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completo paulaFORMAÇÃO SOCIAL ECONÔMICA E POLÍTICA

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FORMAÇÃO SOCIAL, POLÍTICA, ECONOMICA DA SOCIEDADE BRASILEIRA 
O estudo dessa disciplina pretende abordar os principais fatos que marcaram os 500 
anos de vida de nosso país, tentando, com isso, explicar as inúmeras diversidades de 
sua realidade atual. 
É do conhecimento de todos que o Brasil foi descoberto por Pedro Álvares Cabral, 
tornando-se a mais importante colônia de Portugal. Estudar as causas dessa descoberta 
será o início do nosso aprendizado. 
Faz parte do curso o entendimento da evolução dos fatos históricos que, a partir do 
descobrimento, influíram direta e indiretamente na formação social, econômica e 
política do Brasil. 
A abordagem de épocas distintas como a relacionada ao processo de colonização e aos 
períodos monárquico e republicano fornecerá ao aluno ferramenta útil para 
correlacioná-las e entender as inúmeras realidades do Brasil do século XXI. 
AULA 1: OS PORTUGUESES NO BRASIL, OS TIPOS SOCIAIS E A CONSTRUÇÃO DA IDENTIDADE 
BRASILEIRA 
1. Entender os fatos que possibilitaram a descoberta do Brasil; 
2. Perceber a colonização portuguesa; 
3. Compreender a formação da cultura brasileira. 
=============== 
AULA 2: A ECONOMIA COLONIAL E SUA HERANÇA: A COLONIZAÇÃO, OS MOVIMENTOS DE REBELDIA E 
A CRISE DO SISTEMA COLONIAL 
1. Perceber o modelo de colonização; 
2. Compreender as causas dos movimentos de emancipação política. 
============ 
AULA 3: A ECONOMIA COLONIAL E SUA HERANÇA 
1. Entender as causas e consequências da decisão da Coroa portuguesa ao elevar nosso país à 
categoria de Reino Unido Brasil, Portugal e Algarves; 
2. Compreender o inevitável processo de independência. 
========= 
AULA 4: PRIMEIRO REINADO: A ORGANIZAÇÃO DO ESTADO BRASILEIRO. A CONSOLIDAÇÃO DA 
INDEPENDÊNCIA E REGÊNCIA 
1. Conhecer as dificuldades e as medidas tomadas por D.Pedro I para conseguir a consolidação da 
independência brasileira. 
==================== 
AULA 5: SEGUNDO REINADO: CONSOLIDAÇÃO DO ESTADO E DAS ELITES POLÍTICAS NO BRASIL. A 
ECONOMIA CAFEEIRA. A EXTINÇÃO DO TRÁFICO DE ESCRAVOS E A GUERRA DO PARAGUAI. 
1. Conhecer os poderes do imperador e a forma de governar adotada por D. Pedro II; 
2. Perceber, também, como o Brasil conseguiu manter suas dimensões continentais; 
3. Conhecer os dois ciclos do café e à extinção do tráfico de escravos. 
=========== 
 
AULA 6: SEGUNDO REINADO: A QUEDA DA MONARQUIA. INÍCIO DO PROCESSO DE 
INDUSTRIALIZAÇÃO 
1. Perceber que o surgimento do pensamento republicano, as tensões entre o Estado e a 
Igreja, a escravatura e o fortalecimento dos militares após a Guerra do Paraguai deram 
início ao movimento que resultaria na queda do regime monárquico. 
============ 
AULA 7: A REPÚBLICA MILITAR OU REPÚBLICA DA ESPADA: ECONOMIA E SOCIEDADE 
1. Conhecer a transição militar para o governo republicano e sua consolidação com a 
política do café com leite; 
2. Relacionar a transição militar para o governo republicano e sua consolidação com a 
política do café-com-leite. 
============= 
AULA 8: A REPÚBLICA OLIGÁRQUICA: ECONOMIA, SOCIEDADE E POLÍTICA: A POLÍTICA CAFÉ-COM-
LEITE E A POLÍTICA DOS CORONÉIS 
1. Perceberá o predomínio das práticas oligárquicas rurais nos estados e as influências do 
poder econômico de São Paulo, Rio de Janeiro e Minas Gerais, no governo federal. 
============ 
AULA 9: AS RELAÇÕES DE PODER PÓS-30. O ESTADO NOVO E O PROCESSO DE INDUSTRIALIZAÇÃO 
1. Entender as causas e conseqüências da Revolução de 30; 
2. Compreender o movimento constituinte de 32, em São Paulo; 
3. Entender o regime ditatorial do Estado Novo; 
4. Compreender as conquistas sociais advindas do processo de industrialização. 
========= 
AULA 10: A ABERTURA E AS CONQUISTAS SOCIAIS 
1. Entender a democracia brasileira; 
2. Entender a modernização industrial do Sudeste; 
3. Compreender o golpe militar de 1964 e a redemocratização neoliberal. 
================ 
BIBLIOGRAFIA 
FAUSTO, Boris. História do Brasil. 2ª Ed. São Paulo: USP, 1995. 
FURTADO, Celso. Formação econômica do Brasil. São Paulo: Editora Nacional, 1995. 
 
Disciplina: FORMAÇÃO SOCIAL, POLÍTICA ECONÔMICA DA SOCIEDADE BRASILEIRA 
EMENTA: A disciplina estuda a formação sócio-econômica e política do Brasil objetivando proporcionar 
ao aluno uma formação consciente acerca dos processos sociais contemporâneos. OBJETIVOS GERAIS: 
Construir um conhecimento crítico capaz de auxiliar no entendimento das particularidades do processo 
histórico brasileiro; Compreender a realidade social como uma construção dos homens nos diferentes 
tempos históricos. 
OBJETIVOS ESPECÍFICOS: Oferecer uma sinopse da economia brasileira no século XX, do modelo agro-
exportador à inserção subalterna no processo de mundialização do capital, com suas implicações para o 
Serviço Social. 
CONTEÚDO PROGRAMÁTICO: Unidade 1: A formação de um povo 
1.1 - Os portugueses no Brasil; 
1.2 - Os tipos sociais e a construção da identidade brasileira; 
1.3 - A economia colonial e sua herança. Unidade 
2: O Império do Cone Sul 
2.1 - Primeiro reinado: a organização do Estado brasileiro; 
2.2 - Segundo reinado: consolidação do Estado e das elites políticas no Brasil; 
2.3 - O início do processo de industrialização: razões do recuo. 
Unidade 3: A República brasileira 
3.1 - A República Militar: economia e sociedade; 
3.2 - A República Oligarquia: economia, sociedade e política. 
Unidade 4: A Revolução de 30 e a Era Vargas 
 4.1 - As relações de poder após 30; 
4.2 - O Estado Novo e o processo de industrialização; 
4.3 - A abertura e as conquistas sociais. 
 
BIBLIOGRAFIA BÁSICA: 
FAUSTO, Boris. História do Brasil. 2ª Ed. São Paulo: USP, 1995. FURTADO, Celso. Formação econômica do 
Brasil. São Paulo: Editora Nacional, 1995. 
 
BLIOGRAFIA COMPLEMENTAR: 
CARVALHO, J. Murilo de. Os bestializados - o Rio de Janeiro e a república que não foi. São Paulo: 
Companhia das Letras, 1987. ______. A formação das almas - o imaginário da república no Brasil. São 
Paulo: Companhia das Letras, 1990. FREYRE, Gilberto. Casa grande e senzala. São Paulo: Circuito do 
Livro, 1995. GONÇALVES, R. O abre-alas: a nova inserção do Brasil na economia mundial. Rio de Janeiro: 
Relume-Dumará, 1994. HOLANDA, Sérgio Buarque. Raízes do Brasil. 26ª Ed. São Paulo: Companhia das 
Letras, 1995. MATTA, Roberto da. Carnavais, malandros e heróis - para uma sociologia do dilema 
brasileiro. 4ª Ed. Rio de Janeiro: Zahar, 1983. 
 
AULA 1: OS PORTUGUESES NO BRASIL, OS TIPOS SOCIAIS E A CONSTRUÇÃO 
DA IDENTIDADE BRASILEIRA 
Nesta aula, você conhecerá a realidade da Europa Ocidental na passagem do século XV como fator 
determinante da descoberta do Novo Mundo e a Formação da Sociedade Brasileira. 
 No início do século XV, dentre os países da Europa com fronteiras praticamente definidas, 
Portugal foi o que pioneiramente iniciou a busca por novas terras através de excursões 
marítimas. 
 
