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Profa. Dra. Valéria Garcia UNIDADE II Teoria e História da Arquitetura e Urbanismo (Urbanismo I) 1. Cidade Industrial: (1850-1921) 2. Cidade Moderna: (1922-1960) 3. Cidade Pós-moderna: (1961-1991) 4. Cidade Contemporânea: (1992-Hoje) Cronologia do desenvolvimento urbano Pruitt–Igoe: St. Louis, Missouri. Arquiteto: Minoru Yamasaki Fonte: https://www.archdaily.com.br/br/01-21785/cinema-e- arquitetura-filme-the-pruitt-igoe-myth-an-urban-history Projeto habitacional do governo americano entregue em 1954. 33 edifícios de habitação voltados à política de bem-estar social iniciada pelo governo Roosevelt depois da grande depressão da década de 1930. Espaço do sonho americano tornou-se lugar de criminalidade e segregação social. Símbolo do fracasso desse tipo de política habitacional. Encerra a era dos sonhos das utopias modernas. Crise das Utopias Modernas: Demolição Pruitt-Igoe Demolição do conjunto habitacional Pruitt-Igoe, Abril/Julho de 1972 Autor: U.S. Department of Housing and Urban Development Fonte: https://commons.wikimedia.org/wiki/File:Pruitt-igoe_collapse- series.jpg Crise das Utopias Modernas: Demolição Pruitt-Igoe Utopia modernista: arquitetos e urbanistas modernos frente ao caos das aglomerações urbanas pretendiam solucionar questões sociais, econômicas e sanitárias a partir de concepções urbanísticas ordenadas e racionais. Charles Jencks apresenta o final simbólico do modernismo e passagem ao pós-modernismo: Demolição do Conjunto Pruitt-Igoe às 15h32m de 15 de julho, 1972. Fonte: Harvey (2010). Fonte: JENCKS, C. The language of post- modern architecture. Londres, 1984. Crise das Utopias Modernas: CIAM CIAM Congresso Internacional de Arquitetura Moderna: 1928: La Sarraz, Suíça (Fundação) 1929: Frankfurt, Alemanha (Habitação Mínima) 1930: Bruxelas, Bélgica (Reorganização do lote) 1933: Atenas, Grécia (Lógica da cidade moderna) CARTA DE ATENAS 1937: Paris, França (Moradia e recreação) 1947: Bridgwater, Inglaterra (Podem nossas cidades sobreviverem?) 1949: Bérgamo, Itália (Sobre cultura arquitetônica) Crise das Utopias Modernas: CIAM CIAM Congresso Internacional de Arquitetura Moderna: 1928: La Sarraz, Suíça (Fundação) 1929: Frankfurt, Alemanha (Habitação Mínima) 1930: Bruxelas, Bélgica (Reorganização do lote) 1933: Atenas, Grécia (Lógica da cidade moderna) CARTA DE ATENAS 1937: Paris, França (Moradia e recreação) 1947: Bridgwater, Inglaterra (Podem nossas cidades sobreviverem?) 1949: Bérgamo, Itália (Sobre cultura arquitetônica) 1951: Hoddesdon, Inglaterra (O coração da cidade) 1953: Aix-en-Provence, França (Carta de Habitação) 1956: Dubrovnik, Iugoslávia (Team X) 1959: Encontro do círculo interno do grupo Team X em Otterlo O debate acerca do movimento moderno em arquitetura e urbanismo emerge a partir do choque entre dois Pontos de Inflexão: A Carta de Atenas (1933-1942) ao fortalecimento do grupo Team X (1951-1959). Grupo de Otterlo (1959) aponta rupturas com os princípios preestabelecidos pelos CIAM em busca de novas relações entre arquitetura e urbanismo baseadas em referências à cidade existente, ao entorno e aos aspectos culturais e específicos de cada lugar. Crise das Utopias Modernas: Team X Fonte: This is Tomorrow, 1956. P. Smithson Alison Smithson E. Paolozzi N. Henderson Encontro do Team X, jardins de Aldo van Eycks, Loenen aan de Vecht Fonte: Sousa; Segre (2016). Habitação lugar privilegiado no debate sobre a organização da cidade. Team X: Abre espaço para resgate e valorização das ruas como elemento essencial da vida urbana. Crise das Utopias Modernas: Team X Urban Re-Identification (grelha CIAM). Fotografias de Nigel Henderson e desenhos dos painéis de Alison & Peter Smithson de Golden Lane Housing e da Cluster City, 1953. CIAM IX. Mostra o debate de como as ruas devem ser usadas pelas pessoas e não por máquinas. Fonte: Brett (2010). Funcionalistas: Solução do problema da habitação reside na criação de protótipos de habitação ordenados geometricamente sobre o território, criando conjuntos organizados