Buscar

INTERVENÇÕES EM CENTROS URBANOS

Prévia do material em texto

“INTERVENÇÕES EM CENTROS URBANOS: OBJETIVOS, ESTRATÉGIAS E RESULTADOS”
O livro fala sobre as intervenções que vêm ocorrendo nas cidades desde a década de 1950 até os dias de hoje. No início as autoras falam através de objetivos, estratégias e resultados, o avanço das intervenções, relacionando as áreas centrais com a importância para o desenvolvimento nos centros urbanos.
Os centros precisam do ciclo para se manter como fluxo de veículos, pessoas, atividades comerciais, turísticas e religiosas. Mas este centro começa a se desfazer pelo surgimento de subcentros fazendo com que os centros urbanos principais fossem, aos poucos, diminuindo. Para isso não acontecer, são valorizados todos os lugares gráficos, elementos arquitetônicos, bairros e elementos urbanos que chamem a atenção da população.
Por esses novos subcentros se localizarem mais perto de periferias, a população consegue o fácil acesso, sendo mais freqüentado em periferias, no entanto na parte imobiliária considera que a qualidade de vida nesses centros mais afastados é melhor, pois o centro principal começa ser abandonado e é vista como perigosa, pela deterioração e assim fazendo com que edifícios residências do centro sejam tomados por ocupações irregulares.
Centro histórico é bem discutido como conceito, o que conservar? porque?. A preservação de elementos arquitetônicos, civis e religiosos precisa que seja reforçado a valorização do passado  merecem ser preservados as edificações de todas as naturezas, tudo que conta uma histórias, não apenas edificações de grande porte.
Degradação e deterioração está associada a perda de sua função, degradar é o mesmo que rebaixar, tirar seu valor, enquanto que deteriorar significa estragar. E analisando assim percebemos que um espaço sem uso, sem sua função social pode fazer com que a população não conserve.
Para tornar o centro um local atrativo, foram tomadas três medidas: a intervenção física, o estabelecimento de políticas urbanas e a implementação de programas de gestão compartilhada. No quesito da intervenção física, a existência de uma política de preservação histórica e arquitetônica, ajudou na quantidade de locais disponíveis para as intervenções. Recuperar os centros significa melhorar a imagem das cidades, promover e reutilizar seus edifícios e valorizar o patrimônio construído, implantar ações em busca da atração de investimentos que contribuam para melhoria da qualidade de vida.
Na renovação urbana o novo era a nova proposta, na Europa o pensamento de urbanismo do movimento moderno se juntou a prática de reconstrução do pós-guerra. Demolir e construir para renovar, nos EUA a intensidade da deterioração levou ao processo de renovação urbana. Em contrapartida os centros das cidades européias e seus significados culturais conseguiram diminuir a deterioração e impedir a demolição.
Na preservação urbana carregou o movimento modernista, essa fase o importante é a preservação urbana, juntando os edifícios históricos nos projetos de atividades nos centros, atualizando o uso do comércio e de serviços como uso. Organizações como a UNESCO ampliaram a preocupação com a preservação, participando do processo de reconhecimento das áreas históricas, esse período esteve voltado na valorização da memória.
O livro Intervenções em centros urbanos – objetivos, estratégias e resultados, organizado por Heliana Comim Vargas e Ana Luisa Howard de Castilho, traz em si um capítulo sobre uma iniciativa de revitalização do centro da cidade de São Paulo. 
Em um amplo programa de requalificação do centro, que conta com a ONG Associação Viva o Centro, processando a união de atores públicos, privados e sociedade civil, se insere o projeto “Corredor Cultural”, que previa valorizar a qualidade do projeto de desenho urbano e aproveitamento de dinâmicas pré-existentes, tentando organizar em um só e amplo projeto iniciativas pontuais (públicas ou privadas)que estavam sendo concretizadas mas não se articulavam entre si. Daí o corredor cultual teria como ponto de partida potencializar tais iniciativas, fazendo com que essas interagissem, sendo o espaço público redesenhado de forma a funcionar como “elemento integrador” daqueles projetos e, por meio da reestruturação do espaço público, pôr em contato pólos isolados de atividades relevantes de maneira a produzir sinergia entre esses pólos e destes com a rua.
O corredor Cultural envolve áreas sob o domínio da Administração Regional da Sé e da República. Abrange uma área que é ao mesmo tempo referência histórica para os paulistanos e local intenso de fluxo de pedestres, automóveis e ônibus. O percurso prestigiado pelo Corredor Cultural se inicia na Biblioteca Mario de Andrade (na Praça Dom José Gaspar), segue para a rua Xavier de Toledo, 
Praça Ramos de Azevedo (onde se localiza Teatro Municipal), Viaduto do Chá (elemento de ligação entre o Centro Velho e o Centro Novo), Praça do Patriarca  e finalmente a rua da quitanda (onde está o Centro Cultural Banco do Brasil). O Corredor Cultural é servido por uma ampla rede de transporte público: metrô, ônibus e táxi. No entanto possui uma oferta escassa de estacionamentos.
Para a concretização do Projeto contou-se com investimentos públicos municipais,  recursos advindos de contratos firmados entre a Emurb e empresas que exploram a publicidade e ainda contou-se com contrapartidas financeiras obtidas por meio da Operação Urbana Centro que se utiliza da outorga onerosa paga para obtenção de direitos adicionais de construção ou novos usos. 
Os investimentos visavam a atualização da infra-estrutura, a recuperação do patrimônio histórico e a atração de novos usuários.
O marco inicial desse projeto deu-se quando da criação do Centro Cultural Banco do Brasil e remodelação da Praça do Patriarca. O Corredor Cultural vinha como medida para tornar tais obras e futuras obras parte integrante de um corpo maior de intervenções no centro, com a intenção de não torná-las pontos específicos de ação, mas parte integrante de um projeto mais amplo de requalificação do centro. Foi ainda, diante desse esforço, que tanto o Estado quanto o múnicípio tansferiram órgãos e empresas públicas e secretárias para a área central, contribuindo para uma maior dinâmica na área e para a centralização do setor administrativo.
Os resultados desse projeto apontaram, entre outros, um aspecto negativo e três positivos, sendo respectivamente: a presença de uma cultura urbanística que privilegia carros (rodoviarismo) em detrimento dos pedestres que são geradores de importantes fluxos no centro da cidade; configuração de um centro com espaços públicos que proporcionem maior continuidade de espaços; valorização das atividades urbanas, dos fluxos da rua e não simplesmente recuperação de edifícios históricos; valorização da dinâmica da área central e da sua articulação do centro velho e centro novo. Mais importante ainda é também, contabilizar como ponto positivo a maneira como esse tipo de projeto pode estreitar laços entre setores públicos , privados e ainda da sociedade civil e como o relato desses projetos podem gerar discussões também muito bem vindas nesse sentido.

Continue navegando