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EXCELENTISSIMO SENHOR DOUTOR DESEMBARGADOR PRESIDENTE DO TRIBUNAL DE JUSTIÇA DO ESTADO DE SÃO PAULO-SP. xxxxxxxxxxxxx, recorrente, já qualificado nos autos da Apelação nº xxxxxx, vem a presença de vossa excelência, respeitosamente e de forma tempestiva, por meio de seu advogado que esta subscreve, com fundamento nos art. 102, III, “a”, da CRFB/88 e art. 1.029 do Código de Processo Civil, interpor RECURSO EXTRAORDINÁRIO, requerendo, na oportunidade, que, sejam os autos, com as razões anexas, remetidos ao Supremo Tribunal Federal, para os fins de apreciação. Nestes Termos, Pede e Espera Deferimento. São Paulo, data ___________ ADVOGADO/ OAB/xx, Nº xxxxxx DO RECURSO EXTRAORDINÁRIO RECORRENTE: _____________ APELAÇÃO Nº ______________ EGRÉGIO SUPREMO TRIBUNAL FEDERAL; COLENDA TURMA: Excelentíssimos senhores Ministros, a respeitável decisão proferida pelo Egrégio Tribunal de Justiça de São Paulo, encontra-se totalmente em desacordo com vários princípios constitucionais, razão pela qual, vem por meio desta, requerer a reforma de maneira integral da mesma. RESUMO DOS FATOS O recorrente foi condenado ao cumprimento de pena de 1 ano e 3 meses, em razão de ter sido injustamente processado pelo crime previsto no artigo 155 do Código Penal Brasileiro. Ocorre que, a maneira utilizada para a obtenção de provas da ocorrencia de tal crime, e consequentemente a acusação do recorrente de cometê-lo, se pôs diante da violação de uma série de uma série de direitos e garantias trazidos expressamente pela Constituição. Primeiramente, houve ofensa aos direitos de privacidade, tendo em vista que a Polícia por duas vezes, procedeu à interceptação telefônica do recorrente, e diante de uma conversa privada, colheu a informação de que os objetos roubados estavam sob os cuidados do recerrente. Em seguida, sem nehuma ordem judicial, adentraram a casa do recorrente e apreenderam os relógios, pretensamente furtados, porém, em momento algum procuraram saber por qual razão os objetos estavam na posse do recerrente. Após a conclusão do inquérito, instaurou-se o processo, no qual concluiu-se pala condenação do réu, mesmo diante do ora narrado e perante os protestos do réu, alegando sua inocência. Na apelação, foi devidamente sustentado que o réu na verdade desconhecia a procedência criminosa de tais objetos, pois estava apenas prestando um favor a um amigo, que havia lhe pedido para guardá-los. Ainda argui-se que, se sua versão dos fatos não fosse aceita, que a decisão do nobre juiz de primeiro grau fosse integralmente reformada, diante da flagrante violação de princípio constitucional proibitivo da admissibilidade de provas ilícitas. Todavia a 1.ª Câmara Criminal do Egrégio Tribunal de Justiça do Estado de São Paulo, proferiu um acórdão unânime denegando a pretensão do recorrente. DO CABIMENTO DO PRESENTE RECURSO EXTRAORDINARIO Por se tratar de decisão que violou a Constituição Federal, tendo em vista que, as provas obtidas no processo foram colhidas em desacordo com inúmeros preceitos constitucionais, sendo assim, é cabível Recurso Extraordinário, conforme consta no artigo 102, III da Constituição Federa. Desta forma, o presente recurso preenche todos os requisitos de admissibilidade exigidos, qual sejam: A). O esgotamento das vias recursais ordinárias; B). No tocante ao Prequestionamento, consoante se depreende do acórdão de fls... verifica-se que foi amplamente debatido e decidido sobre a questão, justamente a matéria objeto do presente recurso. Portanto, demonstra-se prequestionada a matéria, e preenchido dessa forma, o requisito constitucional. C). Já quanto a Repercussão Geral, o caso em tela versa sobre violação a princípios constitucionais ao sigilo das interceptações telefônicas, do asilo inviolável da casa, provas ilícitas colhidas nos autos. Nota-se que a questão possui relevância social e jurídica e tem potencialidade para atingir um significativo número de pessoas na medida em que tais princípios são violados. DO MERITO Da violação a princípios Constitucionais: No caso em tela, observa-se a violação a dispositivos constitucionais previstos no art. 5º, XI, XII E LVI. Senão vejamos: Primeiramente tivemos a violação do sigilo das comunicações telefônicas, tendo em vista que por duas vezes a polícia procedeu com a interceptação telefônica sem a devida autorização judicial. Vejamos o que diz o artigo 5º XII sobre o assunto: Art. 5º (...) é inviolável o sigilo da correspondência e das comunicações telegráficas, de dados e das comunicações telefônicas, salvo, no último caso, por ordem judicial, nas hipóteses e na forma que a lei estabelecer para fins de investigação criminal ou instrução processual penal; Nesse sentido, como houve interceptação telefônica de forma ilegal, houve também ilicitude das provas colhidas nos autos, ferindo assim o art.5º, LVI, CF DE 1988, que não admite provas adquiridas por meios ilícitos. LVI - são inadmissíveis, no processo, as provas obtidas por meios ilícitos; Outro fator que deve ser analisado, é o fato de dois investigadores, sem nenhuma ordem judicial, adentrarem a casa do recorrente, violando também dispositivo constitucional, conforme prescreve o art. 5º XI, da CF. Vejamos: XI - a casa é asilo inviolável do indivíduo, ninguém nela podendo penetrar sem consentimento do morador, salvo em caso de flagrante delito ou desastre, ou para prestar socorro, ou, durante o dia, por determinação judicial; Desse modo, constata-se que, se mostram inexistentes quaisquer das hipóteses elencadas no artigo acima, no que tange a exceção à inviolabilidade da casa do recorrente, pois não se trata de flagrante delito, e repita-se que, não havia autorização judicial para que os policiais adentrassem na residência do recorrente; Diante de todo o exposto, fica claro que houve de princípios constitucionais previstos no art. 5º XI, XII E LVI, de modo que, Vossas Excelências devem reconhecer a nulidade absoluta de todos os atos processuais proveniente das provas ilícitas que foram colhidas nos autos. DO PEDIDO Diante do exposto, confiando no alto Grau de justiça, e demonstrada a ofensa a vários Princípios Constitucionais, requer que o presente Recurso Extraordinário seja conhecido e provido, para fins de reformar a decisão proferida pelo Egrégio Tribunal do Estado de São Paulo em sua totalidade, pelas razões anteriormente expostas. Por fim, que seja intimado o recorrido para, querendo, apresentar contrarrazões Termos em que, Pede e Espera deferimento São Paulo, data _________ Advogado/ OAB--- Nº -----
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