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CONTRATO DE TRABALHO

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CONTRATO DE TRABALHO
(ART. 442 E SEGS., CLT)
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1. FASES DE FORMAÇÃO:
a) negociação preliminar;
b) oferta, proposta ou policitação;
c) aceitação.
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2. CONCEITO:
“negócio jurídico expresso ou tácito mediante o qual uma pessoa natural obriga-se perante pessoa natural, jurídica ou ente despersonificado a uma prestação pessoal, não eventual, subordinada e onerosa de serviços.” (MGD)
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OBSERVAÇÃO:
CONTRATO DE EQUIPE OU PLÚRIMO: é aquele que tem mais de um ou diversos obreiros no polo ativo dessa mesma relação.
EX.: animadores de festa
 banda de música
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3. DENOMINAÇÃO:
para alguns seria contrato de emprego (Orlando Gomes, SPM, José Martins Catharino), mas consagrou-se, inquestionavelmente, a expressão contrato de trabalho.
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4. CARACTERÍSTICAS:
a) contrato de direito privado: a relação jurídica básica é regulada por suas cláusulas contratuais.
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b) contrato sinalagmático ou bilateral: resulta o contrato de obrigações contrárias, contrapostas. É a reciprocidade de obrigações, equivalentes ou não. Gera direitos e obrigações para ambas as partes (empregado e empregador).
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c) Consensual: nasce da vontade e concordância das partes.
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d) Contrato celebrado intuitu personae: é pessoal, como consequência do caráter fiduciário (confiança) da relação de emprego. Não pode ser cumprida por outrem.
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e) contrato de trato sucessivo ou de débito permanente: o contrato não se exaure com a prática de um único ato, pois é de débito permanente, ou seja, seu elemento típico é a continuidade, a duração.
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f) Contrato oneroso: há contraprestação pelo serviço executado ou pelo tempo à disposição.
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g) Contrato dotado de alteridade: risco da atividade econômica pertence ao empregador.
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5. MORFOLOGIA OU FORMAÇÃO:
é o estudo dos elementos componentes da figura jurídica contratual.
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OBS.: o contrato de trabalho é um contrato de adesão?
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José Affonso Dallegrave Neto: para este autor é um tipo de contrato de adesão.
Excetua-se, apenas, duas categorias profissionais: domésticos e altos empregados.
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Majoritariamente: não é um contrato de adesão.
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6. REQUISITOS, ELEMENTOS DO CONTRATO DE TRABALHO:
a) essenciais;
b) naturais;
c) acidentais.
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a) Elementos essenciais:
Extrínsecos: art. 104, CC:
1. agente capaz;
2. objeto lícito, possível e determinado;
3. forma prescrita e não defesa em lei.
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Intrínsecos: art. 138 e segs. do CC:
1. consentimento:
a) erro: arts.138 a 144,CC;
b) dolo: arts. 145 a 150, CC;
c) coação: arts. 151 a 155, CC;
d) estado de perigo e lesão: 156 e 157, CC;
e) fraude
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7. ESPÉCIES DE CONTRATO DE TRABALHO:
a) tácito ou expresso;
b) verbal ou escrito;
c) por prazo indeterminado;
d) por prazo determinado
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MODALIDADES DE CONTRATO POR PRAZO DETERMINADO:
 OBS.:
Só pode ocorrer nos casos permitidos pela legislação, em função do princípio da continuidade da relação de emprego (regra).
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A CLT (art. 443, §2º) leciona que o contrato a termo só será válido em se tratando:
a) serviço cuja natureza e transitoriedade justifique a predeterminação do prazo. 
Ex.: a transitoriedade de um curso de especialização em um estabelecimento de ensino justifica a contratação a termo de um professor ou de um técnico para montar uma fábrica.
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b) de atividades empresariais de caráter transitório.
Ex.: empresa que contrata para confecção de ovo de páscoa.