 AS BASES DE SUSTENTAÇÃO PARA ESSA BUSCA PELO DESCONHECIDO FORAM A SEGUINTES: 
 a fundação da escola de sagres pelo Infante Dom Henrique; 
 a experiência já adquirida no comercio de longa distancia 
 a coroa fortalecida tornou-se grande empreendedora na busca de novas fontes de receita; 
 o interesse de negociantes diante da possibilidade de novos bons negócios; 
 o empenho da igreja em agradar ao rei e em cristianizar “povos bárbaros”; e 
 o proprio impulso pela aventura marítima, estimulando pelo domínio das novas técnicas de 
navegação. 
========================= 
A DESCOBERTA DE NOVOS CAMINHOS 
Em Portugal, essa busca constante pelo descobrimento de novos caminhos marítimos e a 
conseqüente conquista de novas terras transformou-se num grande projeto nacional, com a 
participação de quase toda a sociedade. 
Os bens mais procurados nessas incursões eram o ouro (utilizado como moeda confiável)e as 
especiarias (noz-moscada, gengibre, canela e, principalmente, pimenta), que eram utilizadas 
como condimento, remédio ou perfumaria. 
 
Na época, o que mais justificava a procura por iguarias eram suas utilizações como ingredientes 
para a conservação dos alimentos. 
 
Cristovão Colombo chegou à America em 12 de outubro de 1492 
A posse da América descoberta por Colombo foi contestada por Portugal 
 
Daí resultou o Tratado de Tordesilhas, em 1494, onde o novo mundo foi dividido em dois 
hemisférios: as terras descobertas a leste de uma linha imaginária situada a aproximadamente 
2.500km das ilhas de Cabo Verde pertenceriam a Portugal e, a oeste, à Espanha. 
 
O LITORAL AFRICANO 
A ocupação da África limitou-se ao litoral, onde foi estabelecida uma série de postos fortificados 
de comércio, denominados feitorias, de onde partiam para Portugal ouro, marfim (até então 
comercializados apenas pelos árabes), pimenta malagueta e escravos. 
 
Nas ilhas do Atlântico (Madeira, Açores, Cabo Verde e São Tomé), os portugueses realizaram 
experiências significativas de plantio em grande escala através do trabalho escravo. Aliás, essa 
foi uma das características do processo de colonização português: grandes propriedades, onde 
se cultivava um único produto destinado à exportação (Plantation). 
 
As maiores lavouras de cana-de-açúcar deram-se na ilha de São Tomé que, por serem próximas 
da costa africana, tornaram-se também o principal entreposto de escravos vindos do continente 
para serem distribuídos na América e na Europa. 
A CHEGADA DOS PORTUGUESES À NOVA TERRA CONSOLIDOU SUA EXPANSÃO 
ULTRAMARINA. 
Os portugueses aportam no Brasil. Os portugueses encontraram aqui uma população indígena bastante 
homogênea em termos culturais e lingüísticos, distribuída ao longo do litoral e na bacia dos rios Paraná 
e Paraguai. 
Tal população era basicamente de dois grupos: os Tupis (do Ceará até Cananéia) – Guaranis (de 
Cananéia até a Lagoa dos Patos), e os Tapuias (tinham outro idioma e situavam-se na foz do Rio Paraíba, 
sul da Bahia e a faixa entre o Ceará e o Maranhão). 
A DESCOBERTA DO BRASIL 
Esta será a maior esquadra colocada no mar de todos os tempos! Sigamos a caminho das Indias! Quero 
que esta viagem seja um marco dentro da historia das expedições marítimas... 
Com estas 13 caravelas, faremos a maior viagem feita por mar de toda a historia. Desbravaremos os 
mares e conquistaremos as Indias e todas as especiarias... 
Por motivos até hoje controversos, a expedição mudou seu rumo e, em 21 de abril daquele ano, as 
primeiras terras (Monte Pascal) brasileiras forma avistadas, e uma breve descida à terra foi 
providenciada. No dia seguinte, a frota ancoraria no litoral da Bahia, em Porto Seguro, e desembarcaria 
para a conquista definitiva do novo território. 
A tentativa de criar uma identidade brasileira aconteceu em três períodos distintos. 
CHEGADA DE TOMÉ DE SOUZA 
Até a instalação do Governo Geral, em 1549. 
Esse período caracterizou-se pelo reconhecimento e posse da terra e um escasso comércio 
 
VILA COLONIAL DO SÉCULO XVII 
Até fins do século XVIII. 
Por mais de dois séculos delineou-se a montagem do processo de colonização e sua consolidação. 
 
INDEPENDÊNCIA OU MORTE - DE PEDRO AMÉRICO 1888 
Até a Independência, em 1822. 
As transformações mundiais provocaram crises no sistema colonial e os conseqüentes movimentos pela 
Independência. 
 
A CULTURA INDÍGENA E SUA DIZIMAÇÃO 
A economia era basicamente de subsistência, não sendo comum a troca de alimentos entre as aldeias 
Os índios em suas práticas agrícolas, derrubavam árvores e faziam queimadas para o plantio de feijão, 
milho, abobora e mandioca, cuja farinha se tornaria também um alimento fundamental na colônia. 
Práticas de canibalismo eram comuns entre os tupis, que matavam e comiam seus prisioneiros de 
guerras em cerimônias próprias. 
Os índios que se submeteram aos conquistadores sofreram violência cultural, epidemias e mortes. 
Desse contato resultou uma população mestiça, parte integrante da realidade brasileira atual. Aqueles 
que resistirem aos portugueses tiveram como única saída para a preservação de seus costumes o êxodo 
para o interior. Entretanto, sucessivos deslocamentos para regiões cada vez mais pobres fizeram com q 
eu a população indígena fosse praticamente dizimada. 
 
ATENÇÃO 
O primeiro período foi marcado pela chegada de Tomé de Souza e foi caracterizado pelo 
reconhecimento e posse da terra e um escasso comercio. 
O segundo período durou até fins do século XVIII e marcado pela montagem do processo de 
colonização e sua consolidação 
O terceiro período durou até a independência, em 1822, provocada por transformações mundiais que 
provocaram crises no sistema colonial e os conseqüentes movimentos pela independência. 
 
A EXPLORAÇÃO DA COSTA BRASILEIRA 
Portugal deparou-se com sério problema, a que era o de guarnecer a costa brasileira. Se o TRATADO DE 
TORDESILHAS dava certa segurança com relação à Espanha quanto à posse das novas terras, o mesmo 
não ocorria com a França, que defendia a idéia de que seria dono de uma terra aquele que a ocupasse. 
Após o feito espetacular de Fernão de Magalhães, conseguindo atingir o Oceano Pacífico contornando a 
America do Sul, os espanhóis perceberam, dados os elevados custos das longas distancias, que esse 
caminho para as Indias era inviável. Assim, passaram a explorar o novo território americano, obtendo 
imediato sucesso na descoberta de ouro e prata. 
Fernando de Noronha liderou um consorcio portugueses que arrendou por três anos (1502 a 1505) as 
terras brasileira, recebendo o monopólio comercial do novo território, tendo em contrapartida que 
enviar anualmente seis navios para explorar 2.000km de litoral e construir uma feitoria. Ao término do 
contrato, a Coroa portuguesa desistiu desse modelo e tomou para si a responsabilidade de exploração. 
O primeiro sistema para explora o litoral brasileiro baseou-se no sistema de feitorias, adotado, como já 
dissemos, na costa africana. 
 
Administrar a Colônia não era tarefa das mais fáceis. As determinações de um Estado absolutista, onde 
o território, os súditos e seus bens pertenciam ao rei, confrontavam-se freqüentemente com as 
pressões dos colonizadores. Essa dicotomia de certa forma enfraqueceu o poder da Coroa. 
O modelo colonialista adotado por Portugal apoiava-se no latifúndio, na monocultura para exportação e 
no trabalho escravo. A tentativa de escravizar o índio revelou-se improdutiva. Assim, foi adotado 
o tráfico de negros vindos da África, sendo os grandes centros importadores as cidades de Salvador e 
Rio de Janeiro. 
 
MODELO COLONIALISTA - o papel das colônias era o de contribuir para a auto suficiência da Coroa. 
Nesse sentido, era necessário afastar os possíveis concorrentes através de uma série de normas e 
práticas, onde a mais significativa era a exclusividade do comercio externo da colônia em favor da 
metrópole. Os limites impostos pela própria realidade fizeram com que Portugal adotasse um esquema 
flexível, tendo admitido inicialmente a Holanda (sec. XVI) e, posteriormente, a Inglaterra (sec. XVII), 
como seus parceiros para garantir esse monopólio de comercio. 
 
