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bx_12_CURSO_NV17_SEMI 04_HIS_C

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1
Segundo Reinado
07
Aula 
4C
História
 Primeira fase (1840-1850)
Com a antecipação da maioridade de D. Pedro, as elites buscavam consolidar 
o processo de centralização do país, enfrentando as manifestações populares 
e as de caráter separatista que afrontavam seus interesses mais caros.
Assim, a “tarefa” do novo Imperador era a de pacificar o país, vencendo as 
insistentes revoltas e organizando um sistema de convivência pacífica entre 
liberais e conservadores – facções políticas da própria elite – de forma que se 
evitassem novos transtornos e conflitos.
Em 1841, foi recriado o Conselho de Estado, que vinculava praticamente 
todas as decisões do Imperador à sua aprovação. Neste mesmo ano, foi tam-
bém reformulado o Código de Processo Penal, que retirou a autonomia das 
autoridades locais e submeteu a escolha de juízes ao poder central.
Assim, em meio à luta entre liberais e conservadores pelos espaços do poder, 
ia sendo gestada uma composição centralizadora e excludente de governo.
A elite brasileira, como se pôde perceber, não era assim tão homogênea, 
apesar de possuir dois pontos em comum que permitiam negociações em 
épocas de crise: a manutenção da escravidão e do latifúndio.
Por outro lado, a principal razão da discórdia ficava por conta da forma 
como o Estado deveria ser organizado. Os progressistas ou liberais desejavam 
um Estado descentralizado, enquanto regressistas ou conservadores lutavam 
por um governo central forte.
Liberais exaltados 
“farroupilhas”
Liberais moderados 
“chimangos”
Restauradores 
“caramurus”
1831-1834
Progressistas
Regressistas
1835-1837 1837-1870
Partido liberal
Partido conservador
Um exemplo de como as “bir-
ras” entre liberais e conservado-
res punham em risco a ordem 
desejada pela elite é a história do 
primeiro gabinete de D. Pedro II: 
formado majoritariamente por 
liberais, ficou conhecido como 
o Ministério dos Irmãos, dada a 
presença dos irmãos Andrada 
e dos irmãos Cavalcanti. Poste-
riormente, a eleição para a 
Câmara dos Deputados foi mar-
cada por fraudes e violência, 
ficando conhecida como a elei-
ção do cacete.
Em 1841, D. Pedro dissolveu 
a Câmara e o gabinete, entre-
gando-os aos conservadores. 
A reação dos liberais se deu na 
forma de uma revolta, em 1842, 
em São Paulo e Minas Gerais, li-
derada por Diogo Feijó e Teófilo 
Otoni. A repressão ficou ao en-
cargo de Caxias. Os chefes des-
sa Revolta Liberal foram poste-
riormente anistiados.
O tempo e a prática política, 
porém, acabaram por demonstrar 
mais afinidades do que discórdias. 
As atitudes tomadas pelos conser-
vadores no poder quase nunca eram 
reformuladas pelos liberais e estes, 
no governo, quase sempre contri-
buíam para a centralização do poder. 
Por isso, o historiador Oliveira Viana 
afirmou: Nada mais conservador que 
um liberal no poder e nada mais libe-
ral que um conservador na oposição.
2 Semiextensivo
Prova dessa “harmonia” de interesses foi a pró-
pria história da formação dos gabinetes neste pe-
ríodo da pacificação. Depois das turras dos primei-
ros anos (1840-1844), D. Pedro voltou a nomear um 
gabinete liberal, que não alterou em quase nada o 
que havia sido feito pelos conservadores, exceto 
anistiar os presos da Revolta Liberal de 1842. Em 
1848, voltaram os conservadores e, à exceção de 
pequenas brigas e disputas parlamentares, tudo 
continuou igual. Em 1853, assumiu o governo 
Honório Hermeto Carneiro de Leão, Marquês do 
Paraná, inaugurando a fase da Conciliação (1853- 
-1858), em que liberais e conservadores passaram 
a dividir o poder.
 O parlamentarismo 
no império
A partir de 1847, foi introduzido no Brasil o sistema 
parlamentarista de governo, com a criação do cargo 
de presidente do conselho de ministros. A adoção 
desse sistema contribuiu para diminuir sensivelmente 
as áreas de atrito entre as facções da elite, na medida 
em que permitiu um rodízio no poder entre liberais 
e conservadores, aliviando as tensões e disputas 
existentes.
Com isso, a participação das massas populares no 
processo político praticamente não existiu, consolidando 
o controle do poder pelos grandes proprietários rurais.
Imperador
(Poder Moderador)
Primeiro-Ministro
(Poder Executivo)
Câmara dos Deputados
(Poder Legislativo)
Outros 
Ministros
 tem 
 autoridade 
para dissolver
Cidadãos (voto censitário e indireto)
nomeia demite
elegem
nomeia
PARLAMENTARISMO NO BRASIL
É bem verdade que o parlamentarismo brasileiro 
funcionou às avessas do modelo original – o inglês –, 
pois aqui era o Imperador quem escolhia o presidente 
do gabinete e, se a Câmara fosse de outro partido, ele 
poderia dissolvê-la e marcar novas eleições.
Também é preciso lembrar que, ao contrário do modelo 
inglês, no parlamentarismo brasileiro quem continuava a 
enfeixar a maioria dos poderes de decisão era o Imperador 
e o Conselho de Estado e não o primeiro-ministro.
Este conjunto de medidas – repressão, parla-
mentarismo, conciliação – consolidou firmemente o 
domínio das elites rurais escravistas e as ideias con-
servadoras, com um forte controle do poder central 
sobre as províncias e a população.
 Última revolta social 
do império
A última grande manifestação de desacordo com 
essa nova configuração do Estado brasileiro partiu de 
Pernambuco, tradicional reduto liberal e palco de várias 
lutas emancipacionistas.
O movimento ficou conhecido com o nome de 
Praieira e ocorreu em 1848. Um grupo de liberais, 
contrários ao monopólio dos comerciantes portugueses, 
organizou o chamado Partido da Praia, em 1842, e passou 
a fomentar ideias revolucionárias, influenciadas inclusive 
pelo pensamento socialista utópico.
 Recife na época da Revolução Praieira
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Em 1848, a substituição do governador liberal 
Chichorro da Gama pelo conservador Herculano Pena foi o 
estopim da revolta, iniciada na Zona da Mata por Pedro Ivo.
Também lideraram este movimento Nunes Machado 
e Borges da Fonseca. Em 1849, foi lançado o Manifesto 
ao Mundo, propondo voto livre e universal, liberdade 
de imprensa, liberdade de trabalho, extinção do Poder 
Moderador, fim do monopólio português sobre o comércio 
e maior autonomia para as províncias.
Apesar de sua influência socialista, o Manifesto ao 
Mundo não propôs o fim da escravidão.
Aula 07
3História 4C
Em 1850, o movimento estava completamente sufocado. Seu fim marcou o 
“último suspiro” de revolta contra o modelo conservador, centralizador e exclu-
dente das massas populares. A segunda metade do século XIX vai conhecer o 
auge do Império, com ordem, paz social e domínio dos barões do café.
 Segunda fase (1850-1870)
A principal atividade econômica do período foi o café, produzido inicial-
mente na região conhecida como Vale do Paraíba e desenvolvido com uma 
estrutura muito semelhante à açucareira, ou seja, a plantation.
Rota do café – segunda metade do século XIX
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Na segunda metade do século XIX, a lavoura cafeeira expande-se para a 
região conhecida como oeste paulista.
Os fazendeiros fluminenses vão se tornar o sustentáculo econômico 
e político do Império, que em contrapartida defenderá seus interesses 
políticos e econômicos, particularmente a escravidão.
A decadência da cafeicultura do Vale do Paraíba, na segunda meta-
de do século XIX, indicará o declínio da própria estrutura monárquica.
Exportação de café em milhares de sacas de 60 kg, por decênio:
1821/30 3 178
1831/40 10 430
1841/50 18 367
1851/60 27 339
1861/70 29 103
1871/80 32 509
1881/90 51 631
O clima e o solo da região oeste paulista – a chamada “terra roxa” – eram 
muito favoráveis ao plantio do café. Além disso, os proprietários paulistas 
encontravam-se mais intensamente inseridos na dinâmica econômica do capi-
talismo, por esse motivo diferenciavam-se dos fazendeiros fluminenses, por sua 
qualidade e espírito empreendedor. 
Além disso,
 • usavam técnicas mais modernas 
para a produção do café, estabe-
lecendo assim maior produtivi-
dade e diminuindoos custos;
 • desenvolviam estrutura própria 
para a comercialização do café;
 • apesar de proprietários rurais, 
voltavam-se para a vida urbana, 
com seu luxo e novas invenções;
 • procuravam desenvolver novos 
tipos de relações de produção, 
iniciando a imigração em larga 
escala.
Surto industrial
Outra importante atividade 
que se destacou no Brasil da se-
gunda metade do século XIX foi a 
indústria. O país viveu um surto de 
crescimento econômico, devido a, 
principalmente, duas razões:
 • Em 1844, o governo liberal do 
ministro Alves Branco, apro-
veitando-se do fim do acordo 
de tarifas reduzidas com a 
Inglaterra, elevou os impostos 
sobre os produtos ingleses de 
30% a 60%. Essa medida, nas 
palavras do próprio ministro, 
visavam a não só preencher o 
deficit do Estado, como também 
proteger os capitais nacionais já 
empregados dentro do país, em 
alguma indústria fabril, e animar 
outros a procurarem tal destino.
 • Em 1850, ocorreu, após intensa 
pressão inglesa, a Lei Eusébio 
de Queirós, que pôs fim ao 
tráfico negreiro. Com isso, ficou 
impossibilitada a alocação de 
recursos para a compra de ne-
gros, o que gerou uma disponi-
bilidade de capitais, muitos dos 
quais destinados à atividade 
fabril.
A maior parte dos capitais 
que impulsionaram o primeiro 
surto industrial do país advie-
ram do café do oeste paulista.
4 Semiextensivo
O grande destaque desse perío-
do de desenvolvimento industrial 
foi Irineu Evangelista de Sousa, 
Barão e depois Visconde de Mauá.
 Visconde de Mauá
Coleção Roberto Paulo César de A
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O país cresceu movido por 
esse surto. Já na primeira década 
da segunda metade do século, 
estabeleceram-se mais de 60 novas 
empresas industriais, 14 bancos e 
mais de 60 companhias (de navega-
ção, seguros, mineração), além de 8 
novas estradas de ferro.