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c) de contrato de experiência ou de prova. Objetiva aferir o desempenho e entrosamento do empregado no local de trabalho, permitindo-lhe aquilatar (pesar, avaliar, apreciar o ânimo) também as condições da prestação de serviços.
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MODALIDADES:
a) contrato de experiência;
b) contrato por prazo determinado da Lei 9.601/1998 (Lei de Estímulo aos Novos Empregos);
c) contrato de trabalho temporário – Lei 6.019/1974;
d) contrato por obra certa – Lei 2.956/56;
e) contrato de safra – Lei 5.889/1973
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f) contrato de artista – Lei 6.533/1978;
g) técnico estrangeiro – Decreto Lei 691/69;
h) Atleta profissional – Lei 9.615/98.
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OUTRAS FIGURAS CONTRATUAIS:
a) sociedade;
b) empreitada;
c) mandato;
d) prestação de serviços;
e) contrato de transporte;
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f) contrato de agência ou distribuição;
g) representação comercial;
h) corretagem;
i) contrato de fornecimento;
j) administração;
k) cooperados;
l) arrendamento e parceria rural.
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1. CONTRATO DE EXPERIÊNCIA:
1.1. Conceito e finalidade: submete-se a um termo, ou seja, com dia certo para o seu fim.
Permite que os contratantes se conheçam possibilitando análise das condições subjetivas (personalidade, humor, etc) e objetivas (tarefa, responsabilidade, preparo técnico, etc).
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1.2. Duração: 90 (noventa) dias. Art. 445, parágrafo único, CLT;
1.3.Expresso (não necessariamente escrito);
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OBSERVAÇÃO:
SÚMULA N.º 244. GESTANTE. ESTABILIDADE PROVISÓRIA – ALTERADA EM SETEMBRO DE 2012
(redação do item III alterada na sessão do Tribunal Pleno realizada
em 14.09.2012)
III. A empregada gestante tem direito à estabilidade provisória prevista no art. 10, inciso II, alínea “b”, do Ato das Disposições Constitucionais Transitórias, mesmo na hipótese de admissão mediante contrato por tempo determinado.
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2. Lei 9.601/98
Objetivo: minimizar o desemprego. 
Requisitos da Lei:
a) proibição de contratar novos empregados para substituir pessoal antigo, efetivo ou permanente da empresa.
b) Só contrata por meio dessa lei se houver previamente estabelecido a necessidade em acordo ou convenção coletiva de trabalho.
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Peculiaridades:
Estabilidade: para a gestante, acidentado, dirigente sindical e cipeiro no curso do contrato.
Permite sucessivas prorrogações no prazo de dois anos.
FGTS: 2% 
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3. SAFRA: Lei 5.889/73
Modalidade: termo incerto.
Previsão legal: art. 14, parágrafo único da lei supramencionada.
Prazo: regra geral: 02 anos.
Safrista: empregado rural contratado para trabalhar durante a safra.
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O que é safra: período compreendido entre o preparo do solo para o cultivo até a colheita. Dec. 73.626/74 (art. 19, parágrafo único)
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4. ARTISTA:
peculiaridades:
contrato por escrito;
é facultado ser por prazo determinado;
prazo: dois anos;
registro prévio na SRT.
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5. TÉCNICO ESTRANGEIRO: Dec. 691/69.
Tem que ser por prazo determinado;
permite prorrogações por termo certo;
FGTS: aplica-se; 
pagamento em moeda nacional ou estrangeira;
proíbe participações nos lucros.
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6. ATLETA PROFISSIONAL - Lei 9.615/98:
nunca inferior a três meses nem superior a cinco anos – art. 30 da lei.
Jogador de futebol – Lei 6.354/76 (revogada em 2011).
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LEI Nº 12.395, DE 16 DE MARÇO DE 2011.
Conversão da Medida Provisória nº 502, de 2010. 
