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AULA 19 MEIOS DE PROVA DOCUMENTO

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PROCESSO CIVIL – Prof. Alexandre Magno 
19ª AULA – PROVA – Provas em espécie 
 
I – PROVA DOCUMENTAL 
a) Conceito 
- documento é toda coisa que, por foça de uma atividade humana seja capaz de representar um fato. 
- documento é o registro de um fato. 
- noção de documento não se confunde com a noção de prova escrita (prova documental não escrita, fotografia; prova 
escrita não documental, laudo pericial); coisas e pessoas são fontes de provas distintas; há coisas que não são 
documentos (planta, animal). 
 
b) Documento e prova documental 
- documento é a fonte da prova. 
- prova documental é o veiculo por meio do qual essa fonte vai ser levada ao processo. 
- nem todo documento pode ser inserido no processo por meio da prova documental, 473, § 3º, CPC. 
 
c) prova documental e prova documentada 
- são coisas distintas. 
- a prova emprestada – prova documentada. 
 
d) importância 
- principal característica – estabilidade. 
- uma fonte segura de prova. 
- sistema da prova legal – documento como único meio de prova – art. 108, CC
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. 
- LEMBRANDO: não há hierarquia entre os meios de prova, art. 371, CPC. 
 
e) produção da prova documental 
- art. 434-438, CPC. 
- na petição inicial e contestação – 434 e 320, CPC – documentos indispensáveis 
 Substanciais: a lei expressamente exige (procuração, titulo executivo, prova escrita, instrumento público etc.); 
 Fundamentais: indispensáveis porque o autor a eles se referiu. 
- não juntou com a inicial – emenda, 321, CPC. 
- gravação sonora ou audiovisual – par. Único, 434. 
- a juntada posterior é possível, 435, CPC: 
 Fatos supervenientes: 342, I e 493; 
 Paragrafo único, 435; 
 1014, CPC; 
 Documento em poder de repartição pública, 438, CPC; 
 Documento em poder da parte adversaria ou terceiro particular, 396, CPC; 
- a obtenção de documento novo é hipótese de rescindibilidade, 966, VII, CPC. 
- momento em que a parte se manifestará sobre o documento, 437, CPC. 
- a parte tomará as atitudes previstas no art. 436, CPC. 
 
f) documento eletrônico 
- 439-441, CPC. 
- autenticidade e integridade. Somente a certeza quanto a esses dados é que poderá garantir a eficácia probatória 
desses documentos. 
- Lei 11419/06 - Dispõe sobre a informatização do processo judicial; altera a Lei no 5.869, de 11 de janeiro de 1973 – 
Código de Processo Civil; e dá outras providências. 
- processo em autos eletrônicos. 
- o art. 11
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 da citada lei trata dos documentos produzidos eletronicamente. 
 
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 Art. 108. Não dispondo a lei em contrário, a escritura pública é essencial à validade dos negócios jurídicos 
que visem à constituição, transferência, modificação ou renúncia de direitos reais sobre imóveis de valor 
superior a trinta vezes o maior salário mínimo vigente no País. 
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 Art. 11. Os documentos produzidos eletronicamente e juntados aos processos eletrônicos com garantia da origem e 
de seu signatário, na forma estabelecida nesta Lei, serão considerados originais para todos os efeitos legais. 
§ 1o Os extratos digitais e os documentos digitalizados e juntados aos autos pelos órgãos da Justiça e seus auxiliares, 
pelo Ministério Público e seus auxiliares, pelas procuradorias, pelas autoridades policiais, pelas repartições públicas em 
geral e por advogados públicos e privados têm a mesma força probante dos originais, ressalvada a alegação motivada e 
fundamentada de adulteração antes ou durante o processo de digitalização. 
- outros dispositivos do CPC que cuidam do assunto: 193-199, 105, § 1º, 183, § 1º, 205, § 2º, 229, § 2º, 246, V e § 1º, 
270, 334, § 7º, 367, § 5º, 943. 
 
g) Exibição de documentos ou coisa 
- arts. 379 a 380 – dever que incumbe as partes e aos terceiros de colaborar com o Poder Judiciário 
- arts. 396-404, CPC. 
- meio de obtenção de elementos de prova documental – documento ou coisa – poder do juiz. 
- direito constitucional à prova. 
- prova em poder da outra parte ou de terceiro particular – nexo com a causa. 
- prova em poder de ente público – requisição – art. 438, CPC. 
- contra a parte adversa – incidente processual e contra terceiro particular – processo incidente. 
- pode se dar no curso do processo, ou antes, do ajuizamento da causa (396-404, CPC), como tutela cautelar em caráter 
antecedente, 305-310, CPC. 
1) pedido formulado em face da parte adversária 
- 396-400, CPC. 
- é possível que o juiz determine de oficio a exibição. 
- autor – petição inicial; réu – contestação; interveniente – na peça que ingressar nos autos; ou ainda através de petição 
autônoma. 
- o pedido deve conter – 397, CPC (individuação, finalidade da prova e circunstâncias). 
- o incidente corre dentro dos próprios autos do processo. 
- o juiz intimará a parte para se manifestar na contestação; na réplica ou na hipótese do art. 397, CPC. 
- o requerido pode: 
 Exibir; 
 Permanecer silente (400, I, CPC); 
 Admitir e recusar (404, CPC – rol exemplificativo, se não se encaixar a recusa é ilegítima); 
 Art. 399, CPC hipóteses de recusa ilegítima (II – alusão – referência vaga ou indireta); 
 Pode negar que esteja em seu poder, paragrafo único 398, CPC – ônus do promovente de provar.. 
- art. 400, CPC – PRESUNÇÃO legal iuris tantum. 
- art. 400, paragrafo único, CPC - imposição de multa – superado a S. 372
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 do STJ, entretanto, se impossível a exibição 
não cabe a manutenção da multa, E. 53 do FPPC. 
- incidente – mesmo autos da causa principal e não suspende o processo, entretanto, poderá suspender (313, V, b, CPC). 
- decisão que resolver o incidente é interlocutória – AI, art. 1015, VI, CPC. 
 
