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AÇÃO CIVIL PÚBLICA Marcelo da Matta RGU 11411296

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AÇÃO CIVIL PÚBLICA
ALUNO: MARCELO DA MATTA
PROF : CRISTIANE MARIA
RGU: 11411296
UCP – 04/10/2017
TRAGÉDIA DE MARIANA
AÇÃO CIVIL PÚBLICA
“ É o instrumento processual adequado para reprimir ou impedir danos ao meio ambiente, ao consumidor, a bens e direitos de valor artístico, estético, histórico, turístico e paisagístico e por infrações da ordem econômica (art. 1º, Lei 7.347/85), protegendo os direitos difusos da sociedade ” (Hely Lopes Meirelles)
CONCEITOS da ACP
1. CONCEITO DOUTRINÁRIO
Ação civil pública é a ação movida pelo MP / objeto não penal  (pública pela titularidade ativa)
2. CONCEITO LEGAL - Lei 7.347/85 – LACP
ACP é a ação para defesa de interesses difusos / coletivos, proposta por MP, Estado, Associações civis etc.  (pública pela titularidade + objeto da LACP)
3. CONCEITO DO CDC - Lei 8.078/90
Mais técnico  Ação coletiva é a ação p/ defesa de interesses transindividuais (difusos, coletivos e indiv. homogêneos)  (coletiva pelo objeto; será ACP ou não, Conforme A TITULARIDADE)
ACP – Distinção Importantíssima:
 Quando utilizarei uma ação civil pública ?
interesses difusos / coletivos
 Quando utilizarei uma ação coletiva ? 
interesses transindividuais (difusos, coletivos e indiv. homogêneos)
QUAL A DIFERENÇA DE ALCANCE E OBJETO ENTRE ELAS ?
Para não errar:
	a) Se LACP  ação civil pública (ACP)
	b) Se CDC  ação coletiva ( CUIDADO, POIS EXISTEM CASOS QUE SERÁ ACP )
	c) Se movida pelo MP  ACP
ACP – Distinção Importantíssima:
ACP – Distinção Importantíssima:
Previsão Constitucional e Legal
Arts. 5º,129, III , 225 e 232 CRFB; 
Lei 7.347/85; 
Lei 7.853/89 (deficientes físicos)
Lei 7.913/89 (mercado de capitais);
Lei 8.069/90;
Lei 8.078/90;
Lei 8.884/94 (infrações da ordem econômica);
Arts. 26, II e 37, Lei 11.340/2006 (Lei Maria da Penha)
Previsão Constitucional
Constituição Federal :
Art. 5º. 
LXIX - conceder-se-á mandado de segurança para proteger direito líquido e certo, não amparado por habeas corpus ou habeas data, quando o responsável pela ilegalidade ou abuso de poder for autoridade pública ou agente de pessoa jurídica no exercício de atribuições do Poder Público; 
LXXIII - qualquer cidadão é parte legítima para propor ação popular que vise a anular ato lesivo ao patrimônio público ou de entidade de que o Estado participe, à moralidade administrativa, ao meio ambiente e ao patrimônio histórico e cultural, ficando o autor, salvo comprovada má-fé, isento de custas judiciais e do ônus da sucumbência;
Previsão Constitucional
Constituição Federal: 
Art. 129 - São funções institucionais do Ministério Público: 
III - promover o inquérito civil e a ação civil pública, para a proteção do patrimônio público e social, do meio ambiente e de outros INTERESSES DIFUSOS E COLETIVOS; 
§ 1º - A legitimação do Ministério Público para as ações civis previstas neste artigo não impede a de terceiros, nas mesmas hipóteses, segundo o disposto nesta Constituição e na lei.
Previsão Constitucional
Constituição Federal:
Art. 225. 
§ 3º - As condutas e atividades consideradas lesivas ao meio ambiente sujeitarão os infratores, pessoas físicas ou jurídicas, a sanções penais e administrativas, independentemente da obrigação de reparar os danos causados. (tríplice responsabilidade: penal, administrativa e civil)
Previsão Legal
Lei 6.938/81: 
art. 14. 
§ 1º Sem obstar a aplicação das penalidades previstas neste artigo, é o poluidor obrigado, independentemente da existência de culpa, a indenizar ou reparar os danos causados ao meio ambiente e a terceiros, afetados por sua atividade. O Ministério Público da União e dos Estados terá legitimidade para propor ação de responsabilidade civil e criminal, por danos causados ao meio ambiente. 