 Baronesa, a primeira locomotiva a va-
por do Brasil – Estrada de Ferro Mauá
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Um dos símbolos desse cres-
cimento industrial, vinculado 
igualmente ao café, foi o desen-
volvimento ferroviário. No perío-
do de 1870 a 1885 – época da ex-
pansão cafeeira paulista –, a rede 
ferroviária passou de 1 000 km 
para quase 9 000 km.
No entanto, essa característica 
de “surto” da indústria nacional 
compreendia um problema intrín-
seco: seu curto fôlego! A falta de 
capitais contínuos, a limitação do 
mercado de consumo e as pressões 
inglesas contribuíram para que o 
boom verificado logo esmorecesse.
As empresas Mauá são o melhor exemplo para ilustrar o que foi explicado 
acima. Em pouco tempo, todo o seu grande parque de empresas acabou falindo.
Diversos fatores contribuíram para isso:
• A pressão inglesa que levou o governo a decretar a Tarifa Silva Ferraz 
(1860), diminuindo as tarifas alfandegárias sobre os produtos estran-
geiros;
• A posição de Mauá contra a Guerra do Paraguai, que fez com que ele 
se indispusesse com o governo; além da sua defesa intransigente da 
abolição da escravatura.
A escravidão negra continuou a ser a tônica da mão de obra até o fim do 
século XIX. Desde o Período Joanino, havia forte resistência à exploração do 
trabalhador negro, principalmente por parte da Inglaterra.
Em 1845, o parlamento inglês aprovou a Bill Aberdeen, pela qual os 
comandantes das embarcações inglesas tinham poder para apreender 
navios negreiros em qualquer lugar, inclusive em águas brasileiras.
É verdade que essa lei foi também uma represália à Tarifa Alves Branco, mas 
inegavelmente teve o mérito de levar o governo brasileiro a tomar uma decisão 
definitiva em relação ao tráfico e a estimular a fundação de núcleos de colonos, 
retomando assim a política iniciada por D. João.
Na década de 40 do século XIX, o senador Nicolau de Campos Vergueiro 
trouxe portugueses para a sua fazenda Ibicaba, em São Paulo. Pouco de-
pois, traria suíços e alemães. Empolgado, criou a firma Vergueiro & Cia., 
cujo objetivo era centralizar o fornecimento de imigrantes não só para 
suas fazendas, como também para outros proprietários interessados.
 Grupo de colonos alemães, CA 1875
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Em 1850, o governo aprovou a Lei Eusébio de Queirós, pondo fim ao tráfico.
A imigração para a região oeste paulista tornou-se uma necessidade.
O fim do tráfico intensificou também a transferência de negros das 
regiões economicamente decadentes da região Nordeste para a região 
Centro-Sul. Esse fluxo, porém, não diminuiu o interesse pela solução da 
imigração.
Aula 07
5História 4C
No mesmo ano em que acabou o tráfico ne-
greiro (1850), o governo brasileiro aprovou a Lei 
de Terras, que visava à incorporação da terra e 
do trabalho à economia de mercado. A nova lei 
proibia a aquisição de terras públicas por qual-
quer meio que não fosse a compra. Ao dificultar 
a aquisição de terras, esperava-se que um maior 
número de pessoas “alugassem” o seu trabalho 
aos fazendeiros.
No que se refere à relação de trabalho entre imi-
grante e proprietário rural, inicialmente os fazendeiros 
adotaram o sistema de parceria, que consistia na divisão 
do produto da colheita entre o proprietário da terra e o 
lavrador que nela trabalhava. O primeiro entrava com o 
capital (terras, ferramentas, sementes, etc.), enquanto 
o segundo entrava com o trabalho. O lucro líquido era 
dividido em partes iguais.
O sistema de parceria não funcionou. As condições 
em que os lavradores ficavam eram muito precárias e, na 
divisão, o fazendeiro normalmente lesava o imigrante, 
aumentando de maneira enganosa as despesas, para 
fazê-lo permanecer sempre com débito no momento da 
divisão dos lucros.
A exploração dos colonos provocou, em 1857, 
uma revolta na fazenda Ibicaba, liderada por Thomas 
Davatz. A revolta atraiu a atenção dos governantes 
europeus, que impediram a vinda de novos imigrantes. 
O governo brasileiro passou então a subvencionar a 
vinda de estrangeiros e adotou o colonato, por meio 
do qual o imigrante recebia salário, além de parte da 
produção.
 A política externa no 
Segundo Reinado?
A política externa brasileira, na segunda metade 
do século XIX, caracterizou-se pela dependência em 
relação aos centros capitalistas europeus, notadamente 
a Inglaterra, e pela necessidade de preservar o espaço 
territorial e garantir áreas de livre comércio.
Essa última posição levou o governo brasileiro a 
intervir nos países platinos, a saber:
 • no Uruguai, em 1851, derrubando seu governante, 
Manuel Oribe;
 • na Argentina, em 1852, destituindo Juan Manuel Rosas;
 • no Uruguai, em 1864, desta vez derrubando Atanásio 
Cruz Aguirre;
 • no Paraguai, de 1864 a 1870, envolvendo o Brasil no 
maior conflito de sua história, contra as tropas de 
Francisco Solano López.
A Guerra do Paraguai
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Os governos nacionalistas da região do Prata alimen-
tavam aspirações de unificação e de fechamento das na-
vegações da bacia hidrográfica do Prata aos estrangeiros. 
Então, observe: tanto as pretensões de formação de um 
país forte fazendo fronteira com o Brasil quanto o prejuízo 
que o fechamento da bacia do Prata provocaria justifica-
vam, para o governo brasileiro, a política de intervenção.
O caso do Paraguai é exemplar. Além das razões 
acima comentadas, o Paraguai apresentava-se como 
uma ameaça à elite brasileira e inglesa, por ser um 
país autossuficiente, sem escravos, sem dívida ex-
terna e que realizou uma reforma agrária entregan-
do terras aos camponeses. Um país tão “diferente” 
poderia servir de “mau exemplo”, sendo, portanto, 
necessária a sua destruição.
A Guerra do Paraguai foi o mais longo conflito no 
qual o Brasil se envolveu (foram cinco anos de conflito). 
O exército brasileiro atuou em conjunto com tropas 
uruguaias e argentinas, formando a Tríplice Aliança. 
A guerra acabou em março de 1870, e os resultados – 
para os paraguaios – foram desastrosos.
Mas o Império não ficou impune à destruição provo-
cada no Paraguai. Houve um aumento considerávelda 
nossa dívida com a Inglaterra, além da formação de um 
inquietante espírito corporativista no exército.
Com a guerra, o “auge” do Império se arrefecia. 
Nuvens carregadas se aproximavam...
6 Semiextensivo
 Prisioneiros da Guerra do Paraguai
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inglês William Christie reagiu, exigindo uma indeni-
zação pela carga do navio e o pedido oficial de des-
culpas do governo brasileiro pelo acontecido aos 
seus oficiais. Não sendo atendido, Christie mandou 
prender cinco navios mercantes brasileiros como 
compensação, o que provocou reações antibritâni-
cas no Rio de Janeiro.
Indignado, o governo imperial submeteu a ques-
tão ao arbitramento do Rei da Bélgica, Leopoldo I, 
que deu ganho de causa ao Brasil.
Em 1865, já em plena Guerra do Paraguai, Eduard 
Thorton, enviado pela rainha Vitória, apresentou 
suas credenciais ao imperador D. Pedro II, que se en-
contrava em Uruguaiana para assistir à rendição das 
tropas do general paraguaio Estigarribia. Em nome 
dos interesses comuns contra o Paraguai, ingleses e 
brasileiros superaram a questão.
Testes
Assimilação
07.01. (UPF – RS) – O Brasil foi um dos países receptores de 
milhões de europeus e asiáticos que vieram para as Américas 
em busca de oportunidade de trabalho e ascensão social. 
Aproximadamente 3 milhões de estrangeiros entraram no 
Brasil entre 1887 e 1914, 72% do total de imigrantes que 
vieram para o continente americano. É correto afirmar que 
essa concentração se explica, entre outros fatores, pela 
a) forte demanda de força de trabalho para as lavouras de 
café. 
b) vinda de um forte contingente de japoneses fugidos da 
Primeira Guerra. 
c) necessidade de mão de obra altamente especializada para 
a indústria do Sul do país. 
d) política de imigração altamente subsidiada pelos gover-
nos italiano e japonês. 
e) excelente recepção oferecida aos imigrantes pelos usi-
neiros do Nordeste. 
07.02. (FUVEST – SP) – Examine a seguinte tabela:
Ano N.o de escravos que entraram no Brasil
1845 19.453
1845 50.325
1847 56.172
1848 60.000
Dados extraídos de Emília Viotti da Costa. Da senzala à colônia. São Paulo: Unesp, 1998.
A tabela apresenta dados que podem ser explicados 
a) pela lei de 1831, que reduziu os impostos sobre os 
escravos importados da África para o Brasil. 
b) pelo descontentamento dos grandes proprietários de 
terras em meio ao auge da campanha abolicionista 
no Brasil. 
c) pela renovação, em 1844, do Tratado de 1826 com a 
Inglaterra, que abriu nova rota de tráfico de escravos 
entre Brasil e Moçambique. 
d) pelo aumento da demanda por escravos no Brasil, em 
função da expansão cafeeira, a despeito da promulga-
ção da Lei Aberdeen, em 1845. 
e) pela aplicação da Lei Eusébio de Queirós, que ampliou 
a entrada de escravos no Brasil e tributou o tráfico 
interno. 
07.03. (ESPM – SP) – “Durante todo o reinado de 
D. Pedro II, foi necessário administrar conflitos com 
a Inglaterra, a maior potência econômica da época e 
acostumada, desde a época colo nial, a gozar de privi-
légios nas relações co merciais com o Brasil. Os atritos 
começaram logo em 1842, dois anos após a coroação, 
quando expirou o Tratado de Comércio de 1827. O 
governo de D. Pedro II decidiu não dar continuidade 
a essa política e o acordo de 1842 não foi renovado.”
(Sonia Guarita do Amaral. O Brasil como Império) 
Em 1861, o roubo da carga do navio Prince of 
Wales, que naufragou na costa do Rio Grande do Sul, 
e a prisão de oficiais ingleses que promoviam desor-
dens no Rio de Janeiro envolveram a diplomacia bra-
sileira na chamada Questão Christie. O diplomata
Aula 07
7História 4C
Ao não renovar o Tratado de Comércio de 1827, o governo 
de D. Pedro II adotou, em 1844,
a) a tarifa Alves Branco, uma medida prote cionista.
b) a decisão de romper relações diplomáti cas com a Ingla-
terra.
c) a decisão de conceder vantagens comer ciais para a 
França.
d) a decisão de substituir a Inglaterra pelos EUA na condição 
de principal parceiro comercial do Brasil.
e) a tarifa Silva Ferraz, que extinguiu a co brança de tributos 
sobre produtos impor tados. 
