Baixe o app para aproveitar ainda mais
Prévia do material em texto
CARLOS E. M. BICUDO ROSA MARIA T. BICUDO Biologistas da Sec~ao de Ficologia '. do Instituto de Botanica, Caixa Postal 4005, Sao Paulo, Brasil , ALGAS DE AGUAS CONTINENTAIS BRASILEIRAS CRAVE lLUSTRADA PARA IDENTIFIC.A.t1Ql.O DE GENE,ROS FUNDA'QAO BR~L\SILEIRA PARA 0 DESENVOLVIMENTO DO ENSINO DE ·CI~NCIAS SAO .PAULO - 1970 IlustraQoes de CARMEN S .P . ZOCCHIO CARLOS E .M . B!CUDO Direitos cedidos pews autores d FUNDA(JAO BRASILEIRA PARA 0 DESENVOLVIMENTO DO ENSINO DE CI~NCIAS - FUNBEC Obra publicada com, a colabor~iio da UNIVERSIDADE DE SAO PAULO REITOR: Prof. Dr. MIGUEL REALE EDITORA DA UNIVERSIDADE DE SAO PAULO COMISSAO EDITORIAL: Presidente - Prof. Dr. Mario Guimaraes Ferri (Faculdade de Filosofia, Ciencias e Letras). Mem- bros: Prof. Dr. A. Brito da Curiha (Faculdade de Filosofia, Ciencias e Letras), Prof. Dr. Carlos da Silva Lacaz (Faculdade de Medicina) e Prof. Dr. Persio de Souza Santos (Escola Politt~cnica). E urn prazer e naturalmente muito agradavel, escrever urn prefacio, especialmente se este e 0 primeiro que se faze :E agradavel porque quem nos procura e urn casal amigo e dos amigos s6 se costuma falar bern. E urn prazer porque a presen~a no come~o de um livro. embora nao sendo o nosso, contern de certa forma, algo nosso, que se transmutou pela reno- va~o das gera~oes, que se aperfei~oou, que evoluiu e agora como em urn termino de gesta~o vern a luz. :Este e 0 primogenito ou, para ser mais explicito, 0 primeiro livro com que ·Carlos, e Rosa Bicudo nos brin- dam. Conhe~o-os desde os primeiros tempos como alunos da Faculdade, ainda nos idos da Alameda Glette, no curso noturno de Sistematica; 0 simpatico casal, unidopelo cora~o desde ha muito, logo se destacou do anonimato dOB primeiros dias dos bancos escolares, 'atraindo nossa aten- ~ao pela dedica~ao e per8everan~a nos estudos. Depois seguiu 0' estagio no Instituto de Botanica, sua permanencia la, a viagem e 0 treinamento, especializado nos Estados Unidos, sob orienta~o do Prof. Gerald 'ltV. Prescott de East Lansing, Michigan, a volta ao Brasil, 0 periodo de transa~ao e 0 prosseguimento sempre· entusiasta de sens estudos. Hoje podemos todos, mesmo os que estao fora do ambito especiali. zado, usufruir de sens progressos, pois Carlos e Rosa Bicudo com este livro chegam. ate 0 aluno brasileiro, escrevendo urn texto que abrira novos rumos aos que tiverem vontade de se especializar. Este e 0 melhor caminho para 0 progresso do Brasil. Vamos pro- duzir nossos livros de texto e especializados, adaptados ao nosso meio e ao nosso estudante; maneira segura de progredirmos, d~ libertarmo-nos de tradu~oes indiscriminadas, que considero a Marc'a Registrada do sub- desenvolvimento tecno16gico e cientifico. Parabens Carlos e Rosa Bicudo. AYLTH'ON BRANDAO JOLY Professor Associado de Botanica Universidade de Sao Paulo Cidade Universitaria de Sao Paulo, fevereiro de 1969. / PR,EFACIO DO~ AUToliES Os microrganismos sao sempre fascinantes. To\davia seu estudo, quando feito, raramente ultrapassa uma ou duas semanas de aulas teo- ricas do curriculo das escolas secundarias. Ao fim desse perfodo sao deixados de Iado como "vegetais ou animais unicelulares, primitivos", sem que ,0 estudante pudesse dispor do tempo necessario para aprend~r o que observar neles, quando estuda-Ios. Conseqtientemente, a grande maioria dos estudantes nao chega a ter urn conhecimento adequado do que sao as algas de aguas continentais, da sua posi~ao em rela~ao aos demais microrganis,mos e vegetais. Foi nossa inten<:;ao apresentar, neste manual, principalmente uma chave artificial para identifica~ao dos gelleros de algas conhecidos ate hoje das aguas continentais brasileiras. Para tanto, foram incluidos primeiro todos os generos ja citados na literatura ficologica brasileira. Depois outros, ainda nao mencionados na literatura especializada bra- sileira, porem identificados por nos durante os varios anos que vimos trabalhando nesse campo da pesquisa. Nao pretendemos, absolutamente, escrever urn manual para aqueles que tencionam ingressar no estudo das algas. Esta longe' do escopo deste livro tal intento. Este e, ante'S, urn livro bastante informal - no que difere da maioria dos seus congenereS - escrito para 0 estudante de nivel secundario. Entretanto, estudantes mais graduados que nao estudaram algas de aguas continentais com maiores detalhes, poderao encontrar aqui alguma ajuda, principalmente se usado junto a texto mais especializado. A informalidade do presente trabalho e notada DaD apenas no texto mas, tambem, nas figuras. Desde que este e urn livro escrito para ser usado particularmente como manual para aulas praticas e nao como tratado especializado, sentimo-nos perfeitamente it vontade para fazer mudan~as nas figuras nao originais e copiadas de outras fontes, quando usadas. Essas mudan~as consistiram basicamente na coloca~ao de enfa- se nas estruturas de importancia taxinomica e indispensaveis ao estu- dante no processo de identificar urn especime. 8 ALGAS DE AGUAS CONTINENTAlS BRASILEIRAS ; Inclui, ainda, 0 presente livro alguns capitulos b·astante breves, SllS- cintos mesmo, apenas reunidos para dar- ao estudante uma palida ideia dog ambientes onde procurar algas, como coleta-las, preserva-Ias au man- re-Ias em cultura. Finalmente, apresentamos um glossario dos termos tecnicos espe·· cializados e indispensaveis incluidos no texto ou .nas diferentes alterna- tivas da chave. CEMB RMTB Sao Paulo, Fevereiro de 1969. AGRAD·EOIMENTOS Queremos tornar publico nosso sincero agradecimento a todas as pessoas que de certa forma contribuiram para a concretizac;ao da pre- sente chave: Drs. Ayltho)1 Brandao Joly, do Departamento de Botanica da Faculdade de Filosofia., Ciencias e Letras da Universidade de Sao Paulo, SalTIuel Murgel Branco, da ,Cadeira de Hidrobiologia da Faculdade de Higiene e Saude Publica da Universidade de Sao Paulo e Elsa Nelida Lacoste de Diaz, enta~ bolsista do Conselho Nacional de Pesquisas junto ao Departamento de Botanica da Faculdade de Filosofia, Ciencias e Letras da Universidade de Sao Paulo, pela valiosa cooperaC;ao empres- tada tanto na revisao critica dos manuscritos como pelas sugestoes apre- sentadas. Sta. Lucy Mirian de Carvalho, biologista do Setor de Limnologia do Instituto de Biociencias da Universidade Fe·deral de Pernambuco, pela paciencia e dedicac;ao demonstradas no manuseio e teste da presente chave. Prof.a Myrian Krasilchik, do Centro de Treinamento para Professo- res de Ciencias de Sao Paulo, pela ideia original de publicaC;ao do pre- sente t'exto e pelo incentivo constante durante 0 preparo dos rilanuscritos. Srta. Carmen Sylvia Palma Zocchio, desenhista da Sec~ao de Cripto- gamos do Instituto de Botanica de Sao Paulo, pelo acabamento e pre- paro da maioria das ilustra~oes contidas neste manual. INTRODTJQAO o termo ALGA desde a sua propOSl~ao em 1753, par Lineu, vern sendo aplicado a uma tal variedade de organismos e a sua interpreta~ao tao discutida, que nao se the pode mais hoje atribuir urn significado preciso. Na sua acep~ao majs ampla, seriam ditos alga todos os ta16fitos e protistas clorofilados, incluindo-se~ ainda, os seus "aparentados" DaO pigmentados. Segundo a maioria dos especialistas modernos, compreen- dem urn total de 12 classes - Chlorophyceae, Xanthophyceae, Chryso- phyceae, Bacillariophyceae, Euglenophyceae, Dinopb.yceae, ·Cryptophy- ceae, Desmokontae, Cyanophyceae, Phaeophyceae, Rhodophyceae e Chlo- romonadophyceae - alem de varios grupos menores, ainda POllCO estu- dados. Essa variedade de organismos considerados como algas torna-as urn' grupo tremendamente heterogeneo. Morfol,ogicamente, as algas variam de unicelular, sem muita dife- rencia~o, atraves de colonial, filamentoso e sifonaceo, ate 0 talo com- plexo dos grandes vareques, ja com tecidos especializados para0 de.sen- volvimento de varias fun~6es. A varia~ao de tamanho desses organismo$ tambem e muito grande, desde celulas diminutas de uns pOllcos micron'S de diametro ate as enor- mes algas do oceano Antartico, com dezenas de metros de ~omprimento. Muitas algas· sao moveis, aproxim-ando-se, assim, dos protozoarios. Em varios casos, inclusive, em se tratando de individuos nao pigmenta- dos, a distin,~o entre os dois grupos torna-se impossivel! Tambem a cor das algas e variavel.' Pode-se encontrar algas ver- des, amarelas, vermelhas, pardas, azuis" castanho-douradas, etc. 0,8 processos de reprodu~ao sao quase tao variados quanto as for- mas de vida e envolvem mecanismos vegetativos, assexuais e sexuais, freqiientemente caracterizados pela produ~ao de esporos e gametas flage- lados. 