para escrever memorandos eficazes, motivar e compreender pessoas, delegar tarefas e responsabilidades e promover a própria carreira. Executivos cujos escores são relativamente altos nesse teste tendem a ganhar salários altos e a receber avaliações de desempenho acima da média.
Vamos considerar quatro perspectivas que os psicólogos já usaram para tentar compreender os comportamentos motivados. A teoria do instinto (agora substituída pela perspectiva evolucionista) se concentra em comportamentos predispostos geneticamente. A teoria da redução do drive (impulso), que enfatiza a interação entre o “empurrão interno” e a “pressão externa”. A teoria da excitação (arousal), cuja ênfase é encontrar o nível ideal de estimulação. E a hierarquia de necessidades de Abraham Maslow, que descreve como algumas de nossas necessidades são prioritárias em relação a outras.
Para se qualificar como instinto, um comportamento complexo deve apresentar um padrão fixo em uma espécie inteira e não ser aprendido. Abraham Maslow (1970) descreveu essas prioridades como uma hierarquia de necessidades. Na base dessa pirâmide estão nossas necessidades fisiológicas, como as por água e alimento. Somente se estas forem satisfeitas estaremos prontos para satisfazer a necessidade por segurança e, depois, as necessidades exclusivamente humanas de dar e receber amor e de desfrutar de nossa autoestima. Acima disso está a mais alta das necessidades humanas: a realização do pleno potencial do indivíduo.
As emoções são uma mistura de ativação fisiológica, comportamentos expressivos e pensamentos e sentimentos conscientemente experienciados. Quer você esteja esperando férias há muito planejadas, apaixonado ou triste ou chorando a morte de uma pessoa amada, não são necessários muitos argumentos para convencê-lo de que as emoções envolvem o corpo. Algumas respostas físicas são facilmente percebidas, enquanto outras acontecem sem nos darmos conta — muitas vezes ocorrendo ao nível dos neurônios. Para decifrar as emoções das pessoas nós lemos seus corpos, ouvimos seu tom de voz e estudamos seus rostos. O comportamento das pessoas revela sua emoção.
A promoção da saúde começa com a implementação de estratégias de prevenção de doenças e melhoria do bem-estar. Tradicionalmente, as pessoas só pensavam em sua saúde quando alguma coisa dava errado e só iam ao médico em busca de um diagnóstico e tratamento. Isso, como dizem os psicólogos, é como ignorar a manutenção do carro e só levá-lo à oficina quando alguma coisa dá defeito. A manutenção da saúde inclui o alívio do estresse, a prevenção de doenças e a promoção do bem-estar.
Um elemento básico na concepção de Freud era o de que a mente fica, na maioria dos casos, escondida. Nossa percepção consciente seria a parte do iceberg que flutua acima da superfície. Abaixo da superfície, ficaria a região inconsciente, bem maior, contendo pensamentos, desejos, sentimentos e lembranças. Armazenamos temporariamente alguns desses pensamentos em uma área pré-consciente, da qual podemos recuperá-los para a percepção consciente. Um dos maiores interesses de Freud era a grande quantidade de paixões e pensamentos que, segundo ele, nós recalcamos, ou bloqueamos de modo enérgico da nossa consciência, porque seriam por demais perturbadores para serem admitidos. Freud acreditava que, embora não estejamos conscientesdeles, esses sentimentos e ideias inquietantes exercem sobre nós uma influência poderosa. Para ele, nossos impulsos não reconhecidos se auto expressam em formas disfarçadas — o trabalho que escolhemos, as crenças que alimentamos, nossos hábitos diários, nossos sintomas perturbadores.
Na perspectiva de Freud, a personalidade humana — incluindo suas emoções e seus esforços — origina-se de um conflito entre moção (impulse) e restrição — entre nossos impulsos biológicos agressivos em busca do prazer e nossos controles sociais internalizados sobre esses impulsos. Freud sustentava que a personalidade era o resultado de nossos esforços no sentido de resolver esse conflito básico — para expressar essas moções (impulses) de modo a produzir satisfação sem trazer também culpa e punição. Freud teorizou que os conflitos estão centrados em três sistemas que interagem: id, ego e superego.
A análise das histórias de seus pacientes convenceu Freud de que a personalidade se forma durante os primeiros anos de vida. Ele concluiu que as crianças passam por uma série de fases psicossexuais, durante as quais as energias do id que buscam o prazer ficam concentradas em áreas distintas do corpo sensíveis ao prazer denominadas zonas erógenas.