07.04. (UPF – RS) – No Segundo Reinado (1840-1889), 
alguns acontecimentos ocuparam lugar de destaque na 
política, com efeitos sobre o contexto socioeconômico e 
sobre as relações internacionais do Brasil. 
Considerando isso, associe os eventos da coluna 1 com a 
descrição equivalente na coluna 2.
1. Guerra do Paraguai ( ) Lei de extinção do tráfico 
atlântico de escravos para 
o Brasil. 
2. Lei Eusébio de Queirós ( ) Medida protecionista das 
manufaturas brasileiras.
3. Questão Christie ( ) Tríplice Aliança. 
4. Lei de Terras ( ) As terras públicas seriam 
vendidas e não mais 
doadas. 
5. Tarifa Alves Branco ( ) Incidente diplomático 
que levou ao rompimen-
to das relações entre 
Brasil e Inglaterra. 
A sequência correta de preenchimento dos parênteses, de 
cima para baixo, é: 
a) 1, 3, 5, 4, 2. 
b) 2, 5, 3, 4, 1. 
c) 2, 5, 1, 4, 3.
d) 3, 4, 1, 5, 2. 
07.05. (UNESP – SP) – No século XIX a música bra-
sileira teve sua maior expressão na obra de Antonio 
Carlos Gomes, aclamado uma personalidade musical 
da corte de dom Pedro II. A estreia de sua ópera “O 
Guarani” em 1870 nos teatros de Milão e do Rio de 
Janeiro trouxe-lhe reconhecimento internacional. A 
ópera inspira-se no romance indianista O Guarani, 
de José de Alencar, publicado em 1857, que narra 
um triângulo amoroso entre a jovem Cecília, o índio 
Pery e o português dom Álvaro.
(Coleção Folha grandes óperas. Carlos Gomes, vol. 07, 2011. Adaptado.)
Assinale a alternativa que se refere corretamente a fatos 
ocorridos na história do Brasil no período que se estende 
de 1850 a 1870. 
a) A colonização do Brasil ultrapassou os limites geográficos 
da linha de Tordesilhas, provocando conflitos permanen-
tes entre as metrópoles portuguesa e espanhola. 
b) A incorporação do território do Acre pelo Estado brasileiro 
promoveu um desenvolvimento econômico na região da 
bacia do rio Amazonas. 
c) O fim do tráfico de escravos da África para o Brasil au-
mentou o investimento de capital inglês que serviu para 
fomentar a modernização e o crescimento urbano do Rio 
de Janeiro. 
d) Com a proibição do tráfico de escravos, o governo imperial 
adotou uma série de medidas para facilitar o acesso da 
população brasileira à propriedade da terra. 
e) Em São Paulo, a produção do café continuou restrita à faixa 
litorânea e ao vale do rio Paraíba, regiões favorecidas pela 
fertilidade da terra roxa. 
Aperfeiçoamento
07.06. (UFPel – RS) – O gráfico está diretamente relacionado
População de escravos e 
imigrantes em São Paulo
180
160
140
120
100
80
60
40
20
0
milhares
anos 1872 1873 1874 1875 1876 1877
Escravos Imigrantes
15
6.
61
2
10
7.
82
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10
6.
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4.
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12
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77
11
.1
74
11
.0
54
16
.9
87
CAMPOS, Flávio de e Miranda, Renan Garcia. 
Oficina de História, São Paulo: Moderna, 2000. (Adaptado.)
a) à estabilidade do sistema escravista e à emigração europeia 
no século XIX, quando iniciou a industrialização paulista.
b) à crise do escravismo e à imigração europeia para o Brasil, 
em período de desenvolvimento da cafeicultura.
c) ao Ciclo da Mineração, quando escravos e imigrantes 
formaram o principal contingente de mão de obra.
d) ao processo de transição do escravismo colonial brasileiro 
para o trabalho assalariado durante o Primeiro Reinado.
e) à necessidade de manutenção de uma força de trabalho 
em torno de 150 mil pessoas no processo de industriali-
zação paulista, durante o Período Regencial.
8 Semiextensivo
07.07. (UFRGS) – Considere as seguintes afirmações sobre 
o processo escravista no Brasil.
I. As relações sociais entre senhores e escravos, no Brasil, 
eram definidas pelo equilíbrio de poder estabelecido 
pela miscigenação, conferindo à experiência histórica 
brasileira o caráter de “democraciaracial”.
II. Os africanos deportados da África para a América de-
senvolveram mecanismos de sociabilidade, constituindo 
famílias e formas de identidades sociais.
III. A Lei Áurea, além da emancipação dos escravos, decretava 
uma série de benefícios sociais e políticos para os libertos.
Quais estão corretas? 
a) Apenas I. 
d) Apenas I e II. 
b) Apenas II. 
e) I, lI e III. 
c) Apenas III. 
07.08. (FGV – SP) – Somente a partir de 1850 vai se 
observar um maior dinamismo no desenvolvimento 
econômico do país em geral e de suas manufaturas, 
em particular. O crescimento do número de empresas 
industriais se faria com relativa rapidez. Mas o que 
provocaria essas mudanças?
(Sonia Mendonça, A industrialização brasileira. p. 12)
É correto responder à indagação afirmando que 
a) a Câmara dos Deputados aprovou medidas restritivas às 
importações, como a proibição da entrada de mercado-
rias similares às já produzidas no país, e também criou a 
primeira política industrial brasileira. 
b) houve a importante contribuição do fim do tráfico de 
escravos para o Brasil, que possibilitou a disponibilidade 
de capitais, além dos efeitos duradouros da agricultura, 
especialmente do café. 
c) a nacionalização do subsolo brasileiro, presente na Cons-
tituição imperial, impulsionou os investimentos privados 
na exploração mineral, conjuntamente com os incentivos 
governamentais na criação de estaleiros. 
d) ocorreu uma rápida modernização dos grandes engenhos de 
açúcar do Nordeste em função dos financiamentos ingleses 
e, em 1851, fundou-se um banco estatal de desenvolvimento. 
e) acertou-se com a Inglaterra a renovação dos Tratados de 
1827, que ofereciam tarifas privilegiadas aos ingleses e 
estes, em contrapartida, proporcionavam transferência 
de tecnologia industrial. 
07.09. (UCS – RS) – Associe os períodos da História do 
Brasil Império, listados na Coluna A, às características que 
os identificam, indicadas na Coluna B.
Coluna A
1. Primeiro Reinado (1822 a 1831)
2. Período Regencial (1831 a 1840)
3. Segundo Reinado (1840 a 1889)
Coluna B
( ) Período conturbado, caracterizado pelas lutas entre 
restauradores, exaltados e moderados, assim como 
pelas rebeliões provinciais que colocaram em risco a 
integridade territorial e política do País.
( ) Caracterizou-se por ser um período de transição, mar-
cado por uma aguda crise econômica, financeira, social 
e política, com a divisão do Partido Brasileiro em duas 
facções: a conservadora e a liberal.
( ) Período em que a economia passou a ter o café como 
produto fundamental e foram realizados alguns refor-
ços industrializadores, dentre os quais, um dos mais im-
portantes, aquele empreendido pelo Barão de Mauá.
Assinale a alternativa que preenche corretamente os parên-
teses, de cima para baixo:
a) 1 – 2 – 3
d) 3 – 1 – 2
b) 3 – 2 – 1
e) 2 – 1 – 3
c) 2 – 3 – 1
Aperfeiçoamento
07.10. “E eu piso onde quiser, você está girando melhor, 
garota
Na areia onde o mar chegou, a ciranda acabou de co-
meçar, e ela é!
E é praieira!!! Segura bem forte a mão
E é praieira !!! Vou lembrando a revolução, vou lem-
brando a Revolução
Mas há fronteiras nos jardins da razão”
O trecho acima da música Praieira, de Chico Sciense, remete 
brevemente à Revolução Praieira de 1842-1849, ocorrida em 
Pernambuco. Essa revolução de caráter liberal tinha uma série 
de reivindicações, exceto:
a) a liberdade de imprensa.
b) a instituição do voto universal.
c) o fim do monopólio comercial dos portugueses.
d) o fim da propriedade privada dos meios de produção.
e) a extinção do poder moderador.
07.11. (UEL – PR) – No contexto histórico das transformações 
ocorridas no século XIX, que envolveram questões da identidade 
nacional e da política, no Brasil, após a abdicação de D. Pedro I, 
ocorreu uma grave crise institucional. As tentativas de supera-
ção por meio das Regências provocaram uma série de revoltas 
como a Sabinada (BA), a Balaiada (MA) e a Cabanagem (PA).
A superação da crise, que coincidiu com o fim do período 
regencial, deveu-se à 
a) antecipação da maioridade do príncipe herdeiro. 
b) consolidação da Regência Una e Permanente. 
c) formação e consolidação do Partido Republicano. 
d) fundação das agremiações abolicionistas. 
e) volta imediata de D. Pedro I às terras brasileiras. 
07.12. (PUCCAMP – SP) – A sociedade imperial brasileira 
herdou várias influências europeias. Além do sistema métrico, 
no Segundo Reinado adotou-se na prática o parlamentaris-
mo no Brasil, por influência inglesa. No entanto, este diferia 
do inglês, uma vez que o: 
a) partido que detinha a maioria no Parlamento indicava o 
primeiro-ministro, que muitas vezes vetou determinados 
projetos de lei provenientes do poder imperial. 
Aula 07
9História 4C
b) gabinete não dependia inteiramente do Parlamento mas, 
principalmente, do Poder Moderador. 
c) poder legislativo tinha autonomia política para indicar 
os membros do gabinete ministerial e para dissolvê-lo 
quando este fosse incompatível com o Senado.
d) parlamento brasileiro era mais democrático, pois previa a 
participação das mulheres nas eleições provinciais. 
e) imperador acumulava as funções de monarca e de primei-
ro-ministro, previsto inclusive na Constituição de 1824.
07.13. (FATEC – SP) – Após o golpe da maioridade, em 1840, 
a vida partidária brasileira resumiu-se a dois partidos: o antes 
partido progressista passou a chamar-se partido liberal e o 
regressista passou a chamar-se partido conservador. Pode-se 
considerar como característica desses partidos:
a) Os partidos do império sempre tiveram plataformas 
políticas bem definidas.
b) As divergências entre as várias classes da sociedade bra-
sileira estavam representadas nos programas partidários.
c) Do ponto de vista ideológico, não havia diferenças entre os 
liberais e conservadores, pois eram “farinha do mesmo saco”.
d) Os conservadores sempre estiveram no poder e os liberais 
sempre estiveram na oposição.
e) Ambos tinham influência ideológica externa nos seus 
programas, apesar de proibido por lei.