2) pedido formulado em face de terceiro particular 
- processo incidental – nova relação jurídica processual. 
- se o juiz de ofício determinar a exibição não se vai deflagrar um processo incidente e o procedimento será o do art. 
438, do CPC – incidente de requisição. 
- art. 13
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, Lei 11419/06. 
- requerimento das partes – petição autônoma (ação exibitória) – autuado em apartado. 
- terceiro citado, 401, CPC. 
- terceiro pode: 
 Exibir; 
 Permanecer silente – recusa tácita, 403, CPC; 
 
§ 2o A argüição de falsidade do documento original será processada eletronicamente na forma da lei processual em 
vigor. 
§ 3o Os originais dos documentos digitalizados, mencionados no § 2o deste artigo, deverão ser preservados pelo seu 
detentor até o trânsito em julgado da sentença ou, quando admitida, até o final do prazo para interposição de ação 
rescisória. 
§ 4o (VETADO) 
§ 5º Os documentos cuja digitalização seja tecnicamente inviável devido ao grande volume ou por motivo de 
ilegibilidade deverão ser apresentados ao cartório ou secretaria no prazo de 10 (dez) dias contados do envio de petição 
eletrônica comunicando o fato, os quais serão devolvidos à parte após o trânsito em julgado. 
§ 6o Os documentos digitalizados juntados em processo eletrônico somente estarão disponíveis para acesso por meio 
da rede externa para suas respectivas partes processuais e para o Ministério Público, respeitado o disposto em lei para 
as situações de sigilo e de segredo de justiça. 
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 Na ação de exibição de documentos, não cabe a aplicação de multa cominatória. 
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 Art. 13. O magistrado poderá determinar que sejam realizados por meio eletrônico a exibição e o envio de dados e de 
documentos necessários à instrução do processo. 
§ 1o Consideram-se cadastros públicos, para os efeitos deste artigo, dentre outros existentes ou que venham a ser 
criados, ainda que mantidos por concessionárias de serviço público ou empresas privadas, os que contenham 
informações indispensáveis ao exercício da função judicante. Admitir e recusar, art. 404, CPC; 
 Negar que esteja em seu poder, 402, CPC. 
- por ser imposição a terceiro não há presunção de veracidade. 
 
h) Requisição de documento 
- 438, CPC – realizada pelo juiz. 
- poder instrutório, 370, CPC. 
- entendimento que essa possibilidade se estende as entidades privadas, como banco, concessionarias de serviços 
públicos, empresas de telefonia etc. 
- requisição ao BC e SRF? 
- não atendimento da ordem judicial – 77, IV e § 2º, CPC. 
 
i) arguição de falsidade 
- arts. 430-433, CPC. 
- 430, CPC. 
- arguição de falsidade quanto à formação do documento (falsidade material) e quando os fatos nele representados não 
forem condizentes com a realidade (falsidade ideológica). 
- não oferecimento da arguição no prazo legal impõe a presunção de autenticidade, 411, III, CPC. 
- o juiz pode negar eficácia probatória. 
- a presunção de autenticidade não impede o ajuizamento de ação autônoma, art. 19, II, CPC. 
- tem por objeto uma questão de fato (autenticidade ou não do documento) que é prejudicial ao julgamento do objeto 
litigioso. 
- pode ser resolvida como questão incidental, mas pode ser que seja resolvida como questão principal, 430, par. Único, 
CPC. 
- finalidade – declaração da falsidade ou da inautenticidade do documento, 427, CPC. 
- o MP terá legitimidade para arguir? 179, II, CPC. 
- o sujeito passivo é aquele que produziu o documento (quem trouxe aos autos o documento), não quem lhe deu 
origem. Entretanto, se o documento foi produzido por determinação do juiz, a arguição deverá ser deduzida pelo sujeito 
a quem esse documento prejudica e contra o sujeito a quem ele beneficia. 
- ônus da prova, art. 429, CPC. 
- será resolvida na sentença (na fundamentação se suscitado como questão incidental e no dispositivo, se suscitado 
como questão principal). 
 
BIBLIOGRAFIA 
BUENO, Cassio Scarpinella. Novo Código de Processo Civil anotado. São Paulo: Saraiva, 2015. 
DIDIER JR., Fredie. Curso de direito processual civil. v. I e II. Salvador: Ed. Jus Podivm, 2015. 
MEDINA, José Migual Garcia. Novo Código de Processo Civil comentado. São Paulo: Editora Revista dos Tribunais, 2015. 
NERY JUNIOR, Nelson. Princípios do processo na Constituição Federal> processo civil, penal e administrativo. 10. ed. rev. 
São Paulo: Editora Revista dos Tribunais, 2010. 
THEODORO JÚNIOR, Humberto. Curso de Direito Processual Civil. vol. III. 48. ed. rev., e atual. e ampl. Rio de Janeiro: 
Forense, 2016.

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