Código Civil: 
art. 927.
Parágrafo único. Haverá obrigação de reparar o dano, independentemente de culpa, nos casos especificados em lei, ou quando a atividade normalmente desenvolvida pelo autor do dano implicar, por sua natureza, risco para os direitos de outrem.
OBJETO da ACP
Bens patrimoniais ou extrapatrimoniais. 
Bens materiais ou imateriais. 
Resumindo, a defesa dos seguintes bens e interesses ( readequação do objeto em virtude da CRFB ): 
a) meio ambiente; 
b) consumidor; 
c) patrimônio cultural (bens e valores artísticos, estéticos, históricos, turísticos, paisagísticos etc.); 
d) ordem econômica e economia popular; 
e) ordem urbanística; e 
f) qualquer outro interesse difuso, coletivo ou individual homogêneo (LACP, art. 1º).
OBJETO da ACP
Omissão e controle de políticas Públicas:
Não é qualquer omissão administrativa que pode ser objeto da ação civil pública:
“ Ao administrador falece a opção de fazer ou não fazer, quando a conduta é determinada pela lei. Se a lei determinar o agir, o administrador não pode ser omitir ” (TJRJ 2007.001.51246). 
OBS  se a conduta for discricionária, EM REGRA, não poderá ser objeto da ACP (TJRJ 2007.001.27319)
Art. 3° da Lei 7.347/85:
“ Art. 3º A ação civil poderá ter por objeto a condenação em dinheiro OU o cumprimento de obrigação de fazer ou não fazer. ”
PEDIDO
Cumulação de pedidos:
Atualmente, o STJ admite a cumulação de pedido condenatório com o cumprimento de obrigação (leading case Resp 605.323).
Observação: a jurisprudência admite pedido de obrigação de não fazer quando a relação jurídica for consumerista (TJRJ 2007.002.15834).
Arguição de Inconstitucionalidade:
Problema: parte inicial do art. 16, LACP.
Controvérsia:
1ª Corrente: Majoritário: STJ RE 424993: admite, desde que a arguição de inconstitucionalidade não seja o objeto único, mas simples questão prejudicial.
2ª Corrente: Hely Lopes: não admite, justamente porque a decisão tem efeitos, na prática, erga omnes, incluíndo todos os jurisdicionados da área de competência do juiz da ação.
OBS  A jurisprudência disse que não se pode usar uma ação civil pública como sucedâneo de uma ação direta de inconstitucionalidade. Contudo, qdo o enfoque for às leis de efeitos concretos  Estas podem ser atacadas por meio de ação civil pública.
PARTES
Legitimidade ativa: art. 5°, Lei 7.347/85:
 Qualquer MP.
LEGITIMIDADE ATIVA da DP
Por unanimidade, o Plenário do Supremo Tribunal Federal (STF), em sessão nesta quinta-feira (7), julgou improcedente a Ação Direta de Inconstitucionalidade (ADI) 3943 e considerou constitucional a atribuição da Defensoria Pública em propor ação civil pública. Essa atribuição foi questionada pela Associação Nacional dos Membros do Ministério Público (Conamp) sob a alegação de que, tendo sido criada para atender, gratuitamente, cidadãos sem condições de se defender judicialmente, seria impossível para a Defensoria Pública atuar na defesa de interesses coletivos, por meio de ação civil pública. 
Seguindo o voto da relatora, ministra Cármen Lúcia, os ministros entenderam que o aumento de atribuições da instituição amplia o acesso à Justiça e é perfeitamente compatível com a Lei Complementar 132/2009 e com as alterações à Constituição Federal promovidas pela Emenda Constitucional 80/2014, que estenderam as atribuições da Defensoria Pública e incluíram a de propor ação civil pública  http://www.stf.jus.br/portal/cms/verNoticiaDetalhe.asp?idConte udo=291085
LEGITIMIDADE ATIVA
Para Marçal Justen Filho, deve existir uma pertinência temática, ou seja, um vínculo entre as competências ou objeto de sua atuação e o dano a ser eliminado.