07.14. (MACK – SP) – A maior das guerras que a América 
Latina conheceu no século XIX foi a Guerra do Paraguai (1864-
-1870). Em 1865, os governos do Brasil, Argentina e Uruguai 
criaram a Tríplice Aliança contra o governo do presidente 
paraguaio Solano López. Sobre esse conflito considere as 
afirmativas a seguir.
I. A questão fundamental era a liberalização da bacia do rio 
da Prata para o comércio internacional, o que beneficiaria 
especialmente os interesses ingleses na região.
II. A expansão da economia paraguaia exigia que o país pu-
desse exercer controle sobre a navegação dos rios platinos. 
Com uma indústria florescente, o Paraguai necessitava 
escoar suas mercadorias através do estuário do Prata.
III. Os países integrantes da Tríplice Aliança foram financiados 
pelo capital inglês e, portanto, não tiveram suas econo-
mias prejudicadas pelo confronto armado.
Assinale 
a) se somente a afirmativa I estiver correta. 
b) se somente a afirmativa II estiver correta. 
c) se somente a afirmativa III estiver correta. 
d) se somente as afirmativas I e II estiverem corretas. 
e) se somente as afirmativas II e III estiverem corretas. 
07.15. (UNICAMP – SP) – A política do Império do Brasil 
em relação ao Paraguai buscou alcançar três objetivos. O 
primeiro deles foi o de obter a livre navegação do rio Para-
guai, de modo a garantir a comunicação marítimo-fluvial 
da província de Mato Grosso com o restante do Brasil. O 
segundo objetivo foi o de buscar estabelecer um tratado 
delimitando as fronteiras com o país guarani. Por último, 
um objetivo permanente do Império, até o seu fim em 
1889, foi o de procurar conter a influência argentina sobre 
o Paraguai, convencido de que Buenos Aires ambicionava 
ser o centro de um Estado que abrangesse o antigo vice-
-reino do rio da Prata, incorporando o Paraguai.
(Adaptado de Francisco Doratioto, Maldita Guerra: nova história da Guerra do 
Paraguai.São Paulo: Companhia das Letras, 2002, p. 471.)
Sobre o contexto histórico a que o texto se refere é correto 
afirmar: 
a) A Guerra do Paraguai foi um instrumento de consolidação 
de fronteiras e uma demonstração da política externa do 
Império em relação aos vizinhos, embora tenha gerado 
desgastes para Pedro II. 
b) As motivações econômicas eram suficientes para empre-
ender a guerra contra o Paraguai, que pretendia anexar 
territórios do Brasil, da Bolívia e do Chile, em busca de 
uma saída para o mar. 
c) A Argentina pretendia anexar o Paraguai e o Uruguai, mas 
foi contida pela interferência do Brasil e pela pressão dos 
EUA, parceiros estratégicos que se opunham à recriação 
do vice-reino do rio da Prata. 
d) O mais longo conflito bélico da América do Sul matou 
milhares de paraguaios e produziu uma aliança entre 
indígenas e negros que atuavam contra os brancos des-
cendentes de espanhóis e portugueses. 
07.16. (FATEC – SP) – Analise as afirmações sobre o contexto 
histórico da Guerra do Paraguai.
I. O Paraguai era governado por Francisco Solano López, e 
o Brasil era governado pelo imperador D. Pedro II.
II. O início da guerra está ligado à invasão da Argentina 
por tropas brasileiras, derrubando o presidente eleito 
pelo Partido Blanco e colocando candidato do Partido 
Colorado no poder.
III. Contra o Paraguai, os governos argentino, uruguaio e 
brasileiro formaram a Tríplice Aliança. 
IV. O resultado dessa guerra, para o Paraguai, foi não ter 
jamais se recuperado desse desastre militar; sua popu-
lação masculina foi praticamente dizimada. Para o Brasil, 
significou o fortalecimento do Exército e a contração de 
novos empréstimos, aumentando a dívida externa, para 
compensar os gastos com a guerra.
É correto o que se apresenta em
a) I, II e III, apenas.
c) I, III e IV, apenas.
e) I, II, III e IV.
b) I, II e IV, apenas. 
d) II, III e IV, apenas. 
07.17. (UERS) – Sobre a Guerra do Paraguai são feitas as 
seguintes considerações:
I. Para lutar contra o Paraguai, os governos do Brasil, Argen-
tina e Inglaterra se uniram e criaram a Tríplice Aliança.
II. A Guerra do Paraguai contribuiu para o enfraquecimento 
da monarquia brasileira na medida em que o exército 
voltou valorizado, defendendo os ideais republicanos e 
abolicionistas.
10 Semiextensivo
III. A maioria do exército brasileiro era formada pelos “vo-
luntários da pátria”, brancos pobres e escravos negros 
recrutados à força.
IV. A Inglaterra lucrou muito com os juros dos empréstimos 
feitos durante o conflito, com a venda de armas e através 
da abertura do mercado paraguaio aos seus produtos 
industrializados após a guerra.
Quais estão corretas?
a) Apenas I e II.
c) Apenas I, III e IV.
e) Apenas II, III e IV.
b) Apenas I, II e III. 
d) Apenas I, II e IV.
07.18. (UEL – PR) – A afirmação segundo a qual “o partido 
que sobe entrega o programa de oposição ao partido 
que desce e recebe deste o programa de governo” está 
relacionada aos partidos políticos atuantes no Brasil do 
Segundo Reinado (1840-1889). Sobre esse assunto, é 
correto afirmar: 
a) A forma democrática e descentralizada do parlamentarismo 
do Segundo Reinado garantiu ao Imperador governar em 
sintonia com os interesses dos partidos e da população. 
b) Os conservadores conduziam a vida partidária do Império, 
mas quem governava eram os liberais radicais, que ganha-
ram projeção com as revoltas provinciais após 1848. 
c) Sendo a “conciliação” um ideal presente na vida política do 
país, os partidos pouco se diferenciavam na prática.
d) Os partidos políticos do Império caracterizavam-se por 
suas plataformas políticas de atuação bem definidas e 
diferenciadas. 
e) As reformas eleitorais e o fim do tráfico negreiro no Segundo 
Reinado asseguraram a liberdade de atuação da Câmara 
dos Deputados.
Discursivos
07.19. (UFES) – Na imagem ao lado (autoria desconhecida), soldados brasi-
leiros se ajoelham diante da imagem de Nossa Senhora da Conceição, em 30 
de maio de 1868, em território paraguaio. Eles integravam as forças da Tríplice 
Aliança, que unia Brasil, Argentina e Uruguai. 
a) Identifique o conflito que envolveu a Tríplice Aliança. 
b) Aponte o impacto, para o fim da escravidão no Brasil, da presença de negros, ao lado de brancos e mulatos, nas tropas 
brasileiras que defenderam os países da Tríplice Aliança.
07.20. (UFG – GO) – Leia o texto e analise a imagem apresentados a seguir.
Pela linha paterna, o príncipe imperial descendia de reis e antepassados ilustres. D. Pedro II era o oitavo duque 
de Bragança, cuja família estava entrelaçada com os Capetos da França. Pela linhagem materna, D. Pedro era ligado 
ao imperador Francisco I, da Alemanha, da Áustria, da Hungria e da Boêmia, ele mesmo filho de Leopoldo II, impe-
rador da Alemanha e irmão de Maria Antonieta, mulher de Luís XVI. Ao mesmo tempo, isolado no Paço, esquecido 
em consequência das conturbações políticas e da doença da mãe, D. Pedro II se tornava o “órfão da nação”.
SCHWARCZ, L. M. As barbas do imperador: D. Pedro II, um monarca nos trópicos. São Paulo: 
Companhia das Letras, 1998. p. 47-49. (Adaptado).
Aula 07
11História 4C
O texto descreve a linhagem familiar de D. Pedro II, que descende de portugueses e austríacos, 
enquanto a imagem representa D. Pedro II criança, que seria considerado órfão da nação, 
desde a abdicação de seu pai. Diante do exposto e com base nos documentos, explique a 
associação entre
a) a linhagem familiar e as relações internacionais, no Império; 
b) a orfandade de D. Pedro II e a construção de um projeto de nação para o Brasil, no Segundo Império. 
 
PALLIÈRE, A. J., (1830). In.: 
SCHWARCZ, L. M. As barbas do 
imperador: D. Pedro II, um monarca 
nos trópicos. São Paulo: Companhia 
das Letras, 1998. s. p.
07.01. a
07.02. d
07.03. a
07.04. c
07.05. c
07.06. b
07.07. b
07.08. b
07.09. e
07.10. d
07.11. a
07.12. b
07.13. c
07.14. d
07.15. a
07.16. c
07.17. e
07.18. c
07.19. a) O conflito é a “Guerra do Paraguai” 
(para os paraguaios foi a Guerra da 
Tríplice Aliança). Segundo a visão 
brasileira, a guerra foi causada pela 
política militarista e expansionista do 
Paraguai, que pretendia conquistar, à 
força, uma saída para o mar, através 
do rio da Prata.
 b) A presença de negros – na maioria 
escravos – nas fileiras do exército 
foi de grande importância. Apesar 
do número inferior ao de brancos, 
a mortalidade de negros foi muito 
maior. Muitos negros foram para a 
guerra alforriados ou com a promes-
sa de alforria. Acabada a guerra, cria-
-se uma contradição em parcela sig-
nificativa da sociedade urbana, pois 
dentre os heróis que voltavam da 
guerra, alguns eram negros. Tal con-
dição contribuiu para o movimento 
abolicionista, assim como o fato de 
os militares serem marginalizados 
pelo império escravista.
07.20. a) A linhagem familiar no Antigo Regi-
me constituía o tamanho da influên-
cia internacional de um membro de 
qualquer casa real. Quanto maior a 
linhagem familiar, maiores as relações 
internacionais, uma vez que a linha-
gem familiar, em especial pelo lado 
paterno, estabelecia laços políticos e 
de sucessão de tronos. 
b) A “orfandade” de Pedro II se deveu, 
além da morte da mãe, à abdica-
ção ao trono por parte de seu pai, 
D. Pedro I. Ao deixar o trono brasileiro, 
D. Pedro I voltou para a Europa, dei-
xando Pedro II, então com 5 anos, aos 
cuidados de José Bonifácio. O Brasil 
entrava, então, no Período Regencial. 