12 ALGAS DE AGUAS CONTINENTAlS BRASILEIRAS o unico caracter comum a todos os grupos de algas, concordam os antores, seria a ausep.cia do envolt6rio multicelulado dos esporangios e gametangios, tal qual 0 que ocorre ate nas mais primitivas bri6fitas. A unica exce~ao e 0 gametangio das caraceas. Ecologicamente, as algas sao urn grupo de distribuic;ao universal. Ocorrem na Buperficie de terra, em todos os tipos de solo e sobre 0 gelo permanente e campos de neve, tendo, todavia, 0 seu maior centro de dis- tribui~ao nas aguas que cobrem 70 par cento da superficie da Terra. Ai\IBIENTES ONDE O:CORR,EM ALGAS DE AGUAS CONTINENTAlS As algas podem ocorrer -em 'todos os ambientes, exce~o as regioes arenosas deserticas. o ambiente mais rico em algas, com certeza, e 0 aquatico: rios, represas, lagos, lagoas, empo~ados e pantanos. Porero, algas podem tambem ser encontradas em quantidade em ambientes constantemente umedecidos como troncos de arvore, paredes, sargetas, rochas ou solo. Nao nos esque~amos, finalmente, das algas _que vivem nos chama- dos "ambientes POllCO usuais": endofiticas, epifiticas, perfurantes, epi- zoarias, aguas termais, neve, etc.. Em cada ambiente a ficoflora e caracteristica, podendo as diferen- ~as entre os seus componentes ser, as vezes, ba'Stante definidas. Todavia, .este eurn campo da ficologia onde os estudos ja efetuados sao insuficien- tes para serem tiradas conclusoes mais generalizadas. Uma das caracteristicas marcantes da ficoflora de aguas continen- tais e 0 cosmopolitismo. Muitas especies sao encontradas em todas as partes do mundo, dos tr6picos as regioes polares~ numa variedade de ,ambientes. Outras, todavia, sao r'estritas a certos ambientes. Mesmo ,estas, podem ser encorltradas em esta~6es apartadas quilometros de dis- tancia. PROCESSOS I~E NUTRIQAO DAS ALGAS Da grande variedade de organismos classificados como algas, ape- nas umas poucas especies ja foram estudadas dos pontos de vista fisio- 16gico e bioquimico. Assim, ha necessidade de se basear as informa- ~oes sobre os mecanismos ass~milat6rios ne-ste capitulo principalmente em resultados de estudos efetuados com algas verdes unicelulares, e11- quanto que a maior parte das considera~oes sobre a quimica dos pro- dutos fin,ais do metabolismo e decorrente de pesquisas em algas mari- n,has, vermelhas e pardas. Todavia, a despeito da imperfei~ao do nosso conhecimento, e possi- vel tirar certas conclusoes de cunho mais geral a respeito do metabo- lismo das algas. A grande maioria das algas e autotr6fica, ou seja, sintetiza os me- tabolitos essenciais a partir de suhstancias quimicas relativamente mais simples e energia luminosa. Certas formas de Chlarwydomonas, Chlorella" Peridinium, nao conseguem desenvolver outro mecanisme metab6lico alem da fotossintese. Algumas algas com pigmentos fotossintetizantes como, por exem- pIo, certa'S especies de Chlorella~ Chlorogonium, Euglena e Nat'icula sao capazes de crescer normalmente no escuro ou em ambiente de carencia de gas carbonico, desde que lhes sejam fornecidas substancias quimicas de alto teor energetico e facilmente metabolizaveis como acidos graxos, acetatos, carbohidratos, etc.. Num outro extremo, algumas formas fagotr6ficas (ex: O'chromonas, D?~nobryon) sao capazes de assimilar alimento sob a forma de particulas em vacuolos dentro da celula, a maneira dos protozarios e como suple- mento it fotossintese. Concluindo, poder-se-ia dizer que os processos de sintese de ali- mento entre as algas basieamente nao diferem daqueles desenvolvidos pelas Qutras formas de vida. As algas apresentam, isto sim, uma va- 16 ALGAS DE AGUAS CONTINENTAlS BRASILEIRAS ria~ao consideraveI dentro de cada tipo de processo, 0 que parece sel1 uma caracteristica normal dos organismos mais primitivos. Outra- caracteristica importante do metabolismo das algas e a sua flexibilidade, notavel tanto na variedade de substratos que podem ser assimilados, como na variac;ao consideravel que pode ocorrer nas por- centagens dos varios produtos de metabolismo acumulados no interior do organismo. COLETA E PRESERVAQAO Hci varios modos de coletar algas. A escolha deste ou daquele pro- cesso vai depender do meio onde elas cres~am e do tipo de trabalho que. se pretende desenvolver. De urn modo geral, as algas podem' ser coletadas com urn minima de equipamento devendo 0 coletor, todavia, contar com urn suprimento adequado de frascos de tamanhos variados. Entretanto, estudos quan- titativos e ecol6gicos, por exemplo, podem solicitar urn aparelhamento de coleta as' vezes extremamente complicado. o metodo mais simples para coletar algas consiste em passar um fraseo aberto em meio it massa de algas ou mesmo na agua a.parente- mente sem algas, enchendo-o ate it rnetade, mais 0 urnenos. .Se no pri- meiro easo epassivel obter-se uma quantidade sufieiente de material, no segundo 0 nurnero de algas ppr volume e normalmente muito pequeno, sendo dfffeil 0 seu exame posterior pelo tempo que se podera perder para encontrar urn unieo especime, talvez. Para obten~ao de uma amostra mais concentrada de material empre- ga-se uma rede especial, de facil confec~ao, constante de urn aro de metal com cabo, ao qual se adapta urn funil de seda ou 'nylon' e, na parte mais estreita, urn fraseo pequeno, amarrado. 0 conjunto lembra urn coador de cafe (fig. 1). Pas.sando-se sucessivamente ~ rede no rio ou-Iago, a agua ira passar atraves do tecido indo as algas se concentrar no frasco. Quando se admitir houver coletado material suficiente, basta esvasiar 0 fraseo num outro ou, simplesmente, substitui-Io na rede. Em .todos os casos,- antes de guardar 0 material coletado, e aeon- selhavel lav,ar algumas vezes 0 frasco com agua do proprio local da coleta, para retirar urn pouca do alcali natural dOB frascos feitos de vidro comum. As algas que vivem sobre troncos de arvores podem'ser coletadas com 0 auxilio de urn canivete, retirando-se peda~os da casca da arvore com 0 material. 18 ALGAS DE .A.GUAS CONTINENTAlS BRASILEIRAS Fig. 1 - Rede de pHincton. Algas que crescem no· solo devem ser retiradas em blocos do pro.. prio solo, com canivete, e colocado em caixinhas de f6sforos, por exem- plo. ,. Em qualquer easo deve-se rotular 03 frascos. com indicac;oes do local de coleta, data da cole~o, nome do coletor e qualquer outra informa~ao considerada util p,ara 0 seu estudo posterior. Entretanto, note-se: frascos de vidro comum, por s~rem alcalinos, nao sao utilizaveis para certos grupos de algas (ex: Chrysophyceae). o alcali do vidro pode entrar em soluc;ao e danificar completamente a cole~ao. o preservativo ideal para as algas nao esta ainda bern determinado. o ideal seria uma solu~ao de facil obtenc;ao e que alterasse 0 menos passivel a aparencia da alga. Algumas algas sao mais afetadas por certos compostos quimicos que outras, particualrmente no que diz res- peito a cor e forma dos cromat6foros. Das inumeras soluc;6es tentadas, talvez a que melhor atende as caracteristicas do born preservativo seja a solu~ao de Transeau, popularmente chamada· '6-3-1', preparada dase- guinte maneira: 6 partes de agua 3 partes de alcool .etilico 95% 1 parte de formalina COLETA E PRESERVA<JAO 19 A fixa~ao e preserva~ao da amostra deve ser feita 0 mais ~reve possivel apos a coleta e ate 48 horas depois, no maximo, principalmente em 'Se tratando de amostras concentrada~ de material. 0 excesso de material em pouca quantidade de agua, como acontece nessas amostras, provoea a morte e decomposi~ao r,1.pida dos microrganismos no seu interior, alterando, consequentemente, os resultados a serem obtidos do seu estudo. A fixa~ao e preserva~ao e feita adieionando-se solu~ao de Transeau it agua da propria amostra., na propor~ao de 1 para 1.. A adi~ao de urn pOlleo de sulfato de cobre it solu~ao, 4% aproxima- damente, permite a preserva~ao da cor verde da alga por maior espa~o de tempo. Se aamostra vai ser guardada por algum tempo e aeonselhavel adi- ciona-r tambem algurn.as gotas de glieerina pura it solu~ao a fim de diminuir a sua velocidade de evapora~ao. Fig. 2 - Prepara~ao de material de caraceas para conserva~ao a seco. Qutros preferem conservaro material coletado, it seeo. Em se tratando de plantas microseopicas, pinga-se algum,as gotas da solu~ao contendo material vivo concentrado sabre uma ficha de cartolina bran- ca, por exemplo, e deixa-se secar naturalmente. Qbtem-se, ao final, como que urn borraozinho seen sabre a cartolina, 0 qual podera ser guardado em envelope, num fichario. Quando se desejar estudar esse material, basta raspar urn poueo do borraozinho sobre um,a la.mina con- 20 ALGAS DE AGUAS CONTINENTAlS BRASILEIRAS tendQ.. uma gota de soluc;ao a 4 por cento de hidroxido de potassio. 0 hidr6xido limpa 0 material e facilita a. penetra~o de substancias coran- tes que porventura ~esejamos empregar no estudo do especime. o material microsc6pico, principalmente de caraceas, porle ser arran- jado com 0 auxilio de urn pincel fino e bern macio, de modo a semelhar o mais possivel a planta quando viva e, depois, seen ao sol ou na estufa de urn fogao comum. 0 preparo dessas plantas para a seeagem, entre- tanto, demanda uma tecnica especial: (1) escolher 0 especime d·a alga que desejamos distender; (2) colocar uma folha de papel sabre uma lamina de metai e mergulhar ambas em uma cuba contendo agu·a de torneira '(fig. 2); (3) deixar 0 exemplar escolhido de alga flutuar na agua da cuba e, em seguida, elevar a lamina meta..lica com 0 papel ate que a alga assente sobre ele; (4) para se obter uma prepara~ao que se assemelhe 0 mais possivel it planta viva, distender, arrumando, as varias por~oes do talo da planta usando urn pincel bern fino e macio, trabalhando sempre com 0 material sob a agua; (5) tomar 0 m·aterial ja distendido e fazer 0 seguinte 'sanduiche': 1 folha de papelao corrugado 1 folha de papel rnataborrao ou chupao 1 folha de papel com a alga distendida 1 folha de papel imperrneavel 1 folha de papel mataborrao ou chupao 1 folha de papeHio corrugado Depois de feitos tantos desses conjuntos quantos forem necessarios, amarreo-os com cordeis e coloque para secar. CULTURA DE ALGAS Nao e facil cultivar algas em laboratorio. Qualquer material man- tido naturalmente em laboratorio cQme~a logo alterar seu estado e com- posi~ao. Ao fim de uns poucos dias, aquelas formas que predominavam inicialmente tendem a desaparecer, s.1!bstituidas por outras geralmente mais comuns e menos delicadas. A competi~o entre especies e uma das maiores dificuldades na preserva~o de uma popula~ao mista. E neces- sario isolar as especies. E so apos essa separa~ao e que se pode tentar manter, com sucesso, uma cultura. IS80 nao implica, todavia, numa remo~ao de todos os outros microrganismos de uma cultura, especial- mente as bacterias. Culturas contendo uma tinica especie de alga sao chamadas uni-algaceas, DaO importando quais e quantos outros micror- ganismos possaro estar tambem presentes. Em certos casos, entretanto, a ausencia de tOOos os outros microrganismos, inclusive bacterias, e indispensavel. Fala-8e, enta~, em cultura pura ou axenica. o uso de solu~oeg de sais minerais como meio para cultivo de algas e aconselhavel principalmente porque a sua composi~ao pode, muitas vezes, 'ser estabelecida de modo a se aproximar 0 mais passivel daquela do ambiente natural. Tais solu~oes, em especial quando corretamente diluidas, tern a propriedade de assegurar a multiplicidade da especie que vive em agua limpa ou em outras localidades carentes de materia orga- nica. Intimeras tentativas tern sido -feitas para obten~ao de uma solu~ao cujas condi~0e8 melhor imitassem aquelas do meio ambiente. Dentre elas, talvez a que melhores resultados tern dado foi a introdu~o do rneio solo-agua. o melhor tipo de 'Solo e 0 argilo-are'noso, nao tao rico em argila ou humus. Areia, simplesmente, e inadequada. AS vezes, se urn meio acido e desej.ado, pode-se empregar solo de turfeira. 