O TRÁFICO DE NEGROS - Na colônia havia o corte social que separava pessoas e não pessoas, ou seja, 
gente livre e escravos. Juridicamente, o escravo era considerado coisa. Com o passar do tempo, a 
mistura de raças foi ocorrendo, resultando numa enorme miscigenação. A união do branco como o índio 
recebeu, entre outros, o nome de mameluco, e a união do negro com o índio de cafuzo. 
Tomé de Sousa e a chegada dos jesuítas no Brasil – O fracasso das capitania, os primeiros sinais de crise 
nos negócios na India, e o sucesso da Espanha com os metais precioso fizeram com que o governoportugueses optasse pela instituição de um governo-geral, enviando ao Brasil, em 1549, o primeiro 
governador-geral Tomé de Souza. Com Tomé de Souza, chegaram os primeiros jesuítas, que tiveram 
relevante papel na catequese dos Indios. A colonização foi organizada pelo Estado e pela Igreja. A 
religião do Estado era a católica e os membros da sociedade deveriam ser católicos. Ao Estado cabia o 
papel fundamental de garantir a soberania sobre a Colonia, e a Igreja, tendo em mãos a educação das 
pessoas, cuidava para veicular na população a idéia de obediência ao estabelecido. 
 Tela 15 de 16 
 
ESTADO ABSOLUTISTA X COLONIZADORES 
Administrar a Colonia não era tarefa das mais fáceis. As determinações de um Estado Absolutista, onde 
o território, os súditos e seus bens pertenciam ao rei, confrontavam-se frequentemente com as 
pressões dos colonizadores. Essa dicotomia, de certa forma enfraqueceu o poder da Coroa. O modelo 
colonialista adotado por Portugal apoiava-se no latifúndio, na monocultura para exportação e no 
trabalho escravo. A tentativa de escravizar o índio revelou-se improdutiva. Assim foi adotado o tráfico 
de negros vindos da África, sendo os grandes centros importadores as cidades de Salvador e Rio de 
Janeiro. 
Nesta aula, você identificou as causas da descoberta do Brasil e a formação de sua sociedade através da colonização 
portuguesa. Além disso, avaliou as Grandes Navegações realizadas por Portugal e Espanha e a ocupação territorial das 
colônias. 
 
AULA 2: A ECONOMIA COLONIAL E SUA HERANÇA: A COLONIZAÇÃO, OS 
MOVIMENTOS DE REBELDIA E A CRISE DO SISTEMA COLONIAL 
O Brasil nasceu com um território vasto, logo dividido em grandes propriedades, que teve como 
destaque comercial de exportação, nos séculos XVI e XVII, a exploração açucareira no litoral nordestino. 
A COLONIZAÇÃO DO NORDESTE 
A ,primeira produção em escala no Brasil foi a do açúcar. Com Martim Afonso em 1532, chegaram 
técnicos com larga experiência obtida nas lavouras da Ilha da Madeira. A partir daí, plantou-se cana e 
construíram-se engenhos em todas as capitanias, de São Vicente a Pernambuco. O solo, a capacidade 
dos portos no escoamento do produto e a maior proximidade com os mercados compradores fizeram 
com que Pernambuco e Bahia se tornassem os grandes centros açucareiros na Colônia. Apesar dos 
esforços contrários de Portugal, os preços internacionais eram fixados pelos centros importadores 
europeus (Amsterdã, Londres, Hamburgo e Gênova). 
 
A COLONIZAÇÃO DO NORTE 
Até fins do Seculo XVIII a colonização do Norte, por certo desinteresse de Portugal, foi bastante precária. 
Aproveitando-se disso, em 1612, os franceses conseguiram se estabelecer no Maranhão, fundando São 
Luís. O risco de perda territorial fez com que os portugueses expulsassem os invasores, fundassem 
Belém em 1616, e partissem para incursões graduais pelo Rio Amazonas, chegando até o Peru. 
 
OS MOVIMENTOS DE REBELDIA 
Ao longo do século XVIII, iniciaram-se na Colônia movimentos regionais que tinham em comum o 
questionamento da ligação do Brasil com Portugal. Aos poucos ia surgindo a consciência de ser 
brasileiro. A partir do momento em que setores da sociedade passaram a ter interesses divergentes da 
metrópole, essa consciência foi criando contornos bem definidos. A Inconfidência Mineira foi o primeiro 
grande movimento de rebeldia e foi um dos principais movimentos revolucionários deste período. 
A Inconfidência Mineira, ou Conjuração Mineira, foi uma revolta separatista abortada pelo governo 
português em 1789, na então capitania de Minas Gerais, no Brasil Colônia, contra, entre outros motivos, 
a execução da derrama e o domínio português. A Inconfidência Mineira, na verdade, não passou de uma 
conspiração, onde os principais protagonistas eram elementos da elite colonial, homens ligados à 
exploração aurífera, à produção agrícola ou a criação de animais, sendo que vários deles estudaram na 
Europa e que organizavam o movimento exatamente em oposição as determinações do pacto colonial, 
enrijecidas no século XVIII. Além destes, encontramos ainda alguns indivíduos de uma camada 
intermediária, como o próprio Tiradentes, filho de um pequeno proprietário e que, após dedicar-se a 
várias atividades, seguiu a carreira militar, sendo portanto, um dos poucos indivíduos sem posses que 
participaram do movimento. 
 
O FIM DA MONARQUIA E A ASCENSÃO DO LIBERALISMO 
Em fins do século XVIII, a Europa apresentou uma série de modificações no plano das idéias e dos fatos. 
As novas idéias ficaram conhecidas como “pensamento ilustrado”. Dele resulta o pensamento liberal, no 
mesmo momento em que o regime das monarquias, atuantes desde o Séc. XVI entra em crise. 
John Locke, um dos principais teóricos do liberalismo. 
 
PENSAMENTO LIBERAL 
O Liberalismo pregava a obtenção do ideal de vida através da liberdade individual, tendo a felicidade 
(até então desconsiderada), como objetivo maior do homem. No plano político, defendia o direito de 
representação dos indivíduos, sustentando que neles, e não no poder dos reis, se encontrava a 
soberania. 
Por essa época, ocorreram fatos importantíssimos para a história da humanidade: a independência dos 
Estados Unidos, a Revolução Francesa, a Revolução Industrial (fazendo da Inglaterra a maior potência 
mundial), e o movimento antiescravista. 
O mundo se depara com o fim da aristocracia, a consolidação da burguesia como classe dirigente e os 
primeiros passos do capitalismo industrial. 
 
NESTA AULA VOCÊ: 
Identificou a ocupação territorial brasileira no período colonial, situando os períodos dos ciclos 
econômicos; 
Avaliou o aproveitamento do solo na produção agrícola do açúcar; 
Comparou as diferentes práticas de culturas regionais e seus movimentos separatistas. 
 
 
AULA 3: A ECONOMIA COLONIAL E SUA HERANÇA 
 
A TRANSFERÊNCIA DO TRONO PORTUGUÊS PARA O BRASIL 
Em 1807, Napoleão invade Portugal e lança seus soldados em direção a Lisboa. Sob a escolta da marinha 
inglesa, D. João para o Brasil trazendo consigo os nobres portugueses e todo o aparelho burocrático da 
Coroa. Esse fato traria mudanças significativas na relação entre a Metrópole e a Colônia. 
Logo ao chegar à Bahia D. João proclamou a abertura dos portos (até então monopólio português) às 
nações amigas. Em seguida, permitiu que as manufaturas voltassem a se instalar e possibilitou a 
importação de matéria-prima para as industrias. 
A política externa de Portugal passou a ser decidida na Colônia, instalando-se no Rio de Janeiro o 
Ministério da Guerra e Assuntos Estrangeiros. Surge uma vida cultural na cidade mudando também sua 
própria fisionomia. A edição do primeiro jornal, teatros, bibliotecas, academias literárias e cientificas e 
uma população urbana em rápido crescimento foram as primeiras conseqüências. 
Com o término da guerra na Europa (1814), D. João decide permanecer na Colônia e em dezembro de 
1815 decide elevar o Brasil à condição de Reino Unido a Portugal e Algarves. Meses depois, com a morte 
da rainha, foi sagrado rei de Portugal, do Brasil e Algarves, com o título de D. João VI. 
Fatos vindos do outro lado do Atlântico aceleram os acontecimentos rumo à Independência. 
 
A INDEPENDÊNCIA DO BRASIL 
Em 1820, irrompeu uma revolução liberal em Portugal, causada pela ausência do rei e dos órgãos do 
governo e por uma crise militar. Nesta, os portugueses exigiriam a volta do rei D. João VI, que temendo 
a perda da Coroa, regressou a Portugal, deixando aqui o seus filho D. Pedro como príncipe regente. 
Logo nos primeiros anos de regência, D. Pedro se deparou com medidas da metrópole com as quais não 
concordava. Dentre elas, podem ser citadas: 
 
MEDIDA 1 – Determinação de que as províncias fossem independentes do Rio de Janeiro, subordinando-
as a Portugal. 
MEDIDA 2 – Imposição de transferir para Portugal as principaisrepartições instaladas aqui no Brasil por 
D. João VI. 
MEDIDA 3 – Envio de tropas portuguesas para o Rio de Janeiro e Pernambuco. 
MEDIDA 4 – Exigência de retorno imediato de D. Pedro a Portugal. 
 