A partir disso, Pedro II começou a ser 
preparado para assumir o trono, e 
todo um projeto de nação foi confi-
gurado a partir de sua imagem, que 
passou por um processo de “envelhe-
cimento”, na busca por uma sensação 
de maturidade. O golpe da maiorida-
de, que fez com que Pedro II assumis-
se o trono com 14 anos, é uma prova 
de que nossos políticos associavam o 
projeto de nação brasileira à figura de 
nosso segundo imperador.
Gabarito
12 Semiextensivo
Aula 08
A crise do Império (1870-1889)
4C
História
Durante todo oImpério, o exército exerceu funções 
de polícia, reprimindo rebeliões e perseguindo negros 
foragidos. Desconsiderados socialmente e tendo de 
dividir importância com a Guarda Nacional, os militares 
estavam longe de representar uma força influente, 
embora fossem muito importantes para o esquema 
repressor e excludente da monarquia.
A Guerra do Paraguai mudou essa relação de forças. 
O conflito intenso e duradouro forjou, nos militares, além 
da experiência adquirida, um espírito de corpo, orgulho 
e, principalmente, consciência de sua importância como 
peça-chave para a manutenção dos privilégios da aristo-
cracia encastelada no poder.
Após a guerra, questões até então “engolidas” sem 
discussão começaram a gerar fortes atritos, como, por 
exemplo, o atraso nos pagamentos de pensões a órfãs e 
viúvas. Além disso, os contatos com uruguaios e argentinos 
– aliados do Brasil durante a guerra – permitiram a difusão, 
entre os militares, de ideias republicanas e abolicionistas 
que os colocavam frontalmente contra o governo.
O estopim da crise dos militares contra o governo foi 
a punição de dois militares. Em 1884, o tenente-coronel 
Sena Madureira atacou pela imprensa um projeto do 
governo que visava a reformar um programa de auxílio 
aos militares. Em consequência disso, Sena Madureira foi 
punido, com base em uma lei que impedia os militares 
de se manifestarem pelos jornais. Em 1886, no Piauí, 
o mesmo ocorreu ao coronel Cunha Matos, que pelos 
jornais rebateu uma acusação contra a sua honra.
Os militares não aceitaram mais essas discriminações 
e manifestaram insatisfação de forma clara e contunden-
te. Um ar de conspiração começou a rondar os quartéis, 
e as ideias republicanas ganharam mais adeptos.
Nesse mesmo período, o governo também andava 
às rusgas com a Igreja Católica. As razões da chamada 
Questão Religiosa foram as seguintes:
Na década de 70 do século XIX, o papa Pio IX, 
por conta de sua oposição ao processo da unificação 
italiana, comprou uma briga com a maçonaria – que 
apoiava a unificação – e determinou a exclusão dos 
As transformações econômicas e sociais que mar-
caram a segunda metade do século XIX promoveram 
o fortalecimento de novos grupos sociais, abalando o 
poder da oligarquia cafeeira do Vale do Paraíba.
Entre os principais grupos que “emergiram” nesse 
período, é importante citar:
 • a população urbana, “engrossada” por contigentes 
significativos da massa de imigrantes que, vinda da 
Europa para trabalhar nas lavouras, deslocou-se para 
as cidades;
 • a classe média – igualmente urbana –, formada por 
funcionários públicos, comerciantes, profissionais 
liberais e militares;
 • cafeicultores do oeste paulista.
Esses grupos, com maior ou menor grau de influên-
cia, determinaram a formação do Partido Republicano.
Como você se lembra, no Segundo Reinado havia 
dois partidos políticos: o Liberal e o Conservador. O 
Partido Liberal, que se caracterizava por posturas 
descentralizadoras, em 1868, dividiu-se em dois 
grupos: moderado e radical. A ala radical acabou 
evoluindo para assumir claramente posições re-
publicanas. Em 1870, é publicado o Manifesto 
Republicano. Em 1873, reúne-se, em Itu, a Primeira 
Convenção Republicana.
Porém, não foi o fortalecimento dos republicanos o 
fator decisivo para se entender o fim do governo monár-
quico, mas o enfraquecimento da monarquia. À medida 
que D. Pedro insistia em manter o conservadorismo polí-
tico e a escravidão, seu governo ia se isolando, perdendo 
apoios tradicionais, como o dos ingleses, no campo 
externo, o da Igreja e dos cafeicultores, no campo interno.
Essa perda das bases de apoio da monarquia 
facilitou enormemente o trabalho dos republicanos, 
mesmo considerando que tal movimento nunca atingiu 
as massas, apesar das propagandas nos jornais.
A Questão Militar foi o primeiro grande desgaste a 
contribuir decisivamente para a queda do Império.
Aula 08
13História 4C
maçons da Igreja. Ora, no Brasil os maçons sempre 
tiveram enorme prestígio e influência política. Basta 
dizer que, naquele momento, o primeiro-ministro do 
Brasil, Visconde do Rio Branco, era maçom.
D. Pedro resolveu então impedir a aplicação da 
determinação papal no Brasil.
Como já estudamos, a Constituição de 1824 
estabelecia a vinculação entre o Estado e a Igreja 
Católica, que se tornava a única religião oficial, es-
tabelecendo o Estado uma série de restrições aos 
outros credos religiosos. Por outro lado, o governo 
passava a ter uma maior interferência nos assuntos 
da Igreja, inclusive na sua organização. Os dois ins-
trumentos de controle eram o padroado, que dava 
ao Imperador o poder de nomear padres e bispos, 
e o beneplácito, que permitia o veto de decisões 
do Papa no Brasil.
A decisão de D. Pedro não foi aceita por todos os 
prelados. Dois bispos – D. Vital de Oliveira, de Olinda, 
e D. Macedo Costa, do Pará – resolveram desobedecer 
ao Imperador e ordenaram que as irmandades de suas 
dioceses expulsassem os maçons.
D. Pedro reagiu à insubordinação e mandou pren-
der os bispos.
A Igreja protestou veementemente contra esta 
interferência, e a população, fortemente religiosa, viu 
com péssimos olhos a atitude do governo. Mesmo o 
fato de D. Pedro ter anistiado os bispos, pouco tempo 
depois, não adiantou grande coisa. A confiança entre 
o Estado e a Igreja estava quebrada...
Enfim, o governo ainda teve de enfrentar a 
Questão Servil:
Fica claro por que, para a elite, a escravidão não 
deveria acabar nunca... 
Após a saga pelo fim do tráfico, consubstanciada pela 
Lei Eusébio de Queirós, que contou com sólido apoio 
inglês, as pressões passaram a ser pela abolição, e agora 
o empenho não vinha apenas de fora, mas também da 
classe média – intelectuais, jornalistas, militares –, dos 
cafeicultores paulistas e, é lógico, dos negros.
O governo e a elite escravocrata, porém, resistiam à 
ideia da abolição, embora não pudessem simplesmente 
ignorá-la. Tentando ganhar tempo, a elite aprovou leis 
protelatórias, como foi o caso da Lei Visconde do Rio 
Branco, que ficou conhecida como Lei do Ventre Livre, 
tornando livres todos os filhos de negros escravos nasci-
dos a partir da data de sua promulgação (1871).
Era a certeza do fim da escravidão... a longo prazo!
Entretanto, a lei continha algumas “armadilhas” 
que visavam a garantir o direito de explorar a mão de 
obra negra até o limite:
Parágrafo 1.o – Os ditos filhos menores ficarão 
em poder e sob autoridade dos senhores e de suas 
mães, os quais terão a obrigação de criá-los e tratá- 
-los até a idade de oito anos completos. Chegando 
o filho da escrava a esta idade, o senhor da mãe 
terá opção, ou de receber do Estado a indeniza-
ção de 600 mil réis, ou de utilizar-se dos serviços 
do menor até a idade de 21 anos completos. Essa 
lei criava, também, um Fundo de Emancipação 
para libertar, anualmente, determinado número 
de escravos.
No final da década de 70 do século XIX, a campa-
nha abolicionista intensificou-se.
Os defensores do fim da escravidão dividiram-se 
em moderados – defensores da abolição via solução 
parlamentar – e radicais – pregavam a participação 
dos escravos na luta pela abolição.
Exemplos da participação dos negros na luta 
pela abolição não faltaram, como é o caso dos 
caifases, que estimulavam invasões a fazendas e 
promoviam fugas em massa. Particularmente para 
os fazendeiros paulistas, a defesa da abolição es-
tava ligada não só aos aspectos econômicos, mas 
também objetivava evitar o caos provocado por 
essas ações.
No início da década de 80 do século XIX, multipli-
caram-se os jornais antiescravistas. Os jangadeiros no 
Nordeste se recusaram a embarcar ou desembarcar 
cativos. As províncias do Ceará e do Amazonas, em 
1884, libertaram seus escravos. Além de toda a pressão 
social, a convicção de que a escravidão não era mais 
econômica motivou a maior parte dessas atitudes.
Os cafeicultores do Vale do Paraíba, porém, conti-
nuavam resistindo. Em 1885, apesar de seus protestos, 
foi aprovada a tímida Lei Saraiva Cotegipe,conhecida 
como Lei dos Sexagenários, que determinava a liber-
tação dos negros com mais de 60 anos de idade. Era 
quase uma piada, até porque, na avidez de explorar o 
negro o máximo possível, a lei o obrigava a trabalhar 
por mais três anos após libertado.
14 Semiextensivo
Fu
n
d
aç
ão
 B
ib
lio
te
ca
 N
ac
io
n
al
AGOSTINI, Ângelo. Caricatura. Povo quer libertação. 
Revista Ilustrada, n. 409, 11 abr. 1885.
Em 1887, o exército anunciava publicamente que 
não perseguiria mais negros fugidos e, consequente-
mente, o Estado ficava sem a máquina repressiva para 
garantir a escravidão.
Finalmente, em maio de 1888, a Câmara aprovou lei 
que aboliu a escravidão. Era a Lei João Alfredo, conheci-
da como a Lei Áurea, assinada pela Princesa Isabel.
 Conde D’Eu, Dom Pedro II, Imperatriz Cristina e Princesa Isabel
A lei acabava com a escravidão quando não mais 
que 5% da população era escrava. Beneficiava os setores 
mais progressistas, que poderiam agora expandir as 
formas assalariadas de mão de obra. Os fazendeiros es-
cravocratas reclamaram mais da falta de indenização do 
que da abolição propriamente dita, de resto inevitável. 
Sentindo-se lesados pelo governo, os fazendeiros do 
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Vale do Paraíba abandonaram o Imperador. Era o último 
pilar de sustentação da monarquia.