Altera as Leis nos 9.615, de 24 de março de 1998, que institui normas gerais sobre desporto, e 10.891, de 9 de julho de 2004, que institui a Bolsa-Atleta; cria os Programas Atleta Pódio e Cidade Esportiva; revoga a Lei no 6.354, de 2 de setembro de 1976; e dá outras providências.
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Art. 30. O contrato de trabalho do atleta profissional terá prazo determinado, com vigência nunca inferior a três meses nem superior a cinco anos. (Redação dada pela Lei nº 9.981, de 2000).
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Parágrafo único.  Não se aplica ao contrato especial de trabalho desportivo do atleta profissional o disposto nos arts. 445 e 451 da Consolidação das Leis do Trabalho - CLT, aprovada pelo Decreto-Lei no 5.452, de 1o de maio de 1943. (Redação dada pela Lei nº 12.395, de 2011). 
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7. CONTRATO TEMPORÁRIO – LEI 6.019/74:
Art. 2º da Lei supra, conceitua: 
“...aquele prestado por pessoa física a uma empresa, para atender à necessidade transitória de substituição de seu pessoal regular e permanente ou acréscimo extraordinário de serviços”.
Requisitos: 
No
contrato temporário encontramos três atores: a empresa de trabalho temporário, o trabalhador temporário e o tomador de serviços ou cliente;
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Somente pode ser utilizado no meio urbano;
 o contrato entre a empresa de trabalho temporário e a empresa tomadora de serviços deverá ser obrigatoriamente escrito e nele deverá conter expressamente o motivo justificador da demanda de trabalho temporário;
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O contrato entre a empresa de trabalho temporário e a empresa tomadora ou cliente, com relação a um mesmo empregado, não poderá exceder de três meses, salvo autorização do Ministério do Trabalho e Emprego, sob pena de reconhecimento de vínculo direto do trabalhador com o tomador de serviços;
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Em caso de falência da empresa de trabalho temporário, a empresa tomadora de serviços será solidariamente responsável pelas verbas trabalhistas e previdenciárias do período em que o trabalhador temporário esteve à disposição.
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8.CONTRATO POR OBRA CERTA – LEI
 2.959/56: (em desuso. Aplica-se a CLT)
contrato por prazo determinado que atende aos ditames da CLT.
Especificidades: 
a) empregador: construtor que exerça a atividade em caráter permanente;
empregado: obreiro encarregado de realizar obra ou serviço certo.
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b) Esse contrato previsto na Lei 2.959/1956, submete-se as regras gerais do contrato por prazo determinado da CLT.
c) encerra-se com o final da obra do serviço contratado – art.443, §2º, a, CLT;
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EXTINÇÃO DO CONTRATO DE TRABALHO POR PRAZO DETERMINADO E SEUS EFEITOS:
Extingue-se do implemento do termo final ou de forma antecipada.
Ocorrendo em seu termo final, morte natural, não enseja pagamento de pré-aviso, indenização FGTS (40%), nem acoberta estabilidades (salvo S. 244, III, 378, III, TST), salvo no caso da Lei 9.601/98, ou o pagamento de seguro desemprego.
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Se o contrato a termo chega ao fim em razão do advento de seu termo, tem-se a terminação normal do referido pacto. Logo são devidas as seguintes verbas:
saldo salarial;
saque dos depósitos do FGTS;
férias vencidas e proporcionais.
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OBS.: entende-se não ser devido o direito à indenização de 40% do FGTS, aviso prévio e seguro-desemprego, uma vez que as partes já sabiam, desde a contratação, a respeito do término do vínculo de emprego.
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Cessação antes do advento do termo:
art. 481, CLT – “cláusula assecuratória de direito recíproco” .
Caso não se tenha a cláusula supramencionada:
Por iniciativa do empregador: saldo salarial, saque FGTS, férias vencidas e proporcionais com 1/3, 13º vencido e proporcional e guias do seguro-desemprego.
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Por iniciativa do empregado: art. 480 – indenizar o empregador.
