Buscar

A função dos instrumentos de intervenção do Estado na propriedade no planejamento e construção das cidades

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 3, do total de 4 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Prévia do material em texto

"A função dos instrumentos de intervenção do Estado na propriedade no planejamento e construção das cidades"
O Art. 5º, inciso XXIII da Constituição Federal possibilita que oEstado brasileiro intervenha na propriedade, quando sua função social não esteja sendo observada.
“Art. 5º Todos são iguais perante a lei, sem distinção de qualquer natureza, garantindo-se aos brasileiros e aos estrangeiros residentes no País a inviolabilidade do direito à vida, à liberdade, à igualdade, à segurança e àpropriedade, nos termos seguintes:
[...]
XXIII - a propriedade atenderá a sua função social;”
No que diz respeito à função social da propriedade urbana, o §2º do art. 182 da CF define que“a propriedade urbana cumpre sua função social quando atende àsexigências fundamentais de ordenação da cidade expressas no plano diretor”.
Assim sendo,segundo permissão Constitucional, cabe ao Estado, utilizando dos instrumentos de intervenção, garantir que o exercício do direito de propriedade cumpra com sua finalidade social. Para isso o ordenamento jurídico prevê mecanismos que possibilitam ao Estado intervir na propriedade.
Conforme entendimento doutrinário de José dos Santos Carvalho Filho (2017. p. 837), pode-se admitir duas formas básicas de intervenção estatal na propriedade privada, são elas: a) intervenção restritiva; e b) intervenção supressiva.
A Intervenção restritiva é aquela na qual o Estado impõe restrições e condições ao uso da propriedade sem retirá-la de seu dono. A doutrina tradicionalmenteconsidera modalidade de intervenção restritiva: a servidão administrativa, a requisição, a ocupação temporária, as limitações administrativas e o tombamento.
Já a Intervenção supressiva, ao contrário da restritiva, é aquela na qual o Estado, valendo-se desua supremacia sobre os particulares, transfere coercitivamente a propriedade de um bem de terceiro para si.
1. Modalidades de Intervenção
1.1. Desapropriação
É o procedimento administrativo por meio do qual o Estado transfere a propriedade privada de umdeterminado bem para o poder público, por necessidade ou utilidade pública, ou por interesse social, mediante o pagamento de indenização prévia, justa e em dinheiro (CF, art. 5º, XXIV).
1.2. Confisco
É a perda da propriedade privada para o Estado em razão de uma punição, nunca há pagamento de indenização.
1.3. Limitação Administrativa ou Poder de Polícia
São restrições gerais, por meio das quais a administração pública impõe a proprietários indeterminados obrigações de fazer ou não fazer, com o objetivode garantir que a propriedade atenda a sua função social.
1.4. Servidão Administrativa
A servidão administrativa é um ônus real público incidente sobre uma propriedade alheia, autorizando ao poder público a usar da propriedade para permitir a execução deobras e serviços de interesse da coletividade.
1.5. Tombamento
É a modalidade de intervenção na propriedade que visa proteger o patrimônio histórico, cultural, arqueológico, artístico, turístico ou paisagístico brasileiro.
1.6. Requisição
A requisiçãoé a modalidade de intervenção estatal mediante a qual o Poder Público utiliza propriedade particular, diante de situação de iminente perigo público, sendo assegurada ao proprietário indenização ulterior, se houver dano.
1.7. Ocupação Temporária
É a formade intervenção do Estado por meio da qual o poder público utiliza bens particulares em apoio à execução de obras e serviços públicos. Exemplo: ocupação de um terreno privado para o depósito de equipamentos destinados à execução de obra.
2. Instrumentos dePolítica Urbana
A Constituição Federal de 1988 determinou em seu Art. 182, a execução de políticas de desenvolvimento urbano pelo Município, conforme diretrizes gerais fixadas em lei.
“Art. 182.
§ 4º - É facultado ao Poder Público municipal, mediante leiespecífica para área incluída no plano diretor, exigir, nos termos da lei federal, do proprietário do solo urbano não edificado, subutilizado ou não utilizado, que promova seu adequado aproveitamento, sob pena, sucessivamente, de:
I - parcelamento ou edificação compulsórios;
II - imposto sobre a propriedade predial e territorial urbana progressivo no tempo;
III - desapropriação com pagamento mediante títulos da dívida pública de emissão previamente aprovada pelo Senado Federal, com prazo de resgate de atédez anos, em parcelas anuais, iguais e sucessivas, assegurados o valor real da indenização e os juros legais.”
Em atendimento ao dispositivo Constitucional supra, o Estatuto da Cidade prevê em seu artigo 5º:
“Art. 5o Lei municipal específica para áreaincluída no plano diretor poderá determinar o parcelamento, a edificação ou a utilização compulsórios do solo urbano não edificado, subutilizado ou não utilizado, devendo fixar as condições e os prazos para implementação da referida obrigação.”
Trata-se,portanto, de previsão Constitucional e legal que permite (e determina, simultaneamente), que o Poder Municipal imponha o princípio da função social da propriedade.
2.1. Parcelamento Compulsório
Parcelamento é o processo de urbanificação1Atividade deliberada de beneficiamento ou de rebeneficiamento do solo para fins urbanos, quer criando área urbanas novas, pelo beneficiamento de solo ainda não urbanificado, quer modificando solo urbano já urbanificado.
de umagleba2Porção de terra em que técnica elegalmente pode ser aprovado e implantado um parcelamento, sob a forma de loteamento ou desmembramento.
, mediante sua divisão ou redivisão em parcelas destinadas ao exercício das funções elementares urbanísticas.
2.2. Edificação Compulsória
Obra destinada a habitação, trabalho, culto, ensino ou recreação.
A edificação não se confunde com a expressão construção.
Pode o Poder Público impor a obrigação de edificar, desde que cumpridos os requisitos legais.
2.3. Utilização Compulsória
A compulsoriedade do parcelamento ou da edificação constam da Constituição, mas o mesmo não ocorre com a utilização.
Segundo entendimento doutrinário, deve-seaplicar a utilização compulsória como forma de garantir uma destinação social para esta propriedade. Este instrumentopoderia ser aplicado para imóveis edificados que não estão cumprindo uma finalidade social.
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS:
BORGES, Cyonil, SÁ, Adriel. Direito Administrativo Facilitado. 1ª Edição. Rio de Janeiro, Editora Forense, 2015.
CARVALHO FILHO, Josédos Santos. Manual de Direito Administrativo. 31ª Edição. São Paulo, Editora Atlas, 2017.
Resultado de imagem para logo ucs

Outros materiais