A exigência de retorno imediato de D. Pedro a Portugal resultou no “dia do fico”. Depois disso, D. Pedro 
começou a praticar sucessivos atos de ruptura com a Corte. Os mais relevantes foram: as tropas 
portuguesas que se recusaram a jurar fidelidade ao príncipe foram obrigadas a deixar o Rio de Janeiro, foi 
criado um novo ministério, sob o comando de José Bonifácio de Andrada e Silva, eleição de uma 
Assembléia Constituinte que possuía nítidas idéias de rompimento com Portugal e D. Pedro decretou que 
as tropas vindas de Portugal seriam consideradas inimigas. Não havia mais como evitar. Despachos 
chegados de Lisboa revogando os decretos do príncipe regente levam D. Pedro, às margens do riacho 
Ipiranga, a proclamar a Independência do Brasil. 
 
NESTA AULA 
Identificou as causas da vinda Família Real para o Brasil; 
Comparou o relacionamento de Portugal com o Brasil nos períodos colonial e de Reino Unido; 
Avaliou as mudanças estruturais da sociedade brasileira após a chegada de D.João VI. 
 
 
AULA 4: PRIMEIRO REINADO: A ORGANIZAÇÃO DO ESTADO BRASILEIRO. A 
CONSOLIDAÇÃO DA INDEPENDÊNCIA E REGÊNCIA. 
A CONSOLIDAÇÃO DA INDEPENDÊNCIA 
Para que internamente a Independência fosse consolidada, se tornou necessário vencer alguns sérios 
conflitos militares, principalmente no Sul e na Bahia. No Sul, expulsamos os portugueses da Província 
Cisplatina para, depois, sermos expulsos de lá na Independência uruguaia. Na Bahia, a vitória de nossas 
forças contou com o apoio dos senhores de engenho do Recôncavo e por uma frota comandada pelo 
inglês Almirante Cochrane que, após o sucesso da missão, navegou para o Maranhão e Pará com o 
mesmo objetivo. 
 
Em agosto de 1825, intermediado pela Inglaterra, o Brasil obteve o reconhecimento de Portugal. As 
condições impostas foram o pagamento de dois milhões de libras – primeiro empréstimo internacional 
contraído pelo Brasil, em Londres - e a garantia de que nenhuma outra colônia iria se unir ao Brasil. A 
Independência consolidou-se em poucos anos. Naquela época, contrariando uma tendência 
republicana, o Brasil adotara o regime monárquico. 
 
Em maio de 1823, foi eleita uma Assembléia Constituinte encarregada de elaborar a Constituição. Na 
fala de abertura, D. Pedro I usou a expressão de Luis XVIII:“Juro defender a Constituição se ela for digna 
do Brasil e de mim”. Isso dá uma amostra do estilo autoritário do imperador. Por esse motivo, alguns 
radicais que haviam lutado pela Independência, preferiram não participar, sendo alguns deles presos, 
inclusive José Bonifácio. Antes de sua implantação, a Assembléia Constituinte foi dissolvida por D. Pedro 
I, com a ajuda dos militares. Em 25 de março de 1824, foi promulgada a primeira Constituição brasileira 
cuja característica principal foi a de ter sido imposta pelo Imperador ao povo (minoria de brancos e 
mestiços). Essa Constituição definiu o governo como monárquico, hereditário e constitucional. O país foi 
dividido em províncias cujos presidentes seriam nomeados pelo Imperador. De um modo geral, as 
províncias do Norte eram contra a centralização do poder. 
A Confederação do Equador foi uma importante revolução republicana, surgida em Pernambuco 
no ano de 1824, que teve em Frei Caneca um de seus principais líderes. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
A REGÊNCIA 
Você sabe o que representou o período de regência no Brasil? Regência foi o nome dado ao período 
de 1831 a 1840 na História Brasileira. Vamos entender um pouco mais sobre isso? Dois fatos sobre o 
período de regência no Brasil são importantes, a saber: 
 
O Brasil foi governado temporariamente por uma 
regência porque, na época, o futuro imperador 
Dom Pedro II tinha apenas 5 anos de idade. 
Durante o período da regência, surgiram os dois 
principais partidos políticos do império: o partido 
conservador e o partido liberal. 
O Código de Processo Criminal 
foi criado nesta época. 
 
Nesta aula, você identificou as dificuldades na consolidação da independência brasileira e a crise 
social como herança do período colonial, que repercutiu em confrontos regionais com o poder 
centralizador de D. Pedro I. 
AULA 5: SEGUNDO REINADO: CONSOLIDAÇÃO DO ESTADO E DAS ELITES 
POLÍTICAS NO BRASIL. A ECONOMIA CAFEEIRA. A EXTINÇÃO DO TRÁFICO DE 
ESCRAVOS E A GUERRA DO PARAGUAI. 
 
No Segundo Reinado, o amplo poder do imperador era fruto da forma como era definido. Dos poderes 
constituídos havia o Conselho de Estado e o Conselho dos Ministros, que eram nomeados pelo 
imperador com seu Poder Moderador. A Câmara dos Deputados e Senado eram eleitos pelo voto 
censitário para exercer seus mandatos, sendo os senadores vitalícios. Já o Conselho dos Ministros 
resultava da composição formada por um representante de cada província, escolhido por D. Pedro II 
dentre uma lista tríplice de senadores eleitos em cada região. O Conselho de Ministros representava o 
Poder Executivo e seus membros eram nomeados pelo imperador. O Poder Moderador era exercido por 
ele para resolver as questões de Estado. 
 
O MOVIMENTO REPUBLICANO 
Sempre que fosse de sua conveniência, o imperador exercia o Poder Moderador e, após ouvir o 
Conselho de Estado, dissolvia a Câmara e convocava novas eleições. Para se ter uma idéia do grau de 
concentração de poder, esse fato ocorreu trinta e seis vezes ao longo dos cinqüenta anos de reinando. 
Isso exemplifica a grande alternância de poder do legislativo e do executivo no Segundo Reinado, ambos 
sempre subordinados ao imperador. Contrárias a essa situação, com o passar dos anos as idéias do 
Partido Liberal forma ganhando terreno. A proposta de descentralização do poder, a defesa das 
liberdades e as mudanças na representação política do povo apresentavam progressos. Esse avanços 
resultaram da eleição em cidades maiores no Senado temporário, na redução das atribuições do 
Conselho de Estado na garantia das liberdades individuais e na abolição gradual da escravatura. 
O quadro político começava a descortinar uma realidade na qual as futuras reformas que estavam por 
vir certamente surgiriam de baixo para cima, do povo em direção ao poder, e não o contrário. 
Em suma: a elite representada pela burguesia cafeeira e a classe média urbana tinham a convicção de 
que as mudanças pretendidas jamais seriam concedidas naturalmente pela monarquia. 
 
 
EM DECORRÊNCIA DESTA CERTEZA SURGIU O “MOVIMENTO REPUBLICANO”. 
No início do século XIX, o café passou a ocupar lugar de destaque na pauta dos produtos exportados 
pelo Brasil. Sua produção representativa iniciou-se com as plantações no Vale do Rio Paraiba, onde 
regiões como Vassouras e Bananal – a primeira no Rio de Janeiro e a segunda em São Paulo – tornaram-
se importantes zonas produtoras. O transporte do café se dava no lombo de burros, que desciam a serra 
em direção ao porto do Rio de Janeiro. Após algumas décadas, com a construção das ferrovias e a 
exploração de novas terras, o porto de Santos passou a ser o mais movimentado do país e o centro-
oeste paulista firmou-se como a mais importante região cafeeira do Brasil. 
O modelo utilizado nas fazendas era a forma tradicional do plantation, grandes extensões de terras, 
conquistadas a força, que eram cultivadas pelos escravos. Nas primeiras produções de café, para que 
uma fazenda pudesse se tornar produtiva, eram necessários investimentos consideráveis. O 
desmatamento, o preparo do solo, a aquisição de novos escravos e o tempo de espera pela primeira 
colheita (nunca inferior a quatro anos), eram fatores responsáveis por essa necessidade. 
Nesse contexto, a figura do comerciantede café, também conhecido como comissário, desempenhou 
papel singular na economia cafeeira. As casas comissárias – por estarem estabelecidas nos grandes 
centros juntos aos bancos e portos por onde escoavam as sacos de café – financiavam e 
comercializavam a produção. Não era incomum que tamanha influência fizesse com que o comerciante 
se tornasse amigo e até conselheiro das famílias do agricultores: Apesar de apoiada inicialmente no 
trabalho escravo, a produção de café teve, na imigração européia, a partir do Segundo Reinado, um dos 
fatores mais importantes para o seu sucesso. 
 