de forma eficiente. Crise das Utopias Modernas: Team X Cidade Radiante construída sobre cidades europeias destruídas na guerra. A nova cidade formada por arranha-céus, distribuídos por áreas verdes e organizados em uma grade cartesiana, permitiriam seu funcionamento como uma "máquina viva". Resultado de um verdadeiro layout geométrico é a repetição. Repetição é um padrão, a forma perfeita (MERIN, 2016). A Cidade Radiante (1924-1933): Le Corbusier. Fonte: https://www.archdaily.com.br/br/787030/classicos-da-arquitetura- ville-radieuse-le-corbusier Manifesto do grupo liderado pelo casal Smithson: Propõe uma hierarquia baseada nas categorias de “casa, rua, bairro e cidade”. A rua, “vazio” entre as formas construídas, organiza uma segunda escala de vida urbana pelas relações entre os moradores e o espaço. O bairro constitui a terceira escala de aproximação que guarda a proporção territorial das comunidades urbanas. Crise das Utopias Modernas: Team X Estratégia em rede para interconexão entre ruas, pátios e praças visando qualificação habitacional Alison e Peter Smithson, Cluster City/Golden Lane (1952) Fonte: Brett (2010). O habitat existe a partir de relações humanas, assim como ao reconhecimento das inter-relações entre diferentes escalas na formação de comunidades: “Re-identificar” o homem com seu ambiente pela recuperação da coesão social, da facilidade de movimento e do aumento da densidade populacional. Recuperar a tradição do pátio e das praças interiores às quadras residenciais que permitem a existência de espaços públicos na escala da vida familiar. Crise das Utopias Modernas: Team X Playgrounds de Aldo Van Eyck, antes e depois. Fonte: Brett (2010). Utopias pós-modernas, Arquitetura Radical: Archigram (1961-1974) Nome do grupo deriva da fusão das palavras Arquitetura e Telegrama. Panfletos têm o objetivo de guardar desenhos, poemas e projetos estudantis. Criticam o funcionalismo modernista ao levar ao extremo sua aplicação prática. Ponto de partida para projetos extravagantes, desenhos coloridos e ideias fantasiosas da revista. Archigram Archives Fonte: http://archigram.net/portfolio.html Warren Chalk Peter Cook Denis Crompton David Greene Ron Heron Michael Webb Utopias pós-modernas, Arquitetura Radical: Archigram (1961-1974) Temas afinados com o tom de otimismo tecnológico que embalava a sociedade britânica. Eixo central de reflexão: a relação entre arquitetura e tecnologia em uma cultura em transformação. A sociedade do consumo e do ócio demanda por flexibilidade e mobilidade: impacto das novas tecnologias de automação e comunicação sobre o ambiente foram questões por detrás de todas as investigações projetuais do Archigram. Reflexão sobre um edifício cívico muitas vezes citado como inspiração para o Centro Pompidou de Renzo Piano e Richard Rogers. Publicado no Archigram 8. Archigram Archives. Fonte: http://archigram.net/portfolio.html Utopias pós-modernas, Arquitetura Radical: Archigram (1961-1974) Temas afinados com o tom de otimismo tecnológico que embalava a sociedade britânica. Eixo central de reflexão: a relação entre arquitetura e tecnologia em uma cultura em transformação. Walking City on the Ocean. Ron Herron, 1966. Fonte: https://www.moma.org/collection/works/814 Utopias pós-modernas, Arquitetura Radical: Superstudio (1966-1978) Coletivo Superstudio em 1970. Lançamento dos textos de “Hidden Architecture” Fonte: https://www.archiwik.org/ index.php?title=Superstudio_-_Hidden_Architecture Jovens recém-formados da Universidade Florença utilizam colagens e recortes de magazines de forma didática para aproximar-se do público. Proposta emblemática do Monumento Mínimo consiste em uma superestruturamodulada em formato de grelha que abraça toda a superfície terrestre. Trata-se de uma metáfora que se vale da distopia como uma espécie de guerrilha pronta a alertar sobre os perigos das soluções urbanísticas vigentes. Alessandro Magris Adolfo Natalini Cristiano Toraldo di Francia Piero Frassinelli Roberto Magris Conduz as propostas modernas ao limite extremo para evidenciar