A todos os fatores que contribuíram para o iso-
lamento de D. Pedro II, somam-se ainda o fato de 
ser o Brasil a única monarquia da América e também 
a difícil questão da sucessão: a herdeira do trono, a 
Princesa Isabel, era casada com um francês, o Conde 
d’Eu, muito malvisto pelos brasileiros.
 A proclamação da 
República?
A proclamação começou pelas mãos dos militares, 
que receberam o apoio da classe média e dos cafeicul-
tores. O processo foi tão rápido e sem resistência que o 
povo nem ficou sabendo. Nas palavras de um proclama-
dor, Aristides Lobo: A participação popular foi nula. O 
povo assistiu a tudo bestializado, pensando tratar-se de 
uma parada militar.
O próprio Império parecia não acreditar que algo 
pudesse ocorrer, apesar das evidências. No dia 9 de 
novembro, uma semana antes da proclamação, D. Pedro 
deu uma grande festa, o baile da Ilha Fiscal, para 4 500 
convidados, a um custo de mais de 250 contos de réis. 
Uma fortuna!
As ações antimilitaristas do primeiro-ministro 
Visconde de Ouro Preto foram o estopim do movimen-
to que pôs fim ao Império. Essas ações revoltaram os 
militares, que, apoiados pelos civis republicanos, come-
çaram a organizar efetivamente a queda do governo.
No dia 9 de novembro, Benjamin Constant assumiu a 
organização do movimento contra o Primeiro-Ministro. 
No dia 10, o marechal Deodoro da Fonseca, embora 
acamado, aceitou chefiar a conspiração golpista, então 
marcada para o dia 20.
Um boato de que o governo havia determinado 
a prisão dos militares envolvidos na conspiração, 
espalhado pelo major Sólon Sampaio, antecipou os 
acontecimentos para a madrugada do dia 15. Constant 
e Deodoro dirigiram-se para o Campo de Santana, onde 
se encontrava o Primeiro-Ministro. As tropas que o pro-
tegiam aderiram aos revoltosos. 
Ouro Preto teve uma áspera discussão com Deodoro, 
mas, sem alternativa, aceitou a situação. Na praça, muitos 
militares saudaram a República. Na tarde do dia 15, após 
breve hesitação de Deodoro, foi proclamada a República. 
D. Pedro estava em Petrópolis e foi comunicado apenas 
no dia 16, quando retornou da viagem. No dia 17, com sua 
família e amigos, partiu para o exílio, na Europa. O país ini-
ciou a nova fase sem planos muito claros. “Foi a Monarquia 
que caiu, não as ideias republicanas que prevaleceram”.
Aula 08
15História 4C
 República da Espada (1889-1894)
A Proclamação da República foi resultado de uma combinação nada 
homogênea: exército, fazendeiros de café do oeste paulista e classe média 
urbana. Os militares, influenciados pelas ideias positivistas, defendiam um 
governo forte; os cafeicultores, ao contrário, advogavam o federalismo e a 
defesa de uma economia marcadamente agroexportadora; a classe média 
queria desenvolvimento industrial e modernização das cidades. Essa mistura 
obviamente provocou conflitos e disputas pelo poder. O domínio dos cafei-
cultores, no entanto, foi hegemônico; não foi, porém, em momento algum, 
tranquilo.
Fica evidente pela descrição acima que uma coisa que faltava no go-
verno republicano era “povo”. A composição elitista que acabou por pre-
valecer na República brasileira aprofundou sensivelmente os problemas 
da população, provocando explosões sociais muito intensas e repressões 
mais violentas ainda.
Didaticamente, denominamos a primeira fase da República brasileira – 
de 1889 a 1930 – de Primeira República ou República Velha, que por sua vez 
se divide em dois períodos: República da Espada (1889-1894) e República 
do Café (1894-1930).
Autor Anônimo. Alegoria à Proclamação da República e à Partida da Família Real. Séc. XIX. 1 
óleo sobre tela: 82,5 cm × 103 cm. Fundação Maria Luisa e Oscar Americano, São Paulo.
 Representação alegórica de Deodoro, entregando a bandeira da República à Nação.
O curto período denominado República da Espada deve seu nome ao 
controle exercido pelos militares, principalmente os marechais Deodoro da 
Fonseca e Floriano Peixoto.
Como foi o governo de Deodoro?
Como se dizia na época, Deodoro da Fonseca, como presidente, foi um 
ótimo general, pois desejava governar o país como quem comandava um 
quartel. Dono de um temperamento difícil, intransigente mesmo, Deodoro 
cercou-se rapidamente de problemas e desafetos, e o seu governo provisório 
(1889-1891) refletiu esse espírito, sendo marcado por fortes turbulências.
As duas crises de maior destaque foram:
 • Encilhamento: a política econô-
mica do primeiro governo repu-
blicano, dirigida pelo jurista Rui 
Barbosa, buscou estimular o de-
senvolvimento industrial do país. 
Para isso, o governo realizou uma 
reforma bancária, permitindo aos 
bancos que realizassem emissões 
de dinheiro, com o objetivo de 
financiar projetos industriais.
Essas mudanças, no entanto, não 
surtiram o efeito desejado. Pelo con-
trário, provocaram forte reação dos 
cafeicultores e dos ingleses, preocu-
pados com seus negócios. Some-se 
a isso que a injeção de dinheiro no 
mercado gerou um corre-corre aos 
bancos de todos os embusteiros e 
malversadores da cidade, os quais 
desviaram os recursos e os aplicaram 
nas bolsas de valores ou nas corridas 
de cavalos.
 Rui Barbosa
Para quem ache que o 
Governo Provisório só tomou ati-
tudes “desastrosas”, vale ressaltar 
que, tão logo assumiu, Deodoro 
adotou medidas importantes 
para consolidar a alteração do re-
gime político do país, tais como:
• adoção do federalismo, com 
a transformação das provín-
cias em estados;
• extinção do Conselho de Es-
tado;
• separação entre Igreja e Es-
tado;
• grande naturalização.
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16 Semiextensivo
A primeira Constituição republicana foi promulgada 
no dia 24 de fevereiro de 1891. Com influência marca-
damente norte-americana, apresentou as seguintes 
características:
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 Entrega da pena de ouro, doada pelos ministros e auxiliares, 
para Deodoro assinar o projeto da Constituição. Palácio do Ita-
maraty, junho de 1890.
 • tipo de Estado federalista. Os estados-membros 
passaram a gozar de ampla autonomia;
 • divisão das funções do poder em Legislativo, Execu-
tivo e Judiciário. O Poder Moderador foi extinto;
 • fim da vitaliciedade do Senado. Os senadores – 2 por 
Estado – seriam eleitos diretamente para mandatos 
de 9 anos;
 • estabelecimento do voto universal para maiores de 
21 anos, com exceção das mulheres, analfabetos, 
praças de pré, mendigos e membros de ordens 
religiosas;• eleição direta para presidente, com exceção da 
primeira, para um mandato de 4 anos.
 Cédula de votação das eleições de 1891
No dia 25 de fevereiro, foi realizada a eleição presi-
dencial. Deodoro, candidato contra Prudente de Morais, 
preferido dos cafeicultores, não admitia a derrota, 
por isso os militares pressionaram os congressistas a 
votarem no velho Marechal. Pairava no ar a ameaça de 
fechamento do Congresso.
Deodoro acabou sendo eleito, com 129 votos. O vice 
foi o também marechal Floriano Peixoto. Curioso é que 
os dois militares não se entendiam. Floriano, na verdade, 
foi eleito pela chapa de Prudente, pois nessa época a 
eleição para presidente e vice eram distintas. Então, veja 
como a primeira eleição para presidente da República 
foi confusa: além de o Congresso ter sido pressionado 
a votar em quem não queria, venceu o presidente por 
uma chapa e o vice por outra. Floriano obteve 153 votos, 
ou seja, foi mais votado que o presidente e desafeto 
Deodoro da Fonseca.
O chamado Governo Constitucional de Deodoro 
terminou como começou: em confusão. Sem apoio 
do Partido Republicano Paulista, hostilizado pelo 
Congresso e com um ministério medíocre que não o 
ajudava em nada, Deodoro isolou-se de tal maneira que 
não conseguiu impor a sua vontade sequer nos menores 
atos administrativos.
Sem alternativa, no dia 3 de novembro de 1891, o 
presidente fechou o Congresso Nacional, contrariando 
frontalmente as determinações constitucionais.
FIGUEIREDO, Aurélio. Compromisso Constitucional. 1 óleo sobre tela. 
Museu da República.
 Posse Constitucional de Deodoro da Fonseca e Floriano Peixoto 
a 26 de fevereiro de 1891, logo após a promulgação da 1a. Cons-
tituição Republicana
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Aula 08
17História 4C
As reações não tardaram: a Armada – que era como 
se chamava a marinha na época –, liderada pelo almi-
rante Custódio de Melo, revoltou-se, e o Rio de Janeiro 
ficou sob a ameaça dos canhões dos navios ancorados 
na Baía de Guanabara.
Para evitar um conflito interno e de consequências 
imprevisíveis, o marechal Deodoro resolveu renunciar, 
em 23 de novembro. Assumiu Floriano, com a obrigação 
de cumprir o dispositivo constitucional que, no artigo 42, 
determinava: (...) se, no caso de vaga, por qualquer causa, 
da presidência, não houverem decorrido dois anos do 
período presidencial, proceder-se-á a novas eleições.
 O governo Floriano Peixoto 
(1891-1894)
Apoiado pelas forças armadas e pelos cafeicultores 
paulistas, Floriano declarou sem efeito a dissolução do 
Congresso Nacional, porém logo depois determinou a 
ilegal exoneração de todos os governadores dos esta-
dos, com exceção do Pará.
Floriano foi também pressionado a marcar novas 
eleições, porém não se intimidou e afirmou o desejo de 
ficar no cargo até o término do seu mandato.
A pressão envolveu inclusive seus colegas de armas. 
Treze generais assinaram um manifesto, afirmando ser o go-
verno Floriano inconstitucional. O presidente simplesmente 
reformou os generais, impondo-lhes a aposentadoria.
A marinha revoltou-se novamente e, mais uma vez, 
sob o comando de Custódio de Melo. Outros militares 
aderiram, como o almirante Saldanha da Gama, conheci-
do por suas posições monarquistas.