Legitimidade do MP ( doutrina majoritária )LEGITIMIDADE EXTRAORDINÁRIA : 
inicialmente voltada para os direitos difusos e coletivos, a jurisprudência passou a admitir a tutela do MP nas ações coletivas que tratem de direitos individuais indisponíveis (EREsp 466861e REsp 620622 STJ).
LEGITIMIDADE ATIVA
Admitie-se a Legitimidade do MP:
1. Reajustes de mensalidades escolares (Súmula 643/STF);
2. Defesa do Patrimônio Público: (Súmula 329/STJ);
3. Preço de passagem em transp. coletivo: (STF RE 441.318);
4. Interesses individuais homogêneos indisponíveis (STJ Resp 854.557 , Eresp
819.010);
5. Interesses individuais indisponíveis (uma única pessoa): (STJ Resp 830.904). 
6. Questões envolvendo preço público (STJ AgRg no Resp 856.378);
LEGITIMIDADE ATIVA
Inadmitida a legitimidade do MP:
1. Questões sobre tributos, FGTS e contribuições previdenciárias (art. 1°, parágrafo único, Lei 7.347/85 e STF RE 559.985-AgR )
2. Questões previdenciárias (STJ Resp 396.081);
3. Taxa de iluminação pública (STJ Resp 914.234)
LEGITIMIDADE PASSIVA
“A legitimação passiva estende-se a todos os responsáveis pelas situações ou fatos ensejadores da ação, sejam pessoas físicas ou jurídicas, inclusive as estatais, autárquicas ou paraestatais (...)”. (Hely Lopes Meirelles).
PRAZO
A LACP é silente quanto ao prazo prescricional, e surgiram dois entendimentos no STJ:
1. aplica-se o prazo prescricional comum de DEZ ANOS do art. 205, CC. (REsp 331.374);
2. prevalece a aplicação analógica do PRAZO PRESCRICIONAL DE 5 ANOS DA AÇÃO POPULAR, porque ambas as ações pertencem a um mesmo microssistema de tutela dos interesses difusos (REsp 727.131-SP).
COMPETÊNCIA
Regra de competência: art. 2°, caput, LACP:
“Art. 2º As ações previstas nesta Lei serão propostas no foro do local onde ocorrer o dano, cujo juízo terá competência funcional para processar e julgar a causa”.
Se o dano ocorrer em mais de duas comarcas igualmente competentes, permanecerá com a que primeiro tomar conhecimento do fato (Sirvinskas).
Fundamento: pela facilidade de obtenção de prova testemunhal e realização de perícia que forem necessárias à comprovação do dano.
COMPETÊNCIA
Qual a natureza da competência prevista no art. 2°, LACP?
COMPETÊNCIA TERRITORIAL ABSOLUTA, tal qual o art. 47 c/c 53,III NCPC (Fredie Didier Jr.).
COMPETÊNCIA
COMPETÊNCIA
Competência para a ACP e a regra delegatória de competência federal ao juiz estadual (art. 109, §3°):
“No caso em tela, a permissão não foi utilizada pelo legislador que, ao revés, se limitou, no art. 2º da Lei nº 7.347/85, a estabelecer que as ações nele previstas “serão propostas no foro do local onde ocorrer o dano, cujo juízo terá competência funcional para processar e julgar a causa ". (STF RE 228955 STF)
TERMO DE AJUSTAMENTO DE CONDUTA ( art 5º )  em regra, Antes da ACP
§ 6° Os órgãos públicos legitimados poderão tomar dos interessados compromisso de ajustamento de sua conduta às exigências legais, mediante cominações, que terá eficácia de título executivo extrajudicial. 
Não precisa ser homologado judicialmente se o TAC for realizado nos autos do inquérito civil; somente será necessária sua homologação se o acordo for realizado nos autos do processo judicial. 
Nada impede que esse acordo (TAC) venha a ser realizado após a propositura da ACP.
PROCEDIMENTO
Segue o rito ordinário do CPC.
Cabe TUTELA ANTECIPADA REQUERIDA EM CARÁTER ANTECEDENTE : é possível, quando pedida na inicial e desde que presentes o fumus boni juris e o periculum in mora. 