sua própria incoerência e consequentemente sua ineficiência. Usa o poder das imagens e do cinema para alcançar seus objetivos. Crítica à utopia moderna de que a arquitetura poderia transformar o mundo. Ao mesmo tempo questiona a fé no poder, alcance e capacidade da tecnologia para abraçar essa tarefa, como defendiam os membros do grupo Archigram, no Reino Unido. Utopias pós-modernas, Arquitetura Radical: Superstudio (1966-1978) Monumento Contínuo (1969-1970) Fonte: https://www.cristianotoraldodifrancia.it/ continuous-monument/ Movimento arquitetônico que surge após a Segunda Guerra Mundial. O nome Metabolismo deriva do conceito biológico que imprime a ideia de edifícios e cidades que funcionam como organismos vivos, crescendo, reproduzindo e se transformando em resposta ao próprio ambiente. Associação entre biologia e novas tecnologias desenvolvidas na guerra e disponibilizadas para a sociedade civil. Conceito inovador associado às propostas de cidades flutuantes a serem dispostas na Baía de Tóquio, cidades conectadas por vias expressas que atravessam massas edificadas. Utopias pós-modernas, Arquitetura Radical: Metabolismo (1959-1984) Kenzo Tange. Proposta para a Baía de Tóquio Fonte: https://archeyes.com/plan-tokyo-1960-kenzo-tange/ Utopias pós-modernas, Arquitetura Radical: Metabolismo (1959-1984) A Expo 1970 realizada em Osaka tem sido descrita como a apoteose do movimento. Evento incluiu atividades inseridas em aspectos do meio ambiente como proposta vinculada ao espaço de existência. Marca a aproximação dos Metabolistas com grandes projetos localizados no Oriente Médio. Torre de cápsulas Nakagin 1972-2022 reflete o cerne da reflexão metabolista apoiada na natureza mutante e multifacetada dos organismos vivos: adaptabilidade, mutação, crescimento e encolhimento; e por outro: transitoriedade, temporalidade e expectativa de vida. Pavilhão Toshiba-IHI de Kurokawa, Osaka Expo 1970. Fonte: https://www.kisho.co.jp/ Nakagin Capsule Tower, Kisho Kurokawa, 1972 Fonte: https://www.kisho.co.jp/ Jane Jacobs, jornalista e ativista, publica em 1961 o influente e articulado tratado antimodernista: Morte e Vida das Grandes Cidades. Personifica as críticas sobre empreendimentos de renovação urbana, e muito especificamente a construção da via expressa Cross-Bronx empreendida por Robert Moses. A cidade pós-moderna: Jane Jacobs em Nova York Fonte: Jacobs (2013). ROBERT MOSES Engenheiro atuante na articulação de verbas públicas para o setor de infraestrutura urbana de NY entre os anos 1930-1960 Fonte: https://commons.wikimedia.org/wiki/File:Robe rt_Moses_with_Battery_Bridge_model.jpg Escreve sobre o funcionamento das cidades na prática: compreender como os princípios de planejamento e iniciativas de urbanização conseguem promover a vitalidade socioeconômica nas cidades e quais práticas e princípios a inviabilizam. Sua crítica tem Le Corbusier como alvo, mas atirava em grande número de alvos: planejadores urbanos, políticos engajados em obras de renovação urbana e formuladores de políticas federais e financeiras. A cidade pós-moderna: Jane Jacobs em Nova York Jane Jacobs apresenta textos afinados com população da cidade de Nova Iorque. Ressalta a importância do espaços públicos, do desenho urbano, parques, vitalidade das ruas e a importância da organização de grupos ativos nas comunidades. Fonte: https://www.urbanabroad.com/jane-jacobs-future-urban-planning/ Reflete sobre os espaços comuns das grandes cidades: Que tipos de ruas são seguras e quais não são; Por que certos parques são maravilhosos e outros são armadilhas que levam ao vício e à morte; Por que certos cortiços continuam sendo cortiços e outros se recuperam mesmo diante de empecilhos financeiros e governamentais; O que faz o centro urbano deslocar-se; O que é – se é que existe – um bairro, e que função – se é que há alguma – desempenham os bairros das grandes cidades. A cidade pós-moderna: Jane Jacobs em Nova York Jane Jacobs, diretora do comitê de salvaguarda para West Village. Em conferência de imprensa, apresenta documentos