A EXTINÇÃO DO TRÁFICO DE ESCRAVOS 
Desde o início do Primeiro Reinado, o governo inglês preocupava-se em conseguir a extinção do tráfico 
de escravos para o nosso país. Em 1826, dada a inequívoca dependência do Brasil com a Inglaterra, 
conseguiram os ingleses impor um tratado pelo qual, três anos após a sua ratificação, o tráfico de 
escravos para o Brasil seria declarado ilegal. Interrompido definitivamente o tráfico, a escravidão estava 
com seus dias contados. Entretanto, quem substituiria a mão-de-obra escrava? 
A abolição da escravatura em 1888 e a decadência dos cafezais do Vale do Paraíba resultaram num 
número de pessoas desempregadas e sem domicílio. Nesta época, surgem as primeiras favelas na cidade 
do Rio de Janeiro. Os fazendeiros de café de São Paulo preferiram admitir imigrantes europeus que, 
apesar de mais caros, possuíam a “escola do trabalho assalariado” com a disciplina e autonomia que os 
novos tempos exigiam. 
 
MAIS SOBRE O PROCESSO DE TRANSIÇÃO ENTRE A ECONOMIA CAFEEIRA E A PRIMEIRA FASE DO 
CAPITALISMO NO BRASIL. 
Desencadeou-se, com a contratação em massa da mão-de-obra assalariada, um movimento 
expansionista nunca visto no país, decorrendo daí a primeira fase de desenvolvimento do capitalismo no 
Brasil, onde o modelo de financiamento da lavoura precisou ser modificado. O número de casas 
comissárias multiplicou-se e o interior passou a dispor de agências bancárias. 
O custo da introdução do trabalho livre nas fazendas foi compensado em parte pela economia dos 
recursos que antes eram destinados para a aquisição de escravos. É fato que a abolição da escravatura 
não eliminou o problema do negro. As oportunidades de trabalho dadas aos imigrantes em dissonância 
com a falta de bons empregos para os ex-escravos determinaram uma enorme desigualdade social para 
a população negra no país. 
 
A GUERRA DO PARAGUAI 
Acompanhe nesta tela, o percurso que desencadeou a guerra do Paraguai. 
A imagem ao lado é de um navio em meio à Guerra do Paraguai. No território do Rio da Prata, após uma 
série de conflitos, surgiram os territórios da Argentina, Uruguai, Paraguai e Bolívia. Clique na imagem 
para ler o conteúdo. 
A criação do Uruguai, localizado em uma das margens do Rio da Prata, impedindo o completo domínio 
da Argentina na foz do rio, foi apoiada pela Inglaterra que tinha grandes interesses de comércio exterior 
na região. Vencendo Mato Grosso, pensava López que seria fácil obter um acordo com o Brasil e 
imaginava também contar com o apoio dos brancos e dos opositores a Bartolomeu Mitre, presidente da 
Argentina. Estava enganado. 
O Brasil ajudou os colorados a assumirem o governo uruguaio e, em 1º de maio de 1865, Argentina, 
Brasil e Uruguai assinaram o Tratado da Tríplice Aliança para combaterem o Paraguai. 
O Paraguai fracassou na guerra, o que implicou perda de território e de grande contingente de sua 
população masculina ativa. Passou, então, a ser exportador de produtos agrícolas de pouca importância. 
Para o Brasil, a participação na guerra implicou mais endividamento com a Inglaterra, mas, em 
compensação, serviu para consolidar definitivamente o Exército como instituição.Isso teria relevância na 
futura queda da Monarquia. 
Há dois anos no comando das tropas brasileiras, Caxias, em 1868, assume a liderança das forças aliadas. 
A tomada de Humaitá, seguida da entrada em Assunção e da morte de Solano López, colocou, em 1870, 
um ponto final no conflito. No período derradeiro dos combates, Caxias, doente, afastou-se e foi 
substituído pelo Conde d’Eu, marido da Princesa Isabel. 
Logo no início dos conflitos, o almirante Tamandaré destruiu a marinha inimiga, em território argentino, 
na Batalha do Riachuelo. Entretanto, o fato de o Exército paraguaio ser moderno e numeroso fez com 
que a guerra durasse vários anos. 
 
NESTA AULA VOCÊ: 
Identificou o surgimento do ciclo do café no Vale do Paraíba e o crescimento no oeste paulista com os 
primeiros imigrantes europeus. 
Situou o declínio da escravidão e as causas da Guerra do Paraguai. 
Avaliou o espírito pacificador e liberal de D. Pedro II. 
 
AULA 6: SEGUNDO REINADO: A QUEDA DA MONARQUIA. INÍCIO DO PROCESSO DE 
INDUSTRIALIZAÇÃO 
Perceber que o surgimento do pensamento republicano, as tensões entre o Estado e a Igreja, a 
escravatura e o fortalecimento dos militares após a Guerra do Paraguai deram início ao movimento que 
resultaria na queda do regime monárquico. 
 
Com a queda dos barões de café, a monarquia é enfraquecida, o que 
facilita o movimento republicano. 
O surgimento do pensamento republicano, as tensões entre o Estado e 
a Igreja, a escravatura e o fortalecimento dos militares após a Guerra do 
Paraguai deram início ao movimento que resultaria na queda do regime 
monárquico. 
Junto com o desenvolvimento urbano e a expansão do ensino vieram as 
ideias republicanas. O movimento, que surgiu no Rio de Janeiro em 
1870, era constituído, na sua maioria, de profissionais liberais e 
jornalistas, e teve em Quintino Bocaiúva, que preconizava uma transição 
pacífica de um regime para o outro, seu grande líder. 
 
Eram questões fundamentais do movimento republicano, em maior ou 
menor grau, dependendo da região: a representatividade política dos 
cidadãos, os direitos e as garantias individuais, a federação e a libertação dos escravos. Em 1873, a 
burguesia cafeeira fez surgir o Partido Republicano Paulista – PRP, tendo no conceito de federação sua 
principal ideia. 
 
 
O império e a igreja eram detentores, cada um em sua realidade, de grande poder. O primeiro tinha 
o poder sobre os indivíduos e a segunda, sobre suas almas. Não era incomum que, por causa disso, 
ocorressem atritos. Um dos principais ocorreu em 1848, quando o bispo de Olinda, D. Vital, 
seguindo determinações do Vaticano, proibiu o ingresso de maçons nas irmandades religiosas. O 
barão do Rio Branco, presidente do conselho de Ministros, era maçon. D. Vital e seu sucessor foram 
presos e anos de negociações foram necessários para que a paz fosse selada. De qualquer forma, 
não se deve creditar à igreja um peso exagerado para o desgaste do regime. 
 
 
 
Devemos lembrar que a abolição não teve influência decisiva na queda do regime, no sentido de que um 
possível apoio (que não ocorreu), se manifestado pelos Barões de Café do Vale do Paraíba, em clara 
decadência e maiores prejudicados com a medida, não possuía mais o peso específico de outrora. 
Uma sucessão de fatos levou o exército a influir de forma decisiva na queda da monarquia. Inicialmente, 
deve-se mencionar que quando a república foi proclamada, D. Pedro II, doente e acometido de diabetes, 
afastara-se do trono. Sua postura sempre foi a de contemporizar e tentar atender às queixas dos 
militares. Com seu afastamento, estes passaram a ter que lidar diretamente com a intransigente elite 
civil da monarquia, a quem faziam severas críticas. Os atritos não foram poucos. Por fim, soma-se a isso 
o fato de que as perspectivas de um terceiro reinado eram duvidosas. Sua filha, a princesa Isabel casara-
se com uma figura desgastada: o conde d’Edu. 
 
Em 15 de novembro de 1889 Deodoro, não se sabe para derrubar Ouro Preto ou se para 
proclamar a república, assumiu o comando da tropa e partiu para oMinistério da 
Guerra. Alguns dias depois, a família real partia para o exílio. 
 
O INÍCIO DO PROCESSO DE INDUSTRIALIZAÇÃO: RAZÕES DO RECUO 
ANTECEDENTES 
Em 1850, ao mesmo tempo em que ocorreu o fim da importação de escravos foi criado o primeiro 
Código Comercial. O Brasil estava se transformando para o que se considerava o caminho da 
modernidade. A liberação de recursos, antes destinados à importação de escravos, provocou uma 
intensa atividade de negócios, surgindo bancos, ferrovias, indústrias, empresas de navegação a vapor, 
novos tipos de comércio etc. O setor das comunicações, a instalação de telégrafos nas principais cidades 
e o lançamento do cabo submarino que ligou o império ao continente europeu deram a velocidade 
necessária para que a industrialização se tornasse uma realidade. Surgiam os primeiros passos na 
tentativa de se criar um sólido mercado interno, com os fatores de produção disponíveis. A partir de 
1854, a interligação da Coroa com os mercados de Minas Gerais e São Paulo se consolidou com a 
construção de ferrovias. A produção cafeeira do Vale do Rio Paraíba teve seu problema de escoamento 
para o porto do Rio de Janeiro resolvido com a construção da Estrada de Ferro D. Pedro II. Mais tarde, 
com a construção da Estrada de Ferro Santos-Jundiaí, as lavouras de café do interior paulista eliminaram 
o gargalo á sua expansão, e o porto de Santos, que antes movimentava, apenas produções locais, 
transformou-se em grande centro exportador. 
 