0 ideal seria empregar solo do proprio ambiente onde a alga foi coletada. Sendo possivel, aeon- selha-se este proce·dimento. 22 ALGAS DE AGUAS CONTINENTAlS BRASILEIRAS Para preparar 0 nleio de cultura misture 1 parte do solo e 5 de agua de torneira, deixando ferver durante aproxim·adamente 30 minutos para eliminar 0 maxin10 possivel de microrganismos normalmente presentes no solo. Apos resfriada~ coar a solu~ao em tecido de gaze e deixar decan- tar completamente para semear, fin·almente, a alga que se queira culti- var. Manter a cultura tampada a maior parte do tempo e em ambiente nao demasiadamente iluminado. ~rECNI(jAS R~\PIDAS P AR-LL\. EVIDENCIAQAO E COIJORAQAO DE ALIGAS A pequena diferen~a de refra~ao verificada 8.0 microscopio comunl entre os varios componentes celulares, nem sempre permite sua eviden- cia~ao e exame "ao natural". Torna-se comumente necessario corar a celula com certaB substancias quimicas p1ara melhor evidencia~ao de diferentes estrutu·ras celulares. De urn modo geral, os metodos de colo- ra~ao se baseiam na afinidade de certas substancias quimicas - os coran- tes ~ com as distintas estruturas da celula. As vezes, uma determinada organela so e corada por determinado corante. Fala-se, entao, de coran- te especifico. Outras vezes, os corantes evidenciam todo urn conjunto de estruturas bioqulmicamente semelhantes e nao podem, 'porisso, ser chamados especificos. Ha uma serie enorme de tecnjcas para corar algas. Escolheu-s-e para ilustra~ao do capitulo, quatro das mais utilizada:s para 0 estudo das algas de aguas continentais: (1) PROVA DO AMIDO, com iodo: pode ser feita tanto com material fresco como fixado. o iodo penetra na Jnolecula de amido produzindo urn efeito optico tal que 0 grao de amido fica com uma colora~ao que varia do violeta ao negro. Para preparar a 'Solu~ao corante de iodo ju,nte: Agua destilada . Iodo . Iodeto de potassio . 100 ml 1 g 1 g (2) PROVA DA CELULOSE, com iodeto de potas:sio iodado e acido sulfurico; apenas levada a efeito com material fresco. Em primeiro lugar, coloear 0 material em solu~ao de IKI par 15 minutos ou mais, conforme 0 material examinado. Em segui- 3 24 ALGAS DE AGUAS CONTINENTAlS BRASILEIRAS da, adicionar uma gota de acido sulfurico it 65 % e esperar sua completa difusao. Em presen~a dessa mistura as membranas de celulose tingem- se de azul escuro. Entretanto, ap6s pouco tempo, 0 acido sulfuri- co dissolvera a celulose e a celula ou tecido se desfara. (3) E,VIDENCIAQAO DE FLAGELOS, com tinta nanquim: A tinta nanquim tinge todo 0 campo escurecendo-o uniforme- mente, o. que torna m·ais facilmente visiveis cilios e flagelos. A coloca~ao da tinta e feita com urn pincel fino, no bordo da lami- nula. (4) EVIDENCIAQAO DE MUCILAGEM, com tfnta nanquim: A tinta nanquim, devido it sua menor densidade, nao penetra a mueilagem. Todavia, ao se espalhar no meio, a tinta vai evi- denciaJr qualquer bainha ou matriz gelatinosa, que aparece como que em negativo. Deve-sesalientar que todas as rea~oes devem ser tentadas de p,referencia com material fresco. A fixa~o e preserva~ao dos organismos provoea mudan~as fisicas e quimicas em suas varias estruturas. Assim, qualquer prova efetuada com material fixado porle nao ofereeer resultados reais. Por autro lado, os resultados podem ser falhos mesmo com material fresco! Nestes casos, nova, tentativa deve ser feita, procurando-se pelas causas dos defeitos. Em muitos easos, ~ode ser apenas falta de aplica~ao eorreta da. teeniea. Como ja foi salientado anteriormente, as teenicas examinada,s no presente capitulo sao as que julgamos a's mais utilizadas para o estudo das algas de aguas continentais, de urn modo geral. Ha. certos grupos de algas, entretanto, que ha necessidade do emprego de teenica,s mais esp,ecializadas para ,estudos mam serios. E I) c,aso, por exemplo, das algas flageladas, onde 0 primeiro pass(} par~ seu estudo e a fixac;ao dos individuos em vapor de acido 6smico a 2%; OU, ainda, 0 caso das diatomaceas, cuja ornamenta",· ~ao das valvas s6 e passivel com material limpo. Essa limpeza, entre Qutros processos, e possivel pela oxida~ao da amostra eon- centrada com permaganato de potassio a 10 %, pelo periodo apro- ximado de 24 horas. eRAVE AR·TIFICIAI.J PARA GENEROS Para usar a chave, primeiro observe 0 especime ou os especimes e determine suas "caracteristicas essenciais". Com referencia a -chave, as alternativas de numero 1, no come~o, -deverao ser comparadas uma it outra e as "caracteristicas essenciais" do especime. Ao fim da alter- nativa que concorde com 0 m·aterial em estudo existe urn numero. Pro- cure 0 Ingar na chave onde esse numero esteja indicado ao lado es- querdo da pagina e dividido em duas outras alternativas. Repita 0 processo acima e continue ate que urn nome para a alga) em vez de nume- ros adicionais, seja dado ao fim da linha. Assim, para identificarmos SpirogJyra usando-se a chave, as seguintes alternativ,as seriam usadas, ate que 0 numero 150 seja alcan~ado: 1, 2, 3, 4, 5, 6, 21, 89, 136, 137, 138, 139, 148, 149 e 150. Quando se alcan~ou urn nome na chave, deverao ser feitas referen- cias a ilus.tra~oes e descri~oes do genero em questao em textos mais especializados, para se ter certeza se 0 especime estudado ao microsc6pio e'Sta ou nao corretamente identificado. Aconselhamos, para esse fim,' dentre varios, os seguintes manuais: Bourrelly, P. 1966. Les algues d'eau douce. Initiation a la systema- tique. I - Les algues vertes. 511p., 117 pI. Editions N. Boubee & Cie. Paris. -----. 1968. Les algues d'eau douce. Initiation a 1a syste- matique. II - Les algues jaunes et brunes. Chrysophycees, Pheo- phycees, Xanthophycees et Diatomees.. 438p., 114 pI. Editions N. Boubee & Cie. Paris. Engler, A. & K. Prantl. 1896-1928. Die Natiirlichen Pflanzenfamilien, 1 (1a): 1-192; fig. 1-140; 1 (lb): 1-153, fig. 1-282; 2: 1-345, fig. 1-447; 3: 1-463, fig. 1-36(t Verlag von Wilhelm Engelmann.. Leipzig. 26 ALGAS DE AGUAS CONTINENTAlS BRASILEIR&L\S Fott~ B. 1959. Algenkunde, 482p., 255 fig. Veb Gustav Fischer Verlag Jena. Jena. Fritsch, F. E. 1932. A treatise on the British freshwater Algae in which are included all the pigmented Protophyta hitherto found in British fresh'water by the late G. S. West, 534p., 207 fig. University Press. Cambridge. (Reimpresso em 1968). Joly, A. B. 1963. Generos de algas de agua dace da cidade de Sao Paulo· e arredores. Rickia [Sao Paulo] Sup!. 1: 1-188, fig. 1-125. Prescott, G. W. 1962. Algae of the 'Vestern Great Lakes area, with an illustrated key to the genera of desmids and freshw·ater dia- toms, 977p., 136 pI. Wm. C. Brown Company Publishers. Dubu- que, Iowa.. (Revised Edition) .. ---. 1964. How to know the fresh-water algae.. 272p., 487 fig. Wm.. C. Brown Company Publishers.. Dubuque, Iowa. (2nd. Edition) . Smith, G. M. 1930. The fresh-water algae, of the United States, 719 p., 559 fig .. McGra,v-Hill Book Company, Inc., New York. (2nd Edition) . 1 ° Plantas macroscopicas, em geral com 5 a 40 cm de altura, cres- cendo erectas a partir de orgaos rizoidais fixos'l caul6ide dividido em nO's (dos quais saem os filoides) e entrenos; plantas nao envol- vidas em gelatina (Characeae) 0 0 0 0 0 0 •••• 0 • 0 0 •• 0 • 0 •••• ° 188 1. Plantas menores, em geral microsc6picas; se macrosc6picas e com ramas verticilados, envolvidas em copiosa gelatina (as vezes firme) 0 • • • • • •• 2 2. 2. Celulas pigmentadas . Celulas nao pigmentadas, descoradas ... 0 ••••••••• 0 • 0 ••• 333 3 . Celula'S com os pigmentos localizados em cromat6foros defini- dos ..... 0 •••••••••••• 0 •••••• 00 ••• 00 •••• 0............. 4 3. Celulas com os pigmentos difusos no citoplasm·a, as vezes mais denso na regiao periferica 0 ' ••••••••••••• 0 ••• o. 277 4. Cromat6foros com colora~ao verde-grama; reserva alimentar ge- ralmente sob a forma de amido ou paramilo ..... 0 0 •• 0 0 • o. 5 4 . Cromat6foros com colora~ao distinta da verde-grama; reserva alimentar geralmente sob a forma de oleo au "glicogenio" 193 5 . Plantas tanto m6veis como im6veis na fase vegetativa, geralmente armazenando amido 0 •••••• 0 0 ••• 0 • • • • • • • • • • • • • • • •• 6 5 ° Plantas moveis na fase vegetativa, armazenando paloamilo 189 28 ALGAS DE .AGUAS CONTINENTAlS BRASILEIRAS 6. Celulas flageladas na fase vegetativa e, com poucas exce~oes, m6veis 7 6. Celulas nao flageladas na fase vegetativa, im6veis 21 7. Plantas unicelulares, solitarias 8 7. Plantas formando colonias, nao unicelulares 14 8 . ·Celulas 4-flageladas Carteria Carteria Diesing, 1866. Sao incluidas neste genero, presen- temente, cerca de 70 especies conhecida'S do mundo inteiro. As celulas sao tetraflageladas e poss.nem as formas as mais variadas quando vistas de frente. Em sec~ao transversal, todavia, sao caracteristicamente circulares e apenas muito raramente, urn pOllCO achatadas. (fig. 3). 