que resguardam o bairro e edificações que seriam demolidas para remodelação urbana associada à construção da Cross-Bronx. Fonte: https://commons.wikimedia.org/wiki/File:Jane_Jacobs.jpg Equívocos do planejamento modernista, segundo Jacobs: Rua como algo nocivo aos seres humanos. Casas devem ser afastadas dela e voltadas para dentro, para uma área verde cercada. Ruas numerosas são um desperdício e só beneficiam os especuladores imobiliários, que determinam o valor pela metragem da testada do terreno. A unidade básica do traçado não é a rua, mas a quadra, particularmente a superquadra. O comércio deve ser separado das residências e das áreas verdes. A cidade pós-moderna: Jane Jacobs em Nova York Ativismo político de Jane Jacobs em prol de comunidades urbanas do Bronx. Fonte: acervo próprio. Sugestões de Jacobs para parques e áreas verdes A existência de um parque não garante a vitalidade para si mesmo e seu entorno. É um engano esperar valorização de um bairro pela simples adição de áreas verdes. A cidade pós-moderna: Parques sensíveis às propostas de Jane Jacobs The High Line, New York (2009-2019) James Corner Field Operations, Diller Scofidio + Renfro e Piet Oudolf Fonte: https://dsrny.com/project/the-high- line#:~:text=Designed%20in%20collaboratio n%20with%20James,Hudson%20Rail%20Y ards%20in%20Manhattan. A cidade pós-moderna: Parques sensíveis às propostas de Jane Jacobs Parques devem levar em consideração 4 elementos: Complexidade; Centralidade; Insolação; Delimitação espacial. The High Line, New York (2009-2019) Fonte: https://dsrny.com/project/the-high- line#:~:text=Designed%20in%20collaboration%20with%20Ja mes,Hudson%20Rail%20Yards%20in%20Manhattan. A cidade pós-moderna: Parques sensíveis às propostas de Jane Jacobs Paley Park (1967) Parque privado financiado pela Fundação William Paley. Pocket Park inserido em uma área de 390 m2 inserida no coração de Manhattan. Projetado pelo escritório Zion Breen Richardson Associates. Se constitui em um modelo de espaço urbano de qualidade. Amanda Burden (1944) Diretora do Departamento de Planejamento Urbano de Nova York na administração de Michael Bloomberg no período de 2002 a 2013. Fonte: https://commons.wikimedia.org/wiki/File:Amanda-Burden.jpg Paley Park Fonte: acervo próprio. A cidade pós-moderna: Parques sensíveis às propostas de Jane Jacobs Qualificação urbana do Battery Park, Nova York (2009-2019) Foto: Gryffindor Fonte: https://commons.wikimedia.org/wiki/File:Battery_Park.JPG Qualificação Battery Park (Décadas 1980 e 2010) Parque 10 hectares ao sul de Manhattan construído no século XIX. Área inicialmente ocupada por imigrantes de origem armênia, grega e libanesa atravessou reveses marcados pela desatenção às questões urbanísticas, aprofundadas por dificuldades políticas e pelos desdobramentos do atentado de 11 de setembro, 2001. A cidade pós-moderna: Parques sensíveis às propostas de Jane Jacobs Circulação e esplanada, Battery Park, Nova York (1980-2010) Fonte: https://www.pps.org/places/battery- park-city-esplanade Diversidade de acessos e hierarquia espacial. Marquise de acesso e proteção para animais domésticos Battery Park, Nova York (1980-2010) Fonte: https://marveldesigns.com/work/battery-park-city- streetscapes-and-security/24 David Harvey(2010) apresenta o “Pós-Modernismo” como uma mudança da sensibilidade, nas práticas e nas formações discursivas que distinguem a produção cultural do movimento moderno. Apresenta a demolição do conjunto de habitação social Pruitt-Igoe, 15 de julho de 1972, como contexto simbólico que data o final do modernismo e marca passagem para o pós-moderno. Assinale a alternativa que responde à metáfora utilizada por Harvey: Interatividade a) A habitação social pública nos Estados Unidos estava fadada à destruição desde a implantação do New Deal na década de 1930. Trata-se das consequências advindas do imenso aporte de capital voltado para desenvolvimento dos edifícios de interesse social. b) O projeto habitacional Pruitt-Igoe (St. Louis-Missouri) teve o objetivo de apresentar soluções