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Enem ( BRASIL COLONIAL)

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HISTÓRIA 
Colonização do Brasil
O Brasil tornou-se colônia de Portugal a partir da chegada de Cabral, na Bahia, em 1500, seis anos após o Tratado de Tordesilhas. De todo o legado cultural originado dessa relação entre os dois países, a língua portuguesa é, sem dúvida, o bem mais precioso.
Período Pré-Colonial
Durante os primeiros trinta anos, não houve grande interesse português pela nova terra, em razão dos altos lucros do comércio oriental de especiarias.
Nesse tempo, a exploração do Brasil caracterizou-se pelo comércio do pau-brasil, matéria-prima de cor vermelha usada para tintura de tecidos. Para extração do pau-brasil, utilizava-se mão de obra indígena, por meio de escambo.
Essa madeira era cobiçada por franceses, que começaram a visitar com frequência o litoral brasileiro. Para defender a costa litorânea, Portugal enviou expedições guarda-costas que não deram muito resultado, porque a extensão litorânea era (e continua sendo) gigantesca.
Período Colonial
Em 1530, o rei de Portugal enviou uma expedição colonizadora sob o comando de Martim Afonso de Sousa, que fundou a primeira vila no Brasil, a vila de São Vicente.
A decisão de Portugal colonizar o Brasil se baseou em dois motivos principais: o perigo de perder a colônia na América devido às invasões e a crise econômica ocasionada pela queda do comércio de produtos do oriente.
Por causa da grande extensão territorial brasileira, Portugal dividiu a colônia em 15 lotes, denominados capitanias hereditárias. O capitão donatário tinha por responsabilidade colonizar, defender e desenvolver a cultura canavieira. Com exceção de São Vicente e Pernambuco, esse sistema não deu certo, por inúmeros motivos: falta de interesse dos donatários, distância entre Portugal e Brasil, ataques indígenas etc.
Para auxiliar os donatários, o rei de Portugal criou o sistema de Governo-Geral, centralizando a administração da colônia em Salvador, que foi fundada por Tomé de Sousa para ser a primeira capital do Brasil.
O sucesso da colonização portuguesa se deu graças aos bons resultados da economia açucareira no Nordeste, que contou com a presença de solo e clima favoráveis e com o apoio financeiro dos holandeses.
A economia açucareira se desenvolveu explorando a mão de obra dos negros africanos escravizados, que resistiam como podiam à escravidão.
Com o tempo, as terras brasileiras se expandiram para o oeste, tendo contribuído para isso as atividades dos jesuítas, a criação de gado, as entradas (oficiais), as bandeiras (particulares) e a mineração, que abriram novos caminhos para a economia portuguesa e anularam o Tratado de Tordesilhas, exigindo uma nova demarcação das fronteiras brasileiras. 
Em 1750, foi assinado um novo tratado entre Portugal e Espanha, o Tratado de Madri, que deu ao Brasil quase toda a sua atual configuração geográfica.
Características da colonização do Brasil
A colonização do Brasil teve como principal característica a exploração das riquezas naturais, sem a preocupação em desenvolver e beneficiar a terra explorada.
As riquezas aqui encontradas, tanto minerais como vegetais, eram levadas à Europa, por meio dos navios portugueses, onde iriam financiar os mais variados acontecimentos, desde o luxo parasitário da corte portuguesa, até a Revolução Industrial na Inglaterra.
A extração das riquezas que interessavam aos comerciantes portugueses era feita de forma predatória, sem qualquer preocupação com a preservação das matas, do solo, das águas, da fauna e dos primeiros habitantes da região.
Quando não queriam cooperar e não fugiam, os índios eram mortos em combates desiguais, já que as armas dos europeus eram mais eficientes para matar, outras vezes morriam, sem poder se defender, em armadilhas preparadas pelos invasores, como o envenenamento das águas consumidas pela tribo.
As lutas contra a metrópole portuguesa
Desde o início da colonização do Brasil, os colonos só podiam comprar de Portugal e tinham de vender somente a esse país. Com isso, os preços não eram negociados, mas estabelecidos pelos portugueses, em favorecimento próprio.
Além do mais, o Brasil – por causa do pacto colonial – não podia desenvolver nenhum tipo de atividade que fizesse concorrência aos produtos de Portugal e os colonos eram obrigados a pagar uma série de impostos, cada vez mais numerosos e altos.
Essa situação provocava, na colônia, um sentimento generalizado de grande descontentamento, manifestado por uma série de revoltas, conhecidas como revoltas coloniais, exigindo mais liberdade comercial e a independência do Brasil.
Transição para o Império
Em 1808, em meio à disputa internacional entre as potências da época – França e Inglaterra –, a família real portuguesa, protegida pelos ingleses, chegou ao Brasil, fugindo das tropas de Napoleão Bonaparte, imperador da França. (Veja: Vinda da Família Real para o Brasil).
Tão logo desembarcou na Bahia, D. João assinou a Abertura dos Portos às Nações Amigas, dando liberdade comercial ao Brasil, o que favoreceu intensamente a Inglaterra, que acabou dominando o mercado brasileiro.
Para acalmar os ânimos portugueses, descontentes com a media, D. João, em 1821, retornou à Europa, deixando no Brasil seu filho, D. Pedro, como príncipe regente.
Em 1822, o príncipe D. Pedro, apoiado pelos proprietários brasileiros de terras, proclamou a independência do Brasil em relação a Portugal.
Economia Colonial
A economia colonial brasileira é integrada ao processo mundial de expansão do capitalismo mercantil. Baseada no monopólio colonial – Portugal tem a exclusividade do comércio com a colônia –, é altamente especializada e dirigida para o mercado externo. Internamente tem caráter predatório sobre os recursos naturais.
As técnicas agrícolas utilizadas são rudimentares e provocam rápido esgotamento da terra. A produção está centrada na grande propriedade monocultora, o latifúndio, e na utilização de numerosa mão-de-obra escrava – primeiro dos indígenas e depois dos negros.
Escravidão
O trabalho compulsório do indígena é usado em diferentes regiões do Brasil até meados do século XVIII. A caça ao índio é um negócio local e os ganhos obtidos com sua venda permanecem nas mãos dos colonos, sem lucros para Portugal. Por isso, a escravização do nativo brasileiro é gradativamente desestimulada pela metrópole e substituída pela escravidão negra. O tráfico negreiro é um dos mais vantajosos negócios do comércio colonial e seus lucros são canalizados para o reino.
ESCRAVIDÃO NEGRA – A primeira leva de escravos negros que chega ao Brasil vem da Guiné, na expedição de Martim Afonso de Souza, em 1530. A partir de 1559, o comércio negreiro se intensifica. A Coroa portuguesa autoriza cada senhor de engenho a comprar até 120 escravos por ano. Sudaneses são levados para a Bahia e bantus espalham-se pelo Maranhão, Pará, Pernambuco, Alagoas, Rio de Janeiro e São Paulo.
TRÁFICO DE ESCRAVOS – O tráfico negreiro é oficializado em 1568 pelo governador-geral Salvador Correa de Sá. Em 1590, só em Pernambuco registra-se a entrada de 10 mil escravos. Não há consenso entre os historiadores sobre o número de escravos trazidos para o Brasil. Alguns, como Roberto Simonsen e Sérgio Buarque de Holanda, estimam esse número entre 3 milhões e 3,6 milhões. Caio Prado Júnior supõe cerca de 6 milhões e Pandiá Calógeras chega aos 13,5 milhões.
Cana-de-açúcar
O cultivo da cana-de-açúcar é introduzido no Brasil por Martim Afonso de Souza, na capitania de São Vicente. Seu apogeu ocorre entre 1570 e 1650, principalmente em Pernambuco. Fatores favoráveis explicam o sucesso do empreendimento: experiência anterior dos portugueses nos engenhos das ilhas do Atlântico, solo apropriado, principalmente no Nordeste, abundância de mão-de-obra escrava e expansão do mercado consumidor na Europa. A agroindústria açucareira exige grandes fazendas e engenhos e enormes investimentos em equipamentos e escravos.
O ENGENHO – Os chamados engenhos de açúcar são unidades de produção completas e, em geral, autossuficientes. Além da casa grande, moradia da família proprietária, e da senzala,
dos escravos, alguns têm capela e escola, onde os filhos do senhor aprendem as primeiras letras. Junto aos canaviais, uma parcela de terras é reservada para o gado e roças de subsistência. A “casa do engenho” possui toda a maquinaria e instalações fundamentais para a obtenção do açúcar.
ECONOMIA AÇUCAREIRA – Estimativa do final do século XVII indica a existência de 528 engenhos na colônia. Eles garantem a exportação anual de 37 mil caixas, cada uma com 35 arrobas de açúcar. Dessa produção, Portugal consome apenas 3 mil caixas anuais e exporta o resto para a Europa. O monopólio português sobre o açúcar assegura lucros consideráveis aos senhores de engenho e à Coroa. Esse monopólio acaba quando os holandeses começam a produzir açúcar nas Antilhas, na segunda metade do século XVII. A concorrência e os limites da capacidade de consumo na Europa provocam uma rápida queda de preços no mercado.
Mineração
Na passagem do século XVII para o XVIII, são descobertas ricas jazidas de ouro no centro-sul do Brasil. A Coroa portuguesa volta toda sua atenção para as terras brasileiras. A região das minas espalha-se pelos territórios dos atuais Estados de Minas Gerais, Goiás e Mato Grosso e torna-se polo de atração de migrantes: portugueses em busca de fortuna, aventureiros de todas as regiões do Brasil e escravos trazidos do Nordeste. Criam-se novas vilas: Sabará, Mariana, Vila Rica de Ouro Preto, Caeté, São João del Rey, Arraial do Tejuco (atual Diamantina) e Cuiabá.
O QUINTO – A Coroa portuguesa autoriza a livre exportação de ouro mediante o pagamento de um quinto do total explorado. Para administrar e fiscalizar a atividade mineradora, cria a Intendência das Minas, vinculada diretamente à metrópole. Toda descoberta deve ser comunicada. Para garantir o pagamento do quinto, são criadas a partir de 1720 as casas de fundição, que transformam o minério em barras timbradas e quintadas. Em 1765 é instituída a derrama: o confisco dos bens dos moradores para cobrir o valor estipulado para o quinto quando há déficit de produção.