Devido ao empregador: saldo salarial, férias vencidas e proporcionais com 1/3 (S. 171 e 261, TST - ferias), 13º vencido e proporcional (S. 157, TST). Entende-se não ser devido FGTS em face da iniciativa ter sido do empregado.
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A extinção antecipada, sem justa causa, se for de iniciativa do empregador: o empregado receberá metade da remuneração a que teria direito se rompido na data ajustada (art.479, CLT), salvo nos casos do art. 443, §2º,CLT, Lei 9.601/98 e Decreto-Lei 691/69.
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Se o empregado rompe o contrato antes do termo final, sem justa causa do patrão, deve pagar-lhe o valor correspondente aos danos que lhe causar, limitado a metade dos salários do período que faltava, art. 480, CLT.
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EXTINÇÃO NATURAL DO CONTRATO A TERMO – CONTRATO DE SAFRA, TEMPORÁRIO E OBRA CERTA:
nos contratos de safra e temporário há previsão de uma indenização por tempo de serviço, correspondente a 1/12 do salário mensal do obreiro por mês ou fração acima de 14 dias.
Art. 14 da Lei 5.889/73
Art. 12,f, da Lei 6.019/74.
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TODAVIA,
alguns autores defendem que a indenização prevista nas leis 5.889/73 e 6.019/74 foi substituída pelos depósitos da conta de FGTS do trabalhador, em face do novo comando constitucional que tornou obrigatório o sistema do FGTS. Assim, ao invés de pagar 1/12 por mês trabalhado, o empregado terá direito ao levantamento do FGTS – art. 20, IX, da Lei 8.036/90.
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Se demitido sem justa causa pelo empregador antes do término do contrato, o trabalhador terá direito ao FGTS mais 40%, além da indenização prevista no art. 479, CLT e das demais parcelas de rescisão.
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No contrato por obra certa:
Terminada a obra e tendo o trabalhador mais de um ano de serviço, o empregado terá direito a indenização do art. 478, CLT, conforme art. 2º da Lei 2.959/56, reduzida a 30% do valor apurado.
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TODAVIA:
em face do art. 478, CLT não ter sido recepcionado pela CF/88, devendo ser substituído pelo FGTS mais 40%, esta sendo reduzida em 30%, logo o acréscimo pecuniário sobre o FGTS será de 28% e não 40%.
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No caso de extinção antecipada e sem justa causa do contrato por obra certa, deve ser paga a indenização prevista no art. 479, CLT, sem qualquer redução, já que não há previsão legal para tal.
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PROVA DO CONTRATO DE TRABALHO
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1. Principal prova: CTPS – Carteira de Trabalho e Previdência Social.
Obrigatoriedade: art. 13, CLT.
Súmula 12, TST – assinatura: presunção relativa.
Expedida: SRT. Arts. 14 a 16.
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Apresentação obrigatória pelo empregado ao empregador: art. 29, CLT.
Vedado anotações desabonadoras à conduta do empregado sob pena de multa mais compensação por dano material e/ou moral – art. 29, §§ 4º e 5º.
Art. 36, CLT: recusa do empregador a fazer anotações ou devolver CTPS. 
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Para efeitos da emissão, substituição ou anotação na CTPS, considera-se crime de falsidade.
Penalidade: art. 299, CP (falsidade ideológica).
Falta de repasse das contribuições recolhidas: art. 168-A, CP.
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Na ausência da CTPS servirão como meio de provas do liame empregatício o livro de registro dos empregados – art. 41, CLT e outras provas documentais, testemunhais, confissão, perícias, declaração do reclamado.
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Ônus da prova do término do contrato, quando negados a prestação do serviço, despedimento – é do empregador – S. 212, TST.
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Arts. 818, CLT e 373 do CPC – para o caso em que o empregador admite a prestação do serviço MAS em circunstâncias especiais (autônomo, eventual, estagiário) – o ônus da prova cabe ao empregado.
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A nova cultura começa quando o trabalhador e o trabalho são tratados com respeito.
Máximo Gorki

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