universais para ocupação periférica nas grandes cidades. Sua demolição escancara o desinteresse das autoridades pelo problema. c) O projeto habitacional Pruitt-Igoe (St. Louis-Missouri) foi construído durante o auge do modernismo. O complexo foi concebido como um triunfo dos projetos arquitetônicos racionais sobre os males da pobreza e a deterioração urbana. Em vez disso, duas décadas de inadequação socioespacial precederam a destruição final de todo o complexo. d) A demolição do Pruitt-Igoe mostra que os Estados Unidos não vivenciam questões sociais e de segregação racial associados aos edifícios habitacionais destinados às classes operárias europeias. e) A metáfora utilizada por Harvey não se aplica ao contexto da demolição do conjunto habitacional Pruitt-Igoe, pois tratava-se de um projeto estigmatizado por questões sociais e raciais características dos Estados Unidos. Interatividade a) A habitação social pública nos Estados Unidos estava fadada à destruição desde a implantação do New Deal na década de 1930. Trata-se das consequências advindas do imenso aporte de capital voltado para desenvolvimento dos edifícios de interesse social. b) O projeto habitacional Pruitt-Igoe (St. Louis-Missouri) teve o objetivo de apresentar soluções universais para ocupação periférica nas grandes cidades. Sua demolição escancara o desinteresse das autoridades pelo problema. c) O projeto habitacional Pruitt-Igoe (St. Louis-Missouri) foi construído durante o auge do modernismo. O complexo foi concebido como um triunfo dos projetos arquitetônicos racionais sobre os males da pobreza e a deterioração urbana. Em vez disso, duas décadas de inadequação socioespacial precederam a destruição final de todo o complexo. d) A demolição do Pruitt-Igoe mostra que os Estados Unidos não vivenciam questões sociais e de segregação racial associados aos edifícios habitacionais destinados às classes operárias europeias. e) A metáfora utilizada por Harvey não se aplica ao contexto da demolição do conjunto habitacional Pruitt-Igoe, pois tratava-se de um projeto estigmatizado por questões sociais e raciais características dos Estados Unidos. Resposta Comentário: A queda de Pruitt-Igoe acabou por significar não apenas o fracasso de um projeto de habitação pública, mas sem dúvida a morte de toda uma era de projetos modernistas. A demolição do complexo foi transmitida em cadeia nacional de televisão, bem ao sabor midiático característico da Sociedade do Espetáculo que inaugura o contexto dito Pós-Moderno. Resposta Dimensão humana relegada a segundo plano e consequentemente abatimento dos espaços públicos. Cidades maltratadas, ruidosas, poluídas, perigosas são resultado do descaso com os espaços públicos. Resultado: encolhimento do espaço da cidade como local de encontro e fórum social. Importante reforçar que a ideia de cidade como local de encontro contribui para função social do espaço urbano. Dimensão urbana e a escala humana: Jan Gehl Fonte: Gehl (2013). Nicolás Valencia apresenta no ArchDaily Brasil cartilhas ilustrada realizada por meio de parceria entre Ministerio de Vivendas e Urbanismo, Gobierno de do Chile e o arquiteto e urbanista Jan Gehl. Fonte: Valencia (2017). Escala humana como dimensão necessária de um novo planejamento: Cidades são valorizadas quando as pessoas são convidadas a caminhar, pedalar ou simplesmente permanecer no espaço da cidade. Dimensão urbana e a escala humana: Jan Gehl Fonte: Valencia (2017). Olhos das Ruas Diversos graus de privacidade Presença cívica e amigável Projeto para todos os grupos sociais Diversidade Cultural Iluminação na escala das pessoas Espaços ativos 18h por dia Projeto para todas idades Comércio aberto para a rua Mercados Espaço de alimentação Espaço de descanso, lazer e jogos Espaço Cívico e preservação da cultura Espaço Multifuncional Organização dos vendedores informais Espaço de reflexão e contemplação Esportes Dimensão urbana e a escala humana: Jan Gehl Espaço urbano melhor: aumenta o fluxo e uso, consequentemente a qualidade de vida das pessoas. Cidade sustentável