ECONOMIA MINERADORA – O chamado “ciclo do ouro” traz uma grande diversificação social para a colônia. A exploração das jazidas não exige o emprego de grandes capitais, permite a participação de pequenos empreendedores e estimula novas relações de trabalho, inclusive com a mão-de-obra escrava. Os escravos trabalham por tarefa e, muitas vezes, podem ficar com uma parte do ouro descoberto. Com isso, têm a chance de comprar sua liberdade. O período áureo dura pouco: entre 1735 e 1754, a exportação anual gira em torno de 14.500 kg. No final do século, o volume enviado a Portugal cai para 4.300 kg por ano, em média.
DIAMANTES – A exploração de diamantes toma corpo por volta de 1729, nas vilas de Diamantina e Serra do Frio, no norte de Minas Gerais. A produção atinge grandes volumes e chega a causar pânico no mercado joalheiro europeu, provocando a queda nos preços das pedras. Em 1734 é instituída uma intendência para administrar as lavras. A extração passa a ser controlada por medidas severas que incluem confisco, proibição da entrada de forasteiros e expulsão de escravos.
Diversificação agrícola
A agricultura de subsistência e a pecuária desenvolvem-se ao longo dos caminhos para as minas e nas proximidades das lavras. O crescimento demográfico aumenta rapidamente os lucros dessas atividades. Sesmarias são doadas na região a quem queira cultivá-las. Novas culturas surgem em outras áreas da colônia.
NOVOS PRODUTOS AGRÍCOLAS – Em meados do século XVII, o algodão, o tabaco e o cacau passam a ser produzidos em larga escala e a integrar a pauta de exportações da colônia. A produção algodoeira desenvolve-se no Nordeste, em especial Maranhão e Pernambuco. O tabaco é produzido principalmente na Bahia, seguida por Alagoas e Rio de Janeiro e, ao longo do século XVII, o produto é usado como moeda de troca para aquisição de escravos nos mercados da costa africana. O cacau é explorado inicialmente apenas em atividade extrativista, no Pará e no Amazonas. Começa então a ser cultivado na Bahia e no Maranhão com mão-de-obra escrava.
INTRODUÇÃO DO CAFÉ – O café é introduzido no Brasil por Francisco de Melo Palheta, em 1727, que o contrabandeia da Guiana Francesa. Durante o século XVIII, seu cultivo limita-se ao nordeste, onde os solos não são adequados. A cafeicultura só se desenvolve no século XIX, quando o produto começa a ser cultivado na região Sudeste.
FRANCISCO DE MELO PALHETA (1670 –?) Nasce em Belém do Pará e é considerado o primeiro a introduzir o café no Brasil. Militar e sertanista, em 1727 é mandado à Guiana Francesa e recebe duas incumbências do governador do Estado do Maranhão e Grão-Pará, João Maia da Gama. A primeira tem caráter diplomático: o governador da Guiana, Claude d’Orvilliers, tinha mandado arrancar um padrão com o escudo português plantado na fronteira entre as duas colônias. A missão de Palheta seria fazer respeitar a divisa, estabelecida pelo Tratado de Utrecht no rio Oiapoque. A segunda tarefa de Palheta é clandestina: deveria obter mudas de café, cultivado nas Guianas desde 1719, e trazê-las para o plantio no Pará. O sertanista cumpre suas duas incumbências. Faz os franceses aceitarem a faixa divisória entre os dois países e traz mudas de café para o Brasil, apesar da proibição formal do governo francês. Conta-se que ele mesmo teve um cafezal no Pará, com mais de mil pés, para o qual pediu ao governo cem casais de escravos.
EXPANSÃO DO AÇÚCAR – A agroindústria açucareira do Nordeste volta a se expandir no século XVIII, quando as revoltas escravas nas Antilhas interrompem a produção local. O aumento das exportações brasileiras estimula a expansão dos canaviais para o Rio de Janeiro e São Paulo, já enriquecidos pelo comércio do ouro.
Pecuária
Fator essencial na ocupação e povoamento do interior, a pecuária se desenvolve no vale do rio São Francisco e na região sul da colônia. As fazendas do vale do São Francisco são latifúndios assentados em sesmarias e dedicados à produção de couro e criação de animais de carga. Muitos proprietários arrendam as regiões mais distantes a pequenos criadores. Não é uma atividade dirigida para a exportação e combina o trabalho escravo com a mão-de-obra livre: mulatos, pretos forros, índios, mestiços e brancos pobres. No sul, a criação de gado é destinada à produção do charque para o abastecimento da região das minas.
Conclusão
Concluímos através deste trabalho que durante o período colonial, desenvolveram-se no Brasil várias atividades econômicas para seu sustento e para exportação. Os setores que interessaram à metrópole foram dirigidos ao mercado externo. Destacaram-se as monoculturas exportadoras de açúcar, algodão, tabaco, a mineração de ouro e diamantes. Essas atividades têm custo baixo e são baseadas no latifúndio e na escravidão.
A colônia organizava-se como economia complementar a da metrópole. Produz o que a ela convém e compra dela tudo de que necessita. Cada uma das atividades produtivas tem importância maior em um determinado período, ou ciclo.
Administração Colonial no Brasil
Em dezembro de 1530, partiu de Lisboa uma esquadra que mudaria a história das terras conquistadas pelos portugueses na América. Seu comandante era Martim Afonso de Sousa, que, à frente de quatrocentos homens, deu início à ocupação efetiva do território brasileiro.
A ocupação: primeiras providências
Uma das razões pelas quais o governo de Portugal decidiu colonizar as novas terras, a partir de 1530, foi o fato de que na Europa e no Oriente a situação não era mais tão favorável para os portugueses. Os holandeses também haviam entrado no comércio de especiarias das Índias, concorrência que provocava a queda nos preços dos produtos.
Assim, para os portugueses, já não compensava investir em viagens longas e custosas para buscá-los nas Índias e vendê-los a preços pouco atraentes na Europa. Além disso, os franceses faziam constantes incursões ao litoral das novas terras para extrair pau-brasil. Entretanto, uma razão mais forte atraía as atenções da Coroa portuguesa para o Novo Mundo:
a notícia de que na América Espanhola havia grandes jazidas de ouro e prata.
Martim Afonso de Sousa na colônia
Martim Afonso de Sousa recebeu do governo português ordens para combater os navios franceses, explorar o rio da Prata (segundo alguns, via de acesso a um reino cheio de riquezas) e criar núcleos de povoamento nas novas terras. Para isso, dispunha de poderes tais como o de distribuir sesmarias (grandes propriedades rurais), de nomear tabeliães e de estabelecer um sistema administrativo no novo território.
Martim Afonso percorreu o litoral de São Paulo, onde fundou a vila de São Vicente, em janeiro de 1532, e nessa região implantou a primeira unidade produtora até chegar à região do rio da Prata, navegando rumo ao norte. Aportou no litoral do atual estado de ora de açúcar da colônia, o Engenho do Senhor Governador ou São Jorge dos Erasmos (1534). Não muito longe de São Vicente foram fundadas, naquele mesmo período, duas outras vilas: Santo André da Borda do Campo, por João Ramalho, e Santos, por Brás Cubas.
As estruturas de poder no início da colonização
Com o planejamento das estruturas político-administrativas da colônia, a Coroa portuguesa buscava viabilizar o processo de ocupação do território e criar condições para o desenvolvimento de atividades econômicas rentáveis, de acordo com o modelo de mercantilismo europeu. Para tanto, resolveu adotar na colônia os padrões administrativos da metrópole, aliados à experiência portuguesa nas ilhas do Atlântico.
Em 1532, o rei dom João III decidiu aplicar na colônia da América uma divisão administrativa que havia dado bons resultados nos Açores e na ilha da Madeira: o sistema de capitanias hereditárias.
Quase duas décadas depois, criou-se um poder central, o governo-geral, e, no âmbito local, foram instituídas as câmaras municipais, semelhantes às já existentes em Portugal.
As capitanias hereditárias
As capitanias hereditárias eram enormes faixas de terra que se limitavam a leste com o oceano Atlântico e a oeste com a linha de Tordesilhas. Essas terras foram doadas pelo rei a militares, burocratas e comerciantes portugueses, que receberam o título de “capitães donatários”.
Para formalizar seus direitos e deveres, o governo português lançou mão de dois documentos: a Carta de Doação e o Foral.
De acordo com a Carta de Doação, o capitão donatário detinha a posse da capitania, mas não a sua propriedade.
Dessa forma, não podia nem vendê-la nem dividi-la. Já o Foral dava-lhe amplos poderes: ele podia, entre outras coisas, fundar vilas, conceder terras (as sesmarias) e arrecadar impostos. Ele também podia receber tributos sobre a produção das salinas, as moendas de água e os engenhos, além de monopolizar a navegação fluvial.
Cabia-lhe, ainda, a aplicação das leis em suas possessões, bem como a defesa militar da capitania.
Com as capitanias hereditárias foi criado um sistema político-administrativo descentralizado, ou seja, não havia um governo central. Todos os donatários reportavam-se diretamente ao rei. Os donatários eram os responsáveis pelos custos do processo de implantação e do funcionamento das capitanias. Dessa forma, a Coroa portuguesa transferia para particulares o ônus da colonização. Para si, o rei reservou o monopólio das drogas-do-sertão, que eram as especiarias da floresta Amazônica (castanha-do-pará, cravo, guaraná, canela etc.), e uma parte dos impostos arrecadados.
O governo-geral
As capitanias não desapareceram imediatamente. Pouco a pouco, foram retomando ao domínio da Coroa portuguesa, por confisco ou por meio do pagamento de indenizações aos donatários. Com isso, perderam seu caráter privado, passando à esfera pública. Entretanto, mantiveram a função de unidade administrativa até o início do século XIX, quando transformaram-se em províncias.