Freud propôs que o ego se protege com mecanismos de defesa. Essas táticas reduzem ou redirecionam a angústia de várias formas, mas sempre distorcendo a realidade.
O recalque expulsa da consciência os pensamentos e os sentimentos que despertam angústia. Segundo Freud, o recalque é a base de todos os outros mecanismos de defesa, cada um dos quais disfarça os impulsos ameaçadores e os impede de alcançar a consciência. Freud acreditava que o recalque explica por que não nos lembramos do desejo que sentíamos na infância pelo genitor do outro sexo. Contudo, também defendia que o recalque é com frequência incompleto, que os impulsos recalcados transbordam pela simbologia dos sonhos e pelo ato falho.
A regressão nos permite retroceder a uma fase de desenvolvimento anterior e mais infantil. Assim, quando enfrenta os angustiantes primeiros dias de escola, uma criança pode regredir ao conforto oral de chupar o dedo. Os macacos jovens, quando ansiosos, retrocedem à fase infantil de se agarrarem à mãe ou uns aos outros. Mesmo os calouros universitários podem ansiar pela segurança e pelo conforto de casa.
Na formação reativa, o ego inconscientemente faz os impulsos inaceitáveis parecerem seus opostos. A caminho da consciência, a proposição inaceitável “Eu o odeio” torna-se “Eu o amo”. A timidez torna-se ousadia. Os sentimentos de inadequação tornam-se fanfarronices.
A projeção disfarça os impulsos ameaçadores, atribuindo-os aos outros. Assim, “Ele não confia em mim” pode ser a projeção do verdadeiro sentimento “Eu não confio nele” ou “Eu não confio em mim mesmo”. Um ditado salvadorenho capta a ideia: “O ladrão acha que todo mundo é ladrão.”
A racionalização ocorre quando inconscientemente geramos explicações auto justificadas para esconder de nós mesmos os verdadeiros motivos de nossas ações. Assim, os bebedores habituais podem dizer que bebem com os amigos “apenas para serem sociáveis”. Estudantes que não conseguem estudar podem racionalizar: “Só o trabalho sem lazer torna João [ou Joana] uma pessoa sem graça.”
O deslocamento, de acordo com Freud, desvia os impulsos sexuais ou agressivos da pessoa para um objeto ou pessoa que é psicologicamente mais aceitável do que aquela que despertou os sentimentos. Crianças que temem expressar raiva contra os pais podem deslocar essa raiva chutando o animal de estimação da família. Estudantes contrariados com o resultado de uma prova podem descontar no colega. 
A negação protege a pessoa contra eventos reais excessivamente dolorosos para serem aceitos, pela rejeição de determinado fato ou de sua gravidade. Pacientes à beira da morte podem negar a gravidade da própria doença. Os pais podem negar o comportamento desviante do filho. Cônjuges podem negar provas de que estão sendo traídos.
O psicólogo humanista Carl Rogers estava de acordo com muitos dos pensamentos de Maslow. Rogers acreditava que as pessoas são basicamente boas e dotadas de tendências para a autor realização. A não ser que estejamos em um ambiente que iniba o crescimento, cada um de nós é como um broto pequenino, pronto para o crescimento e para a realização. Rogers acreditava que um clima favorável ao crescimento exigia três condições: autenticidade, aceitação e empatia.
Maslow propôs que somos motivados por uma hierarquia de necessidades. Se nossas necessidades fisiológicas são atendidas, ficamos preocupados com segurança pessoal; se atingimos um senso de segurança, buscamos então amar, ser amados e amar a nós mesmos; com nossas necessidades de amor satisfeitas, buscamos autoestima. Tendo alcançado a autoestima, finalmente buscamos a autor realização (o processo de realizar nosso potencial) e de autotranscedência (significado, propósito e comunhão para além do eu).
Maslow e Rogers teriam sorrido sabiamente. Para eles, a característica central da personalidade é o autoconceito — todos os pensamentos e sentimentos que temos em resposta à pergunta “Quem sou eu?”. Se nosso autoconceito for positivo, tendemos a agir e a ver o mundo positivamente. Se for negativo — se aos nossos olhos estivermos muito longe do nosso eu ideal —, disse Rogers, sentimo-nos insatisfeitos e infelizes. Um objetivo valioso para terapeutas, pais, professores e amigos é, portanto, segundo ele, ajudar os outros a se conhecer, a se aceitar e a ser verdadeiros consigo mesmos.