oferece transporte público de qualidade que atende com segurança seus usuários. Fonte: Valencia (2017). Serviços básicos Legibilidade Integração entre transporte e espaços públicos Áreas para circulação e descanso Banheiros Pisos para pessoas e bicicletas Proteção aos pedestres Segurança nos cruzamentos Espaços compartilhados Bicicletário Redutores de velocidade Multimodalidade Contribui para os objetivos da sustentabilidade social e para uma sociedade democrática e aberta. Planejamento físico anima o padrão de uso em qualquer tipo de cidade em qualquer região do globo. Dimensão urbana e a escala humana: Jan Gehl Fonte: Valencia (2017). Semiprivado/Privado Público/Semipúblico Aproveitar aspectos positivos do clima Espaços para sentar Escada suave Proteção contra intempéries Na companhia de amigos ou desacompanhado Estimular o olfato Subdividir e hierarquizar espaços Estimular o tato Evitar alterações de nível bruscas Valorizar a vista Bordas conectadas Desenho Ativo: Sugestões para qualificação de passeios e calçadas Passeios públicos: rede fundamental de espaços abertos de uma cidade. Nova Iorque, por exemplo, possui mais de 5 hectares em calçadas que tornaram a cidade conhecida por sua qualidade urbana. Publicada em 2013: Manual, Active Design – Shaping the sidewalk Experience. Objetivo de aprimorar a experiência pedonal e o respeito à experiência urbana dos usuários. Proporciona instrumentos que auxiliam a organização de políticas e projetos urbanos. Fonte: NYC (2013). O pedestre é participante ativo que caminha de ambientes fechados para o centro para o espaço da calçada. Passeio público: envoltório que participa do movimento do pedestre e se define por variados graus de permeabilidade e transparência que organizam a percepção e bem-estar do caminhante. Desenho Ativo: Sugestões para qualificação de passeios e calçadas Fonte: NYC (2013). Sombras Calor Luz Odores Sons Texturas Calçada como ambiente urbano: O ambiente da calçada é um espaço definido por quatro planos: o piso, as marquises, a lateral do prédios e lateral da pista de trânsito. Todas as delimitações contribuem para a qualidade espacial da experiência urbana. Desenho Ativo: Sugestões para qualificação de passeios e calçadas Fonte: NYC (2013). Marquise Lateral Pista Lateral Prédios Piso Desenho Ativo: Sugestões para qualificação de passeios e calçadas O plano de piso é o aspecto perceptível em um calçamento, sem ele a calçada não existiria. Deve ser aberto, limpo e acessível a todos os usuários. A materialidade da construção e aspectos relacionados à manutenção devem ser levados em consideração. Atenção às questões relacionadas à acessibilidade e iluminação. Fonte: NYC (2013). Plano do Piso Desenho Ativo: Sugestões para qualificação de passeios e calçadas A lateral da pista de trânsito é um plano vertical quepode apresentar variadas profundidades e adicionar camadas à percepção espacial do pedestre. O plano se configura pelo ritmo dos elementos verticais, tais como árvores e postes de iluminação, adicionados na extremidade do calçamento. A segunda camada é definida pelo limite do leito carroçável que pode apresentar diferentes variantes, ciclovias, estacionamento ou linha de trânsito automotivo. Fonte: NYC (2013). Lateral da Pista Desenho Ativo: Sugestões para qualificação de passeios e calçadas A lateral dos edifícios determina o limite entre o espaço público dos passeios e a propriedade privada. As regras edilícias têm impacto importante neste plano, pois regulam a implantação das edificações e impactam a experiência das caminhadas pelas calçadas. A existência de abertura e o movimento ativo de usuários asseguram a segurança do ambiente urbano. Fonte: NYC (2013). Lateral dos Edifícios Desenho Ativo: Sugestões para qualificação de passeios e calçadas As marquises ou plano de cobertura: área que o caminhante percebe acima de sua cabeça. Pode se configurar pela associação de variados elementos. Normalmente, trata-se da abertura da rua para o céu da cidade, porém em áreas adensadas a lateral dos edifícios