A transferência das capitanias para o domínio da Coroa só foi concluída no período entre 1752 e 1754, sob as ordens do marquês de Pombal, espécie de primeiro-ministro de dom José I. Contudo, em 1548 o fracasso desse sistema já havia levado o governo de Portugal a criar um órgão central para administrar a colônia: o governo-geral.
No ano seguinte, chegou à Bahia Tomé de Sousa, o primeiro governador-geral. Ele veio acompanhado de aproximadamente mil pessoas, entre elas um grupo de padres jesuítas chefiado por Manuel da Nóbrega, além de funcionários da administração, militares, artesãos e degredados.
O governo-geral tornou-se o centro político da administração portuguesa na América. Sua legitimidade foi estabelecida pelo Regimento de Tomé de Sousa, de 1548, que determinava as funções administrativas, judiciais, militares e tributárias do governador-geral. Para assessorá-lo, havia três altos funcionários: o ouvidor-mor, responsável pela justiça; o provedor-mor, encarregado da tributação; e o capitão-mor, responsável pela defesa.
O cargo de governador-geral subsistiu até o século XVIII, quando foi substituído pelo de vice-rei. Os três primeiros governadores-gerais foram:
• Tomé de Sousa (1549-1553): durante seu governo foi fundada a cidade de São Salvador, que se tomou sede do governo-geral e capital da colônia. A Bahia passou a ser a Capitania Real do Brasil. Foram estabelecidos o primeiro bispado e o primeiro colégio da colônia. Na imagem ao lado, a representação de Tomé de Sousa desembarcando na Terra de Santa Cruz, de autor anônimo.
• Duarte da Costa (1553-1558): enfrentou grande instabilidade política, causada, entre outros fatores, pela invasão francesa do Rio de Janeiro (1555); entrou em atrito com o bispo do Brasil, Pero Fernandes Sardinha, que criticava o comportamento e a violência de seu filho, dom Álvaro da Costa. Um dos marcos de seu governo foi a fundação do Colégio de São Paulo, em 25 de janeiro de 1554. O colégio, fundado pelos jesuítas Manuel da Nóbrega e José de Anchieta, deu origem à cidade de São Paulo.
• Mem de Sá (1558-1572): fundou a cidade de São Sebastião do Rio de Janeiro em 1565; juntamente com seu sobrinho, Estácio de Sá, expulsou os franceses do Rio de Janeiro. É considerado o melhor governador-geral do século XVI.
O poder local: as câmaras municipais
A partir de cerca de 1550, a administração das cidades e vilas ficou nas mãos das câmaras municipais. Esses órgãos administrativos eram formados por três ou quatro vereadores, dois juízes ordinários, um procurador, um escrivão e um tesoureiro, eleitos pelos chamados “homens bons”. Além disso, contavam com alguns funcionários nomeados, conhecidos como “oficiais da Câmara”. Cabia aos membros da Câmara elaborar as leis e fiscalizar o seu cumprimento, assim como nomear juízes, arrecadar impostos e cuidar do patrimônio público (estradas, ruas, pontes etc.), do abastecimento e da regulamentação das profissões e do comércio.
As câmaras municipais representavam os interesses dos proprietários locais. Esse poder, delegado pelos senhores de engenho aos vereadores (membros eleitos da Câmara), às vezes entrava em conflito com o poder central, representado pelo governador-geral. Exemplo disso foi a Câmara de Olinda, na capitania de Pernambuco, que em 1710 chegou a comandar uma luta armada contra as tropas do governo porque se opunha à elevação do Recife à condição de vila.
A partir de 1642, com a criação do Conselho Ultramarino, que detinha forte controle político-administrativo sobre a colônia, as câmaras municipais foram pouco a pouco perdendo seu poder.
Mudanças na organização administrativa colonial
A organização administrativa da colônia passou por várias mudanças entre os séculos XVI e XVIII. Em 1548 foi dado o nome de Estado do Brasil pelo governo português. Os limites territoriais do Brasil atual não eram, nem de perto, os do período colonial. Durante anos, a Coroa ficou apenas na exploração das faixas litorâneas e aos poucos foi ampliando as terra para o oeste. Em 1572 foram estabelecidos dois governos-gerais: um ao norte, com capital em Salvador, e outro ao sul, com sede no Rio de Janeiro. Seis anos depois, os governos foram reunificados, com a capital tendo permanecido em Salvador.
Em 1621, uma nova divisão administrativa criou
o Estado do Brasil, com sede em Salvador (e a partir de 1763 no Rio de Janeiro), e o Estado do Maranhão, com capital em São Luís (mais tarde, Estado do Maranhão e Grão-Pará, com sede em Belém). Em 1641, houve uma reorganização administrativa e a capital foi transferida para Salvador. Em 1774, a colônia voltou a ser reunificada administrativamente.
O papel da Igreja na administração colonial
A Igreja católica foi a grande parceira da Coroa portuguesa na tarefa de administrar a colônia. Para a instituição, os principais objetivos da conquista e da colonização das novas terras eram difundir a fé cristã em sua versão católica apostólica romana, bem como promover a catequese dos índios e administrar a vida espiritual dos colonos segundo os preceitos estabelecidos pela Santa Sé. Além de cristianizar os indígenas, buscava evitar o desregramento dos costumes entre os colonos, combater sua tendência à poligamia com as índias e educar os filhos desses colonos dentro dos preceitos religiosos da Igreja católica.
Para isso, os primeiros religiosos a chegar trataram de construir igrejas, capelas e escolas, criar paróquias e dioceses. Aos poucos ia surgindo uma estrutura material e administrativa de enorme interesse para o governo português e para a Santa Sé, que estavam preocupados em manter um rígido controle sobre as atividades e a vida religiosa da colônia.
Crise do Sistema Colonial
Parte importante da política mercantilista da Europa, o sistema colonial entrou em crise por conta de uma contradição: para explorar a colônia, a metrópole precisava desenvolvê-la; quanto mais a colônia se desenvolvia, mais se aproximava da independência.
As metrópoles europeias
Nos séculos XVI e XVII, o regime político dominante na Europa era o absolutismo ou Estado absolutista, governo exercido por monarcas que tinham poderes ilimitados.
Com suas práticas mercantilistas fundamentadas no protecionismo e no monopólio, o Estado absolutista forneceu ao capital comercial os mercados de que este necessitava para sua consolidação social e econômica e a ascensão da burguesia.
O fortalecimento da burguesia, no entanto, significou um conflito cada vez maior com as práticas intervencionistas que caracterizavam o absolutismo, pois estas limitavam a livre-concorrência e impediam o pleno desenvolvimento do capitalismo.
No século XVIII, a situação finalmente chegou a um impasse. Até esse período, as pessoas tinham poder se tivessem títulos de nobreza, e não apenas dinheiro. Esse passou a ser o desafio da burguesia: deter não só o dinheiro, mas também o poder político.
A partir do século XVIII, as metrópoles europeias e as colônias americanas atravessaram portanto uma verdadeira era de revoluções burguesas, como a Revolução Francesa e a Revolução Industrial, sendo que esta última representou a consolidação da supremacia da burguesia e do capitalismo.
Na imagem ao lado, homenagem atual à Revolução Francesa (14 de julho de 1789), aludindo às cones da bandeira adotada pela França desde essa época e ao lema da revolução: o branco simboliza a igualdade, o azul, a liberdade, e o vermelho, a fraternidade.
Com a transformação do mundo do trabalho e das relações sociais, fundamentada na produção industrial e no trabalho assalariado daí decorrentes, a produtividade cresceu: obtinham-se mais mercadorias em menos tempo de trabalho. Com isso, a Inglaterra, primeiro país a se industrializar, e, posteriormente, outros países europeus passaram a disputar mercados consumidores para suas manufaturas e mercados fornecedores de matérias-primas para suas indústrias, conflitando com os limites mercantilistas e propondo uma nova visão econômica, política e social: o liberalismo.
Essas ideias contribuíram para uma nova orientação das práticas coloniais na América, auxiliando os movimentos que lutavam contra o pacto colonial.
As colônias americanas
Por definição, a função histórica das colônias no sistema colonial era complementar a economia das metrópoles, subordinando-se completamente às necessidades e aos interesses destas. Isso significava que a colônia deveria produzir excedentes comercializáveis nas metrópoles europeias, além de consumir as manufaturas elaboradas na metrópole.
A comercialização desses excedentes na Europa fortalecia política e economicamente o Estado absolutista. Em contrapartida, enriquecia progressivamente as respectivas burguesias mercantis, as quais, com o tempo, passaram a questionar as limitações impostas pelo regime. A circulação de mercadorias praticada ao longo da Idade Moderna propiciou a acumulação de capital, indispensável ao desenvolvimento do sistema capitalista. O capital acumulado na atividade comercial permitiu o processo de industrialização e a consolidação de relações capitalistas na Europa.
Até então, os Estados absolutistas e as respectivas burguesias mercantis haviam transferido o ônus da colonização e a produção de gêneros tropicais, como o açúcar, para o produtor colonial, preocupando-se apenas com a comercialização do produto.
Apesar disso, durante os séculos XVI e XVII houve uma relativa harmonia entre os interesses das elites coloniais (as aristocracias rurais) e das burguesias dos Estados absolutistas da Europa. Mesmo com a política monopolista europeia e a exploração colonial, as colônias se desenvolveram.
Quanto mais se desenvolviam as colônias, porém, mais se aprofundavam as medidas restritivas mercantilistas e a exploração exercida pelas metrópoles europeias. Com isso, o pacto colonial tonou-se insuportável para as populações coloniais e as elites nativas americanas.
A Declaração de Independência dos EUA inspirou revoluções
A Declaração de Independência dos Estados Unidos da América, fundamentada no espírito liberal-iluminista do século XVIII, serviu de referência histórica para a elaboração da Declaração dos Direitos do Homem e do Cidadão durante a Revolução Francesa (1789) e de inspiração para os movimentos emancipacionistas das outras colônias americanas.
A crise portuguesa e o processo de independência do Brasil
Embora tenha acompanhado o processo europeu em linhas gerais, Portugal apresentou algumas particularidades nos séculos XVII e XVIII.