Além da desvalorização de suas terras, com a decretação da Lei Áurea, os fazendeiros fluminenses 
sofreram outro grande golpe em seus patrimônios, representado pela falta de retorno nos 
investimentos feitos na aquisição de escravos. O mesmo não ocorreu com as lavouras do oeste paulista, 
que puderam se expandir para novas terras virgens e de melhor qualidade, onde a nova tecnologia do 
arado e do despolpador, representando uma verdadeira revolução na técnica de descascamento dos 
grãos, pôde ser implantada. Isso ajudou a compensar as perdas financeiras provocadas pela nova lei. 
No final do século XIX, a produção de café no Vale do Paraíba começou a declinar, tendo em vista as 
limitações de expansão da área cultivável e a erosão do solo cansado. 
Passado algum tempo, como já vimos anteriormente, o desenvolvimento da 
lavoura de café no interior paulista, com sua mão-de-obra assalariada e novas 
técnicas de cultivo, formou, gradativamente, a constituição de uma economia 
capitalista cuja classe representativa denominou-se a “burguesia do café”. Aos 
poucos, a economia foi se diversificando. 
A expansão do café gerou novas cidades, e o capital acumulado, de início oriundo da produção cafeeira, 
passou a ser reinvestido, gerando novos acúmulos em outros setores como ferrovias, bancos e 
comércio. 
A INDUSTRIALIZAÇÃO 
Os primeiros passos da industrialização surgiram no segundo reinado nas regiões do Vale do Paraíba, Rio 
Grande do Sul e Amazonas. A região do Vale do Paraíba foi a que abrigou as primeiras unidades 
industriais. O primeiro surto brasileiro deu-se a partir das tarifas alfandegárias do Ministro Alves Branco, 
na primeira década do Segundo Reinado, e tendo como principal empreendedor Irineu Evangelista de 
Souza, o Barão de Mauá. Apoiado de início pelo capital inglês, ele desenvolveu a construção naval, 
linhas férreas, um conjunto industrial diversificado, o setor dos serviços públicos, ficando o período de 
1850 a 1860 conhecido como Era de Mauá. 
 
FAUSTO, Boris. História do Brasil. 12. ed. São Paulo: USP, págs. 197 a 208 e 217 a 242. 
FURTADO, Celso. Formação Econômica do Brasil. São Paulo: Editora Nacional. 
HOLANDA, Sérgio Buarque. Raízes do Brasil. São Paulo: Companhia das Letras. 
Pesquise na internet sobre a importância do Exército Brasileiro na proclamação da república. 
Assista ao filme "Mauá - O Imperador e o Rei ". Brasil, 1999. Direção: Sérgio Rezende 
 
AULA 7: A REPÚBLICA MILITAR OU REPÚBLICA DA ESPADA: ECONOMIA E 
SOCIEDADE 
Conhecer a transição militar para o governo republicano e sua consolidação com a política do café com 
leite; 
 Relacionar a transição militar para o governo republicano e sua consolidação com a política do café-
com-leite. 
 
O GOVERNO PROVISÓRIO E OS PRIMEIROS PRESIDENTES MILITARES 
A proclamação da república foi fruto da aliança do Partido Republicano Paulista – PRP 
com lideranças do exército. A insatisfação principal dos militares era o fato de, na 
monarquia, serem controlados pelo poder civil, com claro desprezo pela meritocracia. 
Por outro lado, o PRP, representante da oligarquia cafeeira de São Paulo, não aceitava 
o fato da elite burocrática no poder central, oriunda do nordeste e baixada fluminense, não atender aos 
seus anseios políticos e econômicos. O período considerado “República da Espada” corresponde aos 
governos dos Marechais Deodoro da Fonseca e Floriano Peixoto (1889 a 1894). Foi fruto do 
entendimento entre os dois grupos antes mencionados de que no início da República era necessário um 
governo forte para que a mesma fosse mantida. 
 
O GOVERNO PROVISÓRIO DE DEODORO DA FONSECA 
1889 - 1891 
NO ÂMBITO INTERNACIONAL – como a Inglaterra recebera com restrições a nova realidade brasileira, 
houve uma aproximação com os Estados Unidos, onde a Proclamação da República era muito bem vista. 
Logo após, o Barão do Rio Branco, ministro das Exteriores e Joaquim Nabuco, embaixador do Brasil em 
Washinton, tiveram a habilidade de consolidar essa aproximação, possibilitando o apoio para qie nos 
tornássemos a primeira potência da América do Sul. O Ministério da Guerra foi ocupado por Benjamin 
Constant e o da Fazenda por Rui Barbosa que tinha no ideário da industrialização o agrado do exército e 
o apoio de Deodoro. Para tentar atingir os objetivos de incentivo à industrialização, Rui Barbosa 
promoveu uma grande emissão de moeda, dificultou as importações através de taxas alfandegárias e 
estimulou a constituição de sociedades anônimas. Os resultados não foram os esperados. Ocorreu uma 
febre especulativa pela expectativa de grandes negócios, denominada “encilhamento”, altos índices de 
inflação e a insatisfação dos agricultores. Deodoro extinguiu as instituições imperiais, baniu a família 
imperial, separou a Igreja do Estado, promoveu grande projeto de naturalização de imigrantes e 
convocou eleições para uma Assembléia Constituinte. A Constituição daí decorrente (1891) que teve 
uma República Federativa liberal, com um governo central e vinte estados com grande autonomia, 
inclusive para contrair empréstimo no exterior e constituir forças militares próprias. 
- Definição da Política econômica, das Relações Exteriores e dos Códigos Civil e Penal pelo governo 
federal. 
- Divisão dos três poderes a nível federal, estadual e municipal. 
- Estabelecimento do voto universal masculino, onde foram excluídos mendigos, menores de 21 anos, 
padres, soldados e mulheres. 
Essa Constituição, apesar de tida como liberal, definia que o primeiro presidente seria eleito pelo voto 
indireto da Assembléia Constituinte. Nessa condição Deodoro foi eleito e, nesse momento, o Brasil 
passou de uma “ditadura consentida” para um governo constitucional. 
 
O GOVERNO CONSTITUCIONAL DE DEODORO DA FONSECA 
1891 - 1891 
 
EM 25 DE FEVEREIRO DE 1891 o Marechal Deodoro da Fonseca é eleito o primeiro presidente do Brasil, 
tendo Floriano Peixoto como seu vice-presidente. O fato do novo presidente (marechal, acostumado à 
hierarquia do exercito) ter de submeter sua vontade à uma Congresso controlado pelos cafeicultores, 
geroru a primeira crise republicana. Temendo que os estados, pelo excesso de autonomia outorgado 
pela nova constituição provocassem a dissolução da unidade federativa, Deodoro decreta o Estado de 
Sitio, fecha o Congresso e prende políticos. A reação foi fortee inesperada: os principais lideres fugiram 
da prisão, os gaúchos, inclusive Floriano Peixoto, pegaram em armas e a Marinha colocou os canhoes de 
seus navios, ancorados na Baía de Guanabara, apontados para cidade, exigindo a renuncia do 
presidente. Diante das crescentes pressões, Deodoro renunciou a 23 de novembro de 1891, fazendo 
com que o primeiro governo constitucional durasse apenas nove meses. 
 
 
 
O GOVERNO DE FLORIANO PEIXOTO 
1891 – 1894 
O governo de Floriano Peixoto foi visto como uma volta à normalidade, tendo promovido: 
- o restabelecimento do Congresso e a suspensão do Estado de Sítio. 
- o estímulo à industrialização. 
O desenvolvimento do espírito nacionalista. 
A substituição dos governadores que apoiavam Deodoro. 
- a implantação de medidas paternalistas como o redução dos alugueis de casa populares e redução do 
preço da carne no varejo. 
 
Mesmo com essa medidas de agrado popular, o governo de Floriano foi considerado inconstitucional, 
pois Deodoro renunciara com menos de dois anos no poder e, pela Constituição vigente, o vice não 
poderia assumir e novas eleições deveriam ser convocadas. Isso não ocorreu. Em sua defesa Floriano 
argumentava com a excepcionalidade da primeira eleição (indireta). 
 