8. Celulas 2-flageladas 9 9 . Flagelos de tamanhos diferentes ..... ". . . . . . .. Rotundomastix Rotundomastix Skvortzov, 1968. Celulas globosas, isoladas e de vida livre, com 2 flagelos de comprimento diferente inse- ridos anteriormente na celula. No interior das celulas existe urn cloroplasto parietal, de colora~ao verde-paJida e com urn piren6ide bastante distinto. Este genero inclui apenas 3 e~pecies, todas conhecidas apenas do territorio brasileiro. (fig. 4). 9. Flagelos de tamanhos semelhantes 10 10. Celulas ov6ides a elips6ides, com 0 protoplasma situado a certa distancia internamente it parede celular e a ela ligado por filamen- _tos protoplasmaticos radiais; clorofila freqiientemente mascarada pelo hematocromo (pigmento vermelho-alaranjado) aparecendo os cloroplastos, alaranjados ~ ~ .. Haematococcus CHAVE ARTIFICIAL PARA G:mNEROS 29 Haernatoc'O'ccu.s C. A. Agardh, 182'8 emend. Wille, 1903. Celu- las ov6ides ou elipticas em vista frontal, biflageladas, cir- cundadas por uma parede celular bastante ampla e separada do protoplasma por gelatina. 0 protoplasma fica a uma certa distancia da parede celular, it qual se prende entretanto por numerosos prolongamentos citoplasmaticos delicados, mais ou menos radiais. Sao conhecidas ate 0 momento 6 ou 7 especies deste genero. Em todas, ha acumulo de hematocromo no protopla'Sma e que' obscurece 0 cloroplasto. (fig. 5). 10 . Celulas com formas variadas~ providas ou nao de urn envoltOrio gelatinoso (podendo possuir envolt6rio de celulose mais ou mellOS elaborado), mas sem quaisquer filamentos protopla'Smaticos ligan- do 0 protoplasma a parede celular 11 11. Celulas achatadas em sec~ao transversal; envoltorio de celulose, bivalvo . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .. Phac'otUiB Phacotus Perty, 1852. ,Celulas incluidas numa 16rica calci- ficada, espessa e diversamente ornamentada. Esta 16rica e constituida por 2 metades, cada uma com a forma aproxi- madade UJP. vidro de relogio e que se encaixam pelos bordos. A celula, em sl, e do tipo clamidomon6ide. o genero engloba talvez umas 12 especies. (fig. 6-7). 11. Celulas circulares em sec~ao transversal; envolt6rio de celulose, quando pre'sente, simples~ constituido por uma tiniea pe~ .. 12 12 . Celulas com urn envolt6rio ~e celulose omado com granulas salien- tes e alinhados em series transversais Granulochloris Granulochloris Pascher & Jahoda, 1928. Celulas biflagela- das de forma aproximadamente ovoide e incluidas em urn envoltorio gelatinoso delicado, ornamentado perifericamente com espinhoB ou granulos salientes e dispostos em series heli- coidais decnssantes. Sao conhecidas ate agora 4 especies deste genero. (fig. 8). 30 ALGAS DE AGUAS CONTINENTAlS BRASIL~IRAS 12. Celulas se'ID envolt6rio de celulose como 0 descrito acima (a pare- de eelul6siea neste caso e fina, raramente mais espessa) .. 13 13. Celulas esfericas, elips6ides, subeilindricas ou piriformes . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . Chlamydom,ona,,~ Chlamydontonas Ehrenberg, 1833. Celulas biflageladas, de contarno bastante varhivel em vista frontal e sec~ao trans- versal circular na maioria das especies au, mais raramente, urn pOlleo eliptico. A forma dos cloroplastos e extremamente variada tambem e nela esta basead.a, prineipalmente, a divisao do genera em 5 subgeneros distintos. Incluem-se, atualmen- te, neste genero mais de 500 especies conhecidas do mundo inteiro. (fig. 9-10). 13. Celulas fusiformes Chlorogoniu1'n ~~ii'Jl~_~ __ _ _ Chlorogon-ium Ehrenberg, 1835. ,Celulas biflageladas, fusi- formes quando vistas de frente e circulares quando examina- das em see~ao transversal. o genero inclui no mome.nto ao redor de umas 30 especies. (fig. 11). 14. Colonia:s planas, formadas por celulas dispostas em urn unico plano Goni~c;r~ Goniu,m, Miiller, 1773. Colonias constituidas por 4, 8, 1() ou 32 celulas clamidomon6ides dispostas de modo a formar 1 placa plana ou levemente recurvada e de forma regular. As celulas sao rnais ou menos iso-orientadas, t6das com os flage- los dirigidos para uma mesm.a face da colonia. o genero compreende 6 ou 7 especies atualmente. (fig. 12). 14. Colonias esfericas, subesfericas, oblongas Oil ov6ides, formadas par celulas, dispostas em mais de 2 pIanos 15 - CHAVE ARTIFICIAL PARA GENEROS 31 ] 5 . Colonia:s oblongas, desprovidas de envolt6rio gelatinoso; celulas piriformes, iso-orientadas, mais au menos dispostas em 2 estratos de 4 celulas cada, com 2 flagelos Uvo· Uv'a Playfair, 1914. Colonias extremamente semelhantes aquelas de Spondylomorum. A distin~ao entre es'Ses dois generos e feita principalmente pelo numero de flagelos: em Uva os individuos possuem 2 flagelos iguais. .Este genero jnclui 8 ou 9 especies, ape'nas. 0 nome Uva foi preferido, entre outros} a P'yrobotrys Arnoldi, por ser 0 mais antigo. '(fig. 13). 15 . Colonias esfericas, subesfericas au ov6ides, dotadas de envolt6rio mucilaginoso 16 ] 6. Colonias formadas por m.ais de 500 celulas Volvox Volvox (l/innaeus, 1758) Ehrenberg,1830. Este genero pade ser facilmente reconhecido pela forma<;ao de co16nias geral- mente esfericas, macrosc6picas (0,5 ate 1,5 mm de diametrc), con'Stituidas por algumas centenas de celulas do tipo clami- domon6ide dispostas snperficialmente. o genero cOIrlpreende umas 20 especies conhecidas atualmen. tee (fig. 14-15). 16 . Colonias formadas por menos de 500 celulas 17 17 .. Celulas fusiforme-truncadas, dotadas de processos citoplasmatico3 .alongados em ambos os polos e na sua por~ao mediana . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .. Stephanosp'haera. Stephanosphaera Cohn, 1852. Colonias de contarno esferico ou eliptico constituidas por 2, 4, 8 ou 16 celulas reunidas sllperficialmente no interior de uma gelatina comum. As celulas sao aproximadamente fusiformes, mas. cheias de pro- longamentos protoplasmaticos perifericos, mais ou menos complicados, de aspecto geral bastante bizarro. o genero e monospecffico. (fig. 16). 32 ALGAS DE .A.GUAS CONTINENTAlS BRASILEIRAS 17 . Celulas esfericas OU hemisfericas, sem quaisquer processos cito- plasmaticos 18 18 . Colonias formadas por celulas de 2 tamanhos distintos, com ca- racter polar ~ . . . . . . .. Pleodorina PleodCYrina Shaw, 18940 Incluem-se neste genero cerca de 4 ou 5 especies que formam colonias esfericas ou elipticas, 'onde as celulas do tipo clamidomon6ide sao normalmente de 2 ta- manhos, na fase vegetativa. As celulas maiores dominam em numero e se localizam no polo anterior da colonia. (fig. 17). 18. Colonias formadas por celulas de urn tinico tamanho 19. Colonias formadas por celulas justapostas Pandorina Pandorina Bory de St. Vincent, 182'4. Oito, 16 e ate 32 celu}.as clamidomon6ides dispostas mais ou menos radialmen- te, reunidas forma~do uma colonia globosa ou, as vezes, mais eliptica. As celulas se comprimem umas as outras, manten- do sempre 0 polo anterior voltado para a periferia da massa gelatinosa. Sao conhecidas umas 3 ou 4 especies deste genero, ate 0 mo- mento. (fig. 18). 19. Colonias formadas por celulas nao justapostas 20 20 . Celulas esfericas Eudorina Eudorina Ehrenberg, 1831. Colonias elfpticas ou cilfndri- cas, mais ou menos regulares, agrupando normalmente 32 celulas clamidomon6ides '(raramente 8 ou 16). Essas celulas estao mais ou menos arranjadas em pIanos sucessivos para- leloB entre si, mas perpendiculares ao eixo mais longo da colonia. O's arranjos mais comuns nas colonias de 32 celu.. las sao: 4+8+8+8+4 ou 8+8+8+8. Incluem-se presentemente neste genero cerca de umas 8 ou 9 especies. (fig. 19). CHAVE ARTIFICIAL PARA G~NEROS 33 20. Celulas hemisfericas Volvulina Volvulina Playfair, 1915. Colo.nias esfericas ou elipticas, formada,s geralmente pela reuniao de 16 celulas biflageladas, hemisfericas e colocadas com a face plana voltada para a parede tenue da colonia. As celulas de Vol't'ulina se distri- buem em pIanos sucessivos, paralelos entre si e perpendi- culares ao eixo major da colonia, como em Eudorina. Apenas 2 especies deste genero sao conhecidas no momenta. (fig. 20). 21. Plantas unicelulares, solitarias ou agregadas 22 21. Plantas multicelulares, na forma de colonia Oll filamento 89 22 . Celulas com uma incisao mediana, dividindo-as em 2 semicelu- las 23 22. Celulas aem qualquer incisao mediana 39 23 . Celulas cilindricas ou oval-alongadas, em geral mais de 3 vezes mais compridas que 0 proprio diametro 24 23. Celulas de Qutras formas, normalmente menos de 3 vezes mais longas que 0 proprio diftmetro 29 24. Cloroplastos estrelados Cylindrocystis Cylindracystis Meneghini, 1838. As celulas sao elipticas ou cilindric-as e com as. polos arredondados. A maioria das es- pecie,s incluidas neste genero nao possue constricc;ao mediana; em nns poucos casos, uma constric~o bastante leve pode existir. Os cloroplastos sao axiais e podem ser estrelados ou pregueados longitudinalmente e com as margens das pre- gas com varias saliencias e reentrancias sucessivas. o genero inclui m·ais ou menos umas 5 especies conhecidas do mundo inteiro. (fig. 21~22, 110). 34 ALGAS DE AGUAS CONTINENTAlS BRASILEIRAS 24 . Cloroplastos de outras formas 25 25. Celulas com uma incisao no apice de carla semicelula, mais ou menos profunda Tetmemo'ru,~- TetmemorU8 Ralfs, 1844. Genero com 5 ou 6 especies conhe- cidas, distribuidas em todo 0 mundo, constituido de indivi- duos aproximadamente cilindricos, com os polos arredondados e constric~ao mediana bastante evi~ente. A caracteristic.a fundamental para separa~ao deste genero dos seus seme- lhantes dentro da familia e a existencia de uma incisao ver- tical !nediana relativamente profunda em cada polo. (fig. 23). 