A partir da União Ibérica – o período do domínio espanhol (1580-1640) -, da luta contra a presença holandesa no território colonial e, sobretudo, do declínio da produção do açúcar, decorrente da expulsão dos holandeses em 1654 e da concorrência de outras zonas fornecedoras, Portugal mergulhou em uma profunda crise econômico-financeira.
O Tratado de Methuen, acordo comercial firmado entre os governos de Portugal e da Inglaterra, foi um exemplo notório da crise e da dependência econômica que o outrora poderoso país ibérico iria estabelecer com o governo e o capital ingleses.
Em 1703, as partes assinaram o tratado, o qual determinava que a Inglaterra poderia vender seus tecidos com isenção de impostos alfandegários em Portugal, o mesmo acontecendo com o país luso ao vender seu vinho para os ingleses. Por isso, tal arranjo também ficou conhecido como Tratado dos Panos e Vinhos.
Para a maioria dos historiadores, a consequência mais nefasta para Portugal foi o déficit na balança comercial com a Inglaterra, que levou grande parte do ouro produzido no Brasil para os ingleses ao longo do século XVIII. O ouro brasileiro ajudou a financiar, assim, a Revolução Industrial em curso na Inglaterra daquele período.
Portugal controlou mais as colônias quando houve movimentos de emancipação. Até o século XIX, não havia projeto unificado de Brasil, as províncias pensavam regionalmente quando o assunto era independência.
Além disso, a palavra independência não tinha o mesmo significado para todos. Boa parte da elite colonial não se enxergava como brasileira, mas como portuguesa, por isso havia interesses “portugueses” conflitantes.
O processo de independência do Brasil foi inevitável só após a volta de dom João a Portugal: as elites coloniais, agora em reino unido, não queriam perder o status nem os privilégios econômicos.
E os portugueses em Portugal queriam a permanência de seus
privilégios, agora com um governo mais liberal, submetido a uma Constituição. Mais uma vez, o rei se viu sem saída; desagradaria uma das partes “portuguesas” do reino.
A permanência de dom Pedro no Brasil configurava um acordo com uma nova elite, que em parte defendia a união a Portugal. Poucos queriam uma separação efetiva.
Assim, o acordo de dom Pedro com as elites coloniais garantiria uma independência sem revolução (em 7 de setembro de 1822) e, estranhamente, de uma colônia ainda comandada por membros da metrópole.
Independência do Brasil
A independência do Brasil foi proclamada em 7 de setembro de 1822, o que assegurou a emancipação da ex-colônia portuguesa.
D. Pedro foi aclamado o primeiro imperador do Brasil, com o título de D. Pedro I, sendo coroado no dia 1º de dezembro do mesmo ano.
Entenda agora todo o processo e causas que levaram à independência do Brasil.
Brasil Colônia
Foram várias as causas da Independência do Brasil e para entendê-las temos que voltar aos tempos coloniais.
Durante o período colonial, as capitanias estavam subordinadas à autoridade central do vice-rei, que governava em nome do rei de Portugal.
A situação econômica era precária. Na agricultura, a produção do tabaco e do algodão foram reduzidas e a cultura canavieira estava em fase de decadência.
A pecuária se restringia à produção charque no Rio Grande do Sul ou de subsistência.
A mineração apresentava baixo rendimento, pois as jazidas estavam esgotadas.
A indústria não se desenvolvia, por conta das proibições da metrópole. O comércio no Brasil era limitado pelas restrições impostas pelo monopólio, pois a colônia podia comerciar apenas com a metrópole.
A Família Real no Brasil
No início do século XIX, grande parte da Europa estava dominada pelas tropas do imperador dos franceses, Napoleão Bonaparte. Seu principal inimigo era a Inglaterra.
Em 1806, o imperador decretou o Bloqueio Continental que obrigava a todas as nações da Europa continental a fecharem seus portos ao comércio inglês. Com isso, pretendia-se enfraquecer a Inglaterra e derrotá-la economicamente.
Nessa época, Portugal era governado pelo Príncipe Regente D. João. Pressionado por Napoleão, que exigia o fechamento dos portos portugueses ao comércio inglês, e ao mesmo tempo pretendendo manter as relações com a Inglaterra, D. João tentou adiar uma decisão definitiva sobre o assunto.
A Inglaterra era fornecedora dos produtos manufaturados consumidos em Portugal e também compradores de mercadorias portuguesas e brasileiras.
Para resolver a situação, o embaixador inglês em Lisboa, convenceu D. João a transferir-se com a Corte para o Brasil. Desse modo, os ingleses garantiam o acesso ao mercado consumidor brasileiro e a família real portuguesa evitava a deposição da dinastia de Bragança pelas forças napoleônicas.
No dia 29 de novembro de 1807, a família real, fidalgos e funcionários partiram para o Brasil escoltados por quatro navios britânicos. No dia seguinte, as tropas francesas invadiram Lisboa.
Chegada ao Brasil
No dia 22 de janeiro de 1808, D. João chega a Salvador, onde tomou a mais importante medida de caráter econômico.
Em 28 de janeiro, expediu a Carta Régia de Abertura dos Portos do Brasil às nações amigas de Portugal. Rapidamente, os produtos ingleses começaram a chegar e um grande número de firmas inglesas se instalaram no Brasil.
Em sua estadia na capital baiana, D. João também fundou a Escola de Cirurgia da Bahia, na época, equivalente a atual faculdade de medicina. Após três meses em Salvador, rumou para o Rio de Janeiro, onde desembarcou em março do mesmo ano.
Em 1810, D. João assinou o Tratado de Comércio e Navegação. Entre outros atos, este estabelecia a taxa de 15% sobre a importação de produtos ingleses, enquanto Portugal pagava 16% e as outras nações 24%.
Em 1815, após a derrota definitiva de Napoleão, as potências europeias reuniram-se no Congresso de Viena. O objetivo era restaurar o regime absolutista anterior à Revolução Francesa.
Para obter o reconhecimento da dinastia de Bragança e o direito de participar do Congresso, em 16 de fevereiro de 1815, D. João elevou o Brasil ao Reino Unido de Portugal e Algarves.
Assim, o Brasil deixava de ser colônia, tinha o mesmo status político de Portugal e poderia participar enviando deputados às cortes de Lisboa. Era um passo importante para a emancipação política.
Revolução Pernambucana
No entanto, nem todos estava satisfeito com o governo de Dom João VI no Brasil. Várias províncias brasileiras sentiam-se abandonadas e viam que as melhoras só beneficiaram a capital.
Desta maneira, em Recife, no estado de Pernambuco, estala uma revolta que pretendia fundar outro país chamado Confederação do Equador. A resposta de Dom João VI foi imediata e o movimento reprimido.
A Revolução do Porto
Desde a vinda da família real para o Brasil, Portugal estava à beira do caos. Além da grave crise econômica e do descontentamento popular, o sistema político era marcado pela tirania do comandante inglês, que governava o país.
Tudo isso levou os portugueses a aderirem ao movimento revolucionário que teve início na cidade do Porto em 24 de agosto de 1820.
A Revolução Liberal do Porto pretendia derrubar a administração inglesa, recolonizar o Brasil, promover a volta de D. João VI para Portugal e elaborar uma Constituição.
Diante desses acontecimentos, no dia 7 de março de 1821, D. João anunciou sua partida. No entanto, deixa no Brasil seu filho mais velho e herdeiro do trono e através de um decreto, atribuía a D. Pedro a regência do Brasil.
No dia 26 de abril de 1821, D. João parte para Portugal, com a rainha Dona Carlota Joaquina e o príncipe Dom Miguel.
Do Dia do Fico à Independência
O novo regente do Brasil, D. Pedro, tinha apenas 23 anos. Várias medidas das cortes de Lisboa buscam diminuir o poder do Príncipe-Regente e, desse modo, por fim à autonomia do Brasil.
A insistência das Cortes para que D. Pedro voltasse a Portugal despertou atitudes de resistência no Brasil. No dia 9 de janeiro de 1822, foi entregue ao Príncipe Regente uma petição com 8.000 assinaturas solicitando que não abandonasse o Brasil.
Cedendo às pressões D. Pedro respondeu:
"Como é para o bem de todos e felicidade geral da Nação, estou pronto. Diga ao povo que fico".
O Dia do Fico era mais um passo para a independência do Brasil.
Em algumas províncias brasileiras, os partidários dos portugueses não prestigiavam o governo de D. Pedro.
O general Avilés, comandante do Rio de Janeiro e fiel às Cortes, tentou obrigar o embarque do regente, mas foi frustrado pela mobilização dos brasileiros, que ocupavam o Campo de Santana.
Os acontecimentos desencadeavam uma crise no governo e os ministros portugueses, demitiram-se. O príncipe formou um novo ministério, sob a liderança de José Bonifácio, até então vice-presidente da Junta Governativa de São Paulo. A princesa Dona Leopoldina seria a regente durante a ausência do marido.
No mês de maio, o governo brasileiro estabelecia que qualquer determinação vinda de Portugal só poderia ser acatada após a aprovação de D. Pedro.
Na Bahia, desencadeava-se a luta entre tropas portuguesas e brasileiras. Em desespero, as Cortes tomaram medidas radicais:
· Declararam ilegítima a Assembleia Constituinte reunida no Brasil;
· O governo do príncipe foi declarado ilegal;
· O príncipe deveria regressar imediatamente a Portugal.
Diante da atitude da metrópole, o rompimento tornou-se inevitável.
Grito do Ipiranga: "Independência ou Morte!"
No dia 7 de setembro de 1822, D. Pedro se encontrava às margens do riacho Ipiranga em São Paulo, quando recebeu os últimos decretos de Lisboa, um dos quais o transformava num simples governador, sujeito às autoridades das Cortes.
Essa atitude o conduziu a dizer que estavam cortados os laços que uniam o Brasil a Portugal. Daquele momento em diante, Independência ou Morte seria o lema de todos os brasileiros.
No dia 12 de outubro do mesmo ano, D. Pedro foi aclamado como o primeiro imperador do Brasil, com o título de D. Pedro I, sendo coroado em 1º de dezembro de 1822.
