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Aula 1 - Literatura Brasileira I

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LITERATURA BRASILEIRA I
Aula 1- Introdução aos Estudos de Literatura Brasileira: metodologia e revisão conceitual
Aula 1 – Introdução aos Estudos de Literatura Brasileira: metodologia e revisão conceitual
Aula 1- O realismo exacerbado: a prosa naturalista de Aluísio Azevedo
LITERATURA BRASILEIRA I
Conteúdo Programático desta aula
Critérios epistemológicos escolhidos para a abordagem da disciplina literatura brasileira;
O conceito de geração literária;
A importância da disciplina para a formação do professor;
As relações entre literatura brasileira e a literatura portuguesa
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Aula 1- O realismo exacerbado: a prosa naturalista de Aluísio Azevedo
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 O que é literatura? ( Terry Eagleton)
“Escrita ‘imaginativa’, no sentido de ficção− escrita esta que não é literalmente verídica.”  distinguir fato de ficção;
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A literatura se define por “empregar uma linguagem peculiar”. A literatura executa uma espécie de “violência linguística”; ela é uma “forma especial de linguagem em contras com a linguagem ‘comum”  não se podem considerar todos os desvios linguísticos como poéticos;
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“Todas as obras literárias, em outras palavras, são ‘reescritas’, mesmo que inconscientemente, pelas sociedades que as lêem; na verdade, não há releitura de uma obra que não seja uma ‘reescritura”(Teoria da Literatura. Uma introdução. São Paulo: Martins Fontes, 2006.p. 19)
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“Com ser de natureza estética, o fato literário é histórico, isto é, acontece num tempo e num espaço determinados. Há nele elementos históricos que o envolvem como uma capa e o articulam com a civilização –personalidade do autor, língua, raça, meio geográfico e social, momento; e elementos estéticos, que constituem o seu núcleo, imprimindo-lhe ao mesmo tempo características peculiares, que o fazem distinto de outro fato da vida (econômico, político, moral, religioso.” (COUTINHO, Afrânio. A Literatura no Brasil. 7.ed.São Paulo: Global, 2004. vol. 1. p. 9)
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Período 
“ O período é definido como uma “secção de tempo dominada por um sistema de normas, convenções e padrões literários, cuja introdução, difusão, diversificação, integração e desaparecimento podem ser seguidos por nós” (apud AGUIAR E SILVA, Vitor Manuel. Teoria da Literatura. 8.ed. Coimbra: Livraria Almedina, 1979. p.350)
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A literatura para a estética da recepção
“A história da literatura é um processo de recepção e produção estética que se realiza na atualização dos textos literários por parte do leitor que os recebe, do escritor, que se faz novamente produtor, e do crítico, que sobre eles reflete. A soma – crescente a perder de vista – de ‘fatos’ literários conforme os registram as histórias da literatura convencionais é um mero resíduo desse processo, nada mais que passado coletado e classificado, por isso mesmo não constituindo história alguma, mas pseudo-história” ( JAUSS, Hans Robert. A história da literatura como provocação à teoria literária. Trad. Sergio Tellaroli. São Paulo: Ática, 1994. p. 25)
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Ideologia e literatura
“Qualquer grande obra literária ou artística é a expressão de uma visão do mundo. Esta é um fenômeno de consciência coletiva que atinge o máximo de clareza conceitual ou sensível na consciência do pensador ou do poeta. Os últimos exprimem-no por sua vez na obra estudada pelo historiador, que se serve do instrumento conceitual que é a visão do mundo” (GOLDMANN, L. Lê Dieu cachê.Paris: Gallimard,1964, pp218-219 APUD MAINGUENEAU, D. p.8)
 