pode conter linhas de cobertura, letreiros de lojas e varandas de apartamentos. O plano de marquises pode se alterar bastante, conforme as estações do ano e condições climáticas. Plano de Marquises Fonte: NYC (2013). Sustentabilidade e planejamento urbano O conceito de cidade sustentável reconhece que a cidade precisa atender objetivos sociais, ambientais, políticos e culturais, bem como às finalidades econômicas. Um organismo dinâmico tão complexo quanto a própria sociedade e suficientemente ágil para reagir rapidamente às suas mudanças. Fonte: BUCKMINSTER FULLER, R. Manual de instruções para a nave espacial terra. Ponto: ViaOptica, 1998. Fonte: Rogers (2013). Sustentabilidade e planejamento urbano Cidade Compacta: Está associada à qualificação da vida urbana e preservação de recursos naturais. Utilização de inovações tecnológicas avançadas para redução de poluição, menor consumo de recursos e maior eficiência energética. Características da cidades compactas conforme Rogers (2005). Diversificada Criativa Justa PolicêntricaEcológica Cidade Compacta Fácil Bonita Sustentabilidade e planejamento urbano Planejamento urbano sustentável demanda integração dos espaços a partir de empreendimentos multifuncionais (habitação, comércio, serviços, cultura, lazer), adensamento ao longo dos eixos de mobilidade, priorização de transporte público visando à diminuição de tempo em deslocamentos. Reduzir distâncias e deslocamentos pedonais Rogers (2005). Moradia Trabalho Lazer Sustentabilidade e planejamento urbano Rogers foi entusiasta das proposta do Archigram e traduz as megaestruturas sonhadas pelo jovens arquitetos ingleses na valorização de edifícios multifuncionais como Centro Pompidou (1969-1974). Projeto assinado em parceria com Renzo Piano. Complexo abriga simultaneamente Museu Nacional de Arte Moderna, Biblioteca Pública de Informação, Centro de Música e pesquisas acústicas, entre outros espaços culturais. Imagem apresenta o interior do Centro Pompidou, espaço em que se nota a opção brutalista dos serviços aparentes destacada pela paleta de cores característica da Pop Art. Foto: Juliette Jourdan, setembro de 2014 Fonte: https://commons.wikimedia.org/ w/index.php?search=centre+pompidou&title=Special:MediaSe arch&go=Go&type=image Rem Koolhaas: Cidade Genérica As soluções espaciais da cidade pós-moderna atendem às exigências impostas pelo mundo nesta entrada de milênio? Como pensar uma sociedade em processo de desterritorialização, organizada pela lógica de fluxos; de matéria, de mercadorias, de capitais, de pessoas, de bens, de informações? Como pensar e projetar o futuro, de forma a garantir que a realidade urbana possa ser vivida como experiência humana, individual e coletiva? Fonte: Mau.; Koolhaas (1995). Fonte: Koolhaas (2008). Rem Koolhaas: Cidade Genérica Apresentada por Rem Koolhaas, a Cidade Genérica aceita o caos não planejado das interferências aleatórias: Espaço passível de reprodução infinita só é possível com a ausência da identidade. Esse processo de homogeneização entendido como negativo pode ser interpretado também como movimento consciente de saída das diferenças em direção às semelhanças. A Cidade Genérica é liberada do cativeiro do centro, da camisa de força da identidade. A Cidade Genérica quebra o destrutivo de dependência: ela é um reflexo da necessidade e capacidade presentes. VILLANOVA (2021) Fonte: https://www.archdaily.com.br/br/ 955242/estamos-caminhando- em-direcao-a-cidade-generica Rem Koolhaas: Cidade Genérica Cidade Genérica representa o período das cidades sem história. Multicultural e multirracial. A rua morreu. Abandona os pedestres e valoriza os veículos. Responde à lógica de indivíduos em trânsito que seguem em frente. Expanda-se sem a necessidade de planejamento abrangente. Identifica e abandona o que não funciona. Blade Runner: O caçador de androides. Urbanismo genérico dos anos de 1980. Fonte: https://depoisdocinema.com.br/critica-blade-runner-o-cacador-de-androides/ Em Paris, a construção do Centro Pompidou de Renzo Piano e Richard Rogers