Dia da Independência
O
Dia da Independência do Brasil é comemorada no dia 07 de setembro por ser considerado o momento simbólico que D. Pedro rompe as relações de subordinação com Portugal.
Brasil Império
O Brasil Império foi o período da História do Brasil que teve seu início com a aclamação do Imperador D. Pedro I, em 1822, e se prolongou até a Proclamação da República, em 1889.
Primeiro Reinado (1822-1831)
D. Pedro I (1798-1834) foi aclamado “Imperador Constitucional e Defensor Perpétuo do Brasil”, fato que se oficializou no dia 12 de outubro de 1822. Era o início do Império, embora a coroação apenas tenha sido realizada no dia 1º de dezembro de 1822.
Depois de coroado, D. Pedro teve que enfrentar a difícil situação criada por algumas províncias onde as Juntas Governamentais eram dominadas por portugueses.
A separação entre o Brasil e Portugal não foi aceita, e declarando-se fieis às Cortes de Lisboa não o reconheciam como governante.
A Constituição do Brasil Império
A Assembleia Constituinte foi convocada por D. Pedro I, no dia 3 de junho de 1822, no entanto, só se reuniu pela primeira vez no dia 3 de maio de 1823, para elaborar a primeira Constituição do Brasil.
A declaração de D. Pedro de que defenderia a pátria e a constituição desde que “fosse digna dele e do Brasil”, desencadeou vários desentendimentos entre os deputados liberais radicais e o imperador, o que levou D. Pedro a dissolver a Assembleia seis meses depois.
Depois da dissolução da Assembleia, D. Pedro escolheu uma comissão de dez pessoas de sua confiança e encarregou-as de elaborar uma Constituição para o País.
Em 16 dia estava pronta, baseada no projeto que fora elaborado pela Constituinte. No dia 25 de março de 1824, D. Pedro I jurou obedecer a Carta Magna que outorgava no Brasil.
A Constituição de 1824 concentrava grandes poderes nas mãos do imperador e reservava o exercício da atividade política para a classe privilegiada. A política absolutista e pró-lusitana recebeu críticas de diversas províncias.
Entre elas estava a Confederação do Equador, que estourou em Pernambuco em 1824. O estado era um tradicional centro revolucionário do País. A nova revolução teve adesão da Paraíba, do Rio Grande do Norte e do Ceará.
O movimento revolucionário conseguiu por pouco tempo, manter um governo revolucionário. A repressão foi violenta e um dos líderes, o popular pernambucano, Frei Caneca (1779-1825), foi preso e fuzilado.
A Abdicação de D. Pedro I
D. Pedro I enfrentou grande dificuldade financeira durante seu governo. A população sofreu os efeitos da crise generalizada. O absolutismo, a violenta repressão à Confederação do Equador, os constantes empréstimos, a falência do Banco do Brasil, entre outros fatores, contribuiu para alabar o prestígio do imperador.
Depois de dez anos no governo do Brasil, D. Pedro I abdicou de seus direitos do trono brasileiro, deixando para seu filho mais velho, Pedro de Alcântara (1499-1562), que tinha pouco mais de cinco anos de idade, e só reinou mais tarde, com o título de D. Pedro II.
As Regências (1831-1840)
A Constituição de 1824 determinava que o Império seria governado por uma regência. A medida foi tomada porque o imperador era menor de idade. A regência era composta por três membros, e governaria o Brasil até a maioridade do imperador.
Nesse período, governou o Império a Regência Trina Provisória (1831); a Regência Trina Permanente (1831-1835).
Em 1934 foram introduzidas algumas alterações importantes no texto constitucional, entre elas, a eleição de um regente único do Império.
Realizada as eleições, foi eleito o padre Antônio Feijó (1859-1917), que tomou posse em 12 de outubro de 1835.
A Regência de Diogo Antônio Feijó governou até o ano de 1837, quando depois de sucessivas crises, Feijó renunciou ao cargo de regente.
No dia 22 de abril de 1838, Pedro de Araújo Lima (1793-1870) foi escolhido como novo regente. A Regência de Araújo Lima não conseguiu afastar o clima de insatisfação reinante.
A antecipação da maioridade de D. Pedro II era apresentada como solução para a luta entre facções políticas e para as rebeldias nas províncias, pois o imperador seria um poder neutro.
A maioridade antecipada do imperador foi proclamada dia 23 de julho de 1840, perante a Assembleia Geral. Ele subiu ao trono com a idade de 14 anos e 7 meses.
No período regencial ocorreram diversas crises políticas, marcadas por rebeliões populares contra a fome e a miséria, entre elas:
· Cabanagem(1835-1840), no Pará;
· Sabinada(1837-1838), na Bahia
· Balaiada(1838-1840), no Maranhão;
· Guerra dos Farrapos (1835-1845), no Rio Grande do Sul.
O Segundo Reinado (1840-1889)
D. Pedro II governou o Brasil durante quase meio século. O início desse período foi marcado pelas lutas partidárias pelo poder, dando origem às Revoluções Liberais de São Paulo e de Minas Gerais.
A Revolução Praieira foi outro movimento de caráter liberal que aconteceu em Pernambuco. Só a partir de 1850, o Império conheceu a fase de calmaria na política interna.
A política externa do Brasil, durante o Segundo Reinado esteve voltada para o equilíbrio sul-americano. O objetivo básico era manter a livre navegação dos rios platinos (Prata, Uruguai, Paraná e Paraguai).
O Brasil empreendeu três campanhas políticas na região do rio da Prata no período de 1851 e 1870. Foram: a Campanha contra Oribe (Uruguai); a Campanha contra Rosas (Argentina) e a Campanha contra Aguirre (Uruguai).
Economia e Sociedade no Segundo Reinado
O açúcar, o algodão, o cacau, o tabaco e a borracha representaram parte significativa da produção agrícola durante o Império. Na Região Sudeste, o café foi responsável pelo aparecimento da aristocracia do Segundo Reinado.
A abolição da escravatura, em 1888, gerou profunda crise nas zonas cafeeiras. O braço escravo começou a ser substituído pelo trabalho livre do imigrante europeu, que se acentuou em 1848, quando ocorriam na Europa várias crises políticas.
A indústria brasileira teve grande impulso em 1844. Foram construídas estradas de ferro, estradas de rodagens, bancos, usinas de açúcar etc. Entre os empresários da segunda metade do século XIX, destacou-se o Barão de Mauá.
Brasil República
A crise do império e a consequente Proclamação da República foram decorrência direta das transformações econômicas e sociais da segunda metade do século XIX.
Primeiro Reinado
O Primeiro Reinado (1822-1831) marcou os anos iniciais do Brasil como nação independente após o processo de independência ter sido conduzido por intermédio de D. Pedro I. Com esse acontecimento, o Brasil transformou-se em uma monarquia – a única da América Latina – e foi governada por D. Pedro I de maneira autoritária.
Independência do Brasil
O processo de independência do Brasil foi resultado das pressões exercidas pelas cortes portuguesas sobre D. Pedro I, que se tornou regente do Brasil quando seu pai, D. João VI, retornou para Portugal em 1821. As cortes portuguesas haviam sido formadas durante a Revolução Liberal do Porto e pressionavam as autoridades reais por mudanças em Portugal.
Essas pressões sobre o regente levaram-no à liderança do processo de ruptura entre Brasil e Portugal. Assim, incentivado por D. Leopoldina e José Bonifácio, o próprio D. Pedro I declarou a independência do Brasil no dia 7 de setembro, às margens do Rio Ipiranga. Seguiu-se, então, uma guerra de independência travada em diferentes partes do Brasil, com combates de baixa intensidade.
A independência do Brasil apenas foi de fato reconhecida por Portugal em 1825, após as negociações mediadas pela Inglaterra que previam o pagamento de dois milhões de libras como indenização e a exigência de que o Brasil não reivindicasse, incentivasse ou liderasse a independência de outras colônias portuguesas.
Com a independência do Brasil, D. Pedro foi coroado imperador sob o nome de D. Pedro I. Isso fez da nação uma monarquia – a única existente na América Latina após os processos de independência. A escolha pelo regime monárquico foi explicada pelos historiadores como falta de interesse das elites do sudeste brasileiro
em realizar as mudanças no quadro socioeconômico que um eventual sistema republicano poderia gerar.
Acontecimentos do Primeiro Reinado
Os primeiros dois anos do Brasil como nação independente tiveram como principal debate (além da procura pelo reconhecimento internacional) a elaboração de uma constituição para o país. Esse documento seria elaborado por uma [Assembleia] constituinte que havia sido escolhida em eleições realizadas após a independência.
A Constituinte assumiu suas funções em maio de 1823, e a elaboração da Constituição gerou desentendimentos profundos entre os deputados e D. Pedro I. O grande debate era acerca do alcance dos poderes políticos do imperador. Os constituintes queriam que os poderes do imperador fossem limitados e que ele não tivesse a permissão de dissolver a Constituinte quando bem entendesse. Essa postura dos constituintes, de procurar limitar o poder real, naturalmente, gerou insatisfação em D. Pedro I, que defendia que seu poder fosse centralizador e autoritário sobre a nação.
Essa disputa entre os constituintes e o imperador resultou em um evento conhecido como Noite da Agonia. No dia 12 de novembro de 1823, por ordens de D. Pedro I, militares invadiram a Assembleia Constituinte e prenderam os deputadores opositores do imperador. Com isso, a constituição que havia sido elaborada foi barrada por D. Pedro I.
Essa medida de D. Pedro I aconteceu porque, em setembro do mesmo ano, a Constituinte havia finalizado a elaboração da constituição que, além de possuir um caráter liberal, também limitava os poderes reais. A partir da prisão de seus opositores e da impugnação desse documento, D. Pedro I formou um Conselho de Estado e passou a elaborar uma constituição que lhe agradasse.
A constituição elaborada por D. Pedro I e seu conselho foi outorgada, isto é, foi imposta por vontade do imperador no dia 25 de março de 1824. Portanto, a primeira constituição brasileira foi produto do autoritarismo e definida de cima para baixo. Esse conjunto de regras também possuía alguns princípios liberais, porém dava poderes irrestritos ao imperador brasileiro.