Os distúrbios políticos no governo de Floriano Peixoto ocorreram a partir de abril de 1892, quando 13 
generais do exercito assinaram manifesto pedindo seu afastamento e foram presos. 
Em fevereiro de 1893, ocorrem acirradas disputas políticas no RS, tendo, de um lado, o governador Julio 
de Castilhos do PRR (Partido Republicano Riograndense), positivista e apoiador de Floriano e, de outro, 
o Partido Federalista, liderado por Silveira Martins, contrário a Julio de Castilhos e à excessiva 
centralização política. O conflito se tornou nacional, pois o presidente tomou partido do republicanos 
(Pica Paus) e os opositores ao seu governo tomaram partido dos federalistas (Maragatos). Apesar de, no 
início o conflito, os Maragatos foram vencidos. 
Em setembro de 1893 ocorreu a “Revolta da Armada”. A Marinha, liderada pelo Almirante Custódio de 
Melo, que desejava a presidência, apontou os canhões de seus navios mais uma vez para a cidade do Rio 
de Janeiro. Floriano Peixoto reagiu, comprou às pressas navios de guerra dos EUA e, contando com 
vários batalhões de voluntários, ao contrário de Deodoro, venceu seus opositores, permanecendo no 
governo até o último dia de seu mandato. 
 
Nesta aula, você entendeu a influência militar no período inicial da república e compreendeu o início 
da república no novo século. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
AULA 8: A REPÚBLICA OLIGÁRQUICA: ECONOMIA, SOCIEDADE E POLÍTICA: A 
POLÍTICA CAFÉ-COM-LEITE E A POLÍTICA DOS CORONÉIS 
1. Perceberá o predomínio das práticas oligárquicas rurais nos estados e as influências do poder 
econômico de São Paulo, Rio de Janeiro e Minas Gerais, no governo federal. 
 
 
 
A POLÍTICA DOS GOVERNADORES 
A "Política dos Governadores" consistia num acordo entre o presidente da República e os governadores 
dos estados, pelo qual estes apoiariam o presidente que, em troca, não interviria nos assuntos dos 
estados. O apoio consistia em ajudar a eleger Deputados Federais e Senadores, representantes dos 
estados, que apoiassem o presidente em suas atitudes. 
O governo de Rodrigues Alves foi mais um dos mandatos presidenciais que chegaram à cadeira 
presidencial graças à articulação estabelecida pela chamada política dos governadores. 
Os governadores contavam com o apoio dos coronéis que controlavam um verdadeiro "depósito de 
votos" em seus municípios, através de vários meios de fraude. Assim, o voto fraudado dos "coronéis" 
elegia governadores de um grupo oligárquico estadual e chegava indiretamente ao presidente da 
república através da eleição de Deputados Federais e Senadores "dóceis". 
 
 
A POLÍTICA DOS CORONÉIS 
O coronel era um proprietário rural, com patente da antiga Guarda Nacional, que detinha grande poder sobre a 
população pobre local. Esse poder provinha da ausência do Estado nas regiões interioranas, tornando a 
população carente dos mais elementares direitos, e era exercido com astúcia através da “política do 
clientelismo”. 
Os interesses dos coronéis eram antagônicos ao desenvolvimento econômico. Quanto mais escolaridade, 
melhores possibilidades de emprego na indústria, ou outras conquistas sociais, mais independente se tornava a 
população. Da mesma forma, quanto mais desassistida ela fosse, mais a influência coronelista se fazia presente. 
A resultante desse quadro foi uma indiscutível liderança política, praticada com muito rigor. O apogeu do 
coronelismo ocorreu na República Velha. Sua influência, em consonância com a política de fortalecimento das 
lideranças estaduais, chegou a interferir por várias vezes nas decisões da administração federal. 
Como exemplo, lembremo-nos que era pública e notória a capacidade dos coronéis de influírem nas eleições, 
tornando-as viciadas. Obrigando seus empregados a votarem em quem determinassem (“voto de cabresto”), 
fazendo com que o poder se perpetuasse na região onde exerciam o mando. O círculo vicioso estava formado. Os 
eleitos eram devedores de grande parte de seus votos aos coronéis que, por sua vez, viam seus interesses 
atendidos pelos que ajudaram a se eleger. 
Em determinadas regiões do sertão do Nordeste, em especial na Bahia e em torno do Rio São Francisco, as forças 
militares dos coronéis chegavam a sobrepujar as forças estaduais. Isso causou, em determinados momentos, 
apreensão nos governos estadual e federal. Entretanto, como além dos coronéis existiam também outros grupos 
representando diferentes interesses da sociedade, sua influência na condução da política nacional foi limitada e 
administrável. 
Com o passar dos anos, a urbanização, a industrialização e o controle eleitoral pelo Judiciário fizeram com que os 
coronéis perdessem gradativamente parte de seus poderes. 
OS GOVERNOS E AS REVOLTAS 
 
 
 
AS REVOLTAS 
 
 
 
 
 
 
Nesta aula você conheceu o predomínio do poder econômico dos grandes proprietários rurais, 
principalmente de SP, MG e RJ que, através do voto descoberto garantiu uma política ruralista e 
elitista, até 1930. 
 
============ 
AULA 9: AS RELAÇÕES DE PODER PÓS-30. O ESTADO NOVO E O PROCESSO 
DE INDUSTRIALIZAÇÃO 
1. Entender as causas e conseqüências da Revolução de 30; 
2. Compreender o movimento constituinte de 32, em São Paulo; 
3. Entender o regime ditatorial do Estado Novo; 
4. Compreender as conquistas sociais advindas do processo de industrialização. 
 
Revolução, industrialização nacionalista e trabalhismo sustentaram o governo ditatorial de Vargas. A 
seguir você conhecerá mais sobre esses assuntos ao estudar asrelações de poder pós-30: a Revolução de 
30, a Era Vargas, o Estado Novo e o Processo de Industrialização. 
AS RELAÇÕES DE PODER PÓS-30 
A REVOLUÇÃO DE 30 
A República Velha, como hoje é conhecida, vigorou no Brasil até 1930. Sua característica principal era a 
forte centralização do poder entre os partidos políticos e a conhecida aliança entre São Paulo e Minas 
Gerais, denominada “política do café-com-leite”. A República Velha apoiava-se principalmente na 
economia cafeeira tendo, portanto, sólidos vínculos com grandes proprietários de terras. 
De acordo com a “política do café-com-leite”, havia um revezamento entre os presidentes apoiados pelo 
Partido Republicano Mineiro - PRM, de Minas Gerais, e o Partido Republicano Paulista - PRP, de São 
Paulo. A cada eleição, o presidente do partido no poder indicava, para sucedê-lo, um nome do outro 
partido, ficando os representantes dos demais estados na oposição oficial ao governo. A crise ocorreu 
quando, em 1929, ao final do mandato do PresidenteWashington Luis, o PRM indicou o nome do 
governante de Minas, Antonio Carlos. Tendo em vista a crise mundial da I Guerra Mundial e a Grande 
Depressão de 1929, Washington Luis optou por defender a candidatura do paulista Julio Prestes, 
representante da oligarquia cafeeira. Desta forma, Minas Gerais afasta-se do governo e anuncia o apoio 
ao candidato da oposição lançado pelo Rio Grande do Sul e Paraíba: Getúlio Vargas. 
Apesar de a vitória ter sido de Prestes, a “Aliança” contestou alegando fraudes eleitorais. O Exército, 
que era contrário ao governo da época, definiu-se pela oposição formando uma junta governamental 
que, em seguida, passou o governo a Getúlio Vargas. 
 
A ERA VARGAS 
A maneira como ascendeu à presidência, com o apoio do Exército, em uma eleição que aparentemente 
perdera, fizera com que os poderes de Vargas se tornassem quase que ilimitados. Isso possibilitou que, 
em nome da modernização, criasse novos ministérios, dentre eles os do Trabalho, Indústria e Comércio 
e Educação e nomeasse interventores de estados. Apesar de políticas populistas envolvendo sindicatos, 
Getúlio Vargas promoveu significativos progressos na legislação trabalhista, que sobrevivem até hoje. 
No jogo político, Getúlio Vargas cometeria um grave erro em 1931, com a derrubada da Constituição. Os 
poderes do presidente aumentaram em níveis nunca antes imaginados na República. A oposição 
paulista, desgostosa com as nomeações dos interventores e a perda da autonomia estadual, iniciou uma 
revolta armada para defender a criação de uma nova Constituição. Em 9 de julho de 1932, explodia a 
revolução. Apesar de composta por tropas paulistas, gaúchas, mineiras e fluminenses, os 
revolucionários não obtiveram êxito. 
Apesar desses fatos, Getúlio Vargas convocou uma nova Assembléia Constituinte. A nova Constituição 
introduziu no país uma ordem jurídico-política que consagrava a democracia, com a garantia do voto 
direto e secreto, da alternância no poder, dos direitos civis, da liberdade de expressão e da pluralidade 
sindical. 
Como da outra vez, o Colégio Eleitoral escolheu Getúlio Vargas o presidente da República. 
Aproximando-se as eleições previstas para 1938, os partidos lançaram suas candidaturas. Entretanto, 
não era intenção de Getúlio abandonar o poder. Faltava, porém, um pretexto para que pudesse articular 
a sustentação política do golpe. Esse pretexto veio através do Plano Cohen (O Plano Cohen era um plano 
de insurreição comunista que provocaria um duro golpe na ordem pública, com massacres, saques, 
depredações, desrespeito aos lares, incêndios de igrejas, etc. Esse plano, não se sabe como nem porque, 
caiu nas mãos do Exército, que fez com que se tornasse público através da “Hora do Brasil”. Era o que 
faltava.) 
Nesta época, a sociedade brasileira começou a ser influenciada por dois movimentos políticos que 
surgiam: A Ação Integralista Brasileira, representante da extrema direita, simpática ao nazifacismo, e o 
Partido Comunista, representante dos trabalhadores, entusiasmados com o sucesso da implantação do 
socialismo na União Soviética. 
O medo da instauração de um governo socialista no Brasil, por parte dos militares e de boa parte da 
classe dominante, fez com que a sociedade aceitasse e apoiasse um golpe, onde o presidente da 
República, apoiado pela cúpula militar, derrubaria mais uma vez a Constituição. Na noite de 10 de 
novembro de 1937, Getúlio Vargas instaurou uma ditadura com a divulgação de uma nova Carta Magna, 
fazendo surgir o Estado Novo. 
 