Para complicar ainda mais o quadro institucional, agra-
vou-se, no Rio Grande do Sul, o conflito conhecido como 
Revolução Federalista. Fruto de uma luta pelo poder 
estadual, a revolução opunha dois grupos: os pica-paus, 
liderados por Júlio de Castilhos, defendiam um governo 
forte, de inspiração positivista; e os maragatos, chefiados 
por Silveira Martins, defendiam o parlamentarismo e a 
autonomia municipal, isso sem contar que formavam, na 
verdade, uma colcha de retalhos ideológica, unidos pelo 
desejo de arrebatar o poder de Júlio de Castilhos.
O apelido pica-paus dado aos castilhistas era devi-
do ao armamento que usavam, enquanto maragatos 
era um termo pejorativo de origem castelhana, que 
significava pessoa desqualificada.
O conflito, originalmente de natureza regional, aca-
bou generalizando-se à medida que Floriano explicitou 
seu apoio aos castilhistas. Custódio de Melo partiu do 
Rio de Janeiro, tomou o litoral de Santa Catarina e or-
ganizou um governo rebelde com sede em Desterro. Os 
maragatos avançaram para lá e aliaram-se aos rebeldes 
da Armada. A oposição juntou suas pontas e ganhou um 
objetivo comum: derrubar Floriano Peixoto.
Após a ocupação de Santa Catarina, os rebeldes con-
ceberam um plano para atacar o Paraná em três frentes: 
Paranaguá, Tijucas e Lapa, concentrando-se em Curitiba, 
onde organizariam o ataque a São Paulo e, depois, ao 
Rio de Janeiro.
Na Lapa, porém, os rebeldes encontraram inesperada 
resistência dos florianistas, liderados pelo coronel Gomes 
Carneiro. Apesar de tomarem a cidade, o Cerco da Lapa, 
como ficou conhecido, retardou a ação dos maragatos e 
deu ao presidente tempo para organizar a contraofensiva.
Floriano Peixoto aparelhou uma nova Armada – adqui-
rindo navios nos Estados Unidos – e desbaratou os rebeldes 
liderados por Saldanha da Gama. Além disso, organizou 
suas tropas em São Paulo e as despachou para o Sul, como 
um rolo compressor sobre os maragatos. A repressão foi 
violenta e deixou um saldo de mais de 10 mil mortos.
 Grupo de Federalistas, 1893
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Em 1894, Floriano anun-
ciou a sucessão presidencial. 
Ao contrário do que dese-
javam seus correligionários, 
nem aventou a hipótese de 
permanecer no poder, nem 
a de indicar seu sucessor 
militar. Abria-se assim espaço 
para que finalmente as oligar-
quias cafeeiras assumissem o 
controle político do país.
Floriano, por sua ação contra a desagregação social e 
as manifestações saudosistas dos adeptos da monarquia, 
ficou conhecido como o Consolidador da República. 
Pela forma brutal de reprimir as revoltas e por seu jeito 
direto e franco de governar, passou à história como o 
Marechal de Ferro.
Com o término de seu mandato, findava também a 
República da Espada. Abriam-se alas para os senhores 
do café!
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18 Semiextensivo
Testes
Assimilação
08.01. O Império brasileiro passou por grandes transfor-
mações econômicas a partir, principalmente, de meados 
do século XIX. Qual das seguintes causas de mudanças na 
estrutura econômico-social do país contribuiu diretamente 
para a crise da Monarquia? 
a) Assinatura da Lei Áurea. 
b) Aprovação da Lei de Terra. 
c) Promulgação do Código Comercial. 
d) Financiamento de empresas do Barão de Mauá. 
e) Instituição das Tarifas Alves Branco. 
08.02. (FDS – SP) – No Brasil, a abolição da escravatura
a) prescindiu da ação dos escravos, pois sua resistência 
limitou-se ao período colonial.
b) ocorreu de forma abrupta, por decreto do governo, ao 
contrário dos Estados Unidos.
c) foi um processo gradual, que não garantiu a integração 
plena dos ex-escravos.
d) assegurou o imediato direito de voto aos negros, assim 
como nos Estados Unidos.
e) vinculou-se à expansão do capitalismo comercial, em 
busca de novos mercados.
08.03. (UFRGS) – Leia o segmento abaixo, escrito entre os 
dias 18 e 19 de maio de 1888.
O momento político e social é grave, gravíssimo. Os 
problemas que nos assediam, a despeito de havermos 
arredado o trambolho da questão servil, são ainda 
muito sérios, são da índole daqueles que decidem o 
futuro de um povo.
ROMERO, Sílvio. Prólogo da 1ª edição. In: História da literatura brasileira. 
 Tomo I. Rio de Janeiro: Livraria José Olympio, 1953.
Assinale a alternativa que preenche corretamente as lacunas 
do enunciado abaixo, na ordem em que aparecem.
O trecho faz referência ao contexto de , agravada, 
entre outros fatores, pela consolidação dos ideais 
 , pela extinção formal do , pelo 
descontentamento dosem relação ao 
governo central, culminando com o fim da monarquia no 
Brasil em 1889. 
a) crise do Segundo Reinado – republicanos – trabalho 
escravo – militares 
b) crise do Primeiro Reinado – parlamentaristas – trabalho 
escravo – militares 
c) crise do Segundo Reinado – positivistas – trabalho de 
imigrantes – liberais 
d) crise do Primeiro Reinado – republicanos – trabalho 
escravo – conservadores 
e) crise do Segundo Reinado – escravistas – parlamentaris-
mo – republicanos 
08.04. (FUVEST – SP) – O tráfico de escravos africanos para 
o Brasil 
a) teve início no final do século XVII, quando as primeiras 
jazidas de ouro foram descobertas nas Minas Gerais. 
b) foi pouco expressivo no século XVII, ao contrário do que 
ocorreu nos séculos XVI e XVIII, e foi extinto, de vez, no 
início do século XIX. 
c) teve início na metade do século XVI, e foi praticado, de 
forma regular, até a metade do século XIX. 
d) foi extinto, quando da Independência do Brasil, a despeito 
da pressão contrária das regiões auríferas. 
e) dependeu, desde o seu início, diretamente do bom 
sucesso das capitanias hereditárias, e, por isso, esteve 
concentrado nas capitanias de Pernambuco e de São 
Vicente, até o século XVIII. 
08.05. (UERJ) –
A restituição da passagem
As famílias chegadas a Santos com passagens de 
3ª. classe, tendo pelo menos 3 pessoas de 12 a 45 anos, 
sendo agricultores e destinando-se à lavoura do estado 
de São Paulo, como colonos nas fazendas ou estabele-
cendo-se por conta própria em terras adquiridas ou ar-
rendadas de particulares ou do governo, fora dos subúr-
bios da cidade, podem obter a restituição da quantia que 
tiverem pago por suas passagens.
Adaptado de O immigrante, no. 1, janeiro de 1908
A publicação da revista O immigrante fazia parte das ações do 
governo de São Paulo que tinham como objetivo estimular, 
no final do século XIX e início do XX, a ida de imigrantes para 
o estado. Para isso, ofereciam-se inclusive subsídios, como 
indica o texto.
Essa diretriz paulista era parte integrante da política nacional 
da época que visava à garantia da
a) oferta de mão de obra para a cafeicultura. 
b) ampliação dos núcleos urbanos no interior. 
c) continuidade do processo de reforma agrária. 
d) expansão dos limites territoriais da federação. 
Aula 08
19História 4C
Aperfeiçoamento
08.06. (MACK – SP) – 
Rui Barbosa, quando assumiu a função de ministro da Fa-
zenda durante o governo provisório do Marechal Deodoro 
da Fonseca (1889-1891), pretendeu garantir a independên-
cia econômica do Brasil frente ao capitalismo europeu. Para 
ele, a República somente se consolidaria ... sobre alicerces 
seguros quando suas funções se firmarem na democracia 
do trabalho industrial. Sua política financeira, contudo, não 
foi bem-sucedida, como mostra a charge dada, devido à
a) emissão de papel-moeda em larga escala para incentivar 
o crédito para investidores do setor industrial, o que ge-
rou uma política inflacionária, visto que o aumento do 
meio circulante não foi acompanhado pela elevação da 
produção interna.
b) restrição de crédito para financiamento de novas em-
presas, além de cortes no gasto público e aumento dos 
impostos, o que gerou diversas manifestações, principal-
mente no meio do operariado nacional, prejudicado pelo 
aumento no custo de vida.
c) adoção de tarifas alfandegárias protecionistas e es-
tímulo às indústrias nacionais visando a aumentar a 
produção nacional, porém congelou os salários dos 
trabalhadores e aumentou os gastos na construção de 
obras públicas.
d) realização de uma política financeira anti-inflacionária que 
buscou equilibrar nossa economia frente aos prejuízos 
herdados do período monárquico, graças aos vultosos 
empréstimos externos, realizados para sanar o déficit 
orçamentário.
e) especulação financeira graças à facilidade de créditos 
concedidos pelo governo, que ao invés de contribuir para 
a instalação de novas indústrias no país, foram utilizados 
para saldar as dívidas dos cafeicultores perante os ban-
queiros estrangeiros.
08.07. (MACK – SP) – “A partir de hoje, 15 de novembro 
de 1889, o Brasil entra em nova fase, pois pode-se consi-
derar finda a Monarquia, passando o regime francamente 
democrático com todas as consequências da Liberdade”. 
Assim se referiu a manchete do jornal carioca Gazeta da 
Tarde, anunciando a Proclamação da República no Brasil. 
Pode-se dizer que tal ato
a) reforçou as posições conservadoras dos positivistas 
brasileiros, o que facilitou a ascensão do exército, como 
liderança do movimento, e auxiliou na decretação de 
um Estado em bases religiosas e federalistas.
b) resultou da conjugação de variados fatores, destacando 
as insatisfações de grupos militares, camadas médias 
urbanas e setores latifundiários com os rumos políticos 
e sociais do Império no Brasil.
c) colocou fim à longa crise do Segundo Reinado, con-
tribuindo para a emergência do populismo enquanto 
prática política manipuladora, voltada para a satisfação 
dos anseios de camadas trabalhadoras urbanas.
d) rompeu com a legalidade da sucessão ao trono, uma 
vez que impediu a ascensão da princesa Isabel, como 
governante, causando, por sua vez, revoltas populares 
por todo o país.
e) corroborou a busca pela modernização política do Brasil 
e mostrou-se decisivo para a elaboração de políticas 
governamentais de inserção dos ex-escravos no mer-
cado de trabalho livre.