A Constituição de 1824 tinha como principais fundamentos estabelecidos:
· Existência de quatro poderes: o executivo, legislativo, judiciário e o poder moderador. O poder moderador representava unicamente a figura do imperador e cedia-lhe direitos políticos plenos.
· O imperador foi considerado figura sagrada e inviolável.
· Forma de governo escolhida foi a monarquia, com a transmissão do poder feita de maneira hereditária.
· As eleições foram estabelecidas como indiretas, e o direito ao voto era censitário, ou seja, foram estabelecidos critérios de renda para determinar quem teria direito ao voto. Além desses critérios, foi estabelecido que somente homens livres e com mais de 25 anos poderiam votar.
· A constituição também garantiu alguns direitos individuais importantes, como tolerância religiosa (foi permitido o culto privado a outras religiões que não fossem o catolicismo), proteção à propriedade privada etc.
Renúncia de D. Pedro I
As posturas autoritárias de D. Pedro I geraram forte insatisfação, principalmente entre as elites do Nordeste. Essa insatisfação foi intensificada nessa região com a influência de Cipriano Barata e Joaquim do Amor Divino, também conhecido como frei Caneca. Eles veiculavam suas críticas ao imperador em jornais que circulavam em Pernambuco, chamados Sentinela da Liberdade (Cipriano Barata) e Tífis Pernambucano (frei Caneca).
Além do autoritarismo do imperador, os altos impostos e os impactos ideológicos que a Revolução Pernambucana de 1817 ainda geravam nessa região levaram a província de Pernambuco a uma nova rebelião: a Confederação do Equador. Essa revolta iniciou-se em 2 de julho de 1824 e foi liderada por frei Caneca e Manoel de Carvalho Paes de Andrade.
A Confederação do Equador, assim como a Revolução Pernambucana, possuía caráter separatista e defendia o republicanismo. Essa revolta espalhou-se por outras regiões do Nordeste brasileiro, como as províncias da Paraíba, do Ceará e do Rio Grande do Norte. Em setembro de 1824, as tropas imperiais já haviam retomado Recife e controlado essa revolta. Os envolvidos foram duramente reprimidos, e frei Caneca, por exemplo, foi executado.
Além da Confederação do Equador, outra revolta eclodiu na Cisplatina, província ao sul que havia sido integrada por D. João VI ao invadir a região e derrotar José Artigas na década de 1810. A revolta na Cisplatina declarava a separação dessa região do Brasil e sua anexação às Províncias Unidas do Rio da Prata (atual Argentina). Isso deu início, em 1825, a um conflito conhecido como Guerra da Cisplatina.
A Guerra da Cisplatina foi, portanto, um conflito travado entre o Império brasileiro contra o governo de Buenos Aires pelo controle da Cisplatina. Essa guerra estendeu-se de maneira desgastante durante três anos e, por mediação da Inglaterra, um acordo de paz foi assinado em 1828 entre os dois governos. Ambos os países abriram mão da Banda Oriental, e foi concedida a independência para a região sob o nome de República Oriental do Uruguai.
Esse acordo foi visto como uma derrota, pois o Brasil não conseguiu retomar o controle sobre a Cisplatina. Além disso, o envolvimento do Brasil nessa guerra 
prejudicou enormemente a economia, e a soma dos fatores (autoritarismo político, derrota na guerra e crise econômica) resultou no enfraquecimento da posição de D. Pedro I.
D. Pedro I procurou reforçar sua posição alinhando-se cada vez mais ao lado do “Partido Português”, isto é, portugueses que haviam sido contrários à independência e que agora defendiam a manutenção de D. Pedro I no poder. Isso agravou o quadro de insatisfação política, e os desentendimentos entre o “Partido Português” e o “Partido Brasileiro” intensificaram-se, o que levou D. Pedro I a abdicar do trono do Brasil em 7 de abril de 1831 em favor de seu filho, Pedro de Alcântara.
A abdicação de D. Pedro I ao trono brasileiro em favor de seu filho deu início a um período da história brasileira conhecido como Período Regencial, no qual Pedro de Alcântara tinha apenas cinco anos e, portanto, não tinha idade legal para assumir o trono brasileiro.
Período Regencial
O Período Regencial é como conhecemos o período intermediário que existiu entre o Primeiro e o Segundo Reinado. Estendeu-se de 1831 a 1840 e foi iniciado após o imperador D. Pedro I ter abdicado do trono em favor de seu filho no ano de 1831. Foi encerrado em 1840 com o que ficou conhecido como Golpe da Maioridade, que garantiu a coroação de D. Pedro II como imperador do Brasil.
Contexto histórico
O Período Regencial resultou diretamente da maneira como terminou o Primeiro Reinado (época em que o Brasil foi governado por D. Pedro I). O Primeiro Reinado ficou marcado pelo autoritarismo do imperador e pelos crescentes confrontos entre brasileiros e portugueses. As tensões e as pressões existentes fizeram o imperador abdicar do trono brasileiro em abril de 1831.
Quando D. Pedro I abdicou do trono, o sucessor naturalmente era seu filho, Pedro de Alcântara. Todavia, o príncipe do Brasil possuía apenas cinco anos e, por lei, não poderia ser coroado imperador do Brasil até que completasse a maioridade, que só seria alcançada quando obtivesse 18 anos.
Assim, a saída legal existente e que constava na Constituição de 1824 era a de fazer um período de transição em que o país seria governado por regentes. Esse período deveria ter acontecido até 1844, quando Pedro de Alcântara completaria 18 anos, mas seu fim foi antecipado para 1840 por meio de um golpe parlamentar.
Fases do Período Regencial
O Período Regencial teve uma duração razoavelmente curta (apenas nove anos). De toda forma, ao longo desse período, o Brasil possuiu quatro regências diferentes, as quais podem ser utilizadas como marcos divisórios do Período Regencial. Os quatro períodos foram:
· Regência Trina Provisória (1831)
· Regência Trina Permanente (1831-1834)
· Regência Una de Feijó (1835-1837)
· Regência Una de Araújo Lima (1837-1840)
Quando iniciado
o Período Regencial, o Brasil foi governado por uma regência trina de caráter provisório. Os eleitos para essa regência foram três senadores: Francisco de Lima e Silva, Nicolau Pereira de Campos Vergueiro e José Joaquim Carneiro de Campos. As principais medidas tomadas por essa regência provisória, conforme destacaram as historiadoras Lilia Schwarcz e Heloísa Starling, foram restituir ministros que haviam sido demitidos por D. Pedro I, convocar uma nova Assembleia Legislativa para composição de novas leis, anistiamento de criminosos políticos e afastar do Exército estrangeiros “desordeiros”|1|.
A Regência Trina Provisória teve vida curta, uma vez que a política brasileira estava tumultuada e uma série de distúrbios espalhava-se pelo país. Assim, em junho de 1831, foi eleita a Regência Trina Permanente, que era composta por José da Costa Carvalho, João Bráulio Muniz e Francisco de Lima e Silva.
Durante a Regência Trina Permanente, houve três acontecimentos de destaque. Um deles foi a criação da Guarda Nacional, uma força pública composta por homens eleitores com idade de 21 a 60 anos de idade. Essa força foi criada com o intuito de controlar manifestações e impedir que revoltas acontecessem.
Outra medida de destaque foi uma reforma no Poder Moderador, retirando atribuições desse poder e dando maiores possibilidades de os deputados e senadores vistoriarem as ações do Executivo. Por fim, um último acontecimento marcante foi o embate político entre José Bonifácio e o padre Feijó, que resultou na saída de José Bonifácio da vida política brasileira.
A Regência Trina Permanente também não teve força para colocar sob controle os rumos da política nacional. Os conflitos entre Moderados, Exaltados e Restauradores permaneciam, e revoltas pipocavam pelo país. Uma delas foi a Cabanada, que estourou em 1832, na província de Pernambuco.
A continuidade das tensões no Brasil deixava claro que havia um choque entre o governo e as províncias. O choque envolvia, principalmente, a questão da centralização do poder no governo contra o desejo das províncias brasileiras de alcançarem maior autonomia (federalismo). Para atender as demandas das províncias e colocar a situação política sob controle, foi aprovado o Ato Adicional de 1834, uma lei que fazia alterações na Constituição de 1824. Com o Ato Adicional, as mudanças mais sensíveis foram:
· fim do poder moderador durante o Período Regencial;
· fim do Conselho de Estado;
· criação de Assembleias Legislativas provinciais;
· aumento dos poderes dos presidentes de província, mas a nomeação era função do imperador;
· substituição da regência trina por uma regência una.
Com as mudanças estipuladas pelo Ato Adicional, esboçava-se no Brasil um modelo que concedia às províncias um grau considerável de autonomia. Além disso, a eleição de um regente para governar todo o país aproximava o Brasil de um cenário republicano. Por isso, muitos historiadores afirmam que o Período Regencial foi uma experiência republicana no meio de dois reinados.
Com a determinação de que o país seria governado por um regente apenas, eleições foram organizadas. Em eleição realizada em 1835, o padre Feijó obteve 2826 votos e, assim, derrotou Holanda Cavalcanti, que obteve 2251|2|. A regência de Feijó ficou marcada pela Cabanagem, no Pará, e pela Revolta dos Farrapos, no Rio Grande do Sul.
Feijó tinha humor explosivo e deparou-se com forte oposição em todas as frentes da política brasileira. Essa oposição fez padre Feijó solicitar afastamento da função. Com sua saída, nova eleição foi realizada, e Pedro de Araújo Lima derrotou Holanda Cavalcanti e foi eleito regente do Brasil.
Na regência de Araújo Lima, houve o crescimento dos políticos conservadores (mescla dos Liberais Moderados com os Restauradores) e tentativas do regente de tentar retirar algumas das liberdades que as províncias haviam conquistado com o Ato Adicional de 1834.