O ESTADO NOVO E O PROCESSO DE INDUSTRIALIZAÇÃO 
O ESTADO NOVO (1937 – 1945) 
A nova Constituição possuía vários dispositivos semelhantes aos de países autoritários da Europa. Com o 
Congresso Nacional fechado e a decretação de rigorosas leis de censura, Getúlio Vargas governou sem 
oposição legal. O foco da nova política era o de destruir as idéias liberais da Constituição de 1934. A 
intervenção do Estado e o poder autoritário exercido ao extremo seriam as marcas registradas do 
governo Vargas. 
Para viabilizar o desenvolvimento econômico foram criados órgãos de apoio a áreas estratégicas, como 
o Conselho Nacional do Petróleo e o Conselho Federal de Comércio Exterior. A queda repentina nas 
exportações e a escassez de produtos essenciais importados, provocados pela II Guerra Mundial, 
tornavam a industrialização uma meta inadiável. 
A auto-suficiência no setor siderúrgico, para acelerar esse processo, foi obtida na construção da 
Companhia Siderúrgica Nacional, através de apoio direto dos Estados Unidos, em troca da participação 
do Brasil nas Forças Aliadas. 
Da mesma forma que a guerra incrementou a nossa indústria de base, a partir da instalação da CSN, em 
1941, ela provocou a queda do regime ditatorial. Com a vitória dos aliados a democracia era a grande 
vencedora. Não fazia sentido, portanto, o Brasil, que ajudara a derrubar os regimes nazista e fascista, 
permanecer numa ditadura. 
Assim, Vargas marcou eleições para dezembro de 1945, decretou a anistia e promoveu a reorganização 
dos partidos políticos, com a indicação de candidatos à presidência da República. Entretanto, seus 
correligionários iniciavam um movimento intitulado “Constituinte com Getúlio”, que pareceu aos 
militares a possibilidade de boicote as eleições. Em função disso, as forças militares lideradas pelo 
ministro da Guerra, General Góes Monteiro, depuseram Getulio Vargas, pondo fim a um dos períodos 
de ditadura mais marcante, lembrado pela repressão e violação dos direitos individuais. 
Após as eleições de dezembro, o General Eurico Gaspar Dutra foi eleito presidente do Brasil e Vargas 
eleito senador, com a maior votação da época. Era o fim de uma era, mas não do político, que seria 
eleito presidente em futuro próximo pelo sufrágio das urnas. 
O PROCESSO DE INDUSTRIALIZAÇÃO 
Segundo os principais historiadores, a Grande Depressão representou, para o Brasil, o momento em que 
ocorreu a mudança do modelo econômico calcado na produção agrícola exportadora para um modelo 
de desenvolvimento voltado para o mercado interno. Diversos bens, antes importados, passaram a ser 
produzidos internamente, através de um processo de substituição de importações. 
Para que o processo de industrialização pudesse se tornar realidade, foi necessário criar uma indústria 
de base, pois o país precisava se tornar menos dependente da importação de produtos essenciais no 
processo produtivo, tais como petróleo, aço, cimento, energia elétrica, etc. Somando-se a essa indústria 
de base, as importações de bens de capital e de bens intermediários (bens finais utilizados na produção 
de outros bens) permitiram que a produção interna dos bens de consumo, antes adquiridos no exterior, 
atendesse a demanda interna. 
Durante o Estado Novo, um acordo com os Estados Unidos, através do ingresso do Brasil na Segunda 
Guerra Mundial, resultou na construção da Usina Siderúrgica de Volta Redonda. Posteriormente, em 
1950, já eleito presidente do Brasil, Getúlio Vargas tentou obter, apoiado no Processo de Substituição 
de Importações – PSI, as condições para implantar as bases de uma indústria pesada no país. 
Como a reconstrução da Europa no pós-guerra prejudicou o nosso fluxo de importações, restava a 
países como o Brasil a alternativa de buscar o desenvolvimento por conta própria. Significativas medidas 
nesse sentido foram tomadas, destacando-se, em 1952, a criação do Banco Nacional de 
Desenvolvimento Econômico – BNDE, que passou a financiar importantes projetos de infra-estrutura. 
A falta de apoio político a Vargas levou-o ao suicídio, pondo fim ao processo nacionalista de produção. 
Nesta aula você conheceu: 
Getúlio Vargas: carisma e ódio. 
Os extremos do mais longo governo presidencial, alternando ditadurae democracia. 
A forma centralizada de industrialização e conquistas sociais. 
 
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AULA 10: A ABERTURA E AS CONQUISTAS SOCIAIS 
1. Entender a democracia brasileira; 
2. Entender a modernização industrial do Sudeste; 
3. Compreender o golpe militar de 1964 e a redemocratização neoliberal. 
 
O desenvolvimento crescente da industrialização brasileira, propiciada pela modernização de JK no 
período democrático, pelo intervencionismo do golpe militar e pelo neoliberalismo da redemocratização 
atual. Esse será 
Abertura e as conquistas sociais 
O Plano de Metas de Juscelino Kubitschek 
O processo de industrialização promovido por Juscelino Kubitschek estava apoiado no capital privado 
estrangeiro, nas empresas do governo e no capital privado nacional. 
JK utilizou o planejamento econômico, sistema adotado com sucesso na Rússia desde os anos 30, como 
ferramenta para obter um desenvolvimento industrial acelerado e organizado. Foi, sem dúvida, um caso 
de formulação e planejamento estatal de sucesso. Seu Plano de Metas, incluindo a construção de 
Brasília, representou o maior incremento à nossa industrialização, com objetivos focados principalmente 
nos setores de energia, transporte, siderurgia e refino de petróleo. 
 
Juscelino Kubitschek Construção de Brasília 
 
Dentre os três vetores de sustentação de sua política, ao contrário do que fora defendido pelo governo 
Vargas, a aceitação do capital externo representava o principal ponto de apoio de sua política. A partir 
de todo esse processo, o Brasil, pela potencialidade de seu mercado interno, passou a atrair empresas 
multinacionais do mundo inteiro. A partir de 1956, muitas aqui instalaram suas subsidiárias, fazendo 
com que os principais ramos industriais se transformassem em setores oligopolistas, onde um pequeno 
número de grandes empresas domina o mercado. A influência das empresas multinacionais passou a ser 
uma realidade na produção industrial brasileira. 
O Plano de Metas estimulou em muito o Programa de Substituição de Importações – PSI, especialmente 
no setor de bens de consumo duráveis e de bens de capital, como máquinas, ferramentas e elétrico 
pesado. A conseqüência de toda essa mudança na economia brasileira fez com que o crescimento do 
Produto Interno Bruto passasse a estar diretamente vinculado ao crescimento da produção industrial, o 
que até então não ocorria. Assim, o nível dos investimentos passou a ser a variável fundamental para 
explicar a nova realidade econômica implantada em nosso país. 
Há que ressaltar que JK, ao colocar em prática o slogan “50 anos em 5”, através da utilização do 
capital estrangeiro, do financiamento dos gastos público e privado, e da expansão dos meios de 
crédito através do BNDE, colaborou decisivamente para a elevação das taxas de inflação no país, 
taxas essas que se manteriam elevadas durante os próximos quarenta anos. 
 
 
 
 
 
 
 
 
OS GOVERNOS QUE SUCEDERAM JK, O GOLPE MILITAR DE 1964 E A VOLTA AOS 
GOVERNOS DEMOCRACRÁTICOS. 
 
Sua renuncia foi aceita pacificamente pelo Congresso Nacional e pelas Forças Armadas. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Nesta aula você conheceu os períodos de alternância política após a Era Vargas e de 
transformações econômicas e sociais aceleradas e desiguais.

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