Relatório Parcial

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Relatório Parcial de Estágio 
 Estação de Tratamento de Efluentes – ETE
Elifaz Harã Rosário Oliveira
Professor orientador: Marcos Pillegi
Supervisor Técnico: Ângela Maria Batistão
Rodovia PR-151, km 207,5 – Telefone: (43) 3535-8038
DESCRIÇÃO DAS ATIVIDADES
De acordo com o termo de compromisso de estágio firmado entre Elifaz Harã Rosário Oliveira, Pisa Industria de Papéis LTDA e o Instituto Euvaldo Lodi tem como objetivo, possibilitar ao estudante a preparação para a vida cidadã e o trabalho. O estágio está sendo realizado desde o dia 21/08/2017, com jornada de 30 horas semanais sendo que as atividades a serem realizadas , de acordo com o plano de atividades de estágio, foram o estudo do fluxograma da ETE; descrição do processo de tratamento por lodo ativado; análises laboratoriais de efluentes; análise microbiológica do lodo das aerações; produtos químicos na estação.
 2.DESCRIÇÃO DAS ATIVIDADES
Para melhor entendimento, o período de estágio foi dividido em semanas nas quais as atividades realizadas estão expostas a seguir. 
Na primeira semana houve a integração junto a empresa onde foi apresentado o Sistema de Gestão Integrado e da Política do Meio Ambiente, Saúde e Segurança do Trabalho que demostraram que a PISA se preocupa com o meio ambiente em cada etapa da produção e usa processos e equipamentos que procuram minimizar e prevenir a poluição e qualquer agressão ao homem e à natureza. Com relação ao desenvolvimento de pessoas é nítido que a PISA oferece oportunidades iguais a todos para que cresçam tanto do lado profissional quanto pessoal. Outro ponto relevante é com relação ao código de conduta que entre os diversos tópicos destaca a lei anticorrupção empresarial, extremante importante para o momento que vivemos em nosso país. Houve também apresentação do sistema de tecnologia de informação, no qua foi demonstrado o funcionamento do sistema de informação e comunicação dentro da empresa. Ainda durante a primeira semana foi dada a entrada na Estação de Tratamento de Efluentes – ETE, com o estudo do fluxograma e entendimento do processo de tratamento por meio de lodo ativado.
Na segunda semana ocorreu a primeira visita técnica na área da ETE onde foi possivel entender o fluxograma da ETE estudado na primeira semana. O tratamento do efluente industrial começa com o gradeamento para retirada dos sólidos grosseiros; em seguida, o efluente industrial chega à torre de recebimento onde é direcionado ao decantador primário, caso haja necessidade o efluente também pode ser direcionado para a lagoa de emergência. A finalidade do decantador primário é remover resíduo sedimentável, gorduras e óleos flutuantes do efluente primário. Os sólidos decantáveis, sedimentam no fundo do tanque e são direcionados ao centro do tanque por um raspador. O lodo é removido para o tanque de lodo primário por bomba. O efluente clarificado é enviado para a torre de resfriamento para a redução da temperatura. Em seguida o efluente entra no tanque de mistura, onde é feito a correção do pH com a cal hidratada. Neste tanque os nutrientes, como fosfato e ureia,são dosados para serem misturados. Esta seria a etapa do tratamento primário.
 Logo em seguida o efluente entra no tratamento biológico que é constituído de duas etapas, cada qual consta de dois tanques de aeração 1 e 2; e dois tanques de decantação 1 e 2. A primeira etapa trabalha com alta carga biológica, pouco oxigênio e alta eliminação de DBO5; na segunda etapa, com uma carga biológica menor e com suficiente oxigênio, se efetua a eliminação das substancias residuais da primeira etapa. O tanque de aeração tem como função degradar a matéria orgânica contida no efluente primário, pelos microrganismos. Três sopradores fornecem ar ao sistema promovendo a mistura e oxigenação do efluente vindo do tanque de mistura e lodo recirculado. Difusores especiais estão instalados de fundo para a distribuição do ar necessário à fase biológica. A carga orgânica entra em contato com microrganismos que a decompõem, ocorrendo degradação do material orgânico e redução da DBO. 