25. Celulas Bern qualquer incisao apical 26 26. Celulas com variosverticilos sllperpostos, de protuberancias espi- nifera'S; polos divididos, com espinhos retos ou encurvados . . . . . . . . . . . . . . _. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . Triplocera.,,; Triploceras Bailey, 1850 (ou 1851?). Celulas cilindricas, alongada'S, constrictas na regiao do istmo. 0 apice das se- micelulas e achatado e com 2 (raramente 3) lohos curtos e terminados, cada urn, par 2 a 3 espinhos. Entre os 2 lobos existe 1 entumescencia pequena, tambem ornada com 1 ou 2 espinhos. De resto, t6da a parede celular e ornamentada desde 0 istmo ,ate aos apices, com verticilos regulares de espi- nhos simples au verrugas emarginadas. Ha possibilidade de confusao de individuos de Triploceras com certas especies de Pleurotaenium. 0 tipo de apice loba- do das semicelulas de Triploceras, entretanto, e uma caracte- ristica marc-ante, distintiva do genero. Sao conhecidas ate o presente apenas 2 especies deste genero, mas com inume- ras variedades. (fig. 24). 26. Celulas sem verticilos de protuberancias espiniferas; polos indi- visos 27 CHAVE ARTIFICIAL PARA GENEROS 35 27 . Celulas rarame:nte ate 6 vezes mais longas que 0 proprio diametro; incisao mediana bastante suave; base das semieelulas nada OU muito pOlleo entumescida ,. . . . . . . . . . . . . . .. Penium Penium de BrebissaTI; 1844., Genera constituido par indivi- duos com celulas aproximadamente cilindricas, com as palos arredondados. Entre as caracteristieas fundamentais do genero, destaca-se a presen~a de uma sutura mediana na parede celular, a qual normalmente apresenta zonas de alon- ga~o aparecendo como varias linhas de sutura, em certos casos. Os autores .sao m·ais au menos concordes na inclusao de cerca de 10 especies neste genero. (fig. 25-26). 27 . Celulas mais de 6 vezes mais longa'S que 0 proprio diametro; inci- sao mediana conspicua; base das semicelulas nltidamente entu- mescida ~ ~ . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .. 28 28 . Base das semicelulas com urn verticilo de denticulos ou com pre- gas longitudinais Docidiu1n Docidium de Brebisson, 1844. Celulas usualmente cilindricas, alongadas: com uma. constric~ao mediana bern visivel e, de urn modo geral, bastante parecidas com as celulas de Pleurotae- nium. Em Docidi~t1'n a constric~ao mediana apresenta, entre- tanto, de um lado e d'outro, uma cor6a de fendas ou .de peque- ninas verrugas, caracteristica esta fundamental na separa~ao entre as dois generos em questao. Os apices podem ser trul1- cados, arredondados OU, as vezes, dilatados. o ge11ero inclui 4 especies conhecidas do mundo inteiro. (fig. 27). 28. Base das semicelulas sem qualquer verticilo de denticulos ou pre- gas longitudinais Pleurotaenium Pleurotae1"~iumNageli, 1849. ,Celulas geralmente cilindricas, com as polos truncados e 0 istmo reentrante. Certas especies apresentam 1 ou mais ondula~oes logo acima do istmo ou, como acontece em umas poucas e'Species, a parede celular 36 ALGAS DE .AGUAS CONTINENTAlS BRASILEIRAS apresenta ondula~oes mais ou menos regulare's desde 0 istmo ate os polos. Os polos podem ser lisos, d~stituidos de qual- quer ornamenta~ao,ou ornados com uma coroa constitufda por granulO's mais ou menDs arredondados ou por pequenos espi- nhos. Sao conhecidas ate agora cerca de 50 esp'ecies distri- buidas no mundo inteiro, principalmente nas regi6es de clima quente. '(fig. 28-30) ~ 29. Celulas achatadas, estreladas au disc6ides, de contorno aproxima- damente circular em vista frontal; semicelulas profundamente in- cisas e geralmente divididas em lobos radialment~ dispostos (por sua vez, freqiientemente lobulados) Micrasterias Micrasterias C. A. Agardh, 1827. Este e urn dos generos que pela rnultiplicidade e beleza das formas apresentada, mais atrai a aten~ao do estudioso em algas e, principalmente, do curioso na materia. Exce~ao a uma unica especie, MicraB- terias joliacea, que forma cadeias relativamente longas, as celulas sao isoladas e de contarno aproximadamente circular ou ate quadrangular. Quando examinadas em vista apical sao lenticulares, fortemente achatadas. o .contorno das semicelulas pode apresentar 2 ou 4 incisoes principais, mais ou menos profundas. Quando existem 2 incis6es, a semicelula aparece dividida em 3 lobos: 1 polar, mediano e 2 laterais. As semicelulas com 4 incisoes mos- tram-se divididas em 5 lobos: 1 polar, media,no, 2 laterais, subseqtientes e 2 basais. Em qualquer caso, a margem api- cal dos lobos pode ser inteira ou emarginada OU, mesmo, apre- sentar outras incisoes, menDs profundas, secundarias, dando origem a lobulose Ha algumas formas de Micrasterias colocadas por certos auto- res, pela silhueta das semicelulas, como es.pecies de Euastrum. \ (fig. 31-32). 29 . Celulas nao achatadas, raramente disc6ides em vista frontal; se- micelulas Dao incisas ou com incisoes pouca profundas, sem divi- sao radial em lobos ou lobulos 30 CHAVE ARTIFICIAL PARA GENEROS 37 30 . Celulas com 1 incisao apical superficial e ampla ou profunda e estreita ... . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .. Euastrum Euastrum Ehrenberg, 1832. Euastru,m e urn genero extre- mamente variado incluindo, talvez,' urnas 200 especies do mundo inteiro. As celulas estao dividida'S em duas metades (semicelulas) por urn. senD profundo e, quando vistas de urn dos apices, mais ou menos achatadas (contorno eliptico OU poligonal achatado) . A margem apical das 'Sernicelulas e, na maioria das vezes, dividida medianamente por uma incisao vertical mais ou menos profunda. Tambem, e comum neste genero a existencia de uma entumescencia basal logo acima do istmo ou, as vezes, mais mediana, em cada semicelula. Este eurn genero que apresenta uma varia~ao morfo16gica tao grande e que inclui urn tal numero de especies, que sua deli- mita~ao precisa e extremamente dificil. Sao relativamente freq'Uentes os casos onde e problematica a separa~ao entre Euastrum, Cosmarium e mesmo Micrasterias. (fig. 33-3'7). 30. Celulas sem qualquer incisao apical 31 31. Celulas angulares em vista apical 32 31. Celulas elipticas ou oblongas, nao angulares em vista api- cal 34 32 . Celulas com 1 papila, mucron ou espinho simples em cada an- gulo Stauro,de'Sm'tlS Staurodesmus Teiling, 1948. Individuos com celulas bi- a pluri-radiais quando vistas de urn dos apices, cada angulo terminado por 1 espinho mais on menos comprido e em varios casos reduzido a urn mucron. A parede celular e sempre lisa. o genero foi proposto por Einar Teiling para reunir um,a sec~ao do genero Arthrodesmus constituida por individuos com celulas bi-radiais em vista a,pical e os polos adornados com 1 unico e.s,pinho, e uma sec~ao de Staurastrum. ,Sao conhecidas ate 0 momento cerca de 100 especies, deste genero. (fig. 38-39). 38 ALGAS DE AGUAS CONTINE,NTAIS BRASILEIRAS 32 . Celulas com 1 processo mais elaborado em cada angulo, nunea com papila, mucron au espinho simples 33 33 . Processos angulares em ambas as semicelulas mais ou menos iso-orientados, todos encurvados para urn dos ,polos . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .. . . . . . . . . Amscottia Amscottia Gronblad, 1954. Este genero e tlpiealnente brasi- leiro, tendo sido proposto com base em material eoletado no Estado do Para. O'S individuos da tiniea espeeie ate agora conhecida possuem celulas que lembram bastante as de Sta'u- rastrum. As celulas sao pluri-radiais em vista apical, apre- sentando duas series superpostas de processos, a inferior com 10 proeessos e a superior, com 6. A earacteristica notavel deste genero, entretanto, e que 0 distingue de pronto de Stau- rastrum e a assimetria bipolar devida principalmente a orien- ta~ao dos processos angulares. (fig. 40). 33 . Processos angulares nao iso-orientados, mas retos ou encurVD-- dos Staur,astru1~~ Sta,urastrum Meyen, 1829. Celulas normalmentetri-radiais (raramente bi-radiais) em vista apical. com os angulos orna- mentados com espinhos ou processos estruturalmente mais ou menos complicados. Ha, entretanto, 3 sec~6~s do gene.ro onde os individuos inclufdos sao destituidos de processos angu- lares ou de espinhos. Staurastr~im e juntamente com Cosmarium 0 genero de ~des midiaceas que inclui 0 maior numero de e'Species conhecidas. Acredita-se que ja tenham sido descritas mais ou menos umas 1200 especies, conhecidas de todo 0 mundo. A semelhan<;a de Cosmarium, tam,bem, a variedade de formas e de estruturas neste genera' e notavel, tao extraordinaria a ponto de se tor- nar obrigat6ria a sua divisao em sub-unidades, atualmente em 2 subgeneros, urn com 8 sec~6es e outro, com 5. (fig. 43-48) . 34. Celulas com os angulos adornados com m,amilos, mucrons ou es- pinhos . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .. 35 CHAVE ARTIFICIAL PARA GENER10S 39 34. Celulas lisas, com os angulos nao adornados com mamilos, mucrons au espinho'S 37 35 . Face das semicelulas com 1 entumescencia mediana, a qual pade, em certos casos, ser substituida POl" uma serie de granulos au POl" 1 ou mais espinhos X anthidium Xanthidi~lm Ehrenberg, 1834 (ou 1837?). ~ste genero pos- sui distribui~ao cosmopolita e inclui ao redor de 90 especies atualmente. As celulas quando vistas de urn dos polos sao bi-radiais, elipticas au hexagonal-achatadas. Quando vistas de frente, sao normalmente hexa- ou octogonais (raramente mais ou menos elipticas), com os angulos ornamentados com espinhos de tamanho e forma variaveis. Em vista apical, (\S espinhos aparecem em duas series. A parede celular elisa, ' mas no centro das semicelulas aparece urn espessamento sa- liente e freqiientemente ornado de poros, granulos au espi- nhos. (fig. 49-50). 