Obs  art. 300, caput e I "com os requisitos da urgência", do CPC vigente - atua contra o dano); uma tutela preventiva (ex vi do art. 497 do CPC vigente - tutela inibitória antecipada; art. 84, § 3º, do CDC - Código de Proteção e Defesa do Consumidor - atua contra a ameaça de ato ilícito); além de uma tutelar cautelar, inclusive com a possibilidade de aplicação da fungibilidade de meios, em sua mão dupla - antecipada/cautelar - cautelar/antecipada.
PROCEDIMENTO
 É cabível também da liminar o pedido de suspensão perante o Presidente do Tribunal, que pode ser formulado a qualquer tempo, pela pessoa jurídica de direito público interessada para “evitar grave lesão à ordem, à saúde, à segurança e à economia pública (art. 12, §1º, LACP). 
Mesmo com a existência de medida liminar, a jurisprudência admite a tutela antecipada na ACP (TJRJ 2007.002.31706 ; 2007.002.31954 ; 2007.002.12441). 
PROCEDIMENTO
Inquérito Civil:
“o procedimento administrativo a cargo do MP que se configura como preparatório da ação civil pública, ensejando a colheita de elementos para a sua propositura” (Carvalho Filho).
é facultativo, e não é requisito obrigatório para a ACP (STJ REsp 448023).
As provas colhidas no inquérito têm VALOR PROBATÓRIO RELATIVO, porque são colhidas sem a observância do contraditório, mas só devem ser afastadas quando há contraprova de hierarquia superior, ou seja, produzida sob a vigilância do contraditório (STJ REsp 476660). 
PROCEDIMENTO - PRAZOS
Prazo Processual NCPC
15 dias para as autoridades competentes fornecerem as certidões e informações requeridas pelo interessado. (art. 8º da Lei 7.347/85 e Lei 7.913/89).
prazo para que a parte se manifeste nos autos de ação civil pública?
Nas lições do Tribunal da Cidadania há dois prazos distintos, a saber:
	a) o primeiro é o prazo de 72 horas concedidas ao representante judicial da pessoa jurídica de direito público acerca da liminar nos autos de ACP por improbidade administrativa (art. 2º da Lei n. 8.43792);
	b) outro prazo distinto é o de 15 dias para a manifestação sobre os termos da ACP (art. 17, 7º, da Lei 8429/92)
Obs  O prazo para a União contestar é contado em dobro, conforme versa o Art. 180 c/c 183 do CPC. Já para as partes o prazo é de quinze dias se os liticonsortes tiverem o mesmo procurador, mas se tiverem procuradores diferentes, o prazo é dobrado.
SENTENÇA
Qual a Natureza jurídica da sentença na ACP ?
1ª Corrente  preponderantemente condenatória (Hely Lopes Meirelles).
2ª Corrente  A natureza da sentença vai depender do pedido formulado na ação. Se for condenatória, o conteúdo é condenatório pecuniário; se for de obrigação de fazer ou não fazer, mandamental. No caso de improcedência, será declaratória negativa. Em caso de anulação do ato, será desconstitutiva (Carvalho Filho).
SENTENÇA
Destinatário da indenização: havendo condenação em dinheiro, a indenização pelo dano causado reverterá a UM FUNDO GERIDO POR UM CONSELHO FEDERAL (Decreto 92.302) OU POR CONSELHOS ESTADUAIS (art. 13).
“ Havendo condenação em dinheiro, a indenização pelo dano causado reverterá a um fundo gerido por um Conselho Federal ou por Conselhos Estaduais de que participarão necessariamente o Ministério Público e representantes da comunidade, sendo seus recursos destinados à reconstituição dos bens lesados ”.
Litigância de má-fé: art. 17.
O autor da ação não está, em princípio, obrigado a adiantar custas, despesas ou honorários periciais (art. 18 e TJRJ 2008.002.04386).
O MP não paga custas (art. 18, IV, Lei Estadual RJ 3.350/99), e os entes federativos são isentos (art. 17, IX).
RECURSOS
O STJ já entendeu que são aplicáveis à ACP os prazos recursais do CPC (REsp 128.081).
O juiz poderá conferir efeito suspensivo a qualquer recurso, para evitar dano irreparável ao recorrente (art. 14).
 ACP – FIM
Bibliografia : VICENTE PAULO & MARCELO ALEXANDRINO
		 CIONIL BORGES 
ALUNO : MARCELO DA MATTA – RGU 11411296

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