O tanque de decantação 1 separa a fase sólida da líquida do material proveniente da 1ª etapa de aeração. No interior do decantador, os flocos de lodo ativado que se mantinham em suspensão no tanque de aeração devido à turbulência promovida pelos dispositivos de aeração são separados por sedimentação. Os lodos sedimentados sãos raspados xcontinuamente mediante a um raspador de fundo, instalado na ponte, que encaminha os lodos através de sinfonamento para o canal lateral ao decantador biológico, o qual alimenta a bomba de parafuso que eleva os lodos recirculados para o tanque de aeração. 
O tanque de aeração 2 tem por finalidade degradar matéria orgânica remanescente da biodegradação da 1ª etapa. Dois sopradores fornecem ar ao sistema promovendo a mistura e oxigenação do efluente vindo do tanque de decantação 1 e lodo biológico recirculado do tanque de decantação 2, na proporção de 100% sobre a vazão de alimentação. Nesta fase é completada a degradação da matéria orgânica que não foi possível ser eliminada na primeira fase.
 O tanque de decantação 2 separa as fases solidas e líquidas do material proveniente da 2ª etapa de aeração. A decantação da 2ª etapa é idêntica à 1ª etapa, diferenciando apenas pelas dimensões do tanque. Os sólidos biológicos são removidos por decantação impendidos de atingir o corpo receptor. Com relação ao tratamento de lodo, o excesso de lodo proveniente do tratamento biológico é enviado para o adensador onde haverá um aumento na concentração de sólidos do lodo, onde posteriormente será enviado para o tanque para estocagem de lodo e misturados ao lodo primário do decantador primário. 
O tanque para estocagem dos lodos funciona como tanque pulmão entre o adensador e as máquinas desaguadoras. As máquinas desaguadoras de lodos retiram água aumentando o teor de sólidos no lodo. Uma correia transportadora leva o lodo desaguado até uma prensa, onde será reduzido ainda mais a sua umidade e enfim serão enviados para queima na caldeira ou servirão de matéria prima para outros processos produtivos de outras empresas.
Durante a terceira semana, para melhor compreensão do sistema de tratamento de efluente foi realizado um estudo sobre os tratamentos de efluentes existentes em outras empresas por meio da literatura. Com isso foi possivel assimilar que o sistema de tratamento de efluentes pelo processo de Lodo Ativado corresponde a um dos métodos biológicos mais eficientes na remediação de resíduos em solução. O sistema consta de um reator biológico onde ocorrem as reações bioquímicas de remoção de matéria orgânica e, em determinadas condições, da matéria nitrogenada. A microbiota utiliza o substrato presente no influente para se desenvolver, ou seja, com a degradação da matéria orgânica, ocorre a liberação de energia, a qual é utilizada pelos organismos, juntamente com nutrientes (nitrogênio e fósforo) para formação de novas células. O sistema consta de um decantador secundário onde ocorre a sedimentação dos sólidos (biomassa), permitindo que a efluente final saia clarificada. Os sólidos sedimentados no fundo do decantador secundário são recirculados para o reator, aumentando a concentração de biomassa, o que é responsável pela elevada eficiência do sistema.
Na quarta semana o primeiro operador da ETE acompanhou a visita técnica à Estação de Captação de Água – ECA, onde foi demonstrado as operações realizadas diariamente no local. A água bruta procedente do rio Jaguariaíva entra para o canal de captação através de tubulações. No canal de adução está situada uma grade grosseira que tem por finalidade reter os sólidos maiores que 50 mm de dimensão. O material retido na grade é retirado periodicamente por meio de processo manual com a utilização de rastelos construídos para esta finalidade. Após a grade grosseira temos uma grade motorizada que reterá os sólidos com dimensão superiores a 10 mm. Em épocas de poucas chuvas em que na maior parte do tempo a água do rio permanececom o nível baixo e ausência de areia e outros tipos de sujeira, faz-se as limpezas das grades evitando entupimentos pelo acúmulo de folhas e areia. 