35 . Faee das semicelulas lisa, destitufda de entumescencia mediana ou qualquer outro ornarnento 36 36 . Celulas com 1 papila, mucron ou aespinho simples em eada polo . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .. Staurodesm:tts (Veja descri~ao suscinta do genero a page 37). 36. ·Celulas com 2 au 3 espinhos simples em cada polo . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .. Arthrodesmu8 Arthrodesmus Ehrenberg, 1838. Celulas em vista apical elipticas, com 2 on rnais espinhos marginais por semicelula. No grupo de especies que apresenta comumente 2 espinhos por semicelula, a parede celular e verrucos·a, escrobiculada ou porle apresentar urn espessamento mediano ornado ou nao, em cada semicelula. As especies com 2 espinhos por semicelula e parede celular lisa pertencem, segundo Einar Teiling, ao genero Stau1·odesmus~ No grupo de especies ornadas margi- nalmente com 4 ou 6 espinhos, a parede celular elisa. Este 40 ALGAS DE AGUAS CONTINENTAlS BRASILEIRAS genero inclui, talvez j urnas 20 especie,s de todo 0 mundo. (fig. 51-52) . 37 . Face das semicelllias com 1, 2 ou 3 protuberancia'S ornamentadas com granulos, geralmente Euas"tru'm (Veja descri~ao suscinta do genero a page 37). 37. Face das semicelulas lisa, sem protuberancias 38 38. Celulas geralmente circulares em vista apical; cloroplastos, em vista frontal, com costelas longitudinais Actinotaeniu1n Actinotaenium (Nageli) Teiling, 1954. Genero proposto por Einar Teiling, em 1954, incluindo atualmente ao redor de 40 espeeies situadas anteriormente com duvida ora como Cosma- rium e ora como Penium. Os individuos ora identificados como, Actinotaenium possuem celulas circulares em sec~ao transversal e com contorno variado de cilindrico a fu,siforme em vista frontal, com os polO's arrendondados. 0 istmo e usualmenhe pOllCO marcado. Como caracteristicas funda- mentais deste genero pode-se mencionaI', ainda, a parede celular lisa, a qual porle, todavia, apresentar poros ou escro- bicula~oes, e 0 ·cloroplasto estrelado, quando vi'sto de um dos polos. (fig. 53-54). 28 . Celulas elipticas ou oblongas em vista apical raramente circula-, res; cloroplastos, em vista frontal, de outras formas, nunea com costelas longitudinais Cosmariul1~ Cosmari1tm Corda, 1834. Trata-se de um genero puramente artificial e de defini~o precisa extremamente dificiI. Acre- dita-se ja haverem sido descritas cerca de umas 2000 esp'ecies de Cosmariu1n. Os autares modernos, diante da vastidao do numero de especies e da multiplicidade de formas nele in- cluidas, costumam fragmenta-Io em 3 subgeneros e 12 sec~oes, numa tentativa de melhor pader estuda-Io. Em linhas gerais, 0 genero pode ser delimitado pelo fato das celulas pos,suiram uma cOILStric~ao mediana bastante de~ar- CHAVE ARTIFICIAL PARA GENEROS 41 carla e semicelulas inteiras (nao subdivididas em lohos). A vista apical das semicelulas e geralmente eliptica, as vezes circular au, mais raramente, reniforme. (fig. 55-58). 39. 39. Celulas esfericas a suhesfericas e ate hemisfericas ,C'elulas de outras formas 40 57 40 . Parede celular com espinhos ou setas superficialmente 41 40. Parede celular Bern espinhos au setas superficialmente 47 41 . Parede celular densamente revestida de espinhos gelatinosos, hia- linos, longos e conicos Echinosplwe1·ella Echinosphaerella G. M. Smith, 1920. Celulas solitarias, de contarno esferico e cobertas com numerosas setas gelatinosas, conicas. o genero e monoespe.cifico e conhecido apenas do plancton dos Estados Unidos da America do Norte e Brasil, ate 0 momento. (fig. 59). 41. Parede celular formando setas superficialmente 42 42 . Setas bruscamente espes,s,adas no quarto basal . .. . .. . . . . . .. . .. . . . . . . . . . . . .. . . . . . . . . . . . . . .. . . . ... Achantosphaera Achantosphaera Lemmermann, 1898 (ou 18991). Individuos esfericos, solitarios, com a parede celular ornada com setas radiais relativamente longas. Quanto ao asp,ecto geral, lem- bram bastante celulas de Golenkinia. Todavia, as setas em Acanthosphaera sao bruscamente espessadas no quarto basal. o genero inclui 2 especies conhecidas principalmente do he- n1i'sferio norte. '(fig. 60). 42 . Setas apenas levemente espessadas na base, quando tanto 43 42 ALGAS DE A.GUAS CONTINENTAlS BRASILEIRAS 43 . Plantas normalmente epifitas . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .. 44 43 . Plantas de vida livre, nao espifitas 45 44. Plantas solitarias ou ~regarias, eada uma eom 1 tiniea seta longa e protegida, na base, por uma bainha gelatinosa curta . . '. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .. Chaetosphaeridium Chaetosphaeridi·u,m, Klebahn. 1892. Individuos unicelulares e de habito epifita, solitarios ou reunidos em coxins pela pre- sen~a de mueo ou de tubos gelatinosos. As celulas sao globo- sas e formam urn pelo longo e com a base envolvida por bai- nha cilindrica. o genero inelui apenas 3 ou 4 esp,ecies conhecidas como habi- tantes das turfeiras de esfagno do mundo inteiro. (fig. 61). 44. Plantas soIitarias ou gregarias, cada uma com 1 tiniea seta rami- ficada dicotomicamente, originada da parte basal da celula e des- tituida de bainha gelatinosa Dicranochaete Dicranochaete Hieronymus, 1895. Individuos unicelulares, solitarios e com habito epifita caracteristico. As celulas sao hemisfericas, fixas pela sua face plana e possuem de 1 a 4 pelos mais ou menos longos e originarios da b·ase da celula. tsses pelos sao ramificados dicotomicamente uma ou mais vezes. Este genero inclui 2 especies de distribui~ao cosmopolita. (fig. 62). 45 . Celulas em poucas setas loealizadas apenas nos polos, ou nos polos e no equador . . . . . . . .. Chodatella, Chodatella Lemmermann, 1898. Individuos unicelulares· e solitarios, esferieos ou elipticos, ornados com umas poucas setas localizadas nog, polos e/ou no equador. A distribui~ao das. setas e caracteristica. Conforme as especies, podem ser localizadasapenas nos polos ou nos polos e no equador. CHAVE ARTIFICIAL PARA G~NEROS 43 ~ste genero inclui cerca de 20 especies conhecidas do mundo inteiro. (fig. 63-64). 45. Celulas com numerosas setas mais ou menos homogeneamente dis- tribuidas pela superficie da parede celular .......... .. .. .. .. .. .. .. .. .. ... 46 46 . Cloroplasto com 1 piren6ide Golenkinia Golenkinia Chodat;. 1894 emend. Korschikov, 1953. Indivi- duos esfericos, solitarios, com a parede celular ornada com setas radiais relativamente numerosas. Neste genero, as setas se apresentam em geral ·gradualmente espessadas em dire~ao· it base. 0 cloroplasto e parietal, em forma de copo, com 1 piren6ide. o genera inclui 2 ou 3 especies conhecidas do mundo inteiro. (fig. -66). 46. 'Cloroplasto destituido de pi.ren6ide Phytel'io8 Phytelios Frenzel, 1891. Celulas esfericas, solitarias, com a parede celular, ornada com numerosas setas dispostas ra- dialmente. 0 cloroplasto eparietal e destituido de piren6ide. A ausencia de piren6ide e, alias, a unica caracteristica dis- tintiva entre 0 presente genero e Golenkinia. o genero inclui apenas 2 especies de ocorrencia bastante rara. (fig. 65). 47 . Celulas com 1 tinico cloroplasto, axial 48 47. Celulas com 1 ou mais cloroplastos, parietais 49 48 . Cloroplasto estrelado, dotado de processos radiais achatados na periferia da celula Asterococc~ Asterococcus Scherffel, 1909. Colonias bastante semelhantes as de Gloeocystis, com a matriz gelatinosa nltidamente estra- 44 ALGAS DE AGUAS CONTINENTAlS BRASILEIRAS tificada. A caracteristica fundamental deste genero, toda- via, e a forma estrelada do cloroplasto em cada celula. Conhecem-se atualmente apenas· 3 especies deste genero. (fig. 67). 48. Cloroplastos massi~os, estendendo-se ate 3:S proximidades da pare- de celular, de co.ntorno irregular (lobado); alga encontrada prin- cipalmente em talos de liquens Trebouxia Trebouxia de Puymaly, 1924. Celulas esfericas e que pos- suem 1 cloroplasto massi~o, estrelado (os lobos estelares sao curtos e largos) e geralmnete com 1 piren6ide axial, rara- mente 2 ou 3 deles. sao conhecidas atualmente cerca de 5 au 6 especelS deste genero que possui habitQ caracterlsticamente subaereo ou vivem ,em talos de liquens. (fig. 68). 49 . Celulas normalmente epifitas ou epizoarias, usualmente fixas ao substrato por urn est~pe mais ou menos longo e- expandido termi.. nalmente num pequeno disco de fixa~ao Characium Characium A. Braun, 1849. GeRerO com mais ou menos umas 30 especies, todas fixas, de habito geralmente epifita. As celulas sao solitarias, na maioria das vezes fusiformes OU, menos freqiientemente, mais ou menos globosas e com urn pedunculo de fixa~ao de comprimento variavel, 0 qual ter- mina distalmente num disco basal. Algumas especies sao normalmente encontradas sobre micro- crustaceos. '(fig. 69). 49. Celulas de vida livre, nao fixas 0 • • • •• 50 50 . Celulas com numerosos cloroplastos parietais em forma de plaque- tas irregulares, distribuidos em filamentos citoplasmaticos radian- tes do cefitro da celula Erem,osp,haera Eremosphaera de Bary, 1858. Celulas esferica:s, solitarias e desusadamente grandes para este grupo de algas (ate mais CHAVE ARTIFICIAL PARA G~NEROS 45 ou menos uns, 200 microns de diametro). Os cloroplastos aparecem como numerosos pequenos discos, de forma irregu- lar e dispostos parietalmente, alem de outros, mais fu:sifor- mes, distribuidos em filamentos citoplasmaticos radiantes do centro da celula. ~ste genero inclui 3 especies apenas, conhe- cidas do mundo inteiro. (fig. 70). 50 . Celulas com 1 unico cloroplasto; quando mais de 1 cloroplasto esta presente, eles possuem a forma de plaquetas poligonais ..... 