08.08. (PUCMG) – Segundo o historiador José Murilo de 
Carvalho, o povo acompanhou bestializado a criação do 
regime republicano no Brasil. Essa afirmação pode explicar 
nossa Proclamação da República no Brasil como
a) adoção das teses sobre a ordem e o progresso, inspi-
radas na revolução norte-americana do século XVIII.
b) uma ruptura com os valores liberais, instituídos pelo 
ideário dos membros do clube militar do Rio de Janeiro.
c) um golpe militar ou quartelada, que instaurou novo 
modelo político nos moldes que tivemos mais tarde 
em 1964.
d) estabelecimento de uma nova ordem social, que pro-
movia a igualdade social com base na organização do 
trabalho.
08.09. (MACK – SP) – Sobre o contexto histórico respon-
sável pela proclamação da República não se inclui 
a) a insatisfação dos setores escravocratas com o governo 
monárquico após a Lei Áurea. 
b) a ascensão do exército após a Guerra do Paraguai, 
passando a exigir um papel na vida política do país. 
c) a perda de prestígio do governo imperial junto ao clero, 
após a questão religiosa. 
d) a oposição de grupos médios urbanos e fazendeiros 
do oeste paulista, defensores de maior autonomia 
administrativa.
e) o alto grau de consciência e participação das massas 
urbanas em todo o processo da proclamação da Re-
pública.
20 Semiextensivo
08.10. (UDESC) – No Brasil do século XIX, as principais 
formas de trabalho e os meios de acúmulo de riquezas 
estavam ligados à posse de escravos. Além da riqueza, ter 
escravos era sinal de poder e prestígio na sociedade escra-
vista. Contudo, após 1850, esse sistema sofreria mudanças 
e entraria em crise.
Analise as proposições sobre o contexto histórico que con-
tribuiu para o entendimento da crise do sistema escravista.
I. Principalmente nas capitais das províncias passaram a 
surgir os primeiros movimentos abolicionistas, sendo 
que em 1880 o abolicionismo representava um amplo 
movimento social, com o envolvimento de jornais, clubes 
e comícios, liderado por intelectuais e políticos. Muitos 
negros e mestiços participaram dessas lutas.
II. Com a proibição do tráfico negreiro, o número de 
escravos, no Brasil, passou a decrescer, consequente-
mente o preço dos escravos aumentou, dificultando 
o atendimento da demanda das grandes fazendas de 
café e de açúcar.
III. Fugas em massa, desobediências e rebeliões de escravos 
ocorreram por quase toda a região Sudeste no último 
quartel do século XIX, o que contribuiu para fazer ruir o 
sistema baseado na propriedade escrava.
IV. A crise do sistemaescravista não pode ser dissociada da 
própria crise do Império no Brasil. Não é por acaso que o 
decreto que pôs fim à escravidão seria assinado apenas 
um ano antes do fim do Império e da inauguração do 
novo regime político: a República.
Assinale a alternativa correta. 
a) Somente as afirmativas I, II e IV são verdadeiras. 
b) Somente as afirmativas II e III são verdadeiras. 
c) Somente as afirmativas I e III são verdadeiras. 
d) Somente as afirmativas II e IV são verdadeiras. 
e) Todas as afirmativas são verdadeiras. 
08.11. (FGV – SP) – “Heróis são símbolos poderosos, 
encarnações de ideias e aspirações... São, por isso, 
instrumentos eficazes para atingir a cabeça e o coração 
dos cidadãos a serviço da legitimação de regimes políti-
cos... Os candidatos a herói não tinham, eles também, 
profundidade histórica, não tinham a estatura exigida 
para o papel. Não pertenciam ao movimento da propa-
ganda republicana, ativa desde 1870... A busca de um 
herói para a República acabou tendo êxito onde não o 
imaginavam muitos dos participantes da proclamação.”
CARVALHO, J. M. de, A formação das almas. 
O imaginário da República no Brasil, São Paulo: Cia das Letras, p.55-57.
A escolha e a construção do principal herói da República 
recaíram sobre
a) Deodoro da Fonseca, devido à sua imensa popularidade, 
por ser um republicano histórico e um ferrenho adversário 
dos poderes monárquicos.
b) Benjamin Constant, líder popular identificado com a causa 
operária, defensor do positivismo e um representante civil 
com amplo trânsito entre os militares.
c) Duque de Caxias, grande comandante da Guerra do 
Paraguai, identificado com uma política centralizadora e 
patrono do Exército brasileiro.
d) Bento Gonçalves, presidente da república rio-grandense 
e principal líder da revolta farroupilha do século XIX, con-
siderado o patrono militar do republicanismo no Brasil.
e) Tiradentes, militar e republicano transformado em mártir, 
cuja morte passou a ser associada ao sacrifício de Jesus 
Cristo.
Aprofundamento
08.12. (PUCPR) – “A abolição da escravatura no Brasil, 
sem uma política de inserção social daqueles trabalha-
dores, trouxe uma imensa marginalização social dos 
afrodescendentes. Afinal, havia uma nova ordem social 
na qual a referência pelos imigrantes gerou a exclusão 
do negro do mercado de trabalho, levando-o à miséria 
e a um tratamento diferenciado. Essa assimetria social 
– sustentada e reforçada pelo racismo científico do 
séc. XIX – gerou uma situação lastimável: negros ainda 
eram oprimidos pelas ideias escravocratas que pareciam 
não ter realmente desaparecido do contexto.”
 Kossling, Karin Sant’Anna. Da liberdade à exclusão . 
Revista “Desvendando a História”, ano 2, no. 10, p. 39.
De acordo com o texto: 
I. A abolição da escravatura em 1888 pela princesa Isabel 
resolveu a questão de três séculos de exploração, maus-
-tratos e sofrimentos. A lei restituiu aos afrodescendentes 
a dignidade e o direito à cidadania. 
II. A Lei Áurea emancipou os negros da escravidão sem, 
contudo, lhes oferecer possibilidades reais e dignas de 
participação no mercado de trabalho. 
III. Os afrodescendentes ficaram condenados a exercer um 
papel subalterno na sociedade, levando-os à miséria. 
IV. A preferência pelos imigrantes reforçou a tese da igual-
dade racial tão propagada no século XIX.
Estão corretas: 
a) I e IV b) II e III
c) II e IV d) III e IV
e) I e III
08.13. (UNESP  SP) – A proclamação da República não 
é um ato fortuito, nem obra do acaso, como chegaram 
a insinuar os monarquistas; não é tampouco o fruto 
inesperado de uma parada militar. Os militares não 
foram meros instrumentos dos civis, nem foi um ato 
de indisciplina que os levou a liderar o movimento 
da manhã de 15 de novembro, como tem sido dito às 
vezes. Alguns deles tinham sólidas convicções republi-
canas e já vinham conspirando há algum tempo [...]. 
Imbuídos de ideias republicanas, estavam convencidos 
de que resolveriam os problemas brasileiros liquidando 
a Monarquia e instalando a República.
(Emília Viotti da Costa. Da monarquia à república, 1987.)
Aula 08
21História 4C
O texto identifica a proclamação da República como 
resultado 
a) da unidade dos militares, que agiram de forma coerente 
e constante na luta contra o poder civil que prevalecia 
durante o Império.
b) da fragilidade do comando exercido pelo Imperador 
frente às rebeliões republicanas que agitaram o país nas 
últimas décadas do Império.
c) de um projeto militar de assumir o comando do Estado 
brasileiro e implantar uma ditadura armada, afastando 
os civis da vida política. 
d) da disseminação de ideais republicanos e salvacionistas 
nos meios militares, que articularam a ação de derrubada 
da Monarquia. 
e) de uma conspiração de civis, que recorreram aos milita-
res para derrubar a Monarquia e assumir o controle do 
Estado brasileiro. 
08.14. Sobre a proclamação da República (1889), é correto 
afirmar:
a) Foi um movimento de caráter estritamente militar, já 
que os civis não foram “convidados” a participar e apenas 
conseguiram atingir a presidência após dois governos 
constitucionais militares: Deodoro e Floriano.
b) Os militares tiveram um papel importante tanto na insa-
tisfação em relação ao Império quanto na proclamação 
da República, mas a participação de elites regionais civis 
foi de fundamental importância para a consolidação do 
novo regime.
c) A participação dos militares no movimento ficou res-
trita ao golpe de 15 de novembro, sem exercer grande 
influência na instituição do novo regime.
d) A instituição do novo regime republicano foi fruto de 
um golpe militar, uma “quartelada” sem a participação 
das elites civis, mas com apoio da grande massa de ex-
-escravos recém-libertada.
e) Foi grande a resistência monarquista à proclamação 
da República, inclusive entre os próprios militares, que 
não se apresentaram unidos no apoio ao novo regime.
08.15. (PUCRS) – Considere as afirmações abaixo sobre a 
Proclamação da República no Brasil, em 1889.
I. Teve, como uma das suas principais causas, a abolição 
da escravidão, em 1888, pois essa medida levou a oli-
garquia cafeeira e escravocrata carioca, uma das bases 
de apoio do Imperador, a se sentir traída pela monarquia 
e abandonar o regime imperial.
II. Resultou em profundas alterações estruturais no Brasil, 
na medida em que a queda da monarquia acarretou a 
perda de poder da oligarquia cafeeira, que foi alijada 
do sistema político, em favor da ascensão das classes 
médias urbanas.
III. Teve, como um dos seus principais agentes, o exército 
brasileiro, que, desde a Guerra do Paraguai, desejava 
ampliar o seu papel político no Império, o que não era 
permitido pelo Imperador.
IV. Atendeu aos interesses das camadas mais humildes da 
população brasileira, tendo em vista a impopularidade 
do Imperador e a tendência de o regime republicano 
permitir a participação popular no sistema eleitoral 
recém-implantado.
Estão corretas as afirmativas 
a) I e II, apenas. 
c) I e III, apenas. 
e) I, II, III e IV. 
b) II e III, apenas. 
d) I, II e IV, apenas.
08.16. (UFRGS) – Leia o seguinte texto.
“É um engano supor que o golpe de Estado de 
15/11/1889 foi a materialização de um projeto de 
utopia, lentamente amadurecido por duas décadas 
de ação republicana. Talvez seja mais prudente su-
por que a relevância da propaganda republicana se 
deve, apenas, ao fato de que se proclamou uma re-
pública, que lhe reivindicou como memória.”
Fonte: Lessa, Renato. “A invenção republicana”. 1988, p. 38.
Levando em consideração o texto acima, analise as seguin-
tes afirmativas sobre as motivações e os desdobramentos 
da proclamação da República no Brasil (15/11/1889).
I. Uma das principais causas do golpe foi a insatisfação 
de diversos segmentos da oficialidade militar, notada-
mente de alguns veteranos da Guerra do Paraguai e da 
“mocidade militar” da Escola Militar da Praia Vermelha.
II. Após o golpe, o governo de Deodoro foi extremamente 
pacífico,

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