Após passar pelas grades temos duas caixas de areia. Os sólidos depositados e acumulados na caixa de areia são removidos através de bombas de extração de areia que são acionadas por meio de um painel local. A areia extraída das caixas será conduzida para uma canaleta e destas para o rio Jaguariaíva. Na saída das caixas de areia a água atravessa pelas comportas e entra no poço de sucção. No poço de sucção temos uma régua graduada, que possibilita visualização do nível da água acumulada e evita a cavitação nas bombas devido ao nível baixo. O recalque da água bruta para a estação de tratamento de água será efetuado por bombas através da adutora. Caso seja necessário o esvaziamento da adutora, a mesma pode ser esvaziada parcialmente através de válvulas.
 No poço de bombas há uma caixa de drenagem para a retirada de água proveniente das gaxetas das bombas de água bruta. A água acumulada é bombeada de volta para o rio. Quando ocorre uma parada brusca de energia, poderá ocorrer sobrepressão. Na linha de recalque, temos um conjunto de válvulas de segurança denominado estação anti-golpe de aríete. O sistema é constituído por válvulas de alívio que são reguladas para atuarem quando a pressão na linha de recalque atingir 20kgf/m2, caso estejam ligados duas ou mais bombas e estas venham a parar repentinamente, ocasionando pressão acima do valor de calibração, haverá uma descarga no poço de sucção, protegendo assim os equipamentos.
Na quinta semana houve o acompanhamento das coletas para análise laboratoriais da jusante e montante do Rio Jaguariaíva. Estas análises são feitas para aferir a qualidade da água do rio Jaguariaíva antes (jusante) e depois (montante) do ponto de ejeção do efluente tratado, servindo de controle para que o tratamento de efluentes esteja dentro dos limites impostos pelo IAP.
Durante todas as semanas foram realizadas a caracterização do lodo biológico e o acompanhamento das análises laboratoriais realizadas pelos operadores. As amostras para a caracterização do lodo biológico são coletadas no tanque de aeração 1 e 2, que devem ser analisadas rapidamente para evitar eventuais alterações nos protozoários. Estas medições são realizadas observando grandes grupos populacionais de ciliados livres, pedunculados, flagelados, rizópodes, rotíferos e nematóides. Em seguida deve ser anotado os grandes grupos populacionais para posteriormente analisar qual a característica do processo de acordo com a tabela I . O intervalo entre a coleta da amostra e o início da contagem não deve ser superior a 30 minutos para evitar alterações nos protozoários devido à falta de oxigênio. E a observação do lodo deve ser feita pelo menos 3 vezes por semana, sendo o ideal fazer diariamente para observar as mudanças ocorridas.
Tabela I: Interpretação da análise microscópica
	Microrganismo
	Característica do processo
	Predominância de flagelados e rizópodes
	Lodo jovem
	Predominância de flagelados
	Deficiência de aeração; má depuração e sobrecarga orgânica
	Predominância de pedunculados e livres
	Boas condições de depuração
	Presença de Arcella (rizópodes com teca)
	Boas condições de depuração
	Presença de Aspidisca costata (ciliado livre)
	Nitrificação
	Presença de Trachelophylum ciliados livres
	Lodo velho
	Presença de Vorticella microstoma (ciliado pedunculado) e baixa concentração de ciliados livres
	Efluente de má qualidade
	Predominância de anelídeos (gên. Aelosoma)
	Excesso de oxigênio dissolvido
	Predominância de filamentos
	Intumescimento de lodo ou bulking filamentoso
3.DIFICULDADES ENCONTRADAS
O ambiente de trabalho da PISA é ótimo, todos os operadores são atenciosos e sempre que surgiram dúvidas eles estiveram prontos para dar assistência. A única dificuldade existente, talvez por políticas internas da empresa, foi a não possibilidade de poder auxiliar na operação da ETE. Contudo, a observação diaria e o acompanhamento em diversas atividades realizadas pelos operadores estão sendo de extrema importância para minha formação. 
4. SOLUÇÕES PROPOSTAS
 Ao meu ver, o que pode ser melhorado durante as próximas semanas, pelo menos por minha parte, seria o maior acompanhamento das atividades realizadas pelos operadores. 
5. CONCLUSÕES
Por fim, o estágio esta sendo de ótima valia, visto que um ambiente de corporação é totalmente diferente de um ambiente de universidade. Isto acaba agregando e sendo um diferencial à minha formação como biólogo.