51 51. Celulas com varios cloroplastos parietais, em forma de plaqueta's poligonais Planktosphaeria Planktosphaeria G. M. Smith, 1918. Individuos esfericos e de habito solitario ou colonial irregular.. ~les, apresentam numerosos cloropla:stos de forma aproximadamente piramidal, cada com 1 piren6ide. Vma bainha gelatinosa homogenea e ampla envolve as celulas. :Este genero inclui, ate 0 momento, apenas 2 especies. (fig. 71-72) . 51. Celulas com 1 unico cloroplasto em forma de calota, lamina, apa- rentemente difuso 52 52. Cloroplasto em forma de calota 53 52. Cloroplasto em forma de lamina, aparentemente difuso .... 55 53. Celulas destituidas de piren6ide Chlorella Chlorella Beijerinck. 1890. CelQlas solitarias, geralmente esfericas ou elipticas ou, raramente, ate reniformes ou assi... metricas. Na maioria dos casos, cada celula possue 1 cloro- plasto, raramente 2. A forma do plasto e bastante v"ariada. Geralmente tern a forma de uma banda com os bordos lisos, preenchendo ·a maior parte da celula. Piren6ide, ausente, o genero inclui talvez, umas 30 especies. (fig. 73-75). 46 ALGAS DE AGUAS CONTINENTAlS BRASILEIRAS 53 . Celulas com piren6ide 54 54. Celulas gregarlas, formando massas pulverulentas ou embebi- das em gelatina; celulas j6vens com parede celular fina e homo- genea, as celulas adultas com parede celular espessa e de con- torno irregular pela presen~ de papilas Chloroc'Occu1n Chlorococcu1n Meneghini, 1842 emend. Starr, 1955. Celulas isoladas ou reunidas, formando agrupamentos temporarios e de feitio bastante irregular, sem geleia colonial. As celulas sao esfericas ou elipticas e possuem 1 cloroplasto parietal em forma de copo ou me'smo com a forma de, uma esfera oca, sern qualquer abertura, em ambos os casos com 1 ou rnais piren6ides. Incluern-se aqui cerca de 30 ou 35 especie-s com distribui~ao pelo mundo inteiro. (fig. 76-77) .. 54. Celulas quando gregarias formando grupos de poucos individuos,. normalmente distribuidos de forma irregular no interior de 1 envolt6rio gelatinoso Planktospha,eria. (Veja descri~ao suscinta de genero a page 45). 55 • Cloroplasto aparentemente difuso e com varios piren6ides; pare-- de celular espessa e de contorno irregular pela presen~a de papi-· las ChlorococCtl/lY1l (Veja descri~ao suscinta do genero it page 46). 55. Cloroplasto em forma de lamina e normalmente sem piren6i- de .. . . .. . . . .. .. .. .. . . .. . .. .. .. .. .. .. . .. . .. .. .. .. . .. .. . .. .. .. .. . .. .. .. .. .. .. .. . .. .. . .. 56· 56. Cloroplasto em forma de 1 band,a de bordos lisos, preenchendo· apenas uma pequena parte 'da celula; reprodu~ao por meio de autosporos .. . .. . .. . . .. . .. . .. . .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. . .. .. .. .. .. . .. .. .. .. .. .. ChloreZla. (Veja descri~ao su.scinta do genero it page 45). CHAVE ARTIFICIAL PARA G~NEROS 47 56. Cloroplasto em forma de 1 ba,nda de bordos lobados, preenchendo a maior parte da celula; reprodu~ao por divisao celular, ape- nas .. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .. . . .. Pro'tococCU8 ProtocoCCU8 C. ....1:".. Agardh, 1824. A situa~ao das especies de Protococcu,s e Pleurococcus esta de tal forma confusa que F. Brand em 1925, numa tentativa de tornar mais funcional a sistematica do grupo, propos 0 nome Apatocoe·c'U8 para a.s especies daqueles generos destituidas de piren6ides e 0 nome Desmococcus para as especies tanto de Protococcus como Pleurococcus que possuem pirenoide. Conhecem-se no momento umas 2 especies de Apa,tococcu"s en- quanto 0 genero Desmococcu".s e monoespecifico. '(fig. 78-80). 57 . Celulas ov6ides, elipticas ou oblongas 58 57 . Celulas de outras formas 64 58 . Celulas com 1 unico cloroplasto, axial, massi~o, estendendo-se ate as proximidades da parede celular, de contorno irregular (loba- do); alga encontrada principalmente em talos de liquens . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .. . . . . . . Trebo1tXia '(Veja descri~ao suscinta do genero it page 44). 58 . Celulas com 1 ou mais cloroplastos parietais 59 59. 59. Celulas destituidas de piren6ide,Celulas com 1 ou mais piren6ides 60 61 60 . Cloroplasto em forma de 1 banda de bordos lisos, preenchendo apenas uma pequena parte da celuIa; reprodu~ao por meio de autosporos 0 • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • •• Chlorella (Veja descric;ao suscinta do genero it page 45). 60 . Cloroplasto em forma de 1 banda de bordos Iobados, preenche'ndo a maior parte da celula; reprodu~o por divisao celular, ape- nas .ProtocoCCU8 (Veja descri~ao suscinta do genero it page 47). 48 ALGAS DE AGUAS CONTINENTAlS BRASILEIRAS 61. Parede celular ornamentada com setas 62 61. Parede celular destituida de setas, podendo ou nao possuir n6du- los polares mamiliformes 63 62 . Celulas com uma tiniea seta longa e protegida, na base, por 1 bainha gelatinosa curta Chaetosphaeridium (Veja, descri~ao suscinta do genero a page 42). 62 . Celulas com poucas setas localizadas apenas nos polos ou nos polos e no equador Chodat,ella (Veja descri~ao suseinta do genero a page 42). 63 . Celulas com 0. polo mais afilado contido em um tubo gelatinoso curto e 0 polo rnais arredondado voltado para 0 exterior da colo- nia; gelatin·a comumente cor acastanhada; n6dulos polares sem- pre ausentes t............................... Botryococcus Botryococcus Kilt-zing, 1849. Individuos com celulas ov6ides, com 0 polo mais afilado contido em urn tubo gelatinoso curto e 0 polo mais arredondado envolto em urn halo de gelati.na. As celulas aparecem reunidas em grupo de 4; mas, varios grupos desses podem ser reunidos de modo a constituir mas- sas bastante compactas as vezes. A gelatina pode, em alguns casos, aparecer colorida de urn tom acastanhado devido a uma substancia oleaginosa impregnada de caroteno produzida e excretada pelas pr6prias celulas. 0 gene,ro inclui 2 ou 3 espe- cies apenas. (fig. 83-84). 63. ·Celulas nao arranjadas como acima; n6dulos polares mamilifor- roes geralmente presentes oocystis Oocystis Nageli, 1855. ~ste genero inclui umas 40 especies de distribui~ao cosmopolita, a maioria delas de habito planc- tonico. Os individuos podem ser unicelulares e solitarios ou estar reunidos em colonias de 2 on 16 celulas, as quais se mantem CHAVE ARTIFICIAL PARA GENEROS 49 juntas pela parede celular gelatinizada das celulas-mae. As celulas sao normalmente elipticas e apresentam a parede celu.. losiea com 1 espessamento em cada polo, os chamados nodu.. los polares, mamiliformes. (fig. 81-82). 6L1. Celulas cilindricas, subcilindricas, aciculares, fusiformes ou luna- das ' . . .. .. .. . . . .. .. .. .. .. . . .. .. . .. .. . .. .. . .. .. . .. .. 65 64. Celulas de outras formas 86 65 .. Celulas em geral epifitas ou epizoarias, usualmente fixas ao subs- trato pot urn estirpe mais ou menos longo e expandido, na base, num pequeno disco de fixa~ao " .. .. .. .. .. . .. .. .. Characium (Veja descri~ao suscinta do genero it, page 44). 65. Celulas de vida livre, nao fixas "0........................... 66 66.. Celulas cilindricas, subcilindricas, fusiformes aciculares, sempre retas .. .. .. . .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. . . .. .. . .. .. . .. .. .. .. .. .. .. .. .. . . .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. . .... 67 66.. 'Celulas encurvadas, lunadas ou sigm6ides 80 67 . Parede celular ornamentada superficialmente com setas .... 68 67 . Parede celular lisa, destituida de setas 69 68 .. 'Celulas com poucas setas localiz,adas apenas nos polos ou nos. polos e no equador; 1-4 cloroplastos em forma de disco ou lamina, por celula . .. . .. .. .. .. .. .. . .. .. .. . .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. . .. .. .. .. .. . .. . . .. . . .. .... Chodatella (Veja descri~ao su'Scinta do genero a page 42). 68 .. Celulas com ambos os polos prolongados numa seta retilinea ou. encurvada, longa e com ponta simples, ou uma delas com a ponta simples e a outra bifurcada ou expandida num disco; 1 unico cloro- 50 ALGAS DE AGUAS CONTINENTAlS BRASILEIRAS plasto por celula, com a forma de H em sec<;ao transversal . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . Schroederia Schroederia Lemmermann, 1.898 emend. Korschikov, 1953. As celulas sao solitarias e de vida livre. Sen contorno e fusiforme, podendo ser retas, encurvadas ou torcidas na forma de urn S. As extremidades sao alongadas na forma de seta longa e bern individualizada. Este genero inclui presente-· mente cerca de 4 especies distribuidas pelo mundo inteiro. (fig. 85-86). 69. Cloroplastos parietais 70 69 . Cloroplastos axiais 74 70 . Cloroplastos em forma de fita torcida em espiral . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . Spirotaenia Spirotaenia de Brebisson. 1844. Celulas isoladas, cilindricas ou mais 011 menos fusiformes. 0 cloroplasto e a caractens- tica fundamental do genero. Ele porle ser de 2 tipos: parie- tal helic6ide ou central e massi~o. Neste caso, entretanto, existe sempre uma serie de pregas .Iongitudinais torcidas em helice. Inclui-se presentemente neste genero cerca de um·as 20 espe- cie's conhecidas do mundo inteiro. (fig. 87). 70 . Cloroplastos nao espiralados 71 71. Celulas com 1 ou ambos os polos afilando bruscamente, formando 1 estrutura espinescente ponteaguda Ourococcu8 OurocOCCU8 Grobety, 1909. ,Celulas soIitarias, fusiformes ou filiformes, retas ou sigm6ides e destituidas de bainha de geia- tina. Urn ou ambos os polos das. celulas podem aparecer afi- lados de modo a formar uma estrutura e'Spinescente pon- teaguda. £ste genero inclui 3 ou 4 especies apenas. (fig. 88-89). CHAVE ARTIFICIAL PARA GENEROS 51 71 . Celulas com os polos nao afilando bruscamente para formar estru- turas espinescentes 72 72 . Cloroplastos com uma fileira axial de 10 ou mais pirenoides ..... . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . Clostenop·sis Closteriopsis Lemmermann, 1908. Celulas solitarias, retas ou curva'S, fusiformes, de um modo geral bastante alongadas e destitufdas de involucro gelatinoso. 0 cloroplasto e parie- tal e apresenta numerosos piren6ides. o genero compreende 4 especies cosmopolitas, ate 0 momen- to. (fig. 90). 72. Cloroplastos freqiientemente com 1 unico piren6ide (raramente ausente) . . . . . . . .. 73 73 . Celulas cilindricas, curtas, cerca de 2 ou 3 vezes mais comprid.as que 0 proprio diametro Coenocystis Coenocystis Korschikov. 1953. Genero de habito colonial. As colonias sao gelatinosas e constitufdas por celulas elipticas, subcilfndrica'S, reniformes ou lunadas (porem nunea esferi- cas!) e que normalmente aparecem reunidas em pequenos grupos de 4 ou 8. o genero e conhecido atualmente apenas do plancton da Russia, Callada e Brasil. IncIui, acredita-se, umas 4 espe- cies atualmente. (fig. 91). 73 . Celulas fusiformes, muitas vezes mais longas que 0 proprio dia- metro (pelo menos mais de 10 vezes) Ankistrodesmus Ankistrodesn~us Corda, 1838. Celulas fusiformes, bastante longas e aproximadamente retilineas on mais ou menos en- curvadas OU, ate mesmo; sigm6ides. Em algumas especies o~ individuos representativos sao solitarios; em outras, eles se reunem de modo a constituir fa.sciculos. Nestes ultimos, uma bainha gelatinosa relativamente ampIa pO'de ou nao existir. 52 ALGAS DE AGUAS CONTINENTAlS BRASILEIRAS ~ste genero inclui umas 20 especies de distribui~ao mundial. (fig. 92-94). 74. Celulas mais de 10 v€zes. mais longas que 0 proprio diametro; parede celular com inumeros espinhos Gonatozygon Gonatozygon de Bary, 1856. Celulas cilfndricas, alongadas, retas, curvas ou irregularmerlte tortuosas, com as· palos trun- cados. Cada individuo 'possue 2 cloroplastos tabulares, mais ou menos retos au ate urn pOUCO ondulados. o genero inclui cerca de 6 au 7 especies conhecidas de todo o mundo. (fig. 95-96). 74. Celulas no maximo 5 vezes mais longas que 0 proprio diametro; parede celular lisa 75 75. Cloroplastos em forma de e'Strela, com 1 tinieo piren6ide .. . .. .. . .. .. . .. .. . . .. . . .. . . .. . . .. . .. .. .. . . . . .. . .. . . .. . . . . . .. . .... Cylindrocysti.~ (Veja descri~ao suscinta do genera a page 33). 75.. Cloroplastos em forma ,de lamina au com costelas longitudi- nais 76 ~"6 . Cloroplastos em forma de lamina 77 76. Cloroplastos com costelas longitudinais 78 77 . Cloroplastos geralmente excavados na regiao mediana ..... Roya Roya West & West, 1896. Celulas cilindricas, alongadas e levemente recurvadas. 0 cloroplasto e unico, tabular, com 3 ou 4 pregas longitudinais e uma excava~ao mais ou menos mediana, na regiao da celula ocupada pelo nucleo. Genero de ocorrencia relativamente rara e que inclui 3 espe- cies conhecidas do mundo todo. (fig. 97). CHAVE ARTIFICIAL PARA G:mNEROS 53 77. Cloroplastos sem qualquer excava~ao especial, na parte medla- na Mesotaeni'Ur1n Mesotaenium Nageli; 1849. Individuos com celulas isoladas, elipticas ou cilindricas e curtas, com os polos arredondados e em varias especies mergulhadas em u'a matriz gelatinosa abundante. 0 cloroplasto e a caracteristica fundamental para a distin~ao deste genero de certa'S especies de Cylindro- cystis. 0 sen numero varia entre 1 e 2 por celula, mas a forma tabular e constante. o genero inclui 8 especies conhecidas do mundo inteiro. '(fig. 98-99) . 78. Bordos dos cloroplastos em geral com reentrancias e salien- cia.s N etrium Netrium (Nageli, 1849) Itzsighson & Rothe, 1856. Celulas isolada:s de contorno geralmente eliptico OU, mais raramente, cilindrico e com os polos arredondados. 0 cloroplasto e axial e com uma serie de pregas longitudinais cujas margens, na maioria das especies, se apresentam mais ou menos profun- damente recortadas.. 0 genero inclui 3 ou 4 especies conhe- cida'S do mundo inteiro4 (fig. 100). 78 . Bordos dos cloroplastos, Iisos 79 79. Vacuolos apicais, presentes Closterium Closterium Nitzsch, 1817. Celulas geralmente com a fonna de Iua em quarto crescente, mais ou menos arqueadas. Algu- mas especies possuem celulas retas, fusifonnes ou navie-uIDi... des. Outras, sao fusiformes no ter~o mediano e os ter~os I distais sao encurvados OU, as vezes, muito delgados. Em qualquer caso, todavia, em ambos os polos celulares existe urn vacuolo com 1 ou mais corpusculos trepidantes. Acre- dita-se que cerca de uma centena de e'Species distintas, conhe- cidas do mundo inteiro, sejaln aqui incluidas. (fig. 101-103). 79. Vacuolos apicais, ansentes .. .. . .. . .. .. . .. .. . . .. . .. .. .. . . .. .. .. .. . .... Penium (Veja descri~ao suscinta do genero it page 53). 54 ALGAS DE AGUAS CONTINENTAlS BRASILEIRAS 80. Celulas sigm6ides; cloroplasto com 1 tinieo pire'n6ide (raramente ausente) ... · · . · . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .. Ankistrodesmus (Veja descri~ao suscinta do genero it page 51). 80. Celulas lunadas 81 81. Celulas com 2 cloroplastos '(Veja descriGao suscinta do genero it page 53). Closterium 81. Celulas com 1 unico cloroplasto ..... ~ . . . . . . . . . . . . . . . . . .. 82 82. Cloroplasto excavado na regUlo mediana 83 • 82. Cloroplasto sem qualquer excava~ao na regiao mediana 84 83 . Celulas com os palos truncados au truncado-arredondado's Roya (Veja descri~ao suscinta do genero it page 52). 83 . Celulas com os polos acuminados Closteriopsis (Veja descri~ao suscinta do genero a page 51). 84. Celulas com ambos os polos terminando gradualmente num espi- nho forte e curto t • • •• Clos'teridium Closteridiu,m Reinsch, 1888. Celulas solitarias e livres. Quanto a forma, elas sao arqueada'S au lunadas e possuem urn espinho pequeno e solido encimando cada polo. A parede celular e eS,pessa, 0 cloroplasto preenche totalmente a celula e ° piren6ide e geralmente unico. Alguns autores nao aceitam este genero, incluindo as poucas especies conhecidas em Tetraedron. (fig. 104). CHAVE ARTIFICIAL PARA GENEROS 55 84. Celulas com ambos os polO's terminando gradualmente, sem for- mar 1 estrutura espinescente 85 85. Celulas no maximo 5 vezes mais longas que 0 proprio diame- tro . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .. Mesotaenium (Veja descri~ao suscinta do genera a page 53). 85. Celulas mais de 10 vezes mais longas que 0 proprio diametro. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . Ankistrodesrt1/lkfJ (Veja descri~ao suscinta do genero it page 51). 86. ,Celulas piriformes; algas encontradas principalmente em talos de liquens Trebouxia (Veja descri~ao suscinta do genera it page 44). 8tl . Celulas de outras formas 8·7 87 . Celulas com 1 parte aerea, verde, vesicular au tubular, e outra subterranea, tubular, normalmente despigmentada; alga normal- mente encontrada sobre solo (imido Protosipho-n Protosiphon Klebs, 1896. Quando adultas, estas algas apa- recem como pequenas vesiculas verdes, globosas, com cerca de 0,5 cm de uiametro e que crescem sobre solo (imido. A fixa.- ~ao dessas vesiculas ao substrato e feita atraves de urn fila· mento rizoidal simples, incolor e que nada mais e do que UITI mero prolongamento da propria vesicula. o genero e monoespecifico e conhecido do mundo inteiro. '(fig. 105) ~ 87 . ,Celulas inteiramente verdes~ destituidas de por~ao subterranea despigmentada 88 Sg. Celulas achatadas ou isodiametricas, triangulares, quadrangulares ou poligonais, os angulos providos au nao de espinhos; espinhos curtos, menores que 0 diametro da celula Tetraed1~on 56 ALGAS DE AGUAS CONTINENTAlS BRASILEIRAS Tetraedron. Kiitzing, 1845. Tetraedron e um genero extre- mamente variado e bastante mal conhecido ainda. De urn modo geral, poder-se-ia caracteriza-Io como constituido de individuos unicelulares, solitarios, com formato extremame'nte variado. Em geral apresentam forma de coxins triangulares ou poliedricos. Destes ultimos) a forma tetraedrica parece ser a mais comum, de onde 0 proprio nome do genero. E, ainda, comum 0 prolongamento do corpo das celulas em apen- dices simples ou mais ou menos complicados estruturalmente. l!:ste genero inclui umas 40 especies distrib·ufda:s pelo mundo inteiro. (fig. 106-107). 88. Celulas raramente achatadas, normalmente piramidais, os angu!os sempre com espinhos; espinhos longos, maiores que 0 diametro da celula Treubaria TreubaJria Bernard, 1908. Celulas solitarias, de contarno globoso, triangular ou tetraedrico e munidas de 3 ou 4 (rara- mente ate 8) processos conicos, hialinos e dispostos Dum s6 plano ou segundo os angulos de urn tetraedro, conforme 0 caso. o genero compreende cerca de 5 ou 6 especies conhecidas do mundo todo. (fig. 108-109). 89. Celulas formando colonias 90 89 . Celula'S fonnando filamentos, pseudoparenquima ou placas 136 90. Colonias com gelatina "abunda.nte 91. 90 . Colfulias com gelatina reduzida, praticamente ansente (diflcilmen- te discernivel ao microscopio) 119 91. Colonias com a forma de tubos simples ou ramificados ..... 9a CRAVE ARTIFICIAL PARA G~NEROS 57 91. Colonias de outras formas 96 92.. Celulas arranjadas em serie ou encontradas apenas nas pontas dos tubos 93 92.. Celulas arranjadas irregularmente ao longo dos tubos 95 93. Celulas arranjadas em serie; 2 cloroplastos· com costelas longitu- dinais, em cada celula Cylindroc'ystis (Veja descri~ao suscinta do genero it page 33). 93.. Celulas encontradas apenas nas pontas dos tubos 94 94. Celulas com 1 incisao mediana, dividindo-as em 2 semicelulas; plantas restritas a regioes calcareas Oocardium Oocardium Nageli, 1849. Esta alga cresce em agua corrente, fixa sobre pedras, ou paredes constantemente umedecidas por queda d'agua, em regioes calcareas. Ela forma pequenas pu.stulas hemisferica,s com 1 a 2 mm de diametro, a miude confluentes, de colora~ao verde-claro e que sao, na verdade, pequenos tufos.
Compartilhar