estabeleceu um paradigma transformador para região do Beauborg. Com a utilização de materiais da indústria, criou uma nova linguagem que se atreveu a associar o brutalismo das instalações aparentes às cores vibrantes da Pop Art. Assim, o Centro Pompidou mostrou indícios da importância da arquitetura na promoção da gestão urbana, por meio de equipamentos construtivos de apelo tecnológico e impacto visual. Leia as afirmativas dispostas a seguir e assinale a opção que complementa a exposição que apresentada a questão: Interatividade Imagem exterior mostra lógica High Tech do partido arquitetônico adotado pelos arquitetos Renzo Piano e Richard Rogers. Foto: Gerd Eichmann, setembro de 2018 Fonte: https://commons.wikimedia.org/w/index.php? search=centre+pompidou&title=Special:MediaSearch&go=Go &type=image a) O museu ocupa em totalidade o lote destinado ao projeto. O objetivo dos arquitetos foi apresentar uma megaestrutura desconexa da região histórica da cidade de Paris. b) A arquitetura francesa é repleta de obras em estilos clássicos. Portanto, o projeto procurou respeitar a referência histórica do contexto de implantação. c) O projeto foi instalado no espaço de uma antiga fábrica e fez uso de parte da estrutura em sua configuração estrutural. Diante desse contexto, é fácil imaginar o choque da população francesa ao se deparar pela primeira vez com Centro Georges Pompidou. d) Trata-se da configuração de um universo simbólico, capaz de estabelecer um programa de empreendimento, cultural e de lazer, que associa museus, teatros, cinemas, livrarias, bares e centros de compras. e) O espaço abrigou um estacionamento e na década de 1960 autoridades municipais da cidade de Paris decidiram demolir o antigo mercado de Les Halles para construir um espaço de lazer contemplativo desconexo da dinâmica urbana da cidade. Interatividade a) O museu ocupa em totalidade o lote destinado ao projeto. O objetivo dos arquitetos foi apresentar uma megaestrutura desconexa da região histórica da cidade de Paris. b) A arquitetura francesa é repleta de obras em estilos clássicos. Portanto, o projeto procurou respeitar a referência histórica do contexto de implantação. c) O projeto foi instalado no espaço de uma antiga fábrica e fez uso de parte da estrutura em sua configuração estrutural. Diante desse contexto, é fácil imaginar o choque da população francesa ao se deparar pela primeira vez com Centro Georges Pompidou. d) Trata-se da configuraçãode um universo simbólico, capaz de estabelecer um programa de empreendimento, cultural e de lazer, que associa museus, teatros, cinemas, livrarias, bares e centros de compras. e) O espaço abrigou um estacionamento e na década de 1960 autoridades municipais da cidade de Paris decidiram demolir o antigo mercado de Les Halles para construir um espaço de lazer contemplativo desconexo da dinâmica urbana da cidade. Resposta Comentário: O projeto arrojado para década de 1970 marca o início da pós-modernidade na arquitetura e organização urbana. Sua implantação configura a existência de um espaço público (a praça do Centro) para o qual as suas atividades internas se estendem. Trata-se de um exemplar da arquitetura high-tech que assimila a estética dos espaços industriais que utiliza os elementos tecnológicos como objetos estéticos. No caso da questão apresentada, ressalta-se que Centro Pompidou ocupa uma área menor que a metade do seu lote, o que permitiu a criação de uma enorme praça onde os visitantes podem circular em conexão com regiões estratégicas da cidade, ou simplesmente acompanhar exposições e apresentações de artistas. Resposta BRETT, A. O. Complexities of street life: Teorias urbanas de Alison e Peter Smithson 1950- 1964. Dissertação (Mestrado). Faculdade de Ciências e Tecnologia da Universidade de Coimbra, Departamento de Arquitectura. Coimbra, 2010. CABRAL, C. P. C. GRUPO ARCHIGRAM, 1961-1974. Uma fábula da técnica. Tese (Doutorado). Programa de Doctorado Teoría e Historia de la Arquitectura. Barcelona, 2001. 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