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Mas o que é Ideologia?
“(...) A maneira pela qual aquilo que dizemos e no que acreditamos se relaciona com a estrutura do poder e com as relações de poder da socieadade em que vivemos.” ( Terry Eagleton, p. 22)
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 A literatura é constituída por juízos de valor historicamente variáveis, que têm estreita relação com as ideologias sociais. “Eles se referem, em última análise, não apenas ao gosto particular mas aos pressupostos pelos quais certos grupos sociais exercem e mantêm o poder sobre os outros.” ( T. Eagleton)
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A importância do leitor
 “Para Umberto Eco, o leitor tem um importante papel na decifração dos signos, na medida que ele é presentificado desde o momento em que a obra é constituída; e a obra, ela mesma, só adquire sentidos na medida em que é lida em contextos variados.”
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A vida imita a arte ou a arte imita a vida?
“Bio/grafia’ que se percorre nos dois sentidos: da vida rumo à grafia ou da grafia rumo à vida. (...) a vida do escritor está à sombra da escrita, mas a escrita é uma forma de vida. O escritor ‘vive’ entre aspas a partir do momento em que sua vida é dilacerada pela exigência de criar, em que o espelho já se encontra na existência que deve refletir.” (MAINGUENEAU, D. O contexto da obra literária. P. 46-47)
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Literatura comparada
 É por meio dela que se observam as convergências ou divergências entre a literatura e as outras artes em uma determinada época. Esses estudos configuram a Literatura comparada, uma disciplina que se propõe a estabelecer e analisar esses confrontos. 
 Também é por meio da Literatura comparada que estudamos os fenômenos literários em literaturas de países diferentes.
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Vamos ver como isso acontece?
 Vamos ler juntos o trecho do romance O primo Basílio, de Eça de Queirós, publicado em 1878 e uma cena do filme Dom Casmurro, baseado no romance homônimo de Machado de Assis, de 1900
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“Tinham passado três anos quando
conheceu Jorge. Ao princípio não lhe agradou. Não gostava dos homens barbados; depois percebeu que era a primeira barba, fina, rente, muito macia decerto; começou a admirar os seus olhos, a sua frescura. E sem o amar sentia ao pé dele como uma fraqueza, uma dependência e uma quebreira, uma vontade de adormecer encostada ao seu ombro, e de ficar assim muitos anos, confortável, sem receio de nada. 
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“Que sensação quando ele lhe disse: "Vamos casar, hem!" Viu de repente o rosto barbado, com os olhos muito luzidios, sobre o mesmo travesseiro, ao pé do seu! Fez-se escarlate, Jorge tinhalhe tomado a mão; ela sentia o calor daquela palma larga penetrá-la, tomar posse dela; disse que sim; ficou como idiota, e sentia debaixo do vestido de merino dilatarem-se docemente os seus seios. Estava noiva, enfim! Que alegria, que descanso para a mamã!” ( 1878. Eça de Queirós. O primo Basílio)
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EXPLORANDO O TEMA
Capitu - Olhos de Ressaca (occhi di risacca)
https://www.youtube.com/watch?v=-AB6m7PtCkk&list=PL9RkXhC8Irha49-A_aSTVAuoz4MgHf_NZ
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Comentários:
Riqueza de detalhes;
Narrativa distanciada
O adultério feminino
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Geração
Geração, segundo Afrânio Coutinho, pode definir-se como sendo “um grupo de escritores de idades aproximadas que, participando das mesmas condições históricas, defrontando-se com os mesmos problemas coletivos, compartilhando de idêntica concepção do homem, da vida e do universo e defendendo valores estéticos afins, assumem lugar de relevo na vida literária de um país mais ou menos na mesma data. ( p. 357).
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A primeira referência à literatura brasileira registra-se no ensaio “Bosquejo da história da poesia e língua portuguesa”, como introdução da Antologia Parnaso Brasileiro, de Almeida Garret (1799-1854), publicada em 1826.
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O ponto de partida do estudo das histórias da literatura é dado com a publicação de História da Literatura Brasileira, de Silvio Romero, em 1888.
Cânon e Projeto de Construção Nacional:
A construção do que podemos chamar de cânon da literatura brasileira não pode ser compreendido como uma seqüência, mas como sistema:
“(...) trata-se de uma sequência cujo estabelecimento passa pela mediação de inúmeras leituras seletivas que, pautando-se por igualmente seletivos protocolos (de leitura literária), foram aprovando certas obras e rejeitando outras, num gigantesco processo de seleção e combinação, cujo resultado constitui o canon da literatura brasileira”.
 
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Por que estudar literatura?
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“... podemos dizer que a literatura é o sonho acordado das civilizações. Portanto, assim como não é possível haver equilíbrio psíquico sem o sonho durante o sono, talvez não haja equilíbrio social sem a literatura. Deste modo, ela é fator indispensável de humanização e, sendo assim, confirma o homem na sua humanidade, inclusive porque atua em grande parte no subconsciente e no inconsciente. Neste sentido, ela pode ter importância equivalente à das formas conscientes de inculcamento intencional, como a educação familiar, grupal ou escolar. Cada sociedade cria as suas manifestações ficcionais, poéticas e dramáticas de acordo com os seus impulsos, as suas crenças, os seus sentidos, as suas normas, a fim de fortalecer em cada um a presença e atuação deles.” ( Antonio Candido)
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Para finalizar:
Nessa aula revisamos o conceito de literatura e os métodos para estudá-la. Aprendemos um pouco sobre a sua importância e as possibilidades de compreendê-la.
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