Política no Período Regencial
O Período Regencial ficou marcado pela intensa movimentação política que acontecia no país. O debate político nesse período foi bastante acalorado e girava em torno de três grupos políticos, que gradativamente se transformaram nos dois partidos políticos do Segundo Reinado. No caso do Período Regencial, os principais grupos políticos eram:
· Liberais moderados: em geral, eram monarquistas que defendiam a limitação do poder do imperador. Defendiam uma monarquia constitucional no país e tinham no padre Feijó o seu maior representante.
· Liberais exaltados: eram defensores abertos do federalismo, isto é, de ampliar a autonomia das províncias brasileiras. Alguns dos exaltados eram defensores da república, e o nome mais influente desse grupo foi Cipriano Barata.
· Restauradores: eram defensores do retorno de D. Pedro I ao trono brasileiro e tinham nos irmãos Andrada (José Bonifácio era um deles) seus maiores expoentes.
Ao longo do Período Regencial, esses grupos foram convertendo-se nos dois partidos que centralizaram a política durante o Segundo Reinado. O Partido Liberal surgiu da mescla dos liberais moderados com os exaltados, e o Partido Conservador surgiu da mescla dos liberais moderados com os restauradores.
Revoltas
A grande marca do Período Regencial foram as revoltas provinciais, que aconteceram em diversos locais do país. Essas revoltas envolviam insatisfações políticas com os rumos que o país tomava, além das disputas políticas locais, insatisfação popular com a pobreza e a desigualdade etc.
Ao longo do Período Regencial, as principais revoltas que aconteceram foram:
· Cabanagem: rebelião que aconteceu no Grão-Pará entre 1835 e 1840 em razão da insatisfação popular com a pobreza e a desigualdade e por disputas políticas locais.
· Balaiada: rebelião que aconteceu no Maranhão entre 1838 e 1841 e foi resultado de disputas políticas locais.
· Sabinada: foi uma rebelião de caráter separatista que desejava implantar uma república na Bahia. Aconteceu entre 1837 e 1840.
· Revolta dos Malês: foi uma rebelião de escravos que aconteceu em Salvador em 1835.
· Revolta dos Farrapos: foi uma revolta motivada por insatisfações da elite local com o governo por questões políticas e econômicas. Estendeu-se de 1835 a 1845.
Como terminou o Período Regencial
O fim do Período Regencial foi resultado da disputa política entre liberais e conservadores. Os liberais insatisfeitos com a regência de Araújo Lima, um conservador, reagiram defendendo a antecipação da maioridade do príncipe do Brasil, Pedro de Alcântara. Os liberais conseguiram conquistar o apoio da maioria dos deputados e senadores e realizar o Golpe da Maioridade em 1840.
Com esse golpe, Pedro de Alcântara teve a sua maioridade antecipada e tornou-se imperador do Brasil com 14 anos de idade. Esse ato iniciou o Segundo Reinado e deixou os liberais satisfeitos porque foi retirado o poder das mãos dos conservadores. Os liberais também esperavam que a coroação do imperador colocasse fim à série de revoltas provinciais que aconteciam no país.
Segundo Reinado
O Segundo Reinado é o período marcado pelos 48 anos em que D. Pedro II esteve no poder, de 23 de julho de 1840 até 15 de novembro de 1889. Durante essa época, muitas mudanças e revoluções aconteceram no país e marcaram para sempre a história do Brasil.
Foi a 2ª fase do Brasil monárquico, que foi governado por D. Pedro I durante o Primeiro Reinado antes de viver o período regencial. Eles eram vistos como responsáveis pelas rebeliões causadas no Brasil durante a 1ª fase monárquica.
Este é um assunto muito importante para sua preparação para o Enem e demais vestibulares do país. Então, fique afiado nesta matéria com a gente! Confira!
Segundo Reinado e o Golpe da Maioridade
Para que o Segundo Reinado pudesse começar no Brasil, foi necessário antecipar a maioridade de D. Pedro II, que tinha apenas 14 anos quando decidiram que era hora dele assumir o comando do país.
Isso foi possível graças ao Golpe da Maioridade, antecipação da maioridade de D. Pedro II para que ele pudesse ser elegível ao trono. Após essa ação, ele assumiu o poder aos 15 anos, no dia
23 de julho de 1840.
A ideia de antecipar a maioridade de D. Pedro II veio do partido Liberal, também conhecido como os “luzias”. Os principais objetivos do partido eram garantir sua influência no poder e tentar acabar com a instabilidade política trazida pelo governo regencial.
Expansão cafeeira
A partir da segunda metade do século XIX, o Brasil se torna o maior produtor e exportador mundial de café. Em determinado momento, o país chegou a ter café suficiente para atender a demanda de consumo mundial por até três anos.
Fatores da expansão cafeeira:
· Solo e clima favoráveis no Brasil, especialmente em São Paulo, Rio de Janeiro e Minas Gerais;
· Disponibilidade de terras;
· Crescimento do mercado consumidor na Europa e nos Estados Unidos.
A indústria do café no Brasil começa a se expandir na 1ª metade do século XIX, especialmente na região do Vale do Paraíba, região de divisa entre os Estados do Rio de Janeiro e São Paulo. A mão de obra para o cultivo do café era basicamente composta por escravos.
Já a partir da 2ª metade do século XIX, essa expansão começa a acontecer com mais importância no Oeste Paulista, local que possui um solo formado por terra roxa. A mão de obra utilizada na região era basicamente de imigrantes.
Revolução Praieira
A Revolução Praieira aconteceu no Estado de Pernambuco, e foi a primeira enfrentada pelo governo de D. Pedro II, em 1848. Os principais fatores motivadores dessa revolução foram a miséria das camadas populares, o aumento da centralização do governo imperial, o controle do comércio atacadista por portugueses e o aumento da concentração fundiária.
Há quem diga que esta revolução teve influência dos ideiais europeus que surgiram com a Revolução de 1830 e 1848.
Principais características da Revolução Praieira
A Revolução Praieira teve como principais características o viés popular, marcada pelo republicanismo, o federalismo, o antilusitanismo e o socialismo utópico, representado pela “Primavera dos Povos”.
Parlamentarismo às avessas
Durante o governo de D. Pedro II, dois partidos dividiam as atenções no cenário político brasileiro. De um lado, o partido liberal, democrático e revolucionário. Do outro, o partido Conservador, autoritário e defensor do absolutismo.
A partir da renúncia de seu pai, D. Pedro II decide alterar a forma de governo no país, e adota o sistema utilizado pela Inglaterra na época: o Parlamentarismo.
No Brasil, o sistema ficou conhecido como Parlamentarismo às avessas porque os representantes eram escolhidos pelo imperador, e não pelo povo, como tradicionalmente acontece.
Política externa: Questão Christie
A Questão Christie foi um incidente diplomático envolvendo Brasil e Grã-Bretanha, surgiu a partir da política externa adotada por D. Pedro II. Essa desavença começou a surgir quando a Inglaterra passou a pressionar contra o tráfico negreiro e também quando precisou começar a pagar mais imposto após a implantação da tarifa Alves Branco, em 1844.
Nessa época, Brasil e Inglaterra romperam relações e ficaram com a situação diplomática bastante comprometida. Esses desentendimentos levaram a incidentes como o saque de um navio britânico que naufragou na costa do Rio Grande do Sul e a prisão de três marinheiros britânicos no Rio de Janeiro.
Por desacato e desentendimento com a polícia brasileira, por conta dessas prisões, também foram apreendidos, com ordem de William Christie, cinco navios brasileiros que estavam no Oceano Atlântico e mantidos presos até que D. Pedro II punisse as autoridades brasileiras.
Crise do escravismo
A pressão da Inglaterra pelo fim do escravismo e tráfico negreiro no Brasil estava cada vez mais intensa e se complicou após a implantação das famosas “leis para inglês ver”, em 1831.
Isso levou a Inglaterra a tomar medidas drásticas, como a criação da Bill Aberdeen, em 1845, que autorizava a marinha do país a interceptar e prender navios negreiros. Em seguida, já em 1850, veio a publicação da lei Eusébio de Queirós, que proibia o tráfico negreiro para o Brasil.
Entre as principais consequências, houve aumento de investimento para outras áreas, o aumento do preço dos escravos e o crescimento do tráfico interno, além do trabalho livre dos imigrantes europeus.
Imigração europeia para o Brasil
Nesse período, a imigração europeia para o Brasil teve grande crescimento, impulsionado especialmente pela crise econômica do continente europeu, a unificação de Itália e Alemanha, a expansão cafeeira, a necessidade de mão de obra e a forte crise do escravismo no país.
A partir de 1847, o Sistema de Parceria foi implementado, permitindo que os europeus trabalhassem livremente, especialmente no cultivo do café, e fossem remunerados com parte da produção.
Mas o projeto não teve sucesso, já que os imigrantes reclamaram de maus tratos, contraíram altas dívidas e acabaram se revoltando com a situação que viviam no país.
Lei de Terras
A partir de 1850, com a implantação da Lei de Terras, fica definido que o acesso à terra se daria apenas pela compra. Todas as outras formas de acesso a esse bem, utilizadas anteriormente, ficam suspensas com a nova lei.
O principal objetivo era dificultar o acesso dos imigrantes às terras do país, principalmente os pobres e ex-escravos. Como consequência dessa nova lei, a terra passou a ser vista como uma mercadoria e o processo de compra acabou gerando a concentração fundiária.
Surto industrial
Um episódio marcante do Segundo Reinado foi o surto industrial provocado pela disponibilidade de capitais que tomou conta do país por dois principais motivos: a exportação do café, que gerou renda para o mercado nacional, e a proibição do tráfico negreiro.
A indústria brasileira viveu um forte momento de desenvolvimento a partir da instauração da Tarifa Alves Branco, que taxava em ao menos 30% os produtos importados que não tivessem produção semelhante interna e até 60% para os produtos que já tivessem algum semelhante sendo produzido internamente.
Guerra do Paraguai
A Guerra do Paraguai ou Guerra da Tríplice Aliança é considerada o maior conflito do continente sul-americano, e foi motivado pelas intervenções do Brasil na política interna do Uruguai. Além disso, também aconteceu o projeto expansionista paraguaio, com ditador Solano Lopes em busca de uma saída para o Atlântico.