Allport fez o que Freud não fez: descrever a personalidade em termos de traços fundamentais — os comportamentos e os motivos conscientes característicos das pessoas.
Profissionais de saúde mental veem os transtornos psicológicos como padrões contínuos de pensamentos, de sentimentos e de ações que são desviantes, angustiantes e/ou disfuncionais. Ser diferente (desviante) da maioria das outras pessoas em sua cultura é parte do que é preciso para se definir um transtorno psicológico. Padrões para o comportamento desviante variam de acordo com o contexto e a cultura. Padrões para o desvio também variam de acordo com o tempo. Porém, um transtorno envolve mais do que desvio. Comportamentos desviantes e angustiantes têm mais chance de ser vistos como transtornos quando também julgados como disfunção prejudicial.
Na psiquiatria e na psicologia, a classificação diagnostica tem como objetivo não somente descrever um transtorno, mas também predizer seu curso futuro, indicar o tratamento apropriado e estimular a pesquisa sobre suas causas. De fato, para estudarmos um transtorno, primeiro devemos nomeá-lo e descrevê-lo. Um conceituado modelo atual de classificação de transtornos psicológicos é o DSM-V-TR.
A ansiedade faz parte da vida. Ao falar em frente a uma turma, olhar para baixo em um penhasco ou desejar participar de um grande jogo, qualquer um de nós pode se sentir ansioso. Às vezes podemos sentir ansiedade suficiente para evitar fazer contato visual ou conversar com alguém — “timidez", nós o chamamos. Para a sorte da maioria de nós, essa intranquilidade não é intensa e persistente. Caso se torne, podemos sofrer de um dos transtornos de ansiedade, marcados por uma ansiedade aflitiva e persistente ou por comportamentos de redução de ansiedade disfuncionais.
0 transtorno do pânico é um tornado de ansiedade. Ataca repentinamente, provoca destruição e desaparece. Atingindo 1 pessoa em cada 75, a ansiedade de súbito se eleva até um aterrorizante ataque de pânico — um episódio de medo intenso, que dura alguns minutos, de que algo horrível está prestes a acontecer. Palpitações, dificuldade de respiração, sensações de asfixia, tremores ou tontura tipicamente acompanham o pânico, que pode ser confundido com um ataque cardíaco ou outra moléstia física séria. Fumantes têm pelo menos o dobro de risco de ter transtorno do pânico.
Como ocorre com a ansiedade generalizada e com as fobias, podemos ver aspectos de nosso próprio comportamentono transtorno obsessivo-compulsivo (TOC). Podemos às vezes ficar obcecados com pensamentos sem sentido ou ofensivos que não vão embora. Ou podemos nos entregar a comportamentos compulsivos, verificando, ordenando e limpando rigidamente a casa antes de os convidados chegarem, ou alinhando livros e lápis “tim-tim por tim-tim” antes de estudar.
A memória existe em parte para nos proteger no futuro. Portanto há uma sabedoria biológica em não sermos capazes de esquecer nossas experiências mais emotivas ou traumáticas - os maiores constrangimentos, os piores acidentes ou as experiências mais horrendas. Algumas vezes, porém, para alguns de nós, o inesquecível domina a vida. As queixas de veteranos com marcas de batalha como Jesse — lembranças recorrentes e pesadelos assustadores, um isolamento social entorpecido, ansiedade inquietante e insônia — são típicas do que uma vez se conheceu como “neurose de guerra” ou “fadiga de combate” e agora é chamado de transtorno de estresse pós-traumático (TEPT).
Entre os mais intrigantes transtornos estão os raros transtornos dissociativos. Trata-se de transtornos da consciência em que a pessoa parece experimentar uma súbita perda de memória ou mudança de identidade, muitas vezes em resposta a uma situação esmagadoramente estressante.
Os extremos emocionais dos transtornos de humor vêm em duas formas principais: transtorno depressivo maior, com sua desesperança e sua letargia prolongadas, e transtorno bipolar (anteriormente chamado transtorno maníaco-depressivo), no qual a pessoa alterna depressão e mania, um estado de super excitação e hiperatividade.