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Estagio supervisionado - EtnoPedologia

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INTRODUÇÃO
A agricultura sustentável deve, em longo prazo, melhorar a qualidade ambiental e os recursos básicos dos quais a agricultura depende, respondendo às necessidades humanas básicas de alimentos e fibras, sendo economicamente viável e melhorando a vida dos agricultores e da sociedade como um todo (WEID, 1996). Os pequenos agricultores não conseguem desenvolver uma agricultura sustentável devido a algumas limitações como razões financeiras, ambientais e/ou educacionais. 
As etnociências baseiam-se em avaliações antropológicas que consideram o saber como um conjunto de habilidades possíveis de serem transmitidas e objetivam avaliar os princípios e pressupostos desse conhecimento, considerando a possibilidade de estabelecer relações com o conhecimento científico formal (ALVES & MARQUES, 2005). E tal saber esta passando despercebido nos dias atuais e sendo até esquecido, se mantendo apenas nas zonas rurais, onde os agricultores possuem um baixo índice educacional, mas repassam tal conhecimento empírico através de gerações.
O entendimento das razões existentes entre os solos, a espécie humana e os outros componentes do ecossistema podem ser denominados como uma etnociência que é chamada de etnopedologia.
A etnopedologia abrange o conjunto de estudos interdisciplinares dedicados ao entendimento das interfaces existentes entre os solos, a espécie humana e os outros componentes dos ecossistemas. O conhecimento tradicional formulado sem ter que frequentar uma escola, que é repassado através de gerações possui quase sempre o mesmo intuito que o conhecimento científico. Sandor & Furbee (1996), compararam resultados obtidos na Cordilheira dos Andes, perceberam que o conhecimento do povo local domava um alto grau de correspondência com as classes texturais de solos, do sistema de classificação do Departamento de Agricultura dos Estados Unidos. Nos Andes foram identificados pelos habitantes 50 categorias de solos e matérias minerais diferentes.
O conhecimento local pode oferecer novas e instigantes perspectivas para o manejo e a conservação, em bases sustentáveis no Brasil.
DESENVOLVIMENTO
Foram utilizados como materiais 4 artigos da a área de etnopedologia, indicados como base pelo orientador.
Os moradores das comunidades foram submetidos a aplicação de questionários específicos, foram identificadas algumas expressões geradoras como:
Eu conheço a terra é pelo mato, se for verde é boa, se for amarelo é uma terra cansada.
A terra preta é melhor que a branca!
Plantar no atravessado é melhor que no comprido.
Terra de pedregulho não presta!
A qualidade da terra preta pode-se ser dada devido a um alto teor de matéria orgânica presente no solo. A terra com pedregulho não é viável para eles devido ao alto índice de minerais no solo, os quais dependendo da área impossibilitam ou dificultam o plantio, pois são solos rasos e ricos em minerais.
Foi repassado conhecimentos para os pequenos agricultores através de aulas. Os agricultores conheciam a erosão como grotas, buracos e valas. Certo agricultor citou que para solucionar o problema da erosão, ele enchia o buraco com capim e punhava terra em cima e plantava capim novamente.
Segundo Santos et al. (2001), a maioria dos agricultores achou que a erosão, conhecida entre eles como grotas , valas e buracos, empobrecia o solo e prejudica a produção. A minoria, entre os presentes, teve opinião inversa a esta afirmação.
Segundo agricultores da cidade de Arara-PB, plantar de morro abaixo é menos trabalhoso do que plantar em uma área plana. Ernesto Sobrinho et al. (1983) cita hipóteses de que plantar de morro abaixo pode ser mais cômodo para o agricultor, mas essa hipótese não foi levada para frente, devido a que não houve um estudo mais aprofundado por ortopedistas sobre as estruturas ósseas do corpo com tais movimentos.
Segundo Lima et al. (2000), na comunidade de Mata Redonda, no Município de Remígio-PB foi confrontado os enfoques sobre a percepção do agricultor, observou-se que ele possui uma boa percepção apenas em salinidade e redução da produtividade agrícola, havendo um grande déficit em outros assuntos.
Na comunidade da Chã da Pia no município de Areia-PB, notou-se que os ceramistas definem certos perfis de solo como: “terra”, “piçarro”, “cabeça do barro”, “barro de loiça” e “pedra mole”. A parte denominada terra é conhecida como a parte arável (horizontes A ou A+E) e “piçarro” como uma zona eluvial. A “cabeça do barro” localiza-se no topo do horizonte 2Bt, concentrando-se o “barro de loiça” na zona inferior desse horizonte e a “pedra mole” no 2BC.
CONCLUSÃO
As etnociências possuem um papel fundamental para a sociedade, pois os antigos saberes das zonas rurais, que foram adquiridos sem estudos científicos e tem o mesmo intuito do conhecimento científico. Existem conhecimentos empíricos que não estão disponíveis para os cientistas, como também há conhecimentos que os agricultores necessitam para um melhor uso da terra e não possuem tal conhecimento, como foi exposto que os agricultores de Arara-PB possuem conhecimentos apenas sobre salinidade e redução da produção agrícola. Tais agricultores necessitam de orientação sobre alguns assuntos que eles desconhecem, para que possam obter um maior desempenho geral.
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
ALVES, A.G.C.; MARQUES, J.G.W.; QUEIROZ, S.B.; SILVA, I.F. & RIBEIRO, M.R. Caracterização etnopedológica de Planossolos utilizados em cerâmica artesanal no Agreste Paraibano. In: CONGRESSO BRASILEIRO DE CIÊNCIA DO SOLO, 29., Ribeirão Preto, 2003. Anais. Ribeirão Preto, Sociedade Brasileira de Ciência do Solo, 2003. CD-ROM.
ALVES, Ângelo Giuseppe Chaves. Por que estudar os nomes aos solos dados pelos camponeses?  Sociedade Brasileira de Ciência do Solo, Viçosa, v. 31, n. 1, p.12-17, jan. 2006.
DINIZ, Adriana Araújo. Popularização da Taxonomia de Solo: Vocabulário Mínimo e Aspectos Sócio-Econômicos no Contexto do Ensino Fundamental, em São Miguel, Esperança (PB). Revista Brasileira de Ciência do Solo, Viçosa, v. 29, n. 0, p.309-316, 2005.
LIMA, Herdjania Veras de et al. Confronto de Enfoques na Avaliação da "Qualidade do Solo" pelo Produtor Rural. Revista da Associação Brasileira de Educação Agrícola Superior, Brasília, v. 18, n. 2, p.42-50, 2000.
SANDOR, J.A. & FURBEE, L. Indigenous knowledge and classification of soils in the Andes of Southern Peru. Soil Sci. Soc.Am. J., 60:1502-1512, 1996.
SANTOS, Roseilton Fernandes dos et al. Ensino - Aprendizagem de Solos com Agricultores e Agricultoras de Mata Redonda, Remígio-PB a Partir de Levantamento Utilitário. Revista da Associação Brasileira de Educação Agrícola Superior, Brasília, v. 19, n. 2, p.44-61, 2001.
WEID, J. M. V. der. Conceitos de sustentabilidade e sua aplicação nos modelos de desenvolvimento agrícola. In: o solo nos grandes domínios morfoclimáticos do Brasil e o desenvolvimento sustentado. Viçosa – MG: SBCS; UFV, DPS, 1996. 930 p. il.

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