A Tríplice Aliança era formada por Brasil, Uruguai e Argentina. Algumas das principais ações ocorridas durante esse conflito foi o apresamento de um navio brasileiro, a invasão do Mato Grosso pelo Paraguai e a invasão do Rio Grande do Sul, Argentina e Uruguai feita pelo Paraguai.
Principais consequências da guerra do Paraguai para o Brasil
· O fortalecimento do exército;
· Aumento do ideal abolicionista;
· Aumento do republicanismo;
· Aumento da dívida externa.
Principais consequências desse conflito para o Paraguai
· Queda da economia;
· Aumento no número de mortos;
· Perda de territórios;
· Dívida externa.
Crise do império
Aos poucos, houve início a crise do império e o começo do declínio do poder de D. Pedro II. A crise do império foi marcada por uma série de questões que atingiram o mandato do monarca português de diversas maneiras.
· Questão religiosa: proibição de católicos na maçonaria;
· Questão militar: crescimento do exército, luta pelo abolicionismo, republicanismo e positivismo;
· Questão abolicionista: instauração da Lei do Ventre Livre, Lei dos Sexagenários e Lei Áurea, os latifundiários e escravocratas ficaram insatisfeitos e passaram a não apoiar o Imperador
Movimento Republicano e Queda do Império
O Manifesto Republicano marca a insatisfação com o império que controla o país e serve como ponto de partida para a queda do império. O Partido Republicano Paulista (PRP) é formado e composto por Evolucionistas e Revolucionários.
Em 15 de novembro de 1889, é realizado um golpe que vai acabar com o império de D. Pedro II e dar fim à monarquia no país. Temporariamente, o comando do país passa para o Marechal Deodoro da Fonseca, o 1º presidente que o país já teve. E o Brasil vê o Parlamentarismo ser substituído pelo Presidencialismo e a manutenção
da estrutura socioeconômica.
República Velha
República Velha é a denominação dada à primeira fase da República brasileira, que se estendeu da Proclamação da República em 15 de novembro de 1889 até a Revolução de 1930, liderada por Getúlio Vargas.
Tradicionalmente, a República brasileira é dividida em:
· República Velha (1889-1930)
· República Nova ou Era Vargas (1930-1945)
· República Contemporânea (1945 até nossos dias)
Primeiro Período da República Velha (1889-1894)
O primeiro período da República Velha ficou conhecido como República da Espada, em virtude da condição militar dos dois primeiros presidentes do Brasil: Deodoro da Fonseca e Floriano Peixoto.
No dia seguinte à proclamação organizou-se no Brasil um Governo Provisório, chefiado por Deodoro da Fonseca, que deveria dirigir o país até que fosse elaborada uma nova Constituição.
A primeira Constituição Republicana foi promulgada pelo Congresso Constituinte no dia 24 de fevereiro de 1891.
No dia seguinte, o congresso elegeu o Marechal Deodoro da Fonseca (1889-1891) - o primeiro presidente do Brasil e o vice Floriano Peixoto.
O novo governo trazia inúmeras divergências entre civis e militares. Contra Deodoro, já havia uma forte oposição no Congresso.
Assim, no dia 3 de novembro, Deodoro dissolveu o Congresso, que de imediato, organizou um contragolpe. Deodoro renunciou e entregou o poder ao vice-presidente Floriano Peixoto.
Floriano Peixoto (1891-1894) assumiu o cargo apoiado de uma forte ala militar. A dissolução do Congresso foi suspensa. A constituição determinava que fosse convocada novas eleições, o que não ocorreu.
Com essa atitude, Deodoro teve que enfrentar as revoltas das fortalezas de Lage e a de Santa Cruz, a Revolta Federativa e a Revolta da Armada, que causou 10.000 mortos.
Floriano governou pela força, recebendo o apelido de “Marechal de Ferro”.
Segundo Período da República Velha (1894-1930)
O segundo período da República Velha ficou conhecido como “República das Oligarquias”, por ser dominada pela aristocracia dos fazendeiros.
Na sucessão presidencial alternavam-se presidentes paulistas e mineiros. Nesse período apenas três presidentes eleitos (Hermes da Fonseca, Epitácio Pessoa e Washington Luís) não procediam dos Estados de Minas Gerais e de São Paulo.
Presidentes da República
Segue abaixo os presidentes que fizeram parte da República Velha, após a República da Espada, liderada pelos militares: Deodoro da Fonseca e Floriano Peixoto
Prudentes de Morais (1894-1898)
Prudente de Moraes foi o primeiro presidente civil da República. Assumiu o mandato em intensa agitação política. O “coronelismo”, poder político que existiu desde o império, teve seu apogeu na República Velha.
Os coronéis, cujos títulos eram reminiscentes dos tempos da Guarda Nacional, eram chefes políticos que influenciavam as mais altas decisões da administração federal.
O problema mais grave do governo de Prudente de Morais foi a “Guerra de Canudos” (1896 e 1897).
Campos Salles (1898-1902)
Campos Salles fez um acordo com as oligarquias agrárias, conhecido como “Política dos Governadores”, que consistia numa troca de favores e, assim, só os candidatos de situação ganhavam as eleições.
Rodrigues Alves (1902-1906)
Rodrigues Alves urbanizou e saneou o Rio de Janeiro, enfrentou a Revolta da Vacina, o Convênio de Taubaté e a questão do Acre. Rodrigues Alves foi reeleito em 1918, mas faleceu antes de tomar posse.
· Revolta da Vacina
· Convênio de Taubaté
Afonso Pena (1906-1909)
Afonso Pena realizou melhorias na rede ferroviária, com a ligação de São Paulo e Mato Grosso, modificou as Forças Armadas, estimulou o desenvolvimento da economia do país e incentivou a imigração.
O presidente faleceu antes de completar o mandato e foi substituído pelo vice Nilo Peçanha.
Nilo Peçanha (1909-1910)
Nilo Peçanha criou o Serviço de Proteção ao Índio (SPI), substituído, em 1967, pela FUNAI.
Hermes da Fonseca (1910-1914)
Hermes da Fonseca teve um governo marcado por convulsões sociais e políticas, tais como a “Revolta da Chibata”, a “Revolta dos Fuzileiros Navais”, a “Revolta do Juazeiro” e a “Guerra do Contestado”.
Venceslau Brás (1914-1918)
Seu mandato coincidiu com o período da Primeira Guerra Mundial, da qual o Brasil participou lutando contra a Alemanha.
Em seu governo foi promulgado o “Código Civil Brasileiro”. Nessa época, a gripe espanhola fez vítimas no Brasil.
Epitácio Pessoa (1918-1922)
No governo de Epitácio Pessoa foram realizadas obras para combater a seca no Nordeste, fez reformas no Exército e promoveu a construção de ferrovias.
Nessa época, cresceram as insatisfações contra a política do café com leite, como ficou conhecida a eleição de candidatos de São Paulo e Minas Gerais.
Em 1922 ocorreu a Revolta do Forte de Copacabana. O Modernismo explodiu o Brasil com a Semana de Arte Moderna.
Arthur Bernardes (1922-1926)
Arthur Bernardes governou todo o período em estado de sítio, para fazer frente às agitações políticas e sublevações de caráter tenentista. A situação econômica era crítica, inflação e queda no valor das exportações.
Durante esse período, sob o comando de Luís Carlos Prestes, a tropa revolucionária – que pretendia derrubar as oligarquias – percorreu mais de 20.000 km pelo interior do País.
Washington Luís ( 1926-1930)
O presidente Washington Luís tentou dar impulso à economia, construindo estradas, como a Rio-São Paulo e a Rio-Petrópolis. Foi deposto pela Revolução de 1930, pondo fim a política do café com leite.
República oligárquica 
A República Oligárquica (1894-1930) se caracteriza pela alternância de poder entre as oligarquias cafeeiras dos estados de Minas Gerais e de São Paulo.
Os presidentes desta época foram eleitos, na maioria das vezes, pelo Partido Republicano Paulista e o Partido Republicano Mineiro.
A partir dos anos 30, alguns historiadores chamam esta fase de Primeira República, República dos Coronéis ou República do Café com leite e ainda, República Velha.
Oligarquia
A palavra oligarquia vem do grego e significa “governo de poucos”. Assim, "oligarquia" designa um governo que é dominado por um grupo de pessoas ou famílias que está unido pela mesma atividade econômica ou partido político.
As oligarquias acabam formando grupos fechados rechaçam qualquer forma de pensamento diferente. Desta forma, mesmo na democracia, é possível haver casos de governos oligárquicos.
República Oligárquica no Brasil
No Brasil, o período é identificado quando as oligarquias rurais dominavam o cenário político brasileiro.
Normalmente, os presidentes eleitos eram do Partido Republicano Paulista (PRP), do Partido Republicano Mineiro (PRM). Esta prática era denominada política do café-com-leite em alusão as maiores riquezas geradas por estes dois estados.
Também o Partido Republicano Rio-Grandense (PRR) teve importante papel nesta época. Este partido buscava desequilibrar a balança entre esses dois estados, porém defendendo a oligarquia rural e as classes urbanas gaúchas.
Importante ressaltar que, nesta época, não existiam partidos políticos nacionais como atualmente e sim, partidos estaduais.
A exceção era o Partido Republicano Conservador (PRC) com partidários no Rio Grande do Sul e nos estados do nordeste.
Apesar de não ter conseguido eleger nenhum presidente, este partido tinha no senador gaúcho Pinheiro Machado seu grande representante na política brasileira.
O primeiro presidente civil eleito, após Marechal Floriano Peixoto, foi Prudente de Morais, apoiado pela oligarquia cafeeira paulista.
Seu mandato durou de 1894 a 1898 quando foi substituído pelo também paulista Campos Salles, do Partido Republicano Paulista.
Características da República Oligárquica
Os presidentes eleitos usavam sua influência política para beneficiar os cafeicultores e garantir sua permanência no poder.
Deste modo era importante construir alianças estaduais como a Política dos Governadores e assegurar o resultado eleitoral através da fraude. Esta prática ficou conhecida como Voto de Cabresto.
Os chefes locais que exerciam esta prática eram denominados coronéis, apesar de não estarem vinculados

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